– Mãe? – chamei assim que cheguei em casa.

– Na cozinha – ouvi-a responder. Fui até a cozinha, Petúnia ainda não havia chegado da escola. Que maravilha!

– Oi – eu disse sorrindo. – Ah, mamãe eu vu jantar na casa do Jay hoje. Tudo bem?

Eu admito: Não queria pedir permissão, afinal, eu já era bem grandinha.

– Tudo bem minha filha. E por falar em James, quando ele virá aqui? – minha mãe perguntou.

Eu dei um sorriso maroto e disse:

– Quando Petúnia vai jantar na casa do Valter?

– Na sexta da semana que vem. Por quê? – ela perguntou preocupada.

– Dia perfeito para o Jay vir aqui – eu disse rindo.

Minha mãe me olhou com um olhar de censura.

– Lily – ela disse realmente me censurando.

– Mamãe – eu disse no mesmo tom que ela. Rindo e subindo as escadas logo depois.

Cheguei no quarto e mandei uma mensagem para James:

"Tudo certo. Minha mãe deixou.

Beijos, Lily"

Depois da mensagem me troquei e desci para comer algo. Petúnia ainda não havia chegado.

Estranho...

– Mamãe? – chamei, ela resmungou para indicar que estava me ouvindo. – Onde está sua outra filha? E o papai?

Ela revirou os olhos quando eu disse "outra filha".

– Está com o Valter. E seu pai não vem para o jantar. Está em uma reunião – ela respondeu cansada.

Meu pai era editor do Profeta Diário, jornal da cidade. Já a minha mãe trabalhava n'O Pasquim, uma revista super legal! Bem, ela falava de coisas meio absurdas, mas isso é só para quem tem a mente fechada. Eu adorava a revista!

– Oh – eu disse falsamente triste. – O papai não vai vir jantar com a Tunney?

– Suas ironias estão cada vez melhores Lily, querida – ouvi a voz da coisa atrás de mim, sarcástica e ridícula.

– Oh, muito agradecida querida Tunney – eu disse sorrindo.

Ela apenas revirou os olhos e se dirigiu à mamãe, que olhava nossa saudação com um olhar cansado.

– Mamãe, está confirmado, o Valter vem jantar essa noite – disse e se virou para mim. – Espero não ter aborrecimentos.

– Não se preocupe coisa, eu vou jantar fora. Na casa do meu namorado – eu disse frisando as duas últimas palavras. Ela apenas deu de ombros e subiu as escadas.

Fui até a sala e comecei a ver tevê. Alguns minutos depois meu celular apitou. Olhei, era mensagem do Jay.

"Que bom, minha princesa. Então até às sete.

Beijos, seu Jay"

Sorri ao ler "seu Jay".

Estou ficando perigosamente apaixonada, e pensar que eu o odiava até o ano passado deixa tudo mais engraçado.

Fiquei vendo um filme que passava na tevê até às cinco.

Sempre ao seu lado. Era um filme simplesmente perfeito. E eu, como uma ruiva muito bem treinada, chorei. Não era difícil, o filme era perfeito!

Quando o filme acabou, enxuguei as lágrimas, e fui comer. Fiz um sanduíche natural e bebi suco de laranja. Há, sou saudável!

Já eram cinco e meia quando eu subi para tomar um banho. Às seis eu saí, coloquei um vestido solto, e uma sandália não muito alta. Prendi o cabelo em uma trança bagunçada e passei uma maquiagem leve, sabia que James gostava da "antiga Lily" então fazia de tudo para não "perder a identidade", como ele mesmo disse.

Às sete em ponto ouvi a campainha tocar, peguei minha bolsa e desci. Mas alguém já tinha aberto a porta antes.

– O que deseja? – Petúnia perguntou educada e... Seria sedutora?

Há, essa eu quero ver!

– Ah, a Lily está? – James perguntou.

Ah não estou não, saí antes para fugir de você!

O James é tão idiota às vezes!

– Da parte de quem? – ela perguntou novamente.

Da parte de quem? Quem, a não ser o pessoal do Chaves, usa isso? Mas é muito idiota mesmo...

– Da minha parte... – ouvi James responder meio confuso.

– Você – ela disse avaliando. Há, mas eu mato essa coisa. – Você tem certeza de que está procurando a ruiva sem sal e idiota da minha irmã?

O que? Essa égua me insultou? Como assim? Mas eu vou dar uns tapas nela!

Mas quando eu ia dizer alguma coisa, James respondeu.

– Ah, a ruiva sem sal e idiota que você diz, é a minha namorada... E será que dá pra chamar ela, porque eu não tenho muito tempo? Por favor? Obrigado.

– Namorada? – ela perguntou certamente boquiaberta.

– Isso mesmo namorada sua égua, agora deixa o meu namorado em paz e sai da minha frente – eu disse cansada de vê-la dar em cima do meu James.

– Oi meu Lírio – James disse me dando um selinho assim que Petúnia saiu resmungando algo sobre o mundo ser injusto e coisa e tal.

– Oi Jay – eu disse sorrindo.

– Está perfeita – ele disse me olhando. O olhei também, ele estava com uma calça jeans clara, uma camisa social branca meio aberta, e um all star preto. Estava perfeito.

– Você também Sr. Potter.

– Vamos? – ele perguntou sorrindo. Assenti sorrindo e andamos até o carro dele. – Quer ouvir algo? – perguntou assim que entramos.

Assenti sorrindo novamente. Então ele pôs um CD e o carro se encheu com a melodia de "Just the way you are".

Sorri mais abertamente que antes, eu amava Bruno Mars.

Ficamos praticamente o caminho todo e um silêncio maravilhoso, apenas ao som das músicas que tocavam. Algumas vezes, quando eu perguntava, James falava sobre os pais dele. E ele também me perguntou sobre meus pais e minha irmã.

– Por que a odeia tanto? – ele perguntou depois de mais um tempo em silêncio.

Pensei um pouco.

Por que exatamente eu odiava Petúnia? Talvez pelo fato de ela me odiar e me xingar primeiro. Pode ser isso.

– Eu... Eu não sei ao certo, mas acho que é pelo fato de que ela me odeia desde que nasci. Então, é um ódio mutuo. Entende? – perguntei por fim.

Ele apenas negou cm a cabeça e riu sem humor.

– Sabe Lils, se eu tivesse um irmão, ou irmã, iria fazer de tudo para ser amigo dele, ou dela – ele disse em tom sério. E depois acrescentou em um tom mais leve e brincalhão. – Mas eu tenho o Sirius e o Remus então é impossível não ser amigo ou irmão deles.

– Eu tenho a Lene e a Dorc. Elas são minhas irmãs de verdade, e não aquela égua – eu disse irritada e James riu.

– Chegamos foguinho – ele disse sorrindo.

A casa de James era linda por fora. Tinha dois andares, era branca e iluminada. O caminho de pedra por entre a grama era muito legal!

– Olá querida! Seja bem vinda – disse a Sra. Potter assim que entrei.

– Obrigada Sra. Potter – eu disse sorrindo.

– Oh, Lily, que prazer em conhecer você! Vejo que teremos mais uma ruiva linda na família não? – o Sr. Potter me disse galanteador. Há, mas tinha que ser pai do James!

– Pai – James disse envergonhado.

– Muito obrigada Sr. Potter – eu disse sorrindo.

James me pegou pela mão e me conduziu até a escada.

– Mãe, eu vou mostrar a casa a Lily – ele disse subindo. Ouvi a Sra. Potter dizer um "tudo bem" enquanto subíamos.

Passamos por um corredor creme com vários retratos de James nas paredes. A maioria dele mais velho.

Ele não tirava foto quando criança não?

– Meu quarto – ele disse parando em frente a uma porta branca. Nela, tinha uma placa azul com J. P. em branco. Então ele abriu a porta e nós entramos. Lá dentro tinha uma cama de casal branca, ou melhor, todos os móveis eram brancos e as paredes eram azuis. Reparei que tinha uma porta de vidro dando saída a uma varanda.

Fui até a cama dele e me sentei, na mesa de cabeceira tinha um abajur e um porta retrato, com a foto de um menino de cabelos negros e bagunçados e um sorriso brincalhão, ao lado de uma menina de cabelos castanhos escuros e cacheados, essa tinha uma expressão alegre no rosto de criança.

– Quem é? – perguntei apontando para o retrato.

James pareceu ser despertado, estava olhando para mim hipnotizado e pareceu "voltar à vida" assim que fiz a pergunta.

– Hã? – ele perguntou. E depois me viu apontando para a foto. – Ah, é a Andy. Minha prima – ele respondeu sorrindo. [N/A: Que tal fingir que a Andy tem contato com o Jay, e que eles têm quase a mesma idade? HAHA].

Eu sorri para a foto. James era tão cute.

Então ele pegou a minha mão e me levantou.

– Que foi? – perguntei.

– Quero te mostrar uma coisa – ele disse com um brilho maroto no olhar.

Então ele abriu a porta para a varanda, e revelou uma noite linda e estrelada.

– Vem cá ruivinha – ele disse me puxando para baixo e me fazendo cair no sofá que tinha ali. Eu ri.

– Aqui é muito lindo – eu disse sonhadoramente.

Ele ficou um tempo me olhando nos olhos, e depois sorriu e olhou para o céu.

– Lá está meu melhor amigo – disse risonho.

– Onde? – perguntei olhando para o chão lá embaixo. Senti-o rir ao meu lado.

– No céu, bobinha – ele disse carinhosamente. – Veja, a estrela mais brilhante, ela se chama Sirius.

Olhei para ele com uma expressão incrédula.

– É sério. A Estrela Sirius está localizada na constelação Canis Major. Está a 8,6 anos-luz da Terra e só podemos vê-la porque é a maior e a mais brilhante no céu. Sirius é duas vezes maior e vinte vezes mais brilhante do que o Sol, e ela pode ser vista em qualquer lugar do planeta Terra. É uma estrela binária, o que significa que tem uma companheira – estão juntas pela gravidade. A outra estrela, a Sirius B, é também conhecida como "Filhote de Cachorro" – ele disse seriamente. Abri a boca categoricamente.

– Agora entendi porque o ego do Six é daquele tamanho... ELE É MAIS BRILHANTE QUE O SOL – gritei numa voz aguda que fez James gargalhar ao meu lado. – Como você sabe disso tudo?

– Acha mesmo que sendo amigo do Sirius e do Remus eu não iria saber sobre estrelas? – ele perguntou frisando o "estrelas".

Pensei um pouco... É o Remus é um fanático por estrelas, Moony. E o Sirius tem o nome de uma estrela!

– A família Black tem o costume de dar nome de estrelas, galáxias e constelações aos seus filhos. Veja, aquela é a Andy. Andrômeda. Ah, lá está o irmãozinho do Sirius, e a constelação do pai dele – ele ia falando entusiasticamente.

– Calma, Jimmy – eu disse colocando as mãos sobre o tórax dele.

Ops, péssima ideia Lily.

Agora o cara mais perfeito da Terra está te olhando com uma carinha linda, e você está chegando perto dele, está fechando os olhos e ele também e agora não pode mais resistir. Nos beijamos.

As mãos dele percorriam minhas costas numa velocidade alucinante, e eu o puxava pela nuca ansiosamente. O ar nunca foi tão desprezado quanto naquela hora. Eu estava quente, e dava pra perceber, e até sentir, que ele também. Até demais. Nossas línguas "dançavam" de uma forma intensa, e eu nunca havia sentido aquilo com outro garoto. Parecia que a boca dele havia sido feita sob medida para mim, e que era ali que ela deveria ficar para o resto da vida.

Então ele me puxou pela cintura e me colocou sentada em seu colo, enquanto eu o puxava mais ansiosamente.

AH MEU DEUS! EU ESPEREI POR ESSE BEIJO A VIDA INTEIRA!

Ele levantou e me levou para dentro, sem parar o beijo. Me colocou na cama delicadamente, ainda assim sem deixar de me beijar. Uma mão dele estava em meu cabelo e a outra continuava percorrendo as minhas costas e estava indo perigosamente em direção às minhas coxas. Já uma das minhas mãos estava em seu cabelo sedoso e macio, o bagunçando ainda mais. E a outra em seu tórax, de onde não havia saído desde o começo do beijo.

James já estava com a mão no zíper do meu vestido quando algo nos interrompeu... Ou melhor, um grito nos interrompeu.

– James, Lily, o jantar está pronto – gritou o Sr. Potter do, provavelmente, andar de baixo.

Eu e James nos separamos em uma velocidade recorde. Eu me sentei o mais longe dele possível, com medo de cair em tentação novamente. Enquanto ele havia ficado de pé em frente à porta da varanda, com certeza se "acalmando".

Ou acalmando o Little Jay.

– Nós quase... – ele parou de falar, não me olhava.

– É – eu disse assentindo.

Ficamos um tempo em silencio. Apenas nossas respirações aceleradas e ofegantes. E ele ainda não olhava para mim.

– Não devíamos ter feito isso, me desculpe – dissemos em uníssono. Apenas afirmamos com a cabeça. Então ele me olhou, senti meu rosto pegar fogo.

Não que eu não estivesse vermelha antes, mas eu quase tinha... Ah, você sabe. É normal estar com vergonha não? Para mim sim.

Veio caminhando até mim e eu me encolhi junto à cabeceira da cama.

– Lils, calma. Olha, me perdoa, eu não devia ter perdido o controle. Mas pode confiar em mim, não fica com medo de mim agora tá? – ele disse sorrindo singelamente. – Não vou fazer nada que você não queira – ele disse chegando perto de mim e me dando um beijo na testa.

Mas é esse o problema homem! Nada do que eu não queira. E é bem difícil não querer quando se tem um homem desses, não é?

Suspirei e sorri para ele.

– Obrigada, Jimmy.

Então ele sorriu e me abraçou. Pude sentir sua respiração, e ouvir as batidas do seu coração. [N/A: Rimou u.u].

Seu coração estava bem acelerado.

Meu Deus eu quase enfartei James Potter!