O que a minha Lily bebeu? É sério, ela e a Dorcas estão rindo feito duas loucas aqui. Meu Deus será que isso pega? Tomara que não...

– Lils, ta na hora da próxima aula... Vamos? – perguntei com medo. Sim, medo! Vai que ela da à louca e me bate, me xinga, grita comigo, e diz que me odeia?

Sim, eu sou corajoso. Só tenho medo da Lily...

– Vamos... Sim... Jay... Ai, ai – ela disse se recuperando. Começamos a andar em direção à aula de química. Quando chegamos lá, Lils se sentou com Marlene e eu com Sirius. Lene alegou que não aguentava mais o cachorro no pé dela por nossa causa.

Mas a culpa não foi só nossa. Foi do Remus também! Ele que quis sentar com a "Dorquinhas dele"... Vocês não sabiam que a Dorcas é do Remus? Sério? Pois é, Dorcas também não sabe...

O professor de química é o professor Slughorn. Ele é um cara legal, careca gordo, e... Ele é legal. A Lily é a aluna favorita dele. A Lily e aquele... Ranhoso, Seboso, Nojento, Oleoso, Desagradável... Snape. [N/A: Estavam sentindo falta dele?].

Pois é, o Ranhoso é o cara mais nojento dessa escola. E por nojento eu quero dizer que ele não lava o cabelo. Ou lava com óleo né, porque vou te contar... O cabelo dele é tenso. Ele era amigo da Lily até dois anos atrás, o quinto ano...

Vocês não devem estar entendendo nada de quinto ano né, mas eu explico depois.

Voltando... O cara era amigo da minha Lily até o quinto ano, então nesse ano ele começou a andar com uns caras barra pesada, e brigou com a Lily, então eles nunca mais se falaram. Essa é a parte que eu gosto. Sabe, eu desconfio que ele tenha uma quedinha pela Lily. Eu via aqueles olhos de cobra brilhar quando ele falava com ela. Mas, aconteceu a melhor coisa do mundo e eles brigaram, deixando assim, a minha Lily para mim.

Mas voltando à aula... Ah, esqueci de explicar porque quinto ano né?

É que a escola aqui é antiga demais. Sério, eu acho que ela vem de antes de Cristo, porque a coisa é demais. Mas tudo bem, não quero saber a idade da escola mesmo...

Então, os fundadores da escola, ou como prefiro chamar, as pessoas que me odeiam...

Porque tem que odiar muito alguém pra fundar um negócio desses, e eu suspeito que o odiado da vez seja eu...

Voltando, os fundadores da escola achavam que essa parada de primeira, segunda, terceira e assim por diante, série era palhaçada. Então, com onze anos, idade para muitos estarem na quinta série, os alunos entram aqui, nessa prisão... Digo, escola e cursam o chamado, primeiro ano. E assim por diante. Entenderam? Nem eu.

Bem, vou tentar de novo. Com onze anos eu entrei aqui, e cursei o primeiro ano, porque aqui é assim que se chama. E agora eu estou no fim do sétimo.

Ficou bem melhor né?

– Sr. Potter? – chamou o professor Slughorn interrompendo meus devaneios.

– 1947 – respondi prontamente, meio assustado. Todos começaram a rir.

– É um ácido fluorídrico* professor – Lily respondeu. Eu acho que ela vai levar detenção, ela xingou o professor ou o quê?

Mas, para minha total surpresa, o professor sorriu.

– Correto Srta. Evans. Fico feliz em saber que alguém presta atenção nas minhas aulas – ele disse olhando acidamente para mim. Sacou a piadinha? Estamos tendo uma aula sobre ácidos, e ele olhou acidamente... É eu acho que estou com problemas mentais.

– James, você é um idiota – Lily comentou algum tempo depois que a aula de química terminou.

– Ué, eu estava viajando em quando Hogwarts foi criada e ele vem me fazer perguntas – respondi inocentemente. – E por falar em quando Hogwarts foi criada, você sabe? – perguntei para Lily.

Ela pensou um pouco. E mais um pouco, e por fim me olhou.

– Não. – ela respondeu. Ela tinha pensado tanto que eu achei que ela fosse me falar. Suspirei. Minha curiosidade não foi saciada.

– Jay? – Lily me chamou.

– Diga minha princesa ruiva – respondi sorrindo. Ela sorriu de volta antes de responder.

– Cadê os outros? Quero chama-los para sair – ela respondeu.

Pensei um pouco. Eu me lembrava vagamente do Sirius dizendo algo sobre aniversario do irmãozinho dele. Mas não tinha certeza se era hoje ou mês que vem...

– Bem, a Lene e o Sirius devem estar brigando por aí. Agora a Dorcas e o Remus devem estar conversando sobre as estrelas – respondi sonhador. Lily riu.

– Vem, vamos procurar por eles – ela disse risonha, me puxando pelo braço.

Uns dez minutos depois, sim a escola é grande, encontramos Sirius e Lene brigando em um corredor.

– Eu avisei – cantarolei para Lily que apenas rolou os olhos em resposta.

– O que houve gente? – Lily perguntou despertando os "brigões".

– Ah, oi Lily, Veado – disse o cachorro Black.

– É cervo seu pulguento. CER-VO – eu disse entredentes.

– Veadinho e Cachorro quente, CALEM-SE – nossa, eu tenho medo da Lene. ­– Ele me chamou de McLanche Lily! – ela exclamou. Vi Lily prender o riso. Não aguentei e comecei a gargalhar.

– DO QUE ESTÁ RINDO POTTER? – Lene gritou. Ai, os gritos dela são quase tão poderosos quanto os da Lily.

– Nada Lenezinha. É que de repente me deu uma vontade de comer McLanche Feliz – improvisei, eu admito. Lily deu um tapa na testa, como quem se lembra de algo, e então disse:

– Já ia me esquecendo. Vamos sair hoje? Pra comer algum lugar, eu realmente não quero jantar em casa – ela disse se lamentando.

Marlene fez uma careta.

– Ah, sabe o que é Lily? É que nós vamos jantar na casa da vovó hoje e sabe... – ela parou.

– Eu sei. Ela não gosta nem um pouco de mim e nem eu dela – Lils completou óbvia.

Marlene assentiu. Lily olhou esperançosa para Sirius.

– Foi mal Ruiva, é que hoje é aniversário do meu irmão, Regulus. E aquilo que chamo de mãe me trucidaria e serviria de prato principal se eu não comparecesse ao aniversário – Sirius disse meio constrangido e irritado. Eu não queria ser ele nesse jantar, não mesmo.

– Tudo bem Six. Acho que vou ter que aturar a minha irmã e o namorado dela hoje. Ah, acho que vou pra casa agora, tenho que preparar meus nervos para não matar a Petúnia hoje à noite. Boa festa Six – ela disse sorrindo triste para Sirius, enquanto esse resmungava um "Impossível Lily". ­– Bom jantar Lene. Mande lembranças a sua avó – ela completou sarcástica e um pouco mais divertida, mas ainda estava triste.

– Mandarei Lily. Bom jantar e não mate a Pet! – Lene disse rindo. Lily deu um riso fraco e começou a andar me puxando pela mão. Quando estávamos em frente ao carro dela, nós paramos. Então resolvi perguntar o que estava me intrigando: Por que ela precisava dos outros para sair? Ela poderia sair só comigo, não poderia?

– Lils? – chamei. Ela não respondeu. – Amor? – tentei de novo. Sem resposta. – Hey Lils, olha pra mim – eu disse pegando seu braço e a virando para mim. O que vi me deixou abalado. Lily estava com os olhos cheios de lágrimas e mantinha a boca firmemente fechada, como se falar pudesse fazer as lágrimas descerem.

– Amor, o que houve? – perguntei preocupado.

– Ah Jay – ela disse lamentando. As lágrimas que ela tentava segurar caíram. – Eu odeio ficar no mesmo ambiente que a minha irmã, ela sempre arranja um modo de me deixar "para baixo" e com o namorado dela estando perto, é pior.

Era terrivelmente terrível ver a Lily chorar. Os olhos dela não foram feitos para ficarem vermelhos por causa das lágrimas, só para brilharem!

– Lils, por que você não perguntou se eu iria querer sair só com você? – perguntei temeroso, vai que ela começa a chorar novamente?

– Porque eu pensei que você não iria querer sair comigo e arranjaria desculpas, como os outros fizeram – ela disse com uma voz tímida. Que por sinal, era uma coisa muito fofa.

– Primeiro: Eles não arranjaram desculpas e você sabe disso Lily. E segundo: Já que não tem problema sair só comigo, que tal ir jantar na minha casa hoje? – eu pude ver os olhos dela brilharem quando eu falei do jantar.

– Jura Jay? – ela perguntou sorrindo.

Eu sorri de volta. Era tão bom fazê-la sorrir.

– Mas é claro! Você não imagina quantas vezes Dona Dorea já me pediu para te levar na minha casa... Até mesmo quando você me odiava – ela ficou vermelha e deu um sorriso envergonhado.

– Me desculpe, por te odiar. Mas você era realmente odiável – ela disse rindo. – Mas isso é tão... Ah – ela deu um grito agudo e pulou em meu pescoço me beijando por todo o rosto. Eu ri.

– Então, te pego às sete. Pode ser? – perguntei assim que ela parou de me beijar.

– Perfeito – ela respondeu sorrindo radiantemente. Me deu um selinho e entrou no carro. Fiquei olhando o carro dela partir, e só quando virou a esquina que eu fui para casa.

– Mãe? – chamei alto quando cheguei em casa meia hora depois.

– No meu quarto – ela respondeu no mesmo tom. Subi as escadas correndo e deixei a mochila na porta do meu quarto. Cheguei na porta do quarto dela e ela estava com umas caixas em cima da cama e com um álbum de fotos na mão.

– Oi meu amor – ela disse com os olhos meio molhados.

– Oi mamãe – respondi sorrindo e caminhando até ela. – O que houve? – perguntei me referindo aos olhos molhados.

– Nada Jay. Só estou relembrando a época que você era um bebê – ela disse feliz e eu sorri. – E agora, já está até namorando. Daqui a pouco vou ter netos! – ela exclamou.

– Netos? Nem tão cedo mamãe – eu disse e ri. ­– E por falar em namorada, a Lily vai vir jantar aqui hoje. Tudo bem? – perguntei. Ela soltou um gritinho agudo digno de Lily e me abraçou. Ou seria melhor dizer sufocou?

– Mãe... Eu... Preciso... De... Ar – eu tentei dizer.

Quando ela percebeu que eu estava bem roxo que me soltou. Ah, mães!

– Isso quer dizer um sim? – perguntei divertido.

– Mas é claro Jay! Finalmente vou conhecer a minha nora – e saiu do quarto cantarolando e sorrindo.