- Acorda! Vamos Viola, acorda! - a voz de Anastásia me acordou.

Ela estava me chacoalhando. Abri os olhos devagar e ela estava na minha frente me olhando aflita.

- Calma. Acordei! – eu disse por que parecia que ela me chacoalharia de novo.

- Viola! O que você estava fazendo aqui? E ainda por cima desmaiada? – ela disse.

- Eu não lembro – eu estava mentindo, é claro que eu lembrava.

- Bom levanta. Você tem que se arrumar! – ela disse agora me ajudando a levantar.

- Por quê? – eu perguntei. Por que tenho que me arrumar?

- Viola! Você prometeu encontrar o Louis hoje às oito horas, esqueceu? – ela disse me olhando incrédula.

- Ah não! – exclamei de olhos arregalados.

Louis, como eu esqueci?

Comecei acorrer para as masmorras.

Depois de falar a senha entramos no salão comunal e fomos para o nosso dormitório.

- O que eu coloco? Acho que não posso por outra roupa que não o uniforme. – eu disse olhando meu armário.

- Ah Viola! Então vamos transformar seu uniforme. – ela disse com um sorriso maroto.

- Como? – Eu perguntei.

- Ah! Eu faço! Me de ele aqui e vá tomar banho. – ela disse me mandando para o banheiro.

Eu entrei no banheiro e tomei meu banho. Na hora de lavar meu braço eu o lavei com água fria. Sai do banheiro e me enrolei na toalha. Entrei no quarto e nem acreditei no que vi. Ela tinha deixado minha roupa muito bonita.

- Aleluia! Já são seis e meia! – ela disse me puxando e me entregando a roupa.

- Como você faz isso? – eu pergunto e mostro a roupa.

- É um dom. – ela diz e sorri.

Enquanto eu me trocava ela escolhia uma maquiagem. Depois que eu me troquei ela passou uma maquiagem básica em mim e prendeu meu cabelo em uma trança embutida de lado.

-Pronto! São sete e quarenta. Vai para o lago negro! – ela exclamou me empurrando para a porta.

- Tudo bem! Tchau até o jantar. – Eu disse.

- Ou não! – Ela respondeu enquanto eu fechava a porta.

Revirei os olhos e desci a escada. Na sala comunal muitas pessoas me olhavam e cochichavam, mas eu só olhei para frente e fui para a porta. Depois que ela abriu dei de cara com Scorpius. Ele olhou para mim e para minha roupa de olhos arregalando e depois pegou meu pulso e foi até uma sala vazia. Depois que ele fechou a porta e eu fui até a mesa do professor e sentei nela e Scorpius se sentou em uma carteira em frente a mim e ficou me olhando.

- Então... Oque você quer comigo? Tenho o que fazer. – disse para quebrar o silencio.

Ele acha que pode me ignorar e depois fazer isso? Não pode.

- E a onde você vai com essa roupa? – ele me perguntou com um tom frio.

Eu olhei para ele e depois para minha roupa.

- Bom. Eu vou me encontrar com o Louis. – falei num tom inocente, mas querendo deixa-lo com raiva. – Se me der licença.

E fui até a porta, mas antes que eu chegasse a ela, Scorpius segurou meu pulso.

- Você não vai assim e nem vai sair com aquele Corvinal! – sentia uma pontada de ciúmes na sua voz, ele continuava segurando meu pulso e o apertando um pouco.

- E por que não? E ainda quem você acha que é para falar isso para mim? – cuspi as palavras, estava brava com seu jeito.

Como ele podia falar assim comigo?

- Eu sou seu amigo. E você não pode ir assim! – ele disse e apertou meu pulso com mais força.

Eu não aguentei a dor da minha marca.

- Ai! Solta. – reclamei enquanto puxava meu braço – Você é meu amigo? Por que você não fala comigo? Por que está me ignorando? Amigos não fazem isso! – gritei para ele, abri a porta e o deixei lá sozinho.

Cheguei ao lago as oito e deis.

- Oi Louis. Desculpa o atraso –disse na frente dele – Eu meio que me perdi...

Ele olhou para minha roupa de olhos arregalados.

-Tudo bem. Senta aqui. – ele falou e deu um sorriso de lado.

Sentei-me ao seu lado e olhei o lago.

- Então... O que achou do beijo? – Louis perguntou quebrando o silencio.

- Bom... Eu não esperava por isso. – respondi.

Ele me olhou e eu percebi o quanto estávamos perto um do outro.

- Mas você gostou? – ele perguntou, e percebi que ele estava meio constrangido.

- Isso responde sua pergunta? – disse me aproximando mais dele, até que colei nossos lábios.

O beijo foi calmo e demorado. Depois que nós nos separamos para pegar ar, ele sorriu.

- É isso responde – ele sorriu de novo ao dizer isso.

Ele me abraçou por trás e ficamos mais alguns minutos só olhando o lago negro.