Tiago e Lilian levaram Harry e Ly para a nova casa. Ela era grande e simples. Os quartos dos meninos eram bem parecidos com os que eles tinham na Sede.

Quem não gostou nada dessa mudança foi Shade, que ficou sozinha pela primeira vez, apesar de ter os pais, e Molly, que reclamou que a casa estava ficando vazia.

- Agora só falta um quarto para os elfos. – disse Ly, depois de visitar toda a casa.

- Elfos? – perguntou Lilian. –Por que teríamos elfos? Não é por que somos ricos que precisamos de elfos, minha filha.

- Mas mãe, nós temos elfos. – disse Harry.

- Como? – perguntou ela surpresa.

- Dobby e Winki. Se lembra deles? Eles trabalham para mim, mas não são escravos. Eles trabalham por que querem, gostam até. E o Monstro, que fez parte da minha herança do Sirius. Odin me disse que mesmo que vocês tenham voltado, algumas magias não podem ser desfeitas e uma é essa.

- Eles cuidam de nós em Hogwarts também. – disse Ly, para tentar amenizar as coisas. – Gostamos deles.

- Ok, podemos ficar com eles, mas teremos que pagar pelos serviços. – disse a ruiva.

- Se você conseguir convencê-los disso. – disse Tiago dando os ombros.

Agora aquela era uma família feliz.

Harry foi para seu quarto, fazer sua lição de poções, ele não gostava do Snape, mas também não podia deixar uma desculpa para que o professor o aborrecesse.

- Harry, podemos conversar? – disse Lilian abrindo um pouco a porta depois de bater.

- Claro, mãe. – disse ele largando a pena e se virando para ela.

Lilian o chamou para se sentar na cama para que ambos pudessem ficar frente a frente.  O que Harry viu no olhar da mãe não o agradou.

- Harry já te disse isso, eu estou muito decepcionada com você. – disse a ruiva.

- Com o que? Eu juro que não aprontei nada na escola.

- Não estou falando de seguir os passos do seu pai. Estou falando do episódio da Poção Capital.

- Mas...

- Mas nada. Andei pesquisando sobre ela, lendo em alguns livros perdidos. Claro que quem achou foi Odin.

- Então foi ele quem fez eles se perderem. – o moreno tentou fazer graça, mas sem efeito.

- Isso não interessa. Também conversei com ele e a Palas. E não adianta perguntar não descobri quem ela é. Descobri que você podia ter resistido mais, ou ao menos pedido ajuda mais cedo.

- Eu achei que se liberasse um pouco poderia controlar melhor.

- Você devia ter pedido ajuda assim que percebeu. Sei que você não confia mais em Dumbledore, mas ele podia ter ajudado. Minerva ou Remo também. Até mesmo um de seus amigos, que poderia ficar de olho em você e ajudar no seu controle. Você ficou com aquelas meninas por que quis.

Ele abaixou os olhos, sua mãe tinha alguma razão.  

- Sem contar que você magoou muito a Gina.  Não ela não me falou nada. Foi a Luna, não podia falar com as outras meninas, já que a Lilian e Sara ficaram do seu lado e acho que a Hermione não se posicionaria entre os dois. A Luna pode parecer diferente, mas é uma boa menina, me contou o que se passou com a ruiva.

- Eu nunca cheguei a falar com ela sobre isso mesmo. – disse Harry triste. – Não queria que ela sofresse com isso.

- Acho que o pior de tudo ainda foi namorar a Carol. Tinha tanta coisa que você podia fazer para afastar as meninas, não precisava disso. Nem mesmo Sirius usou uma desculpa dessas para fazer ciúmes na Mary, olha que ele fez muita coisa.

- Me desculpe. – disse ele. – Realmente achei que era o melhor. Devia ter tentado falar com a Gina, mas estamos meio magoados um com o outro por causa do baile. Achei que ela não me queria mais, mais um erro meu.

- Pense sobre isso, antes de dar mais um passo no relacionamento com ela. – disse ela, e saiu do quarto deixando o filho pensativo.

“Ainda bem que ele consegue ver que errou, pelo menos não fará a menina sofrer mais.” – pensou Lilian.

A Toca estava toda enfeitada para o casamento de Gui e Fleur. Haviam posto uma tenda no jardim, para acomodar todo mundo.

Aquele que foram ressuscitados tiveram que alterar suas feições para não criar confusão, principalmente os irmãos Prewett e Sirius. Os dois primeiros fizeram isso, pois sua família ainda não sabia que eles voltaram. E Sirius ainda era considerado por muito criminoso.

- Que cara é essa, Gi? – perguntou Harry.

- Essa roupa. Não sei como deixei que escolhessem para mim. – disse a ruiva.

- Não sei por quê. – disse Harry. – Você está linda nesse vestido.

- Ah Harry. – disse ela derretida.

- Melhor que se tivesse vestida para como a Gabrielle. – disse Hermione.

- Sim, você não ficaria muito legal vestida como aquela menininha. – disse Sara.

- Principalmente se você entrasse com ela na frente da Fleur. – disse Lilian.

- Ainda bem que ela desistiu dessa idéia. – disse Gina.

- Como você conseguiu isso? – perguntou Luna. – Até o aniversário deles ela ainda queria isso.

- Não sei. – disse a caçula Weasley. – Mas isso parece que tem dedo de dragão.

- Posso ter falado que você ia ficar extremamente bonita naquele vestido perto da Gabrielle, e possivelmente ninguém ia tirar o olho de você. Acho que ela não gostou muito, saiu correndo para falar com a irmã. – disse Harry.

- Por que você não fez isso antes? – perguntou Gina.

- Acho que Zeus tem uma namorada ciumenta, que não ia quer que ele ficasse conversando com uma meia Veela que tem uma queda por ele. – disse Odin, chegando perto do grupo e abraçando a namorada.

- Essa sua mania de saber tudo é meio assustadora. – disse Rony.

- Eu não sei tudo, só conheço esse dois há muito tempo. – disse o cavaleiro.

Todos riram e foram para os seus lugares, já que Arthur estava anunciando que iam começar com a cerimônia.

Ela ocorreu tranquilamente e logo todos estavam se divertindo na festa.

Harry e Gina estavam dançando no meio do salão.

- Sabe de uma coisa? Eu não sabia que você dançava. – disse a ruiva. – Por isso não te reconheci no Baile, meu Anjo da Morte.

- Ora, minha diabinha, saber eu continuo não sabendo, mas com você as coisas são diferentes. – respondeu ele. – Na verdade a Lilian me ensinou uns passos antes da sua festa ano passado, só para que eu não pisasse no seu pé.

- Bobo. – disse ela depois de um beijo.

- Aliás, eu só gosto de dançar com você. – disse ele com mais um beijo.

- Eu nunca pensei que Sirius fosse do tipo pai protetor. – disse a ruiva ao ver o animago, chegar perto de Carlinhos e Shade, com uma cara fechada.

- Isso porque ele é pai há uma semana, imagina como seria se ele criasse a menina. – respondeu Harry. – Aposto que ele se transformaria em cachorro e seria um cão de guarda muito atuante.

- Posso até imaginar a cena. – disse ela rindo.

Desta vez quem pegou o buque foi a Mary. Sirius ficou sem saber o que pensar, mas logo tomou uma atitude digna de um Maroto.

Sacou de dentro do bolso uma caixinha e ajoelhando na frente dela oferecendo. Aquele era o anel que ele tinha comprado para pedir a loira em casamento anos antes. 

O aniversário de Gina desta vez foi algo menor, mais íntimo, apenas um jantar para os familiares da ruiva, os Potter, Black, Luna e Neville.

A ruiva estava muito feliz com isso. Todos estavam se divertindo, esquecendo completamente da guerra.

A animação era total. Principalmente por causa dos Marotos, que tentavam mostrar para os gêmeos que eles ainda são amadores.

As duas duplas de encrenqueiros saíram para armar os fogos de artifício que os gêmeos tinham preparados para a ocasião.

Pouco depois, uma coruja marrom entra pela janela, deixa uma carta para Gina e sai sem esperar resposta.

- De quem será? – perguntou Molly.

- Não sei. – disse a ruivinha. – Não tem remetente.

- Cuidado. – disse Hermione.

- Não vejo nada de errado nesta carta. – disse Gui, que já tinha voltado da lua de mel, depois de executar um feitiço de reconhecimento de magia na carta.

Ginevra

Gostaria de felicitar pelo seu aniversário, antes de mais nada.

Sei que parece estranho que eu esteja te escrevendo, depois de afirmar minha opção de abrir mão do contrato mágico. Mas não poderia deixar passar essa data festiva.

Não mudei minha decisão. Fique tranqüila. Principalmente que sei que seu coração já está ocupado.

Fico feliz que você também esteja seguindo com sua vida.

 Mais uma vez Felicidades.

Descendente de Lion.

- Achei que esse cara tinha desistido. – disse George que havia voltado com o irmão para chamar todos.

- Ele desistiu.  – disse Ly. – Mas não perdeu a educação.

- Espero. – disse Fred. – Já nos acostumados com o Porco Espinho.

- Vocês poderiam falar menos bobagem. – disse Rony. – Nem parece que saíram das fraldas.

- Parece que o Roniquinho saiu. – disse Carlinhos.

Lilian olhava tudo aquilo de forma pensativa. Mas todos acabaram esquecendo a carta quando foram lembrados pelos marotos dos fogos.

Na manhã seguinte, Gina e Carlinhos resolveram contar para sua família o fato deles serem Dragões Divinos, e as curiosidades de cada um deles.

Infelizmente não puderam contar com a ajuda dos outros, principalmente Odin e Palas. Molly foi a primeira a aceitar tudo ao olhar para os irmãos. Arthur foi o mais cético, mas acabou se convencendo quando Gina curou uma queimadura que Carlinhos tinha há anos, e ninguém tinha conseguido curar.

Mas o fato de Molly aceitar, não impediu dela ficar mais preocupada ainda com eles envolvidos na guerra.

- Bom Dia, Odin. – Disse Lilian ao ver o moreno chegar. – Vou avisar a Lilian que você já chegou.

- Onde vocês vão hoje? – perguntou Harry demonstrando apenas curiosidade.

- Vou apresentar a minha família pra ela. – disse Odin.

- Isso é um grande passo.

- É, mas foi bem pensado. A Ly achou meio estranho eu conhecer a família dela, e ela não conhecer a minha. Para o resto vamos com calma.

- Sei, até já arrumou uma dimensão especial para isso.

- Você quer realmente discutir isso comigo?

- Acho que sim. – disse ele embaraçado. – Vamos para o meu quarto.

Os dois subiram para o quarto de Harry.

-Bem na verdade, acho que prefiro discutir sobre mim e Gina. – disse Harry. – EU não poderia conversar sobre isso com o Rony, ou outro Weasley, prefiro manter as coisas no nível amigável, sabe como eles são super protetores com relação a Gina.

- Então também não falaremos sobre o meu namoro. –disse Odin com um sorriso.

- Preciso de alguém da minha idade para conversar. Hermione não conta dessa vez, acho melhor falar com um homem. Toda vez que estou sozinho com a Gina, as coisas tendem a sair um pouco do meu controle. E assim acabo ficando pior quando não acontece. Não era assim antes.

- A culpa é toda sua.

- Eu sei. E sei que você pensa assim também, Reflex me contou.

A pergunta estava espantada na cara do cavaleiro, até o citado começou a mexer e chamou sua atenção.

- Ah, o seu reflexo fofoqueiro. Mas continuo afirmando isso. Você ficou muito tempo envenenado. Você vai ter que conviver com isso durante toda a sua vida. Você tem um desejo maior pela Gina, pelo menos apenas por ela. Não se preocupe isso, são informações da Palas. Sabe como ela tem conhecimento maior que todos nós, por ter nascido primeiro e encontrado ELES.

- Então to ferrado. – disse ele desconsolado.

- Nem tanto, você pode ficar no controle da situação. E é só com a Gina.  O grande problema é que você vacilou feio com ela.

- Eu sei. – disse Harry frustrado.

- De tempo ao tempo. – disse Odin.

- O Senhor do Tempo aqui é você.

- O que eu quero dizer é para deixar as coisas irem no ritmo dela, Mostre para ele que você quer mais que isso, Que ela é única, e sempre será a única a ter seu coração. O mais importante é que ela tenha a decisão.

- Mio amore, estou pronta.  – disse Ly entrando no quarto. – espero não ter interrompido nada.

- Já tínhamos acabado. – disse Odin e falando apenas para que Harry ouvisse. – Lembre do que eu disse, Ela manda.