Capítulo 36 – Frustração

Harry e Gina assim que acabaram de tomar o café da manhã, decidiram dar um pequeno passeio pelos jardins antes do início das aulas, eles tinham ficado muito tempo presos na Sala Precisa.

Mas alguém não ficou feliz com isso, resolveu que seria uma excelente oportunidade para atrapalhar. Preparou tudo se direcionou para onde o casal estava.

Seus movimentos foram percebidos pelos amigos deles, que o seguiram.

Harry e Gina estavam voltando para o castelo quando foram interceptados por Malfoy nas portas de entrada.

- Vejo que ganhou a nossa aposta. – disse o loiro jogando um saco de dinheiro para Harry.

- Que? – perguntou Gina.

- Seu namoradinho não contou? – perguntou fingindo surpresa Malfoy. – No antes do primeiro jogo, apostamos que eu conseguiria conquistar a Lilian antes dele te conquistar. Como podemos ver ele ganhou, e recebeu seu prêmio, mil galeões.

- Você fez isso? – perguntou Gina para Harry deixando claro em sua voz que não acreditava no sonserino e que queria devolver a ‘brincadeira’.

- Mais é claro. Eu adoro ver a cara de derrotada da doninha. – disse Harry.

- Você vai gastar esse dinheiro comigo, né? – disse Gina, o que deixou Malfoy furioso.

- Não. – respondeu ele. – Isso será usado em algo bom, como uma doação para um orfanato trouxa, o melhor destino para dinheiro de origem duvidosa. Com você eu gastarei o meu próprio dinheiro.

- Como isso pode ser possível? – perguntou o loiro deixando sua raiva transparecer.

- Você achou que eu ia brigar com Harry assim tão fácil. Eu o conheço e sei que nunca ele iria apostar algo assim, ainda mais com você. – disse Gina, recebendo um sorriso de Harry. – Aliás, nem mesmo sua mãe acreditaria em você. Principalmente que todos sabemos da aposta que você fez com a Lilian.

-Malfoy, acho que isso é seu. – disse Harry jogando o saco de volta para ele.

Ele ficou espantado com isso, mas percebeu que algo estava errado, o cordão que fechava o saco estava na mão do moreno. Mas não conseguiu reagir, e sua armadilha acabou se virando contra ele. A bomba de bosta que ele tinha colocado dentro do saco, explodiu na sua cara.

- Ele ainda acredita que eu ficaria com ele. – disse Ly, com maior cara de nojo.

- Ele sempre sonhou alto. – disse Mione.

O grupo saiu para as aulas rindo da cara melecada do Malfoy.

As coisas forma voltando ao normal, com o passar do tempo. Como a ameaça de Voldemort pareceu não mais atingir a escola, já que até mesmo os outros ataques tinham diminuído. Apenas uma pessoa parecia diferente, Lilian Potter.

A ruiva parecia distante, não ria, não conversava muito, ficava horas na biblioteca, e descontava tudo nos treinos de quadribol. Harry resolveu que era hora de tentar algo.

- O que te incomoda? – perguntou ele para a irmã depois de um treino, no qual ela quase derrubou Rony por três vezes com seus arremessos.

- Nada. – disse a menina.

- Ainda chateada com Odin?

- Isso não é da sua conta. – disse ela de forma grossa.

- É sim. Você é minha irmã e eu me preocupo com você, assim como você se preocupou quando eu estava afastado da Gina.  – disse ele a abraçando. – Desde que despertamos você está assim, meio pra baixo.

- Eu não mudei.

- Não, só parou de demonstrar quem você é. Você já conversou com ele?

- Não, ele não me procura mais. – disse ela triste.

- Você parou de bloqueá-lo?

- Tem uma semana. – disse ela. – Mas como você sabe disso?

- Ele anda conversando com a Gina, para ver como estamos. Assim como você, a Shade o bloqueia e ele fica meu sem jeito de conversar comigo sobre você. Parece que o Deus Nórdico não gosta muito de um gelo. Ainda é pouco tempo, pelo que Palas me disse ele está muito ocupado com o que ele anda fazendo. Ele pode estar apenas vendo seus sonhos, e esperando para conversar com você cara a cara.

- Pode ser. – disse ela abrindo um sorriso meio triste. – Se ele me esperou por duzentos anos, por que eu não posso esperar alguns dias. Pede para Gina avisar, que quero conversar com ele.

- Não.  - respondeu ele de pronto. - Não vou usar minha namorada para dar um recado para outro homem.

- Ciumento. – acusou ela, com um sorriso mais alegre.

- Isso é de família, segundo o Tio Aluado me disse. Use a Isis, uma carta sua terá mais impacto de que ma recado dado por outra pessoa. – disse ela antes de sair correndo do vestiário.

- Será que ela ainda não percebeu que pode aparatar? – o moreno perguntou para ninguém.

Finalmente chegou o último jogo da temporada de quadribol, seria o confronto entre Grifinória e Lufa-Lufa. Também seria ali que se definiria o campeão do torneio. O Time amarelo tinha vencido a Corvinal no ultimo jogo por uma distração da Cho, mas mesmo assim precisaria de uma grande vantagem para tirar o título dos Leões.

- Bem Vindos a última partida de quadribol. – soou na arquibancada a voz de Luna, que com a impossibilidade do narrador oficial, jogar e narrar, ocupava a bancada ao lado do Professor Flitwick.

Harry gostava do estilo de narração de Luna, não que ela pudesse seguir essa carreira, já que ela se perdia algumas vezes e falava algo que algumas pessoas desconfiavam. Mas ele não ligava, ela não era parcial, mesmo se tivesse algum amigo jogando, assim como acontecia neste jogo.

Harry estava voando alto procurando pelo pomo quando Zacarias Smith, o apanhador adversário, se aproximou.

- Veremos finalmente se você é tão bom assim. – disse o menino.

- Você quer saber como capitão ou como apanhador? – perguntou Harry, e sem esperar resposta continuou. – Se for como capitão, meu time está trinta pontos na frente, garantindo a Taça para gente. Como apanhador, estou te distraindo, e até poderia usar uma finta contra você, mas prefiro fazer isso.

Harry, sem que Smith pudesse perceber o que ele falava, ficou de cabeça para baixo em sua vassoura, no exato instante que um balaço passou por ele acertando o rosto de Smith. Pelo barulho e pela quantidade de sangue, tinha quebrado o nariz, e possivelmente outros ossos.

- Você devia prestar mais atenção no jogo. Quem saber assim você não consegue chegar perto de mim.  – disse Harry. – E se eu fosse você tentaria não cair da vassoura.

Harry saiu voando, passando perto de um batedor amarelo, fazendo-o errar a mira e assim não acertar Lilian.

- Pára de brincar e procura o pomo. – disse Gina, brigando com ele.

- Você sabe que eu gosto de ver você voar, e deixar aqueles babões para trás. – disse ele lançado um beijo para a ruiva.

- Não adianta elogiar. – disse ela retribuindo o beijo.

Ele deu mais algumas voltas no campo, antes de partir para cima do pomo, que estava seguindo os movimentos de Rony. Antes permitiu que Zacarias iniciasse uma finta para cima dele, assim afastando ainda mais o adversário dele.

Em um primeiro momento, Rony se assustou com Harry vindo em sua direção, mas resolveu confiar no amigo, e ficou parado.

-Parece que Harry resolveu dar instruções para o Rony, que é o namorado da Hermione. – disse Luna. – Ele desistiu de procurar o pomo junto como o Smith, que mergulhou. Espero que não tenha afetado o cérebro, com aquele balaço.

Harry deu a volta no amigo e agarrou a pequena bola dourada. Novamente a vitória foi comemorada com um beijo em pleno ar, no meio do campo.

Já haviam terminado mais uma reunião da AD, seria a última reunião sobre Oclumencia e Leglimencia, já que por mais incrível que parece eles já se tornaram bons, só necessitando de exercitarem mais.

Ali dentro estavam todos aqueles que sabiam a identidades dos dragões divinos. Com exceção de Carol, todos os outros sabiam. Os quatro decidiram que contariam apenas para Remo e Minerva, além daqueles que estavam na sala precisa durante a revelação. Por causa de Kroll, eles não haviam falado para Dumbledore, mantendo o segredo dentro daquelas paredes.

Mas agora na sala só estavam Harry e Gina, aproveitaram para comemorar a vitória no dia anterior sozinhos.

Gina estava deitada sobre Harry, num sofá que havia aparecido na reunião. Ele já estava com a camisa aberta, onde a ruiva passava as mãos com prazer. Ela adorava o corpo musculoso do namorado.

Harry não queria ficar para trás e começou a desabotoar a camisa dela, começando de baixo. Quando ela percebeu deu um sorrisinho maroto, mas não fez nada para impedir, deixando que ele descobrisse seu sutiã.

Voltaram para o beijo, mais algum tempo. Porém isso já não era o suficiente, ele colocou a mão direita sobre o fecho da peça branca.

Neste momento, Gina ficou um pouco a vergonha e se levantou com um pulo. Ela ajeitou a roupa correndo e com um sorriso malicioso no rosto fez um gesto de não com o dedo.

Ele permaneceu um pouco mais na sala para que seu corpo se recuperasse, depois voltou para a torre, no caminho não quis conversar com ninguém.

Na torre encontrou a ruiva sentada com Sara, Lilian e Mione conversando. Ao perceber a presença do moreno, ela repetiu o gesto final, e continuou a conversar com as meninas.

Harry mais uma vez frustrado, seguiu para seu quarto, onde se encontravam Neville e Rony.

- Que cara é essa? – perguntou o ruivo.

- Rony, faça um favor para você mesmo. Não faça perguntar que você não quer ouvir as respostas. – disse ele pegando uma toalha e seguindo para o banheiro, um banho mais que gelado seria excelente.

- O que ele quis dizer com isso. – disse Rony.

- Acho que tem algo haver com a Gina, então é melhor para os dois não insista. Se for algo diferente ele contará. – disse Neville.

Naquela manhã de sábado, eles resolveram estudar nos jardins. Era belo dia de sol, convidava a todos a fazer o mesmo. Luna e Gina trocavam algumas idéias sobre transfiguração, Neville tinha um livro de Herbologia aberto no colo, Rony e Harry discutiam com Shade sobre DCAT, enquanto Mione e Ly conversavam sobre Runas. Nathy dormia encostada na árvore. Uma pessoa de fora não entenderia como isso poderia acontecer, mas eles conseguiam se entender mesmo no meio daquele caos de vozes e assuntos.

Carol se aproximou meio triste do grupo, a primeira pessoa a percebê-la foi Gina.

- Algum problema, Carol? – perguntou a ruiva.

- Não é bem um problema. – disse ela cabisbaixa. – Meu pai vai ser transferido para uma filial da empresa dele. Vai se mudar para o Brasil. E quer saber se eu quero ir junto com ele.

- E o que você quer? – perguntou Lilian.

- Eu quero ficar perto dele, mas não queria ter que mudar de novo. Aqui eu encontrei pessoas conhecidas, lá eu não sei.

- O Gabriel é de lá. – disse Harry.

- É mesmo. – disse Sara. – escreva para ele.

- Mas é vocês? – perguntou Carol para as meninas.

- Nós queremos o que é melhor pra você. – disse Lilian.

- Nunca impediríamos você de ir. – disse Shade. – Principalmente se for para ficar perto do seu ‘amigo’, principalmente se for parecido com o irmão.

- SARA SMITH BLACK POTTER.  – Disse Lilian. – Já falei para deixar de secar o meu namorado.

- Ruiva ciumenta. – retrucou a morena.

- Vou fazer isso, tenho até o fim do ano para decidir, mesmo que tenha que repetir algumas matérias. Será bom para me adaptar. – disse ela voltando para o castelo.

- Acho que vai ser bom para ela. – disse Hermione. – Aqui, ela sofre um pouco por ter namorado Harry.

- As meninas a isolaram, e os meninos querem tirar a vantagem de tirar a namorada do Harry, mesmo eles já estarem separados. – disse Luna.

- Ela decidirá o que é melhor para ela. – disse Rony.

- Acho que o namoro com a Mione está fazendo bem para você, Rony. – disse Neville rindo da cara do amigo.

Todos riram, enquanto as orelhas de Rony ficavam vermelhas, e este bufava.

Definitivamente tinha algo de errado com os Potter. Eles estavam sentados em ma mesa no Salão Comunal, com livros abertos e pergaminhos espalhados, porém nenhum deles estava realmente prestando atenção no que fazia.

Harry tinha que desenhar um esquema de algum animal para o Hagrid, mas ele nem mesmo se lembrava qual, no seu pergaminho se formava a figura de uma bruxinha que ele queria que estivesse ali. Lilian tinha seu livro de aritmância virado ao contrário, mas seu pensamento estava longe. Assim como Sara que havia parado de fingir que estudava e tinha abaixado a cabeça.

Algo caiu naquele cômodo, fazendo com que Harry despertasse de seu transe e percebesse o que estava fazendo. Olhando para as irmãs, ele notou que não era o único naquela situação.

- Cansei disso. – disse ele chamando atenção das meninas.

- Cansou do que, Pontas? – perguntou Shade levantando a cabeça.

- Disso, nós estamos parecendo três velhos, solteiros, que viram passar a felicidade e não fizeram nada.

- O que você quer dizer com isso? – perguntou Lilian.

- Eu tô aqui sem animo nenhum, só porque a Gina está estudando para os malditos NOMs, nem mesmo sei que dever eu deveria estar fazeno. Você, Ly, tá ai completamente distraída que nem percebeu que seu livro está ao contrário. E a Sara nem mesmo tá fingindo.

- Eu odeio leis mágicas. Nem mesmo despertado eu consigo quebrar. – disse Sara. – e ainda tenho um viking maluco que resolveu virar baba de tratador de dragões e até mesmo as minhas cartas são censuradas.

- A expectativa às vezes é tão boa quanto a surpresa. – disse Harry. - Sei disso por experiência.

-Sei. Você é outro que fica me regulando. – acusou a menina.

- É pra seu bem, maninha. – disse ele.

- Tudo bem. – disse ela conformada. – E você Ly, conseguiu falar com Odin?

- Ainda não. Isis sempre volta com a carta que eu mandei. – disse ela com lágrimas nos olhos. – Acho que ele não quer me ver.

- Deixa de ser boba. – disse Harry. – Vai ver ela não encontrou com ele.

- Mas como? – perguntou Sara. – Uma fênix pode encontrar qualquer pessoa neste mundo.

- Isso se ele estiver neste mundo. – disse Harry.

- Você tem que parar de andar com a Hermione. – disse Ly. – Você fica enrolando para dizer o que descobriu.

- Gina me disse que eles se encontravam em Valhala, que não é definitivamente neste mundo.

- Espero que não esteja com nenhuma daquelas Valquírias metidas a besta com ele. – disse a ruiva.

- Que eu me lembre, depois do Ragnarok, só restaram vivos você, ele e o Fenrir. – disse Sara.

- É isso, Fenrir. Ele sempre está com ele, independente do mundo. Agora ele é uma harpia, Osiris. Ele pode me ajudar.

- Mas como? – perguntou Harry.

- Carol continua a receber cartas do Gabriel por ele, assim se eu mandar a minha carta por ele, com certeza será entregue.

A menina saiu correndo para ver se conseguia falar com a amiga ainda hoje, deixando os dois irmãos para trás.

- Qual é o verdadeiro nome dele? Digo o nome humano que ele é chamado aqui. – perguntou Sara.

- Sabe que eu não sei. Quando encontrei com ele na Romênia, o Carlinhos o chamava de Tupã. E ele nunca se apresentou quando falávamos nos sonhos. Acho que somente Lilian sabe, já que uma vez a Carol veio me perguntar exatamente isso, já que o Gabriel só fala que tem um irmão, mas também não o nomeia.

- Que menino misterioso. – disse ela.

- Acho que é para despistar nossos inimigos. Você sabe que quando sabemos quem somos, eles automaticamente despertam. Deve ser por isso que não sabemos quem é Palas. Mesmo ela aparecendo algumas vezes para nós.

- Concordo com Palas, odeio quando ele desperta primeiro.

Ficaram mais algum tempo em silencio, até que Lilian retornou com enorme sorriso.

- Ela vai me avisar quando receber uma carta dele. – disse ela.

- Não é mais fácil observar Isis, ela fica agitada e some quando Osíris aparece. – disse Harry.

-É mesmo, acho que não tinha reparado, pois também ficava agitada. – disse a ruiva.

- Queria só ver a reação do Tio Tiago, se soubesse disso. – disse Sara se levantando e indo dormir, ela não conseguiria fazer mais nada hoje.