O Anjo De Fogo escrita por Mago Merlin


Capítulo 22
Baile




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Capítulo 22 – Baile

Harry e Gina estavam em uma sala vazia. O moreno estava dando umas lições particulares para a ruiva de transfiguração, que ela tinha pedido por não entender direito a matéria.

- Você tem certeza que não causará problemas para você? – perguntou ela.

- Claro que não. Ainda estamos em horário permitido e estamos estudando. Nem mesmo algumas das regras malucas da Umbrigde nós estamos indo contra, lembra que clube precisava ter três pessoas. – disse ele.

- Nem mesmo com as suas fãs? Ouvi que várias tentam uma chance desta para ficar pertinho de você. Imagina se elas ficam sabendo que você anda dando aulas particulares. Todas tentarão. – disse Gina para ver a reação dele.

- Você realmente acha que elas não tentam isso desde que descobriram que eu falava a verdade no ano passado? E sempre eu as mando perguntar aos professores. Ou falo que tenho um treino de quadribol, como desculpa. –disse ele. - Mas aulas particulares assim só e unicamente para você.

- Que honra. – disse ela. – Mas acho melhor continuarmos. Não quero que a McGonagall fique enchendo o meu saco por não conseguir realizar o feitiço.

Harry demonstrou o feitiço para a ruiva, mas esqueceu das palavras.

- Verbalmente Harry. – disse ela. – Feitiços Não-Verbais só ano que vem.

- Melhor ainda. Demonstra que você realmente aprendeu o feitiço. – disse ele e depois meio que encabulado ele continua. – Eu realmente não consigo mais falar os feitiços, já tentei. Seu irmão ficou me zoando quando eu falei que achava que os feitiços não verbais fossem difíceis, e nem tinha reparado que eu os faço há muito tempo.

- Só você mesmo para fazer isso. Mas pensando bem, não seria você se não fizesse isso, sabe que às vezes você parece mais distraído que a Luna e o Aluado juntos.

- Já reparei, mas se você tentar espalhar isso para frente, pode ter certeza que a minha vingança será maligna.

- Quem sou eu para tentar algo assim. – disse ela com uma cara séria, diferente da cara dos gêmeos, que com certeza iriam fazer algo. – Eu nunca iria querer ser alvo de sua ira.

- Muito bom. Agora tente você o feitiço.

Ela fez o movimento errado de propósito, conforme recomendou Hermione outro dia.

- Eu não estou conseguindo fazer certo. – disse ela com um biquinho.

- Vou mostrar mais uma vez. – disse ele mostrando apenas o movimento. – Agora tente.

Ela novamente errou e pareceu irritada com isso.

- Vamos tentar de outra forma. – disse ele circundando ela.

Ele se posicionou atrás dela, pegou a mão com varinha e a esticou e sua mão esquerda colocou na barriga dela e a puxando contra seu corpo.

 Gina sentiu um arrepio grande quando sentiu suas costas encostaram-se ao peito do moreno.

- Vou te mostrar o movimento, depois você tenta sozinha. – disse ele depois de jogar todo o cabelo dela para o lado oposto ao que ia colocar seu rosto. E ficou vendo aquele pescoço branquinho, sentindo o perfume dela.

 Ele movimentou a mão dela conforme o feitiço. Até que ele percebeu que ela já poderia fazê-lo sozinha.

- Agora e sua vez. – disse ele largando a mão da varinha, mas não se afastou dela.

Ela executou o feitiço não verbalmente como ele tinha proposto e ficou perfeito, mesmo com a concentração dividida.

- Ficou perfeito. – disse ela se virando para encarar Harry. – Obrigado.

Eles ficaram ali se encarando durante alguns instantes. Foram aproximando os rostos. Gina não conseguia tirar parar de olhar para os olhos verdes.

Mas no último instante, antes dela fechar os olhos eles mudam para vermelho assustando a garota. Harry a afasta um pouco e aperta mais uma vez a sua cicatriz, sem se soltar do abraço.

 Eles sabiam o que era. Voldemort.

- O que está acontecendo, Harry? O que Voldemort está fazendo? – perguntou ela preocupada, encostando a cabeça no peito dele, tentando passar sua força para ele.

- Ele está atacando ao Santuário dos Dragões, na Romênia. – Disse ele com dificuldade.

- É lá que está o Carlinhos. – disse Gina desesperada. – Precisamos fazer alguma coisa.

- Vou para lá. – disse Harry ao perceber as intenções do bruxo das trevas. – não dá tempo de chamar aos outros.

Carlinhos estava sofrendo sobre a Cruciatus. Ele e um colega eram os únicos a combater os comensais de forma efetiva, mas ele recebeu a maldição pelas costas e seu amigo estava muito ocupado escapando de algumas maldições da morte para lhe ajudar. Foi quando percebeu um raio vermelho acertar ao comensal que estava mantendo a maldição nele.

Ele sabia que Harry provavelmente apareceria, no momento que viu Voldemort em pessoa comandando o ataque, o que fez vários tratadores de dragões fugir.

- Obrigado, Harry. – disse o ruivo ao perceber a aproximação deste.

- Não me agradeça. Quem fez isso foi ela. – disse Harry apontando para uma pessoa ao seu lado.

- Gina? O que você está fazendo aqui? – disse ele nervoso.

- Salvando a sua vida. E que tal você deixar seu ataque de super-proteção para depois. Agora temos que acabar com esses idiotas.

- Tudo bem. Tupã foi proteger os ninhos, era onde foi a maior parte dos comensais. – disse Carlinhos. – Parece que ele ainda está resistindo.

- Vocês dois vão o ajudar. Voldemort quer os ovos. Eu irei atrás do cara de cobra. – disse Harry.

- Você não pode ir sozinho. – disse Gina. – eu vou com você.

- Nada disso. – disseram o moreno e o ruivo juntos.

- Você vai comigo, eu não quero te perder de vista enquanto você tiver aqui. – disse Carlinhos sozinho desta vez.

- Voldemort quer um espetáculo para minha morte. – disse Harry. – assim ele assusta mais os bruxos e terá mais poder. Ele não tentará me matar aqui.

- Tome cuidado. – disse Gina dando um selinho nele, e saindo contrariada arrastando o irmão que parecia em estado de choque e foi logo explicando. –Não é nada disso que você esta pensando.

 Harry não escutou mais o que ela falava. Já corria para onde ele sentia Tom. Pelo caminho encontrou alguns comensais, mas não perdeu tempo com eles, estuporando a todos.

Quando chegou perto de Voldemort, ele estava lançando um feitiço em BlackMoon, que fez aparecer no pescoço do dragão algo parecido com um colar, em metal e com várias runas.

- Você chegou tarde, Potter. Agora ela está sobre o meu poder. – disse Voldemort se virando para o moreno.

- Queime. - Ele deu a ordem para BlackMoon. E o dragão cuspiu fogo em um prédio que estava ali. – Ali estão os familiares dos tratadores. Você decide: me deixa ir embora e salva a todos, ou tente me impedir e escute a todos gritar de dor e morrerem queimados.

- Nos encontraremos de novo. – disse Harry lançando o feitiço para produzir água para cima do prédio.

 Voldemort lança uma pedra que ele tinha preparado como uma chave de portal sobre o dragão e aparata em seguida.

Harry suspende o feitiço e imediatamente o fogo se apaga. Ele abre a porta e vê que todos estão bem. Ele preferiu não demonstrar seus poderes agora, haveria outros confrontos.

- Potter, Obrigado. – disse Igor Ivanovic, que era praticamente carregado por Carlinhos de tão machucado estava. – Eles tinham um de meus homens sobre a Imperius. Ele entrou aqui e desativou as nossas defesas. Nunca pensei que Você-Sabe-Quem em pessoa fosse atacar. Mas o que ele queria?

- Ele queria montar um exército de Dragões.  Queria os ovos e uma fêmea para chocá-los. Ele descobriu como controlar um deles. – disse Harry. – Ele levou BlackMoon. E os ovos?

- Tupã conseguiu impedir que fossem roubados. – Disse Carlinhos.

- Tupã? – disse Gina que começará a avaliar o moreno para ver se ele não tinha nenhum ferimento.

- É apelido dum tratador de dragões brasileiro. Tupã é o deus Sol dos índios brasileiros. – disse o ruivo. – Ele parece bem um deus. Ele é o único que consegue chegar perto de uma fêmea antes dela entrar no cio, algo semelhante a TPM nas mulheres acontecem com elas. E também consegue chegar perto dos ovos quando a mãe está perto. Por isso ele foi direto para os ovos.

- Bom acho que está na hora de irmos, Gina. Não quero o resto da ordem no meu pé. Nem mesmo a Molly. – disse ele com a indireta para Carlinhos para que não fale da Gina. – Conseguiremos resgatar BlackMoon outro dia.

Os membros da AD estavam todos na Sala Precisa agora. Mas não era mais uma reunião. Eles estavam se preparando para o Baile do Dia das Bruxas. Conforme Harry tinha dito, a sala foi dividida em cabines para que pudessem se arrumar. Nas para as meninas tinha, além de uma poltrona, tinha uma penteadeira, com inúmeros produtos, uma cadeira, um espelho grande, e uma mesinha com comida, preparado pelos elfos.  Já nas cabines para os meninos, tinha uma cama, uma mesa para colocar a fantasia, um espelho de corpo inteiro e a mesa de comidas. Na de Harry ainda tinha um poleiro para Edwiges, ele precisava de uma opinião diferente, mesmo sendo de uma coruja.

- Quando você vai começar a se arrumar. – disse o espelho. – Quero ver o que você comprou, já que você nem ao menos provou.

- Calma. Eu não quero ser o primeiro a chegar, eu me arrumarei em alguns minutos. Posso descansar um pouco antes. As meninas é que demoram demais. – disse Harry.

Harry já tinha lido o livro “Reflexões Profundas. – A Arte dos Espelhos” e tinha descoberto que bruxos poderosos que se sentiam sozinhos geravam em seu reflexo uma espécie de personalidade, uma pessoa com que poderia conversar, muito parecida com a pessoa em questão. Foi nisto que surgiu a lenda do espelho mágico da madrasta da Branca de Neve, ou seja, bruxos que conversavam com espelhos. Esse fato era considerado raro, mas como Harry bem sabe, que alguns poderes as pessoas não divulgam, ou por ser de interesse que ninguém saiba, ou por ser muito estranho, mesmo no mundo bruxo.

Ele não sabia quando tinha adquirido esse dom, já que nunca ligou muito para a aparência. Mas se sentia grato de poder falar com alguém que o entenderia.

- E nem ia adiantar nada ter te mostrado a roupa, eu vou transfigurar tudo, mesmo. - Completou Harry.

- Você tentará descobrir os outros na festa? – perguntou o reflexo.

- Não. Se eu descobrir ao vê-los ou conversar com eles, tudo bem, mas não forçarei nada, muito menos usarei magia para isso.

- Nem mesmo a Gina?

- Nem mesmo ela. Eu deixei bem claro durante esses dias que queria apenas me divertir neste baile. Com ela eu quero algo sério. Ela não acreditaria em mim, se ficássemos hoje. Deixa para depois, não muito depois.

Harry então pegou o livro que falava sobre o Fogo que tinha recolhido de seu cofre para entender o comportamento do fogo, o Embate com Voldemort o fez lembrar-se disso.

No livro dizia que alguns magos tinham afinidade com alguns dos elementos, podendo controlar o elemento dependendo do poder dele, ou simplesmente se sentir confortável perto deste elemento. Sendo isso normalmente hereditário, isso explicaria a facilidade dos Weasley em cima de uma vassoura.

- A festa começa agora. – disse o espelho.

- Então é melhor que eu me arrume. – disse Harry se levantando sem pressa e tirando a roupa.

Ele pegou nas sacolas as roupas que tinha comprado, e as vestiu. Estava com uma calça boca de sino roxo e uma camisa xadrez, estilo cowboy.

- Você não precisa transfigurar nada, você está lindo. – disse o espelho segurando o riso.

- Assim como você. – disse Harry, acabando com a graça do reflexo.

- Então anda logo com isso, uai. – disse emburrado.

Harry pega a varinha e a roupa começa a mudar. A calça muda de forma e cor, ficando justa e preta. A camisa muda para couro e também fica justa e preta, sem mangas. Para fechar o novo visual, botas estilo militar, davam ao moreno um ar de perigo.

- Agora sim, senti firmeza. – disse o espelho.

- Mas ainda não terminei. – disse Harry.

- Você vai esconder estes colares. – disse o reflexo indicando o colar dos centauros e o em forma de raio, que ele tinha pegado no cofre, que estavam aparecendo pela gola.

- O dos centauros eu esconderei. – disse ele tirando e enrolando no braço. – mas o outro eu manterei, ninguém o conhece mesmo.

Ele pega duas colheres na mesa de comida e transfigura em dois braceletes de batalha de ouro e prende nos pulsos escondendo o colar. E também faz surgir duas tiras de couro em seus braços, melhorando o visual.

Ele agora pega a máscara que antes era branca e pequena. Depois da transfiguração ela era dourada e cobria quase todo o rosto, deixando de fora apenas a boca, o queixo e os olhos. Ela não demonstrava nenhum traço do rosto do moreno.

- Você não acha que te reconhecerão pelos olhos?

- Sim, vou tentar uma coisa. – ele encosta a varinha nos seus óculos e depois na máscara. As fendas para os olhos se fecharam por fora, mas por dentro parecia que eram óculos escuros. Ajustou no rosto.

- Perfeito. –disse o moreno.

- Ficou um pouco escuro, mas gostei. – disse o espelho.

- Assim ficará mais difícil reconhecer as pessoas. – disse Harry.

- Mas ainda está faltando algum trem nesta sua fantasia. – disse o espelho.

- Quem disse que eu acabei, Reflex? – perguntou Harry usando o nome que ele tinha dado ao seu próprio reflexo.

- Acaba logo.

Harry então faz aparecer a espada na suas costas e a retira com bainha e tudo. Lança um feitiço ilusório e ela fica parecendo com ossos, acabando com uma caveira. Assim como a bainha que era vermelha, agora é preta, como se sugasse a luz a sua volta. O moreno a prendeu à cintura, deixando a dependurada ao seu lado esquerdo.

Seu cabelo era bem característico e para manter sua identidade desconhecida seria necessário modificá-lo. Com um feitiço simples o fez crescer, e dando graças a Merlin que depois disso o cabelo ficou comportado. Agora eles estavam na altura do ombro do moreno, e a cor era perfeita para a fantasia.

- Falta um último detalhe. – disse alto Harry.

Ele fechou os olhos e se concentrou. Para o que ele queria, a sua varinha não seria útil. Nem mesmo a sua animagia o ajudaria a ter o efeito que ele quer. Aos poucos ele começou a sentir como algo tentando sair de suas costas. A coisa rompeu a camisa dele e foi ganhando forma.

Quando ele abriu os olhos pode ver que tudo tinha dado certo.

Tentando sentir a presença dos outros, Harry percebe que todos já foram para o Salão Principal. E consultando o Mapa do Maroto, percebeu que tinham poucas pessoas ainda nos corredores. Todos quiseram chegar cedo na festa e aproveitar bem.

- Edwiges, como eu estou? – perguntou o moreno acariciando a bela coruja, sua voz estava alterada também.

 Uma leve bicada na mão dele foi a resposta que ele esperava. Ele estava bem.  E aparatou vendo Reflex boquiaberto.

A festa estava animada, Dumbledore tinha contratado uma banda para tocar, infelizmente não pode ser As Esquisitonas, como no Baile de Inverno. Todos tinham seguido as instruções e estavam devidamente fantasiados. Tinham algumas bem originais, com o menino que estava fantasiado de Salgueiro Lutador, assim como tinha as fantasias clássicas, vampiros, lobisomens, jogadores de quadribol. Tinha até um casal fantasiado de Chapeuzinho Vermelho e Lobo Mau.

O diretor manteve as portas principais fechadas, para que ele pudesse ver quando todos entrassem, mas manteve as portas laterais abertas, para quem quisesse sair, dar uma volta nos jardins, ou ter um pouco de privacidade.

Nos poucos segundos entre uma música e outra, as portas do salão se abrem dando passagem a mais um atrasado. Mas pelo barulho da porta se abrindo e da iluminação modificando, todos se viraram para ver quem era.

Emoldurado pela porta entrava um homem, com enormes asas negras nas costas. Um Anjo Negro. Ou melhor, um Anjo da Morte.

Harry ficou satisfeito, quando notou que todos no salão o olhavam admirados. Ainda bem que ele já estava acostumado a todos os olhares voltados para ele.

Começou a circular pela festa. Cumprimentando alguns ali, outros aqui.  Vendo as fantasias. Alguns realmente se esforçaram para que sua identidade fosse desconhecida, outros esqueceram alguns detalhes, como a Cho, que como era a única com origem oriental, e esqueceu-se de disfarçar seus olhos puxados, mesmo vestida de Cleópatra. Outros com certeza queriam que todos soubessem quem era. Como era o caso do Malfoy, que se fantasiou de Salazar Slytherin, mas sua máscara não escondia seu rosto arrogante, nem mesmo fazia questão de disfarçar a voz.

O salão estava diferente neste baile, a maior parte era realmente a pista de dança, havia algumas mesas espalhadas pelas laterais e o fundo do salão. E três mesas grandes. Uma com comida e duas com bebidas.

Harry foi em direção a mesa de bebidas que estava perto da pista de dança. Lá pegou uma garrafa de cerveja amanteigada. E se pôs a beber, quando algo chamou sua atenção, ele viu de relance algo vermelho. “Maldito Vermelho e sua Maldição” – pensou ele.

O moreno se virou para ver melhor o que era. Então ele a viu. Uma mulher vestida de vermelho, um vestido longo, com uma abertura na perna que ia ate metade da coxa. Cabelos negros como o dele, deles saiam dois chifres vermelhos. Levava um rabo pontiagudo, que se integrava perfeitamente ao vestido. Em suas mãos um tridente vermelho, objeto repetido nos brincos, sendo que no esquerdo parecia ter uma gota de sangue dependurada por uma corrente dourada. E os lábios vermelhos sangue. Uma Verdadeira Diabinha, quente como o próprio inferno.

Ela dançava despreocupada pelo salão. Não ligando para ninguém ali.

O Anjo tentou localizar Ly e Shade, para ter certeza de que não era nenhuma das duas. A ruiva estava sentada em uma das mesas, parecia conversar com algumas meninas e a morena estava na outra mesa de bebidas.

Depois disso Harry esqueceu completamente do resto da festa, e ate mesmo de que ele não sabia dançar, foi se aproximando dela. Começou a se mexer no ritmo da música.

Logo já estava dançando ao lado dela. Mais um pouco estava dançando com ela, com uma mão na cintura dela, e uma mão dela em seu peito.

Ele não podia ver seus olhos, parece que ela teve uma idéia parecida e em sua máscara negra, haviam lentes vermelhas em seus olhos.

Outras pessoas tentavam se aproximar dos dois, mas para eles só existia os dois.

- Estou com sede. – disse a diabinha para Harry, com uma voz que ele não reconheceu, depois de mais algumas músicas. – Vamos beber alguma coisa.

- Claro. – respondeu Harry, como também estava com a voz diferente, não foi reconhecido.

Foram para a mesa de bebidas. Ela pegou um drink e ele outra garrafa de cerveja amanteigada.

- Gostei da sua fantasia. – disse ela. – só não consegui entende-la bem.

- Obrigado. A sua também está uma maravilha. Estou fantasiado de Anjo da Morte. Algumas culturas vêm como um ser que captura as almas dos mortos, para levar ao seu destino final. Ou para o paraíso, ou para sua companhia. – respondeu.

- Um anjo, do tipo certinho?

- Não, geralmente eles não seguem as regras normais, tem seu próprio código de honra, mas nunca matam ninguém. Não quer dizer que a visão do próprio não possa causar a morte de muitos, seja por parada cardíaca, ou acidente causado pelo susto. – disse ele.

- Isso quer dizer que você realmente é mau.

- Sim, sou. Mereço ir para o inferno. – disse ele aproximando o rosto, lambendo os lábios.

O beijo aconteceu. Foi quente no começo, com os dois explorando o corpo e a boca um do outro. Mas aos pouco foi mudando, para algo mais calmo e cheio de emoção.

Quando o beijo foi interrompido, ela com um sorriso sedutor nos lábios inchados, disse:

- Vamos voltar para a pista de dança. – e saiu arrastando o moreno para a pista de dança.

Lá os corpos se colaram e as mãos exigentes queriam decorar o que era possível do corpo do companheiro. Harry começou a beijar o pescoço de sua diabinha, e sem perceber deixando ali uma marca.

- Acho que estamos chamando muita atenção, minha diabinha. – disse Harry.

- Mesmo. – respondeu ela. - que tal irmos para um lugar mais sossegado, meu anjinho?

Ele não respondeu nada apenas a levou para uma das portas laterais. E de lá para o saguão de entrada, ele sabia que já tinha muita gente nos jardins naquela hora, e demoraria um pouco para que alguém resolvesse ir embora, principalmente passando pela porta principal.

Ali o amasso foi mais ousado, com as mãos passando por onde ainda não tinha passado, mas mesmo assim respeitando um pouco os limites, nada de mão dentro de roupa, ou partes para fora dela.

Ficaram os dois ali um bom tempo.

- Sabe, isso dá uma fome. – disse Harry. – Que tal irmos comer algo?

- Claro. – disse ela. – Nunca devemos desperdiçar a chance de comermos algo tão bom.

Os dois pegaram um prato e foram pegando algumas coisas e foram se sentar em uma mesa vazia para quatro em um canto.

Foram comendo e comentando sobre as fantasias dos outros. Era um meio de não se denunciar.

- Olha aquele ali, não sei se tentou ser um dementador ou um trouxa pobre de preto. – disse Harry.

- Acho que não conseguiu ser nenhum dos dois. - Respondeu ela.

- Tem razão. – disse ele e pegando um pão com um patê e colocando na frente dela. – você tem que provar isso.

Ela, com um sorriso safado, coloca tudo na boca e acaba por lamber os dedos dele.

- Maravilhoso. – disse ela, e escolhendo algo para ele provar fala. – agora e minha vez. Prove isso.

Ela esticou mão, mas não chegou a chegar perto, alguém segurou sua mão.

- Eu provo. – disse um jogador de quadribol que se sentou na mesa deles, ao lado da Diabinha.

Antes que ele pudesse colocar a comida na boca, Harry tira a bainha do cinto e a coloca na mesa. Em uma cena de clara intimidação.

O menino arregala os olhos e sai correndo.

- Não partilho o que é meu. – disse ele ao perceber o olhar da menina para ele.

- Seu? – perguntou ela.

- Sim, meu. Eu sou bem possessivo e esta noite você é minha e eu sou seu. Ninguém mais na equação. – disse ele recolocando a espada no lugar. – quem quiser me tirar daqui, terá que lutar.

- Possessivo e convencido. – disse ela o oferecendo de novo a comida. – Gostei disso.

Voltaram para a pista de dança depois de passar mais uma vez na mesa de bebidas. E ficaram ali dançando e se beijando, quase até o final da festa.

- Tenho que ir. – disse a menina. – Tenho que tirar a fantasia em um lugar seguro. Não quero que ninguém saiba quem sou eu.

- Tudo bem, eu entendo. – disse ele beijando-a. – Gostei muito desta noite.

- Eu também. –disse ela o beijando.

 Harry não conseguiu falar mais nada, com medo de isso tudo ser apenas um sonho. Pegou mais uma cerveja amanteigada, e ficou esperando um pouco para poder também ir. Ficou vendo ainda alguns casais ali, dançando, já que agora a musica era lenta.

Uma menina ainda tentou se jogar para cima dele, mas como ele não sentiu o mesmo que sentiu ao ver a Diabinha, então a dispensou, mesmo achando ela bem gostosa.

Logo que saiu do salão, aparatou para a sala precisa. Onde trocou de roupa, tirou o feitiço ilusório da espada, devolvendo-a para seu lugar, voltou sua voz e seus cabelos ao normal.

Olhou para o espelho, mas o folgado do Reflex estava dormindo. Aparatando em seguida para perto da torre da Grifinória. A Madame Gorda foi logo abrindo a passagem para ele.

No dormitório encontrou apenas Rony se arrumando para dormir, provavelmente Neville estava com a Luna dançando e Dino e Simas estavam com suas respectivas acompanhantes em algum lugar do castelo, obviamente separados.

- Vejo que sua noite foi boa. – disse Harry apontando para a boca de Harry, que ainda tinha batom.

- Foi, mas sei que a sua também foi boa, Soldadinho de Chumbo. – respondeu ele.

- Como você sabe? – perguntou o ruivo.

- Sua fantasia está em cima da sua cama. – respondeu ele apontando para a fantasia. – Você já se acertou com a bailarina?

- Bem, você viu, espero. Nós ficamos.

- Você pediu ela em namora então?

- Não, ainda não.

- É melhor você fazer isso rapidim. – disse Harry.

- Quem sabe amanhã. – disse Rony jogando a fantasia para o fundo do baú e capotando na cama.

Gesto imitado pelo amigo.

- Preciso falar com você, Harry. É sobre a sua irmã. – disse alguém no sonho de Harry. – Espero que ela já tenha falado com você.

- Pode falar, Cavaleiro-Dragão. - Respondeu Harry.


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