O Anjo De Fogo escrita por Mago Merlin


Capítulo 20
Sonhos




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Capítulo 20 – Sonhos

Pouco depois, Snape voltou com os antídotos que foram prontamente ministrados. Harry parou de se debater, e o suor diminuiu. Madame Promfrey achou melhor mantê-lo desacordado até a manhã, para que faça todo o efeito e ele se cure totalmente.

Lilian e Sara não quiseram sair da enfermaria antes que o moreno estivesse bem, o que foram atendidas pela enfermeira, já que tinha poucos pacientes e com certeza o moreno assim que acordasse perguntaria por elas ou pior sairia atrás delas.

Mione e Gina tiveram que fazer a ronda, aquela noite, decidiram fazer juntas.

- Você está bem? – perguntou Mione para a ruiva.

- Eu estou bem. – respondeu sem muita firmeza.

- Então vou mudar a pergunta.  Como você está se sentindo com o que aconteceu com o Harry?

- O que você quer dizer com isso? – perguntou Gina na defensiva. – Eu estou do mesmo jeito que você. Preocupada. Pode ser coisa de Voldemort.

- Eu sei o que você sente por ele é mais que amizade. Nem adianta vir com essa que já esqueceu, que era somente uma paixonite infantil. Vamos pode ir falando.

- Certo. Eu estou apaixonada por ele. Sim, aquilo foi realmente uma paixonite infantil, que eu superei. Tanto que sai com outros meninos. Mas desde as férias ele tem me tratado de forma diferente, é mais carinhoso e gentil. Ele convenceu a minha mãe a fazer a festa e pagou por ela.

- Não foi um empréstimo? – perguntou a morena.

- Se ele se lembrar de cobrar. Ele fazia tudo mesmo sabendo que eu tinha um namorado.

- Ele não sabia. Ou melhor, achou que você estava brincando com o Rony, quando falou aquilo no trem, a Shade me falou. Mas você sabe que ele demora para entender o que sente.

- Ele não gosta de mim. Ele não me contou que o Dino me traia. – disse a ruiva.

- Ele devia estar achando que você gostava dele, e ele não queria que você sofresse. Você sabe muito bem que ele prefere se sacrificar a ver os outros sofrendo.

- Ele faz uma coisa que me faz odiar, logo depois me faz apaixonar por ele de novo. Não agüento mais isso.

- Nesse momento você o odeia ou está apaixonada?

- Não sei. Ainda tem o fato de que ele me vê como uma de suas irmãs.

- Isso não é verdade. – disse Mione. – Ele nunca disse isso, mas deixa muito claro que me vê como uma, assim como vê também o Rony. Ele sempre te procura pelo salão Principal ou na torre, quando ele entra e você não está junto, ele acha que ninguém percebeu, só por que ninguém comenta. O Rony com certeza nunca reparou.

- Mas mesmo tomado pela Luxúria e não tentou nada comigo, ele me olhou pedindo ajuda, mas nada a mais. Assim como fez com vocês três. Até a Carol ele pegou.

- Não foi bem assim. – disse a Morena encabulada. – Ele tentou. De manhã ele chegou passando a mão em mim e na Sara, e ficou muito irritado quando recusamos. Foi muito difícil resistir.

- Então eu podia ter ajudado ele, mas preferi achar que ele estava assim por vontade própria. – Disse a ruiva desesperada. – Agora que ele vai me odiar. Ele sempre esteve do meu lado, mas quando ele precisa de mim, eu caio fora.

- Se ele gostar de você mesmo como eu acho que gosta, ele não se afastará de você. Mas ele também deve achar que você não gosta dele. Senão já teria tentado algo. Se aproxime dele mais, peça aulas particulares. Sabe ele parece ainda mais poderoso que antes. Se insinue e veja no que dá. Mas seja mais insistente depois do baile. Acho que até lá ele ficará saturado de gente no pé dele.

- Sim, isso é uma boa. Mas agora temos que falar com a McGonagall que sabemos de um suspeito. Aquela Corvinal. Provavelmente a outra pessoa só o Harry pode dizer.

Harry aos poucos foi acordando, sem abrir os olhos foi repassando o que tinha lhe acontecido nos últimos dias. Percebeu logo o motivo de tudo, a poção Capital, ele tinha perdido o controle. Mas porque saiu diferente, ele conseguia se controlar no começo. Provavelmente outra poção tivesse alterado os efeitos.

Por que a Parkison tinha feito isso? Se bem que o segundo bolinho tinha um gosto diferente do primeiro. Será que a Anna Mary tinha tentado uma poção do amor? Isso explica a Luxúria.

Aos poucos foi abrindo os olhos para encarar a realidade, ele pode ter destruído vidas de pessoas que ele gostava. Como ele conseguiria encarar a Carol agora, Mione, Sara e Gina. Pior, como ele conseguiria olhar para Lilian. Ele sabia que a ruiva tinha visto os seus pensamentos. Um descuido tinha destruído a família que ele tinha acabado de formar.

- Veja quem acordou. – disse Lilian feliz ao seu lado. – Como você está maninho?

- Desejando que a maldição da morte de Voldemort tivesse tido efeito. – disse ele olhando para o teto.

- Nunca mais fale isso. – disse Sara com ódio. – Você sabe muito bem que nossas vidas seriam piores se isso tivesse ocorrido.

- Não culpamos você. – disse Lilian serena. – Será que você pode pelo menos olhar pra gente?

Harry então se senta na cama. As meninas vêm que ele perdeu o brilho no olhar.

- Não sei como vocês podem dizer isso. Eu estraguei tudo. Eu vi nos olhos de vocês ontem, decepção. E só me disserem que levo vocês de volta para Itália.

- Deixa de ser melodramático menino. Nós sabemos que a culpa não foi sua, e já te dissemos isso. Não aconteceu nada. – disse Shade. – Se bem que se tivesse acontecido, eu não ia reclamar.

- Sara. – disse horrorizada Ly, enquanto Pontas arregalava os olhos.

- Que foi? Se ele é isso tudo na cama que as meninas falam eu queria muito bem experimentar. – disse Shade maliciosa. – Aliás, não somos irmãos de sangue, ninguém ia achar errado. 

- Conheça alguém que ia achar estranho. – disse Harry voltando ao normal. – Posso perguntar para ele?

- Deixa de ser chato. – disse Shade batendo nele.

- Que bom que você voltou. – disse Ly. – Você se recuperou direito?

- Se você quiser testar a sorte. – disse Pontas batendo as mãos nas coxas.

Lilian não pensou duas vezes e pulou no colo dele, o abraçando.

- Calma. Eu estou bem. – disse ele ao sentir que a menina chorava contra o seu peito.

- Eu tive medo de ter perder. Eu vi a loucura nos seus olhos, ontem. Além da dor.

- Eu perdi o controle. E quase fiz uma lambança. Tentei pedir ajuda, mas fui ignorado. – disse ele com dor.

- Mas como bom herói preferiu se sacrificar. – disse Sara. – Sair daquele jeito da sala da Mimi, foi um ato de coragem.

- Bom deixando isso de lado. O que vocês estão fazendo aqui e não estão na aula?

- Ainda nem é horário do café. – disse Lilian ainda no colo do moreno. – E temos permissão da Mimi para estar aqui.

Alguém entra na enfermaria e caminha até eles.

- Você resiste até mesmo aos antídotos. – disse Snape de forma seca ao ver a ruiva no colo dele. – Chego a achar que você nunca esteve sobre a poção.

- Seboso, se você não tem uma família pra preocupar com você, o problema é seu. Estou apenas conformando a MINHA IRMÃ. – e mudando o tom de voz de agressivo para serio. - Mas obrigado pela poção, eu não tinha conseguido achar algo para neutralizar isso.

- Estranho, você sabia que estava sobre a Capital? Isso é raro. Mas mesmo assim se deixava levar por ela.

- Sim, sabia. Reconheci os sintomas, mas se eu não permitisse que ela atuasse algumas vezes eu enlouqueceria e seria pior. Acho que a poção do amor que me fez perder o controle, no final.

-Sim foi a combinação das duas. E foi isso que te impediu de achar uma solução, nem que eu tivesse te dado a receita você faria a poção de forma correta. – disse o professor impressionado com o menino. – Acho que irei avisar a Minerva que você está curado.

Ele saiu da enfermaria ainda impressionado, pela força de vontade que o garoto tinha. Nunca tinha ouvido falar de alguém que conseguiu controlar a poção nem que fosse por poucos minutos. E ele tinha feito por dias. Caso contrário todas as meninas do colégio iam ter sido afetadas também. E aí teríamos guerra dento do colégio pelo premio Potter.

Pouco depois Marcela acorda e encontra os três irmãos ali conversando. Todos sentados na cama.

- Bom dia. – disse ela meio envergonhada.  Ela tinha ouvido a conversa toda e sabia o que poderia ter acontecido caso não parassem o Harry, sua mãe tinha lhe falado sobre essas coisas.

- Bom dia. Marcela. – disseram os três.

- Como você está hoje, priminha? – Perguntou Sara.

- Estou bem. – disse ela mais tranqüila.

- Posso fazer uma pergunta pessoal? – perguntou Lilian e com o consentimento da menina falou. – Por que você é morena se seus pais são loiros assim como seu irmão?

- Bem, mamãe não é loira. Ela toma uma poção para ficar assim, sabe ela é a caçula e queria ser diferente, meu pai não sabe disso. Quando nasci com os cabelos escuros ele me rejeitou, mas não acredita que minha mãe tenha o traído.

- Oh. – disse a ruiva.

- Não precisa se preocupar com isso. Minha mãe me ama, Draco também. Isso me basta. Agora eu tenho amigos, que não são escolha dele. Não agüentava mais aqueles filinhos de papai que ele me apresentava e dizia que ia me casar com um deles.

Ficaram ali conversando com a menina até que a enfermeira liberou Marcela.

- Ainda quero saber o que aconteceu com os Malfoy. Ela tem roupas boas e novas, enquanto o irmão está todo ferrado. A Narcisa não pode ter levado tudo com ela. – disse Sara.

- Essa é fácil. Os Black nunca confiaram muito nos pretendentes de seus filhos. Sempre que tinha um casamento na família, eles exigiam um contrato mágico, onde estipulava que depois de alguns anos o Chefe da família devia avaliar o casamento e principalmente os interesses da família quanto ao casamento, ou no falecimento do membro da família. Como eles sempre foram muito ricos e sempre tinha alguém que queria dar o golpe do baú. Bem, os contratos de Narcisa, Bellatrix e Andrômeda se encerraram no meio do ano. Como eu sou o herdeiro do último homem a sustentar o Nome Black, eu sou o Chefe da Família. E não é do interesse de minha família que Malfoy e Lestrage financiem Voldemort, portanto eu usei meus direitos de reaver o dinheiro herdado e dado como dote. Claro que tinha um bom dinheiro com cada família depois disso. Narcisa retirou quase tudo do cofre quando fugiu, mas deixou o suficiente para o filho viver na escola, mas este não quis saber disso e gastou quase tudo.

- Ele sabe que você fez isso? – perguntou Ly.

- Deve saber, não é um segredo que eu sou o Herdeiro Black. – disse Harry dando ombros. – Mas acho que está na hora de vocês irem se aprontar para as aulas. E tranqüilizar a todos.

Com um selinho elas saíram e prometeram voltar no almoço, já que o moreno só seria liberado de noite.

Rony apareceu ainda no café, obviamente tinha passado na cozinha e pegado algo para os dois.

- E aí, Harry? Como você está?- perguntou o menino.

- Estou bem. – respondeu o menino sem olhar para o amigo. O que ele tinha feito a Hermione estava em sua mente.

- As meninas não quiseram me contar o que aconteceu com você de verdade. Elas sabem mais que me contaram. – disse o ruivo.

Harry conta para ele com mais detalhes que faria para as meninas, deixando o menino boquiaberto com o que podia ser feito.

- Isso quer dizer que você pegou a Parkison também? – perguntou ele malicioso.

- Apesar dela ser bonita, não peguei ela. Apenas a Diana Walker, aquela amiga da Cho, a Ashley Gautier, da Lufalufa, e uma desconhecida no Três Vassouras. Claro tem os amasso que dei na Parvati ontem antes da aula. – Ele tinha decidido não falar da Carol ou do ‘incidente’ da manhã.

- Menos mal. Imagina se você atacasse alguém da AD, isso ia ficar muito estranho. – disse o Rony.

 Harry ficou sem ter o que falar. Mas foi salvo pela Poppy, que estava ouvindo a conversa. Claro que o moreno já tinha detalhado tudo para ela depois que se viram sozinhos, mas sempre era bom ouvir como se contava a historia para outras pessoas, sempre surgia algo novo. Desta vez foi a ocultação de algumas partes apenas.

Carol aproveitou o intervalo entre as aulas para visitar Harry. Pelo que as meninas tinham contado ele se sentia culpado pela suas atitudes, e com certeza se sentiria mais com ela.

- Oi, Harry.

- Oi, Carol. – disse ele se a olhar.

- Suas irmãs me contaram o que você falou. Não se sinta culpado com o que aconteceu entre a gente. Apesar de ter sido por causa da poção, foi, digamos, inesquecível. Não sou do tipo romântica, sei que essas coisas acontecem entre amigos, algumas vezes. Só não gostaria que você se afastasse de mim por causa disso. Eu sei que não era totalmente você ali, mas quero acreditar que você gosta de mim, como uma amiga, para poder pelo menos me olhar. – disparou ela a falar.

- Você esta certa. Obrigado por me entender. – disse ele. – Você pode se considerar ainda minha amiga.

- Quantas pessoas sabem que nos...? – perguntou ela envergonhada.

- Somente aquelas para quem você contou. Achei que ia ser demais sair espalhando isso.

- Ainda bem, não quero que achem que sou fácil. Sabe essa desculpa da poção não cola muito. – e depois de um suspiro ela volta a falar. – Não há nenhuma chance de eu estar grávida, Madame Promfrey fez todos os exames, mas acho que você tem que ver as outras.

- Não se preocupe com isso. Eu podia estar louco, mas não cheguei a ficar burro. Eu conheço uma poção que evita gravidez, sempre a tomava.

- Por que você não me falou antes. Eu fiquei preocupada.

- Bem, acho que não deu tempo. – disse ele rindo dela que corou violentamente. - Mas me desculpe, achei que não ia se preocupar com isso, as outras não preocuparam.

- Claro, todas querem um filho de Harry Potter. Você é o solteiro mais cobiçado do mundo mágico, acho que mais pela sua herança do que pelos seus olhos verdes. Eu prefiro os olhos. – disse a menina dando um selinho nele e saindo. – E melhor se comportar comigo como se comporta com as suas irmãs, ouviu Potter.

- Pode deixar. – disse o menino com um peso a menos no coração. Falta agora Mione e Gina.

No almoço as meninas foram todas visitar o moreno. Rony se candidatou a pegar comida na cozinha.

- Oi meninas. – disse Harry desta vez sem desviar o olhar. – Mi, quero pedir desculpas, devia ter tentado me controlar mais. Você é como uma irmã pra mim.

- Harry, deixa disso. Você estava envenenado. Não tinha controle sobre isso. –disse a morena o abraçando.

- Eu sabia o que estava acontecendo e devia ter pedido ajuda. – disse ele.

- A poção não deixaria. – disse ela.

- Eu tenho que pedir desculpa por isso. – disse Gina assustando Ly e Shade. – Você me pediu ajuda, mas eu recusei. Achei que você estava fazendo isso consciente.  Devia saber que você não faria isso.

 - Se você me perdoar, eu te perdôo. – disse ele com um sorriso. Ele teve uma manhã inteira para pensar e entendeu a menina.

Harry foi liberado pouco antes do jantar e todos foram lá para acompanhá-lo até o Salão Principal. Todo o salão percebeu a entrada do grupo. Muitos começaram a cochichar as mais mirabolantes hipóteses para o que aconteceu com o apanhador dos Leões.

Na mesa da Sonserina, Malfoy estava espumando de raiva.

- O que aconteceu, Draco? – perguntou Crabbe.

- Não sei como ele consegue. Eu me esforcei para que ele fosse expulso da escola. Roubei a poção dele, mas o idiota tinha outra amostra e nem pegou detenção. Snape parece que tem medo dele agora. Usei a Pansy para ministrar a Capital nele, dizendo que era uma poção do amor. Mas o cabeça dura conseguiu se livrar dessa. Não sei como. Eu estou tentando ajudar o Mestre, mas parece que ele caiu em um caldeirão de Felix Felicis.  – desabou a falar o loiro.

- Então é assim. – disse Parkinson brava. - Me engana, dá em cima da Potter. E fica bravinho por ter dado errado.

- Vai me dizer que você não gostou de dar em cima dele também e ia ficar muito agradecida se realmente fosse uma poção do amor?

- Claro, depois de toda a escola ficar sabendo que meu namorado arrasta asa para a irmã do seu maior inimigo, você queria o que? Ele é o melhor partido da escola, quem sabe da Inglaterra. Ele é muito mais bonito que você, está riquíssimo, aliás, sempre foi, e esse ar de desleixado deixa qualquer mulher doida. E se metade do que dizem dele por ai for verdade, nem quero pensar. – disse ela suspirando e se afastando.

- Eu nunca quis aquela sangue ruim. – disse Malfoy. – Eu fiz isso somente para trazer ela para o nosso lado.

- Não sei mais se estou ao seu lado. – disse a sonserina.

Naquela noite, Firenze analisa as estrelas.

- Hoje bons sonhos serão vistos, mas em alguns dias só teremos os maus. Espero que os avisos sejam ouvidos pelas pessoas certas.

Lilian foi dormir tranqüila, Harry estava bem de novo. Mas não permitiu que nenhuma das duas fosse dormir com ele. Ele ainda não se sentia seguro durante a noite.

Lilian agora estava em uma cabana no alto de montanhas que ela nunca tinha visto. Usava um leve vestido vermelho. Ela achava que estava em um lugar mais quente que a Europa, algo mais próximo da Linha do Equador, era noite e estava bem fresco. As constelações eram diferentes das que elas estava acostumada a ver, tanto ali na Inglaterra e quanto na Itália.

- Buona notte il mio amore. – disse uma voz carinhosa as suas costas. – Não vejo a hora de ter ver pessoalmente, só em sonhos não aquento mais.

Lilian se virou e ficou maravilhada com o que viu. Na sua frente estava parado um homem, ou ela achou que era um, parecia mais um guerreiro, um deus-guerreiro. Ele era mais alto que seu irmão. Ele vestia o que parecia ser uma armadura, que lembrava bem um dragão. Seu rosto estava encoberto pelo elmo em forma da cabeça da besta. Mas podia ver a cor de seus olhos eram castanhos esverdeados como o do seu pai. E seu cabelo descia até metade das costas em um tom de castanho mais escuro, mas não chegando ao negro.

Seu coração palpitava mais forte.

- Quem é você? – quase que essas palavras não saem da boca da ruiva. – E por que diz que me encontra em sonhos?

- Isso ainda não está na hora de saberes, rossa. – disse o guerreiro. – Eu estou sempre te vendo nos meus sonhos, e uma forma de saber se estas bem.  Precisei aparecer para você hoje, para dar um recado. Cuide de seu irmão e de você mesma. Ele possui muitos inimigos, e poderão usar vocês e a quem vocês amam para atingi-lo.

O Guerreiro foi se aproximando e a beijou. Um beijo calmo, mas apaixonado.

- Agora tenho que ir, seus avôs fizeram um trabalho muito bom nos castelo, tenho dias que tento alcançar uma brecha para lhe ver. Tenho pouco tempo, il mio uccellino.

- Quando nos veremos de novo? – perguntou a ruiva mordendo o lábio inferior.

- Poderei visitar seus sonhos, mas temos alguns encontros marcados no mundo real. Mas você só perceberá isso quando eu tiver ido. Vou de dar duas dicas para saber sobre mim. Na primeira vez haverá uma lua por perto, mas uma lua diferente. Na outra uma constelação, uma que é vista daqui, mio giglio. – disse ele apontando para o céu sem sair do abraço.

- Tchau, mio drago. - disse a ruiva.

- Tchau, mio fiamme. – disse o Guerreiro Dragão.

Gina estava aliviada. Harry tinha a entendido. Ela agora esperava que o plano da Mione para conquistar o filhote de maroto desse certo. Foi dormir mais uma vez com a camisa de quadribol que mais parecia um vestido que tinha pegado sem o conhecimento do verdadeiro dono.

Ela estava voando em sua RedQueen pelos terrenos d’A Toca. Ela simplesmente estava se divertindo, nada de treinar. Quando olha para o horizonte ela vê algo que a faz parar. Parecia uma bola de fogo vindo até a sua direção.

Foi se aproximando e a ruiva pode ver que eram na verdade grandes asas flamejantes que batiam. Gina começou a pensar que poderia ser um grande pássaro. Ficou admirando o se aproximar, quando percebeu que na verdade era um homem,ou melhor, um anjo. Um Anjo de Fogo.

Ele parou ainda batendo suas asas para se manter a mesma altura dela. Gina pode perceber os detalhes deste anjo. Ele vestia uma camisa vermelha justa e sem mangas, uma calça também rubra, e descalço. Não conseguia ver seu rosto, ele parecia estar borrado. E seus cabelos, também eram feito de fogo, como suas asas.

Ele foi se aproximando e a pequena Weasley estava sem reação. E o Anjo a beijou. Ela já não estava mais em cima de sua vassoura, estava voando nos braços dele.

De repente ela estava no chão e seu companheiro tinha sumido.

Gina acorda neste instante desesperada, assim como estava no sonho ao se ver sozinha.

Dois dias depois, as meninas ainda suspiravam pelo Harry, mas este decidiu dar um tempo para desta vida.  Agora eles tinham mais uma reunião da AD, com enfoque na animagia.

Harry enfeitiçou a todos e esperou que Minerva o fizesse o mesmo com ele.

Logo Pontas, Ly e Shade ficaram circundados pelas suas auras. E estas começaram a ganhar forma. A da Shade se tornou claramente uma bela loba. Enquanto dos gêmeos eram tigres, mas algumas vezes sua forma alterava sem que ninguém identificasse as outras formas.

Aos poucos os outros começaram a desenvolver suas auras. De Hermione sai uma na cor azul escura, de Rony e Gina vermelhas, a de Neville era amarela, Luna tinha uma azul clara e Carol possuía uma verde oliva. Mas todas sem forma.

Aos poucos puderam ver algumas mudanças nos três Potter, as roupas já estavam fundindo com seus corpos e suas peles já apresentavam pelos. Os três já corriam por ai com quatro patas, mas com poucas mudanças em suas faces. E brincavam como filhotes.

A aura de Hermione começou a ganhar uma forma de ave, mas sem identificação.

Uma explosão mágica fez com que todos parassem e se virassem para a sua origem. Era Gina, sua aura agora era nítida e possuía uma forma notável. Era uma bela égua forte e altiva. Quando a ruiva percebeu sua forma ficou chocada. Era a mesma de seu patrono, e isso a entristeceu.

Harry e Lilian logo desfizeram seus próprios feitiços, o que deixou Minerva espantada, ninguém conseguia se livrar sozinho do feitiço, e voltaram a sua forma original. Liberando a todos.

- Acho que por hoje é só. – disse Harry dispensando a todos. – Gina, quero falar com você.

Quando todos saíram deixando apenas o moreno e a ruiva.

- O que aconteceu? – perguntou ele.

- Você viu, meu patrono e igual a minha forma animaga. – disse ela.

- Isso não significa nada, Foguinho. Seu animal interior é forte o suficiente para ser os dois. O meu Patrono, só é o cervo, porque é a forma do meu pai, aquele que eu tenho como exemplo e proteção, sempre que me sentia sozinho ou triste eu o invocava quando pequeno. E o fato de eu ter outra forma significa que somos apenas pessoas diferentes, apesar de tudo. – disse ele a abraçando.

- Quando você ficou tão sábio? – perguntou a ruiva limpando traços de lágrimas dos olhos.

- Acho que sempre fui. – disse ele sem modéstia.

- Obrigado. – disse ela saindo depois de um selinho.

Antes que Harry saísse, entraram Shade e Ly.

- Ela está bem. Só ficou confusa, por que sua forma animaga e o patrono são parecidos. Ela é uma bela égua enquanto seu patrono é um Azalão. – disse ele saindo.

As duas trocaram um olhar antes de deixarem a sala depois do irmão. Ai tinha coisa, e elas ainda não conseguiam identificar, mas eram muita coincidência nisso.

Era sábado, e como o sol brilhava e era um excelente convite para um passeio nos jardins. Todos estavam se divertindo ali. Harry estava tentando juntar mais aos dois melhores amigos, e Hermione nem mesmo tentou impedir que tirassem um dia de folga.

-Ai, eu peguei o pedaço de bolo e joguei na cara dela. – Shade contava um de seus casos da Itália, fazendo todos rir.

Uma gargalhada fria foi ouvida.

- Vejo que vocês tiveram uma vida divertida. – disse Bellatrix. – Que pena que não será mais assim.

A volta dela havia inúmeros comensais. Os alunos começaram a correr para todos os lados, mesmo os antigos membros da AD. Os únicos que ficaram para combater os comensais era justamente Harry e seus amigos.

O número de comensais era pelo menos cinco vezes maior que eles, mas eles só precisavam resistir até que os professores chegassem.

Harry se viu obrigado a usar seus poderes em um nível que ele não tinha alcançado até aquele momento, mesmo assim não queria usar a sua espada. Ele acabou separado dos amigos, aliás, todos estavam dispersos naquela batalha.

Um grito tirou a concentração de Harry, Lilian estava sobre a maldição da dor. Com um movimento de varinha o comensal foi arremessado contra o Salgueiro Lutador, que não se fez de rogado e rebateu o encapuzado.

Mas esse movimento causou um dano muito maior. Bella esperava justamente isso e lançou um fortíssimo feitiço negro.

Harry se viu envolto em um circulo de Fogo Maldito. Ali dentro seus poderes eram reduzidos e não poderia aparatar para fora, nem usar sua forma animaga.

- Pobre Potter, apanhado pelo fogo. – disse Malfoy que também tinha vindo. – Veja o que fazemos com os sangue ruins e traidores do sangue.

Harry olhou aterrorizado para seus amigos subjugados, inclusive Nathy.

- Olhe para isso, Potter. – disse Bella. Ela virou para Lilian apontando a sua varinha para o coração da ruiva. – Você acaba de encontrar a sua família, mas você não poder ter uma por muito tempo, todos morreram na sua frente de novo.

Outros comensais miravam cada um dele, então com um eles lançaram a maldição da morte.

Harry viu nos olhas da irmã dor e desespero e ficou se perguntando o porquê a trouxe para essa vida.

Mas ao ver todos os seus amigos mortos, algo despertou em seu interior. Uma vontade de vingança acima da que ele já teve até aquele momento.

- Agora é sua vez. – disse Malfoy diretamente para ele. E com um movimento o circulo de fogo foi se fechando e tomando o corpo do moreno.

 Os comensais começaram a rir em jubilo, esperando pelos gritos de agonia do menino, mais isso nunca ocorreu. Em vez de dor o grito foi de ódio. O fogo negro que antes circundava o moreno agora era vermelho sangue, e tomava a forma exata dele.

- Vocês pagaram por isso. Depois será do seu mestre. – disse Harry com uma voz poderosa e antiga.

Ele ergueu a mão e uma rajada de fogo voou em direção ao Malfoy. Este ainda tentou erguer um escudo, mas o fogo simplesmente ignorou o esforço do bruxo e o acertou em cheio. Em poucos segundos só restavam cinzas.

 Um a um os comensais eram atingidos por uma bola de fogo disparado pelo moreno. Até que não sobrou nenhum para contar a historia.

Harry ainda pegando fogo se aproxima dos corpos de seus amigos.

- Me perdoem. – sussurrou o moreno, deixando cair uma lágrima de fogo.

O local onde a lagrima atingiu o solo surgiu um diamante, que seria conhecido como a “Lágrima do Dragão”.

Harry olhou para a entrada do castelo onde os outros alunos estavam agora junto com os professores. O medo e a decepção vistos nos rostos deles, principalmente de Remo, quebraram o que restava do coração do moreno.

Harry aparatou para longe, longe da dor.

Ele aparatou para fora de seu sonho. Percebeu que ainda estava na sua cama e pelos roncos seus amigos ainda estava vivos, mas ele tinha que fazer algo para que esse sonho nunca se torne realidade.

Ele não percebeu que estava nu, sua roupa tinha queimado assim como parte de sua cama. Aparatando em uma clareira na floresta ele invoca sua espada que estava sempre as suas costas, se ajoelhando a crava no chão e diz:

- Eu, Harry Tiago Potter, herdeiro dos grandes de Hogwarts, invoco a Proteção Suprema, A Barreira da Vida, para proteger a todas as criaturas desta propriedade contra todo o mal causado pelos de minha espécie, os humanos.

Um raio cai em cima da espada e desta começa a surgir uma bolha que começa a envolver a tudo, desde o castelo, a floresta e o lago. Tudo que se definia como propriedade de Hogwarts. Uma lágrima cai do olho do moreno, uma lágrima de fogo, como no sonho.

Completamente cansado, aparata diretamente para o quarto de Minerva depois de guardar a espada.

Das sombras da floresta surgem dois centauros. Agouro e Quiron, o líder dos centauros.

- Os humanos sempre serão arrogantes, mesmo aqueles que são nossos amigos. – disse Agouro.

- Pelo contrario, meu jovem. – disse o líder. – Ele fez o mesmo que seu antepassado protegeu a todos nós do maior mal, os próprios humanos. Se ele protegesse contra todos os que querem mal a outra criatura, não haveria mais ninguém nesta floresta. Ele fez o mais certo. E essa barreira durará novamente mais mil anos, como fez Godrico. E como ele seu motivo foi o mesmo, a vontade de manter sua família.

- Como sabe disso tudo?

- Eu estava presente naquela noite. – disse Quiron se abaixando e pegando algo no chão, um diamante. – Foi por isso que ele foi aclamado Amigo dos Centauros.

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Notas finais do capítulo

Como não sou um alquimista ruim, foi traduzir as expressões em italiano para vocês.
*Buona notte il mio amore. = Boa noite, meu amor.
* rossa = ruiva.
* il mio uccellino= minha pequena ave.
* mio giglio.= meu Lírio.
*mio drago = meu dragão.
* mio fiamme = minha chama.
Me desculpem aqueles que acharam que a Lilian ficaria com o Malfoy, mas eu sempre tive outros planos.
E Espero que tenham percebido que o envenenamento de Harry pela Capital e um sinal de Guerra dentro da escola, uma forma de destruí-lo ou debilitá-lo para que Voldemort pudesse atacar.
E sei bem que o começo do Capítulo está meio meloso, mas todos sabemos que Harry e meio melodramático com essas coisa.
Agradeço aos que ainda lêem esta e as minhas outras fics.
Mago Merlin alquimista moderno e aprendiz de escritor.



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