A Luz Por Trás Das Sombras escrita por Mago Merlin


Capítulo 9
Em Casa




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Capítulo 9 – Em Casa.

- MÃE! – gritou ela de saudade e alívio.

- Minha filha. – disse Molly quase não acreditando em seus olhos.

As duas se abraçaram no meio da cozinha. Por melhor que tenha sido o tempo com Harry, eles ainda eram prisioneiros naquela mansão. E estar de novo em casa era um alívio.

E para Molly ter a sua menina novamente em seus braços era o fim de um pesadelo.

- Preciso de sua ajuda. – disse ela se lembrando do moreno inconsciente no sótão.

- Claro que precisa. – disse a matriarca analisando a filha. – Eu devia estar horrorizada com o seu estado, mas a minha felicidade de te ver é maior. Se eu pego esse tal de Anjo do Caos. Olha como ele te deixou.

Gina estava confusa. Como sua mãe sabia que ela estava com Harry. E mais do que ela estava falando, ela foi muito bem tratada por ele.

- Ainda mais se você estiver levando um filho de um comensal. – disse Molly a arrastando pela cozinha até a sala.

Quando ela percebeu o seu reflexo no espelho, que ela entendeu. A ilusão que Harry havia posto nela para enganar Malfoy ainda estava funcionando. Uma coisa era enganar a doninha falante, outra era permitir que sua mãe ficasse preocupada.

- Mãe, eu estou bem. – disse ela, resistindo a mãe, corando pela menção de um filho.

- Bem. Você está péssima. Está pior que o Carlinhos quando teve aquele ataque do dragão enlouquecido.

- Isso é uma ilusão. Era pra enganar os comensais.

Gina se concentrou, e se lembrou das explicações de Harry sobre a magia sem varinha. Então ela sentiu a magia atuando em seu corpo.

Molly viu as mudanças na filha. O cabelo ficando arrumado, ganhando o peso de volta, os ferimentos sumindo. E até mesmo ela estava maquiada. A menina havia encontrado um kit de maquiagem velho, mas que serviria para dar uma boa aparência. Mas que se perdeu na pressa para curar o namorado.

- Como? – perguntou Molly.

- Não sofri nada mais que ameaças.  – disse ela. – E isso era um disfarce para ajudar na fuga.

- Eu perguntei da magia sem varinha. Já que com certeza, eles pegaram a sua.

- Eu estou a minha varinha. – disse Gina, mostrando a para mãe. – Mas magia sem varinha é fácil, você mesma já fez várias enquanto cozinha, mas nunca reparou.

Molly então abraçou a filha, desta vez deixando a emoção tomar conta em chorando.

- Já acabou. – disse Gina consolando a mãe.

Depois que ela se recuperou, Molly perguntou.

- E como você escapou?

- Um amigo me ajudou. – disse Gina, imaginando que seria melhor ir contando as coisas aos poucos. – Ele quem precisa de ajuda agora. Foi ferido.

- Onde ele está? – perguntou Molly preocupada com o amigo da filha. Qualquer um que tenha se arriscado pela menina era bem visto por ela.

- Ele está no sótão. Não sabia quem estava em casa, e como reagiriam.

- Gui está com a Fleur, Carlinhos na Romênia, Percy morando em Londres, assim como os Gêmeos, Rony tinha ido passar o dia com Mione, mas com o ataque deve permanecer por lá para ajudar a menina, caso algo aconteça. Seu pai foi convocado para arrumar as coisas, já que eles atacaram uma cidade trouxa. Você ficou sabendo do ataque?

- Sim. Usamos ele para facilitar nossa fuga. – disse Gina parando na porta do sótão. – Mãe, por favor, lembre que ele salvou a minha vida.

Molly não entendeu o pedido da filha, era obvio que ela ia cuidar do rapaz. Não havia necessidade disso.

Quando a porta foi aberta, não era possível ver nada de diferente. Exceto que o vampiro estava quieto num canto. O colchão com Harry acabou ficando escondido em um canto. O que fez Gina se sentir um pouco mais confortável, seria preciso entrar no cômodo para vê-lo.

A ruiva mais velha ofegou ao ver o menino deitado. De alguma forma ela sabia que não passava de um menino mesmo, pouco mais velho que Gina. Ele estava com a cabeça virada para o outro lado, não permitindo que seu rosto fosse visto.

- Como isso aconteceu? – perguntou Molly.

- Tivemos que criar uma situação que evitasse que nos procurassem. Para os comensais estamos mortos.

- Que situação foi essa? – perguntou Molly preocupada.

- Ele foi atingido pelo Fogo Maldito. – disse Gina.

- E ainda está vivo? – Molly agora estava impressionada, e mais preocupada. – Essas queimaduras são graves, não é a toa que ele está desmaiado. Vamos precisar de muito...

Mas o que precisamente ela ia precisar, Gina não soube. Molly acabou reparando na pequena peça dourada que Gina largou no chão. E fez a associação imediata, máscara dourada e Anjo do Caos.

- Se afaste, Gina. Ele é perigoso. – disse ela com a varinha na mão apontada para Harry, colocando Gina a suas costas.

- Mãe, você não está entendendo, ele salvou a minha vida. – disse Gina tentando se livrar do aperto da mãe.

- Ele é o Anjo do Caos, o pior seguidor de Você-sabe-quem. Ele é um assassino.

- Eu sei quem ele é. – Disse Gina irritada, mesmo sabendo que seria essa a reação de qualquer um. – Posso te dizer que metade do que falam dele é mentira e o resto e exagero. Veja a mim, estou tão bem como se estivesse na escola.

- Quem te contou isso? Ele? Vai ver que ele queria que você acreditasse nisso. Para poder te usar.

Gina hesitou. Isso não tinha passado pela sua cabeça. Mas os confrontos com os Comensais não pareciam ser fingimento, nem mesmo seus beijos. E como ele poderia ter arrumado todo o time das Harpias para enganá-la. Até mesmo os seguranças do estádio.

- Mãe, olha isso. – disse ela retirando uma foto do bolso. Era uma em que ela estava com todo o time. – Ele me levou para o jogo das Harpias, me apresentou ao time todo, todas as meninas o viam como um amigo. Não como o vilão. Ninguém pode ser tão bom ator assim.

Molly sabia que a sua menina era uma fã do único time completamente feminino de quadribol. E conseguir entrar no vestiário era quase impossível. Ainda mais para alguém que deveria estar presa. Na foto ninguém parecia estar enfeitiçada. Estavam todos felizes.

- Vocês estão namorando? – perguntou Molly ao contestar que Gina saíra de seu aperto e acariciava o cabelo do moreno.

Gina corou antes responder.

- Sim. Mas sem possibilidade de filhos. Ele era do exército do mal, mas foi criado por outras pessoas, não pelos comensais.

Molly decidiu que conheceria o menino antes para depois tomar uma atitude. Ela convocou sua caixinha de poções. Sem perceber, não usou a varinha. Recebendo um olhar de Gina que dizia claramente “Eu te disse”.

- Não é hora pra isso. – disse e pegou uma pomada para passar nas costas dele. – Estranho que a tatuagem não queimou.

- Seria uma pena. – disse Gina, com um suspiro. – Ela é tão bonita.

Molly podia ver que a filha estava realmente apaixonada, ela não tinha reagido assim aos outros namorados. Esperava que o menino fosse o que Gina falava, pois já gostava dele, e não queria que houvesse nenhuma decepção, nem dela, nem da sua caçula.

- Nós vimos a Sam saindo daqui. – disse Gina, enquanto sua mãe espalhava a pomada nas costas dele, e ela podia sentir que, mesmo inconsciente, Harry se sentia aliviado.

- Ela e Lílian estiveram aqui. Sam tem ficado aqui por alguns dias, enquanto os pais trabalham ou precisam sair. Lílian vem me ajudado a lidar com a sua ausência. É uma mulher forte. Mas não fica a toda hora me lembrando disso. Me disse que é melhor manter se ocupada, em vez de cair na melancolia. E também teve o ataque, acho que ela não ia aguentar esperar em casa.

- Foi isso que ele fez pra mim.  – disse Gina, amaldiçoando a sorte deles, se Harry tivesse visto a mãe, tudo seria mais fácil.

- Ele vai precisar descansar. – disse Molly guardando suas poções. – Seu pai deve estar chegando. Vou preparar o jantar dele. E o de vocês. Quando seu Anjo acordar, leve para seu quarto, e mais seguro e higiênico que aqui, e desça para que seu pai possa vê-la. Enquanto ele se recupera, melhor ninguém ficar sabendo que ele está aqui.

- Pode deixar. – disse Gina, e assim que a mãe saiu falou para Harry. – Estamos em casa.

Harry acordou alguns minutos depois.

- Onde estamos?  – perguntou ele ao ver Gina.

 - Na minha casa, mais precisamente no sótão.

Ele tentou se levantar e percebeu que as feridas nas costas estavam menos doloridas.

- Calma. – disse Gina o ajudando a sentar. – Minha mãe passou algo ai nas suas costas para tratar. Se fosse queimadura normal acho que já teria passado, mas queimadura como essa vai demorar um pouco. Sorte a sua que Carlinhos teve seus incidentes com seus bichinhos.

- Não sei se agradeço, ou mando ele tomar mais cuidado. – disse Harry.

- Os dois. – disse Gina. – Agora, mamãe mandou a gente ir para meu quarto.

- Sim, seu vampiro está com medo de mim. E se ele não fizer barulho, vão desconfiar.

Harry conseguiu ficar em pé sem problemas, e por isso deu a mão para Gina. Não queria que ela se sentisse ignorada, mas não podia deixar que ela tentasse passar o braço pelas suas costas. Elas estavam melhores, mas ainda era um ferimento em recuperação.

A única preocupação de Gina com o quarto era a cama. Sabia que ele não se importaria com a decoração mais feminina, nem com seus bichinhos de pelúcia. Mas a cama era pequena, e ela não poderia deixar que ele dormisse no chão.

Harry cuidou disso para ela. Assim que eles entraram, o quarto pareceu crescer, e a cama com certeza o fez. Agora estava do tamanho da cama que eles dividiram nos últimos dias.

Ela olhou feio para ele.

- Você não devia gastar sua energia. – disse ela.

- Não é um pouquinho de dor que vai me impedir de fazer magia. – disse ele. – Eu aprendi a lutar mesmo ferido. E sempre que estava com Voldemort, tinha dor de cabeça.

- Mesmo assim. – disse ela. – Era só me falar que eu fazia isso.

- Desculpe, foi instintivo. – disse ele.

Gina sabia que ele cresceu aprendendo a se virar, sem ninguém para pedir ajuda. Por isso parou o sermão. Mas com certeza ia mudar isso.

Assim que Harry caiu na cama, com as costas para cima. Um barulho de aparatação foi ouvido.

- Meu pai chegou. – disse ela. – Vou avisar que estou salva. Depois vou trazer algo pra você comer. Não seria bom, você chamar o Dobby?

- Não, ele vai ficar mais preocupado se me ver assim. Quando Edwiges aparecer eu mando uma carta para a fazenda.

Mesmo achando melhor chamar o elfo, Gina desce para encontrar o pai.

Pouco depois que Gina fechou a porta do quarto, indicando que o menino estava acordado. Molly escuta alguém desaparatando no quintal. Era Arthur.

- Você voltou rápido. – disse Molly.

- A Ordem apareceu rápido no ataque. – disse ele. – Já sabiam que teria um ataque, só não sabiam onde. Quando chegou a primeira notícia, todos foram rapidamente. A batalha durou pouco e não houve muitos danos. Quem vai ter mais trabalho e o pessoal responsável por alterar as memórias.

- E os meninos? – perguntou ela preocupada.

- Gideon e Fabian estão bem.  – disse ele, pensou sem coragem de revelar que Fred e Jorge também. – Não houve mortes desta vez, só alguns feridos, mas nada grave. Algo fez eles recuarem. Mas não acredito que tenha sido o fato do Tiago tê-lo combatido.

- Não. Foi uma fuga de prisioneiros. – disse Gina das escadas.

- GINA! – berrou ele, correndo na direção da ruiva.

Assim como aconteceu com a mãe, Gina ficou algum tempo abraçada ao pai.

- Como você fugiu? – perguntou ele.

- Criamos uma distração e uma simulação de nossa morte. – disse ela, feliz por não estar ‘machucada’. Seu pai não seria tão brando como a mãe se a visse daquele jeito. Com certeza não conseguiria segurar o pai.

- Alguém te ajudou? – perguntou ele.

- Pode se dizer que foi meu anjo. – disse ela, sem mentir, mas sem revelar nada.

- Espera todos ficarem sabendo que você voltou. – disse Arthur alegre por ver sua filha bem.

- Será que dava para limitar o todos. – disse Gina. – Tem um espião dentro da Ordem. Eu sei da Ordem, era um assunto comum lá.

- Bom, acho que posso contar para seus irmãos. Mione, Sam que são suas amigas. – disse ele.

- Mas lembre eles de manter segredo.


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