A Luz Por Trás Das Sombras escrita por Mago Merlin


Capítulo 7
Sentimentos




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Capítulo 7 – Sentimentos

Harry estava novamente naquele jardim. Já fazia alguns dias que não o visitava em seus sonhos. Sempre tentou imaginar porque era sempre ali, mas nunca conseguiu descobrir, nem mesmo onde ficava.

- Harry.  – disse uma ruiva pulando no pescoço dele.

- Também senti sua falta Sammy. – disse ele depositando um beijo no topo da cabeça dela.

- Você está diferente.  – disse ela, olhando para ele.

- Impressão sua. – retrucou.

- Pode ir contando. – disse ela com as mãos na cintura. – Eu quero saber.

- Eu conheci uma garota. – disse ele, e quando a menina começou a dar pulinhos no lugar ele tratou de explicar. – Não temos nada, ainda. Sabe quando você olha para alguém e sente uma ligação. E o que estou sentindo, mas é diferente de tudo o que já senti.

- Sei como se sente. – disse ela com um semblante sonhador. – E como ela é?

- Consegui o feitiço que você pediu. – desconversou ele.

Sam sabia muito bem que o irmão não gostava de discutir essas coisas. Já foi um milagre ele ter contado sobre o fato de conhecer a menina. Por isso a menina nunca mencionou que eles eram irmãos. Desde pequeno Harry se dizia sozinho, e ela não queria que ele ficasse zangado com ela. Da última vez passaram meses sem conversar.

- Me mostra então. – disse ela aceitando a mudança de assunto.

Ele ergueu a mão, com a palma virada para cima. De onde surgiu uma chama. Aos poucos a chama foi ganhando forma. Um grifo se formou na mão dele, e logo saiu pelos ares voando, sempre crescendo, até atingir a altura de um grifo normal.

- Uau. – disse a ruiva. – dá pra acertar inúmeros inimigos de uma só vez. Mas não atinge nossos amigos também, não?

- Somente aqueles que são seus inimigos são afetados. – respondeu ele, fazendo o animal chegar perto da menina. – Os amigos não sentiram nada, isso se não for um espião. Ou estiver com alguma má intenção com você.

Ela acariciou a juba do grifo e não se queimou.

Logo ele passou os conceitos para ela. E pouco depois viu Samanta conjurar um grifo também. Uma fêmea desta vez.

- Parabéns Sammy. – disse ele com orgulho, antes de acordar.

Gina acordou feliz. Desta vez ela sabia bem onde estava. Isso não a preocupou como deveria. Sabia que enquanto estivesse com Harry estaria segura.

E pensando no moreno, ela sentiu que estava se apaixonando por ele. Era uma coisa diferente do que sentiu por qualquer outro menino.

Foi quando ela percebeu que seu travesseiro, além de ter o cheiro que ela adorava, estava se mexendo, para cima e para baixo, ritmicamente.

- Parabéns Sammy. – ela ouviu com um sussurro que a fez congelar e corar.

- Não sei o porquê dessa reação. – disse Harry. – Faz três dias que basta você dormir que rola para o meu lado e me abraça.

- Mentira. – disse ela, erguendo o corpo para encará-lo e constatar que realmente havia passado da metade da cama e estava quase que por inteira sobre ele.

- É a verdade. – disse ele. – não que eu esteja reclamando. Pelo contrário.

- O que você quer dizer com isso? – perguntou ela.

- Isso. – disse ele a puxando para um beijo.

O beijo não foi extremamente quente, mas passou muitas emoções.

Quando se afastaram ficaram se encarando por alguns segundos, com grandes sorrisos nos lábios inchados.

- Ainda não entendi. – disse Gina. – Pode me explicar de novo.

Eles permaneceram namorando na cama por mais algum tempo. Nem repararam quando Dobby apareceu para entregar o café da manhã para eles. O elfo saiu dali muito satisfeito por seu mestre e a menina dele.

Os dois só se separaram quando ouviram um estomago roncando. Ou os dois.

- Quem é Sammy? – perguntou Gina com um pouco de ciúmes e de curiosidade.

Harry pensou antes de responder. Se ele fosse como os comensais, mentiria. Mas como ele é diferente deles, e queria realmente estar com a ruiva disse a verdade.

- É uma menina que aparece nos meus sonhos. – disse ele. – Sempre pensei nela como uma válvula de escape, uma amiga, alguém que eu pudesse conversar, brincar, ajudar, crescer comigo. Michelle disse que era minha amiga imaginária, coisa comum para crianças. Apesar dela aparecer nos meus sonhos, e não sermos mais crianças.

- Como você se sente com relação a ela? – agora era puro ciúme que moveu a ruiva.

- Não o mesmo que sinto por você. – Ele tentou tranquiliza-la. – Se fosse para ter uma irmã seria ela.

Foi neste momento que Gina fez a ligação Harry-Sonhos-Sammy (ou Sam). Será possível que ele fosse o irmão de sua amiga? Tudo indicava que sim. Ele era filho de pessoas que desafiavam Voldemort, desde pequeno estava ali. Sabia que Harry Potter fora sequestrado antes do nascimento de Sam. E não usava varinha para fazer magia, assim como Sam mostrou alguns dias atrás. Mas podia ser tudo coincidência, e era melhor não revelar suas suspeitas para o moreno, para não criar uma esperança que poderia ser falsa.

- Se for assim, não corro o risco. – disse ela.

- Nenhum. - disse ele.

Harry entrou em um dilema. Se queria ficar com Gina pelo resto da vida, ele precisaria treinar a menina. Não sabia como as pessoas reagiriam a ele. Se somente veriam o Anjo do Caos ou se poderia viver normalmente sem a máscara dourada.

Então eles estavam na sala de treinamento. Harry acabou de explicar sobre como ele se sentia quando realizava magia.

- É isso? Sem raiva, felicidade? Sem nada? – perguntou a ruiva. – É só querer que algo aconteça e forçar a magia para lá.

- Bom, é o que faço. E também não adianta ter uma varinha na mão se não quiser usar. Ela se torna apenas um pedaço de madeira. – disse ele. – Tente levitar essa pena.

- Mas isso é coisa do primeiro ano. – reclamou ela com um beicinho que quase o convenceu.

- Temos que começar aos poucos. Depois que começar vai ser mais fácil para você que foi pra mim, você já sabe magia. Só precisa aprender a manifestar de forma diferente.

Ela tentou por uns minutos.

- É muito difícil. – disse ela.

- Se fosse fácil todos conseguiriam e ninguém teria uma varinha, ou outro objeto mágico.

Ela tentou novamente, e notou que a pena tremeu, apesar de não sair do lugar. Ela olhou para seu ‘professor’.

- Eu não fiz nada. – disse ele erguendo as mãos. – Foi você.

- Mesmo? – perguntou ela.

- Mesmo. E merece uma recompensa. – disse ele a puxando para um beijo.

Meio aérea, Gina fez com que a pena fosse para sua mão. E ficou passando-a pelo queixo. Até que percebeu o que fazia.

- AHHHH!!!!!!!!- berrou ela.

- Depois fala que é difícil. – disse ele. – Precisa só relaxar.

Depois disso, ele ensinou feitiços de ataque e defesa que só era possível sem varinha, bom pelo menos ele acha isso, já que ele era o único que conseguia. Sempre ganhava uma recompensa quando conseguia realizar a tarefa dada.

- Agora um feitiço que a Sammy me pediu. – disse ele para ver a reação dela, mas nem um olhar atravessado ele conseguiu.

O grifo de fogo saiu pelo ar. E depois ele descreveu as coisas como Harry havia feito para a outra ruiva.

Gina demorou um pouco para conseguir esse feitiço, que era muito avançado, e ela tinha pouca prática com feitiços sem varinha. Mas não demorou muito para um anjo sair voando para fazer companhia para o grifo.

- Não era para ser um grifo também? – perguntou ela envergonhada pela similaridade do seu feitiço com a forma “maligna” de Harry. Se bem que um grifo não seria muito diferente. Mas pelo menos era algo semelhante ao feitiço original.

- Nunca pensei em fazer um grifo na verdade, só algo que voa. – disse ele. – Cada um tem sua própria forma, como um patrono ou animagia.

- Onde o Rabicho se meteu? – perguntou Tiago entrando com a panela na copa da casa.

- Deve estar em algum buraco.  – disse Sirius.

- Sinceramente, não sei como ele pode ser amigo de vocês. – disse Lilian.

- Nunca entendi isso. – disse Remo. – Tudo bem que ele dividia o quarto com a gente, mas ele era diferente.

- Lembra que avisamos para ele que era perigoso virar um animago, mas ele não ligou. Disse que queria ser igual a gente. – disse Tiago.

- Mesmo assim tivemos que ajudar. – disse Sirius, abrindo o vinho. – Podia ser legal ter alguém babando nosso ovo no colégio. Mas nós mudamos. Ele ainda é o gordinho que anda com os Marotos.

Assim que terminaram de se servir o assunto morreu, pelo menos Rabicho não foi mais citado. Eles passaram o jantar relembrando coisas da época de Hogwarts.

- Vocês deviam aproveitar que Samanta não está em casa. – disse Sirius com um sorriso malicioso. – Mas cuidado para não fazer outro Potter. Já temos de mais.

- Não se preocupe com isso. – disse Tiago.

- Ela está com a Molly? – perguntou Remo, recebendo a confirmação de Lilian. – Alguma notícia da Gina?

- Só que ela está no poder do Anjo do Caos. – disse Tiago.

- Isso é uma péssima noticia, então. – disse Sirius. – Ele é o pior deles.

- Não necessariamente. – disse Tiago.

- Como não? – perguntou Sirius com raiva. – Foi ele quem matou a Emmy.

Todos se espantaram com a fúria do Maroto. Emmeline Vance era noiva de Sirius, depois de anos de enrolação, quando foi capturada pelo Anjo do Caos em uma missão, depois de ser atingida por três maldições de diferentes comensais. Testemunhas afirmam que ele a pegou no colo e desapareceu do lugar. Isso tem dois anos.

- Fique calmo, Almofadinhas. – disse Tiago.

- O Ti só disse algo que Sam falou. – Lilian tentou acalmar o amigo. – Ninguém nunca viu o Anjo do Caos fazer nada de tão mal assim. Em combates com a Ordem ou com aurores, ele nunca lançou uma maldição. Me parece que somente os mais agressivos com ele são combatidos, o restante acaba petrificado.

- Mas nunca se encontrou o corpo de nenhuma vítima dele. – disse Remo.

- E se não houver corpo? – perguntou Tiago. – E se todos estiverem vivos ainda?

- A Emmy não me abandonaria. – disse Sirius. – Se for ela ainda é prisioneira deste monstro.

- Ele não é um monstro. – disse Lilian, agora ela estava com raiva. – Ele é um menino que foi criado no meio dos comensais. Eu acredito que mesmo assim ele pode ser alguém que esteja nos ajudando. Ele pode ser o dono da coruja branca que nos avisa dos planos de Voldemort. Nunca conseguimos localizar seu dono, e se ele está no esconderijo dos comensais?

- Só você vê essa coruja, Lilian. – disse Sirius.

- Existe um espião entre nós. – disse Tiago a defendendo. – quem manda a coruja deve saber disso, e escolheu alguém que não alertaria qualquer um para isso. Várias vítimas de ataques frustrados disseram que foram alertadas por essa coruja. Sabemos que comensais que tiveram suspeitas de serem nossos espiões foram mortos, mas nenhum espião mesmo morreu.

- Duvido que possa ser o Anjo do Caos. – disse Sirius.

Lilian se levantou tempestivamente da sala e subiu para o quarto, sem antes lançar um olhar mortal para o amigo.

- Sirius, você tem que pensar no lado da Lily. – disse Tiago, enquanto Sirius o olhava espantado pela reação da ruiva. – Podia ser Sam no lugar da Gina, e nós não conseguiríamos viver com mais um filho desaparecido.

- Mas ela não precisa defender o maldito.  – disse Sirius, recebendo mais um olhar mortal, desta vez de Tiago.

- Eu vou contar algo para vocês, mas peço que jurem não contar para ninguém mais, nem mesmo Dumbledore, Rabicho ou Tonks. – disse o moreno de óculos.

- Juro Solenemente. – disse Remo. – Sei que Tonks vai me entender.

- Juro Solenemente. – disse Sirius contrariado.

- Suspeitamos que o Anjo do Caos possa ser Harry. – disse Tiago.

- Como assim? – perguntou o lobisomem. – Isso já está longe de mais.

- Um garoto que aparece do nada, mais poderoso que qualquer outro comensal. Com idade próxima. Deve ter um motivo para que ele use uma máscara.

- Vai ver ele é feio para caramba. – disse Sirius.

- Ou conhecido. – disse Remo. – Todos falavam que Harry era parecido com Tiago quando pequeno. E se ele continuar parecido? Perdemos metade de nossa esperança quando Harry sumiu, mas Voldemort iria colocar o corpo dele em exposição para mostrar o poder, mas nenhum comensal capturado diz ter visto a execução. Ele pode estar vivo sim.


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