A Luz Por Trás Das Sombras escrita por Mago Merlin


Capítulo 3
Cruel.




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Capítulo 3 – Cruel.

Dumbledore passou o resto do dia providenciando o retorno dos alunos a suas casas. Foi uma decisão difícil para ele, mas sabia que era o certo.

Sempre suspeitou que Tom Riddle quisesse a escola para ele, desde que tentou a vaga para professor de Defesa contra as Artes das Trevas, que ironicamente era usada para combatê-lo agora. E esse ataque a Hogsmeade era o sinal claro de que não demoraria para tentar invadir o castelo e ele não poderia colocar a vida dos alunos em risco.

Além disso, mandou que os membros da ordem investigassem sobre o ataque e esse suposto sequestro da menina Weasley.

Tiago foi para o vilarejo tentar encontrar alguma testemunha confiável, além de investigar o próprio ataque e sobre o Anjo do Caos.

Sirius juntamente com Mundungo estava em uma missão pelo submundo da magia. Qualquer informação era valiosa.

Alice, Frank, Quim e Tonks foram enviados a Azkaban para interrogar os comensais capturados, o objetivo era o Anjo do Caos.

Lílian, Remo e os outros professores conversavam com os alunos para buscarem informações. Apesar de suspeitarem que eram de pouca confiabilidade pelo pânico que os acometeu.

A Pedro foi confiada a missão de averiguar as passagens secretas do castelo. Enquanto Hagrid verificava a floresta proibida.

Logo Tiago, Sirius, Remo, Lílian e Tonks estavam em reunião com o diretor.

- Nada confiável entre os alunos. – disse Remo. – Poucos viram algo, muitos inventaram alguma coisa. Alguns juram que viram dementadores. E os poucos que parece se lembrar de algo falam somente que a viram acertando um comensal.

- Historia bem parecida com a contada em Hogsmeade. – disse Tiago. – Apesar de que alguns afirmam terem visto ela reagindo, mas por conta de serem muitos comensais, ela acabou desarmada e capturada. Nenhuma menção a feitiços sobre ela.

- Isso por que não era para eles acertarem alunos. – disse Tonks. – Foram ordens diretas de Voldemort. Provavelmente por terem futuros comensais presentes e não seria interessante acertar nenhum, ou por terem filhos de alguns ali.

- Mas alguma informação sobre o ataque? – perguntou o diretor.

- Que todos os comensais têm mais medo do Anjo do Caos que todos os comensais do circulo interno. – disse a auror. – Não existe um feitiço que ele não consiga. E basta que ele apenas ouça sobre seus efeitos.

- Pelo submundo ele tem fama de ser terrível, nenhum refém que passou em suas mãos jamais foi visto novamente, nem mesmo seus corpos. – disse Sirius. – Geralmente ele fica com as crianças e mulheres.

Lílian levou as mãos à boca, horrorizada. Tiago socou a mesa.

- A crueldade dele não se limita aos inimigos. – disse o moreno. – Ele pune comensais com ou sem autorização de Voldemort. Muitos preferem serem punidos pela minha priminha, Bellatrix. Ele é quem descobre traições, e é implacável em suas caçadas por eles.

- Se for tudo realmente verdade, a Srta Weasley está em grande perigo. – disse o diretor. – Teremos que informar a Sra Weasley disso. Tiago, Lílian, eu gostaria que vocês me acompanhassem. Ela pode se sentir melhor com a presença de vocês por lá.

Eles saíram bem cedo em direção à casa dos Weasley, conhecida como A Toca. Queriam chegar antes do jornal. O ministro conseguiu segurar a edição especial no dia anterior, mas não conseguiria evitar que a notícia sobre o ataque fosse publicada neste dia. Dumbledore também tinha pedido para os irmãos de Molly não contassem nada para ela. Como responsável pelas crianças no colégio, ele quem deveria fazer isso.

Em casa estava apenas Molly e Arthur, que já estava de saída para o trabalho.

- Bom Dia, Dumbledore, Tiago, Lílian. – cumprimentou Arthur aos recém-chegados.

- Bom dia. – responderam os três.

- Aconteceu alguma coisa com os meus meninos? – perguntou Molly ao ver o diretor.

- Ontem, durante o passeio dos alunos a Hogsmeade houve um ataque dos comensais. – disse o diretor.

- Não. – disse a ruiva.

- Felizmente não tivemos fatalidades. – disse Dumbledore. – Mas as notícias não se resumem a isso. Sua filha foi levada.

- Impossível. – disse Molly encarando o relógio da Família Weasley. – Ali mostra que Gina está bem.

- Temos testemunhas. – disse o diretor. – Ela foi levada pelos homens de um tal de Anjo do Caos. Um dos piores comensais.

- Ela está com amigos. – disse a dona da casa. – O relógio não se engana.

- Molly entenda... – disse Dumbledore, mas parou ao ver o olhar de Arthur.

- Eu vou ao ministério ver essa historia. – disse o ruivo.

- Acho que devemos voltar para o castelo. – disse Tiago, para Dumbledore. – Temos que auxiliar no embarque.

Dumbledore não disse nada apenas saiu, acompanhado do auror.

Lílian abraçou Molly.

- Eu sei o que você está sentindo. – disse ela. – Eu tive meu filho arrancado dos meus braços, por alguém que eu considerei como amigo por muito tempo.

- Eu me recuso a acreditar que nunca mais verei a minha menina. – disse Molly.

- Eu não estou pedindo isso. Seria muita hipocrisia da minha parte. Sempre que há libertação de prisioneiros eu espero ver o meu Harry entre eles.

- Mesmo depois de anos?

- Sim. Ainda tenho esperanças de ver Harry. Eu sinto que ele está vivo, mas longe. Você é mãe como é isso.

- Nos resta esperar que nossos filhos estejam juntos.

Gina acordou, mas não quis abrir os olhos e ter que sair de seu santuário e ouvir as suas amigas falando de seus encontros. Até que percebeu que o colchão parecia diferente, e aquele perfume não devia estar presente no dormitório feminino.

Então ela se lembrou do dia anterior, e que era prisioneira dos comensais. Mais precisamente de Harry.

Sentou na cama e viu o Harry parado perto da porta, olhando para ela.

- Bom dia. – disse ele. – Dobby já trouxe o café e levou suas roupas para lavar. Estava só te esperando acordar para ir me encontrar com Voldemort. Não queria sair e te deixar dormindo, sem saber onde eu estava.

- Você acha uma boa ideia eu ficar aqui sozinha? – perguntou ela apreensiva. – Eles sabem que estou aqui.

- Se você quiser vir comigo. – disse ele com um sorriso maroto, que ela já tinha visto em outra pessoa, mas não conseguiu se lembrar. – Não se preocupe o quarto é enfeitiçado, e somente quem tem autorização pode entrar. Você deve ter reparado que a porta somente apareceu quando ficamos de frente para ela. Pois, ela só aparecem para quem sabe onde ela está e são poucos os que sabem. Mesmo assim, só entram quem eu deixo, e assim que a pessoa sai a porta some e não pode mais entrar.

- Ok. – disse ela tentando parecer mais tranquila.

- Volto logo, Ruiva. – disse ele, colocando a máscara dourada antes de sair. – Ah, você devia comer algo, você não precisa fazer regime.

Ela suspirou resignada, ela não poderia explorar o local para ver se conseguia fugir. Apesar de gostar da companhia do moreno, ela não poderia ficar ali.

Gina olhou para a comida desconfiada, poderia ter algum veneno ou poção nela. O jantar havia sido compartilhado, e mesmo assim o elfo não sabia que ela estava ali. Mas aquela mesa só para ela poderia ter algo. Mas sabia que precisava comer para conseguir fugir. Foi o que fez, mas se xingando por não saber identificar venenos nos alimentos, mesmo que essa fosse matéria do sexto ano. Ela poderia ter escutado quando Mione discutia isso com o seu irmão.

Depois que comeu, e percebeu que não havia nada, pelo menos com efeito imediato, ela decidiu explorar o quarto para ver se encontrava algo sobre quem realmente era Harry.

No closet encontrou poucas roupas, se comparar com os seu irmãos. A maioria era preta como aquela que ele usava no dia anterior e que estava usando agora. E as poucas com alguma cor diferente eram aquelas normalmente usadas em casa, confortáveis e sem estilo. Encontrou também roupas femininas, que ela desconfiou serem trouxas por parecer muito com aquelas que a mãe de Mione usava nas fotos que a monitora era pequena. Sam disse que eram parecidas com as que mãe usava quando ia para o mundo trouxa. Ela ficou intrigada, aquelas roupas serviram perfeitamente para ela, portanto não eram do Harry. De quem seriam?

Deixou isso de lado, por enquanto. Tentou abrir a terceira porta do quarto e não conseguiu. O que deixou irritada. Então ela foi em direção a estante de livros e percebe que havia inúmeros assuntos. Magia, Artes das Trevas, DCAT, Criaturas Mágicas, Literatura Bruxa e Trouxa. Esse último assunto a surpreendeu.

Ela pegou, no criado mudo, o livro que viu seu raptor lendo no dia anterior quando saiu do seu banho. O Senhor dos Anéis. Ela nunca tinha ouvido falar, e também não reconheceu o autor. Provavelmente Trouxa, teria que perguntar para Mione, caso saísse dali.

Pouco depois Dobby apareceu para retirar o resto do café. E trouxe também o uniforme dela limpo.

- Dobby, você tem que me ajudar a escapar daqui. – disse ela.

- Dobby não pode. – disse ele triste. – Ele sabe quando alguém sai da mansão. Se Dobby tirar menina do Mestre daqui, Mestre Harry vai ser punido.

- Mas...

- Mestre Harry vai cuidar de sua menina. – disse o elfo. – Enquanto menina ficar aqui, Dobby vai fazer de tudo para deixá-la feliz. Mestre Harry pediu para fazer almoço especial para menina.

- Meu nome é Gina.

- Menina Gina não pode fugir. Não sem levar Mestre Harry com ela. Mestre Harry não pode ficar neste lugar, não é pra ele. – disse o elfo antes de sumir.

- Queria entender esses elfos. – disse Gina.

Harry esperava que Gina entendesse que era para ficar no quarto. Os comensais não gostavam dele, não havia exceção. Mas também desde criança mostrou ser mais poderoso que eles. Esse era o motivo que Voldemort permitiu que ele enfeitiçasse o quarto, ele não queria que a inveja dos seus comandados destruísse o seu melhor aliado. Outro motivo para sempre ficar no quarto, tivera muitas brigas, claro que ele sempre vencia, mas estava enfraquecendo o exército. Dobby foi permitido ser somente seu por isso também.

Bateu na porta do salão principal da mansão. Pelos comentários era uma réplica do salão de Hogwarts.

- Já estava pra te chamar, Anjo do Caos. – disse Voldemort. – Isso sim é eficiência, mal pensei em chamar e ele já está aqui, muito melhor que outros.

Bella, Malfoy e outros três comensais que estavam presentes abaixaram a cabeça e amaldiçoaram aquele moleque.

- Quero que você me conte sobre o ataque de ontem. – ordenou Voldemort.

- Conforme suas ordens, Mestre. – disse Harry sem emoção nenhuma. – Nossos alvos foram os adultos. Crianças foram poupadas, mas em pânico se machucaram sozinhas. Alguns feitiços foram utilizados nos imóveis. Ação rápida e eficaz. Mas com alguns percalços. Um aluno foi atingido por um de seus comensais, com um soco. Este mesmo comensal ficou descontente com suas ordem, milorde, e decidiu sozinho pegar uma aluna para seu divertimento particular.

- Que alunos são esses? – perguntou Malfoy.

- Draco Malfoy e uma menina que não perguntei o nome.

- Eu mato esse desgraçado. – disse Malfoy por entre os dentes.

- Não será possível. – disse Voldemort, olhando para a cobra enroscada aos seus pés. – Nagini estava com fome.

- Como você não perguntou o nome dela, se ela está com você. – disse Bella, com uma voz ciumenta.

- Não dou nome aos meus brinquedos. – disse o moreno, friamente.

- Agora posso entender o que falam. – disse Voldemort. – Sabia que dizem que você é mais cruel que eu, Anjo do Caos.

- O senhor tem misericórdia com quem teve seu valor, e os mata rapidamente. Eu ainda tenho que provar para todos o que posso fazer, nunca poderei ser comparado ao Meu Mestre.

Voldemort aceitou o elogio por achá-lo verdadeiro. Ter treinado o menino depois que não conseguiu mata-lo quando criança foi uma excelente jogada.  Criou um soldado forte, poderoso, e o mais importante, que não possuía fraquezas como ambição e honra.

Harry Potter era seu melhor assassino. Não por ser eficiente, mas por que as vitimas preferem a morte. Com mulheres e crianças ele era pior, passava dias em suas ‘torturas’ e nenhum rastro mais era encontrado.

- Dispensado. – disse o Lorde das Trevas. – Volte para seu merecido descanso.

- Estarei aguardando novas ordens. – disse Harry se retirando.

Ele voltou para o quarto e encontrou Gina com o livro que ele estava lendo nas mãos. Era uma cena bela, ainda mais que a menina estava intrigada com o Livro.

- Escritor Trouxa da metade do século. – disse ele assustando a menina.

- HARRY! – disse ela. – Assim você me mata. 

- Desculpe. – disse ele tirando a máscara. – Me pareceu que você estava intrigada com o livro.

- Sim, estava. E você já me respondeu. – ela falou devolvendo o livro para o lugar.

- Pode mexer no que quiser no quarto. – disse ele. – Já que você está presa aqui.

- Não tem medo que eu fuja? – perguntou ela quando ele entrou no closet para se trocar.

- Tenho. – respondeu ele. – Os comensais são piores do que se divulga. E têm vários aí fora.

- Você fala como se não fosse um comensal. – disse ela de forma petulante.

- E não sou. – disse ele. – Não tenho a Marca Negra no braço. Não idolatro um idiota. Não acho que os trouxas são escória.

- Por que você ainda está aqui? Poderia ter fugido daqui a muito tempo. Parece ter poder pra isso. – perguntou ela querendo que ele não entendesse errado.

- Para onde eu iria. Meus pais estão mortos. – disse ele. – E aqui eu posso ajudar a acabar com quem os matou.

- Como...? – a ruiva ia perguntar, mas alguém bateu a porta.

Harry pegou em sua mão, e a levou para a terceira porta, e encostou a porta, de forma que ela pudesse ouvir a conversa.

- Quero saber por que aquele idiota bateu no meu filho. – exigiu saber Malfoy entrando no quarto e procurando pela refém para saber quem ela é.

- Pelo mesmo motivo que eu quero quebrar a sua cara agora. – disse Harry de forma fria. – Por que seu filho é um babaca, arrogante, que acha que só por ser seu filho lhe dá direito a algo.

- Não fale assim do meu filho, Anjo do Caos. – disse Malfoy, colocando a varinha no peito do menino.

- Isso é pouco, metade dos comensais são loucos para lançar uma Cruciatus nele. – disse Harry sem se importar com a varinha no seu peito. – A outra metade quer quebrar a cara dele com as mãos dele. Você não é o rei do pedaço para ele ser o príncipe. Mas não se preocupe, não deve nem ter quebrado o nariz arrebitado do seu filho. Eu faria pior.

- Você está ameaçando o meu filho? – Perguntou o loiro entre os dentes de tanta raiva.

- Não, apenas alertando para ele não chegar perto de mim. Posso fazer com que ele se pareça com o verme que é sem usar magia. – disse Harry. – Eu não sou adepto das ameaças, você sabe disso. Eu faço o que quero.

Ele num movimento rápido agarrou o pescoço do loiro e o levantou até que os pés dele perdessem o contato com o chão.

- Eu poderia quebrar seu pescoço agora, mas teria que explicar para Voldemort que ele perdeu seu cofrinho de ouro. – disse Harry friamente com seus olhos verdes brilhando.

Então ele joga o comensal para fora do quarto.

- Eu não gosto de lixo no meu quarto. Meu elfo é meio contra deixar coisas como você aqui dentro. – disse ele antes de fechar a porta. – E pensar que já queria ser como ele.

Ele procurou por Gina, mas não a viu voltando para o quarto.

- Gina. – Chamou ele, sem resposta.


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