Harry nem mesmo reparou onde foi parar. Só subiu na primeira árvore que viu. Por que aquele abraço o tinha mexido tanto.

Sempre havia conseguido manter suas emoções sobre controle. Principalmente que Voldemort era especialista em usá-las contra seus donos. Ele presenciara isso muitas vezes, sendo Anjo do Caos ou na mente dele.

Esse era mais um motivo para ele ter aprendido a ter esse controle. Ele ter esse acesso a mente de Tom. Muitas vezes ele chegou a perder o controle sobre sua própria magia quando algum sentimento que não eram dele. Por sorte não chegou a machucar ninguém, pois foi piorando com o passar do tempo, até ele conseguir equilibrar tudo. E a primeira vez que teve uma explosão de poder já tinha libertado sua babá.

O que será que estava acontecendo com ele, não podia ver uma ruiva que ficava assim. Primeiro foi a Sammy, que mesmo sendo um sonho tinha todo a afeto dele, tanto que ele desejava que não fosse um sonho.

Depois foi Gina, que ele precisou apenas a ver enfrentando os comensais para se apaixonar.

Agora tinha Lilian Potter. Ela ainda não conseguiu entender o sentimento que aquele abraço despertou nele. Era algo que ele já sentiu antes, mas não conseguia se lembrar do que era.

Será que ele deveria procurar por ela, ou esperaria tudo acabar para descobrir o que aquilo significava?

- Pelo que Gina me falou, você não ia voltar aqui hoje. – disse alguém debaixo da árvore.

- Eu não esperava voltar. – disse ele, percebendo que estava na Toca.

- Espero que tenha conseguido tudo o que queria. – disse Molly.

- Consegui. – disse ele. – Mas aconteceu algo que eu não previa e que me fez pensar.

- Então por que não entra e junte-se a nós para o jantar? Garanto que você vai conseguir pensar melhor com estomago cheio.

- Jantar? – ele realmente estava tão confuso que não se lembrou de que era de noite, mesmo com a escuridão. – Parece ser uma boa ideia.

- Parece que é melhor você ficar por aqui hoje. Não me parece uma boa ideia deixar você aparatando por ai, deste jeito.

- Claro. – disse ele, não conseguindo dizer não para ruivas.

Harry ainda se divertia com o vampiro dos Weasley. Era uma criatura inofensiva, mas que morria de medo dele. Ele se sentia melhor, durante o jantar, ninguém perguntou para ele o que tinha acontecido. Agradecia a Molly por ter impedido isso. Gina só o abraçou, e ficou ao seu lado o tempo todo, conversando com Mione que lançava olhares para ele.

Ele se sentiu dividido quando Molly sugeriu com tom de ordem que desta vez ele dormisse no sótão. Queria ficar ao lado de Gina, mas sabia que não conseguiria se equilibrar se não ficasse sozinho.

Ele encontrou Gina já sentada na mesa para o café. Ela devia estar ansiosa para saber o que tinha acontecido.

Comeram em silêncio, e saíram para os jardins.

Harry contou sobre o medalhão.

- Mas não é isso que te incomoda. – disse ela. – Você sabe muito bem que Voldemort utiliza todos os seres sem se importar com eles.

- Não. Quando estava saindo encontrei com os Potter e a auror Tonks. Bella atingiu a sobrinha com uma maldição perigosa.

- Oh. Merlin!

- Não se preocupe, Tonks está bem. Eu a curei.

- Então?

- Lilian me deu um abraço de agradecimento. Isso me confundiu.

- Você deve ter recebido muitos destes. Você salvou outras pessoas antes.

- Mas esse foi diferente. Não sei o que era, mas foi diferente.

Gina sabia. Chegou a hora que ela queria, a hora de revelar que os Potter eram a família dele. E esse encontro deu uma ideia, seria melhor que fossem eles que contassem. Armaria mais um destes.

De repente, Mione sai da casa em busca dos dois.

- Vocês já tiveram muito tempo para namorar. – disse a morena. – Estou aqui para ajudar vocês.

Harry e Gina se olharam confusos. Eles tinham certeza que não haviam permitido que ninguém ouvisse sobre as horcruxes.

Mione retirou uma grande quantidade de jornais da mochila.

- Vocês parecem ocupados com outras coisas, então resolvi ajudar a vocês a descobrirem a família do Caos. – disse ela. – Rony não queria que eu viesse agora, mas acho que ele queria estar junto.

- Ele queria era atrapalhar. – disse Gina. – Disse isso só para te incentivar. Aliás, cadê ele?

- Está tomando café. – respondeu bufando. – Ele só pensa em comer.

Mione gastou um tempo separando os jornais em pilhas.

- Como não tenho a mínima ideia de quando você foi capturado, então peguei jornais de vários anos. Assim podemos ver descobrir mais coisas. Analisando desaparecimentos e mortes de crianças.

Ela sabia que Gina tinha alguma suspeita, mas assim poderia confirmar ou mudar a direção da busca.

- Bom, não custa nada tentar. – disse Gina.

- Mas, se eu for filho de trouxas? – perguntou Harry.

- Podemos procurar em bibliotecas, e entidades que procuram crianças desaparecidas. – disse Mione. – Mas não acredito nisso. Se você disse que Você-sabe-quem te pegou tão novo, ele devia saber de sua magia, e normalmente nascidos trouxas não demonstram magia tão cedo. Perguntei uma vez para a professora McGonagall, e ela me disse que é por aqueles que estarem próximos da magia, manifestam normalmente mais cedo.

- Vamos ficar com as famílias bruxas primeiro. – disse Gina. – Se não acharmos nada, procuramos entre os trouxas.

Rony apareceu com uma torrada na boca.

- Já começaram? – perguntou ele. – Seria muito chato se vocês não lessem nada depois de todo o trabalho que tivemos procurando isso.

Eles passaram a manhã inteira lendo jornais. Descobriram alguns nomes, mas eliminaram a maioria. Harry sabia quando ele tinha sido sequestrado, mas preferiu não falar nada. Deixariam que eles procurassem, principalmente que seu coração não estava ali, estava em uma ruiva.

Ainda mais que eles procuraram um ano superior ao real, que não daria muitas chances reais de descobrirem.

Molly os chamou para o almoço.

Mas Harry não voltou a pesquisa depois disso. Ele acabou dormindo com a cabeça no colo de Gina quando eles foram para os jardins.

Ele acabou em um local conhecido.