A Luz Por Trás Das Sombras escrita por Mago Merlin


Capítulo 15
Posso ter uma Família?




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Capítulo 15 – Posso ter uma Família?

Tiago e Lilian buscaram Sam na casa dos Weasley depois do almoço. Deixaram a conversa para depois. Ainda estavam com muita coisa na cabeça, principalmente a traição do Pettigrew e a tentativa de Dumbledore de usar Harry como arma na guerra, já não bastava a profecia.

Durante o jantar, Lilian começou.

- Sam, o que a Gina te contou sobre o Harry?

- Não muito mais que contou antes. Os irmãos dela ficaram monopolizando ela, e ficavam mudando de assunto quando falavam dele. Ela contou com mais detalhes como ele enfrentou Malfoy e Lestrage. E posso afirmar que ele possui mais que só os seus olhos mãe.

- Como assim? – perguntou Lilian.

Ela contou o encontro com a comensal.

- Eu sei que se fosse como o papai, ele tiraria a roupa da Gina. – completou a menina.

- Verdade. – disse Lilian perdida em pensamentos antigos, corando.

- Ei. – reclamou ele. – Eu não sou tão exibicionista assim. Não gosto de gente olhando.

- Outra verdade. – disse Lilian. – Mas que conhece feitiços para retirar a roupa de alguém de formas diferentes, isso você conhece.

- Culpado. – disse Tiago orgulhoso. –Mas não entendi o que a Gina disse sobre sonhos.

- E, bem... – disse Sam. – Estávamos conversando sobre os irmãos dela, que tinham mandado uma carta a proibindo de sair com qualquer menino. Então ela se lembrou do Harry, por isso eu contei para ela algo que não tinha contado para ninguém mais. Desde pequena, eu tenho sonhos com um menino. Era meu melhor amigo, e vinha crescendo comigo. Nunca tive muitos amigos na infância, com essa guerra e os seus amigos não tendo filhos.

- Sei como é isso. – disse Tiago. – Meus pais eram mais velhos quando nasci, e nenhum de seus amigos tinha filhos da minha idade. Conheci os Marotos um ano antes de entrar em Hogwarts.

- Nunca vi motivos para contar sobre os sonhos, eram brincadeiras, conversas de crianças, e ele me mostrando magias, ainda mais sem usar uma varinha, por isso achei que era apenas sonhos. Só descobri que era o Harry, quando vi uma foto do papai quando entrou na escola. Era muito parecido com Harry, mas tinhas suas diferenças que percebi quem era.

- Por que não contou antes? – perguntou Lilian.

- Sempre que o assunto Harry surgia você ficava triste. – disse ela. – Não queria te deixar triste. Além do mais, não sabia onde ele estava, se estava vivo, ou se era uma espécie de fantasma que me visitava. Ele conhecia tanta magia, que achei que um garoto não poderia ter esse conhecimento. Foi ele quem criou e me ensinou aquele feitiço que usamos no Rato.

- Bem legal, mas como ele pensou naquilo? – perguntou Lilian.

- Eu pedi para ele, sabe um feitiço qualquer em uma batalha, pode afetar tanto amigos quando inimigos, se não for bem realizado.  Esse não, só ataca os inimigos, e não se limita a um.

- Por que você queria algo assim? – perguntou Tiago com o jeitão preocupado.

- Não que eu queira sair lutando, mas como aconteceu em Hogsmeade, às vezes a batalha acontece onde estou. – disse a menina como se fosse óbvio. – Prefiro saber me defender, do que sair correndo, gritando.

- Depois vou querer saber como faz esse feitiço.  – disse o moreno. – Pode ajudar.

Molly estava colocando a mesa, ela tinha aproveitado para convidar Harry quando ela foi olhar as suas costas. Na verdade, ela queria saber da máscara.

Ele a tranquilizou, falando que assim como ele pode ver através dela, pode comer com ela. Foi criada com essa finalidade.

Gui e Fleur tiveram que sair, compromisso para o casamento.  Assim como os gêmeos que tinha que reforçar as defesas da loja deles, ainda mais a noite. Somente Rony e Hermione ficaram para acompanhar eles, apesar do ruivo ainda mandar alguns olhares para ele, algumas vezes raivosos, outras confuso.

- Quando vamos comer? – perguntou Rony.

- Assim que seu pai chegar. – disse Molly.

- Mas estou com fome. – reclamou ele.

- Ele sempre é assim? – perguntou Harry.

- Sim. – disse Mione. – Devia ver como é com os estudos. Desaparece mais rápido que os elfos quando eu vou falar com eles sobre libertação.

- Srta Granger. Você tem que entender que os elfos não querem ser libertados. – disse Harry. – Pode parecer crueldade, mas essa é a natureza deles, não tem como mudar. E como pedir para você parar de respirar, ou o Rony de ficar com fome, ou a Gina de corar, ou as estrelas de brilhar.

- Mas há registros de elfos que se libertaram e foram felizes. – disse Mione.

- Registros feitos por bruxos. – disse Harry. – Assim como muitos maltratam os elfos, eles não fazem registros sobre isso. Posso te garantir que a maioria esmagadora dos elfos libertos morre nas ruas, bêbados, deprimidos. Salvei dois deste terrível destino. Trabalham na fazenda, como qualquer trabalhador, apesar de exigirem muito menos que ofereci, Srta Granger.

- Me chame de Mione, Anjo do Caos. – disse ela. – Você chama a todos pelo nome, devia fazer o mesmo comigo.

- Só se me chamar de Caos. – disse ele. – E quanto a chamar todos pelo nome, e que ficaria meio estranho a sua namorada de Srta Weasley, ou uma pessoa que cuidou de você de Sra, ou quem sabe chamar todos de Sr Weasley, aqui. 

- Você tem razão.  – disse ela.

Pouco depois, chegou Arthur.

- Esse é o famoso Caos. – disse ele. – Agradeço eternamente por ter salvado a minha menininha.

- Pai! – reclamou Gina corando.

Harry olhou para Mione dizendo “Não te disse.”

- Acho que é só fama mesmo. – disse o menino.

- Acredito que você tem a fama errada, se tudo o que a Gina e Molly me contaram for verdade como suponho.

- Pode ser apenas parte da história. – disse ele sem jeito.

- Parece que Gina não é a única que se encabula fácil. – disse Mione para ele quando eles foram para a cozinha.

Harry e Gina estavam sentados em um banco no jardim. Ali eles podiam ser vistos, mas não ouvidos. E longe o suficiente para que ele não precisasse da máscara.

- Sua família é legal.  – disse ele. – espero conhecer seu irmão, o que trabalha com dragões, esses bichinhos sempre me fascinaram.

- Você devia conhecer o Hagrid então. Vocês se dariam bem. – disse ela. – Ela gosta de animais que podem matar.

- E qual a graça de animais que não podem se defender? – perguntou ele. – esse Hagrid deve ser o que Tom prejudicou quando estava na escola.

- Então isso que aconteceu. Hagrid nunca me contou o que aconteceu. Sempre muda de assunto.

- Não deve ser uma coisa boa lembrar que foi expulso, por uma coisa que não fez. Ainda mais do jeito que foi. Mas é melhor se ele te contar, isso é pessoal.

Os dois passaram alguns segundos pensando.

- Você não me disse para onde foi quando me deixou aqui com um bando de ruivos loucos. – disse ela, tentando parecer brava.

- Fui na fazenda. – disse ele. – Achei que estavam preocupados comigo. Dobby apareceu lá com as minhas coisas e fazia algum tempo que não dava as caras por lá.

- Passou o tempo todo lá? – perguntou ela mostrando que era só curiosidade.

- Qualquer dia destes, eu te levo lá. – disse ele. – Mas não. Eu já comecei com meu plano para acabar com Tom.

Harry retirou o anel do bolso e entregou para ela.

- Esse anel é uma peça para isso tudo.

- Um anel? – perguntou ela.

- O anel em si, não. Mas o que tinha dentro dele. Tom usou ele para se tornar imortal.

Gina quase largou o anel.

- Não tem perigo, o anel está limpo. Já retirei o que tinha ai. Não conto mais, para não causar problemas para você.

- Eu já vi esse símbolo antes. – disse a ruiva analisando a pedra no anel.

- Para Tom, esse era o símbolo de uma família antiga da qual ele descende, além, claro de Salazar Slytherin. Família Peverell. Ou pelo menos foi o que consegui descobri de uma lembrança dele, quando ele deixou o tio levar a culpa pela morte do pai e dos avôs trouxas dele.

- Isso não me parece um brasão de família. – disse ela. – Geralmente é mais elaborado. Tenho certeza que os Weasley têm um, mas papai acha isso uma ostentação e não tenho certeza se ele mesmo conhece.

- Você tem razão. – disse ele.

- Me lembrei. Foi outra amiga minha que me mostrou. Espera aqui, que já voltou.

Ela saiu correndo para dentro da casa. Harry pode ouvir um grito de Molly para que ela não corresse. Depois berros de Mione e Rony, que ele não conseguiu compreender.

Ela voltou com um livro nas mãos, reclamando.

- Eles ficam fazem essas coisas no meu quarto e depois reclamam de mim. – disse ela.

Harry entendeu que ela interrompeu o namoro dos dois. Deixou que ela desabafasse antes de perguntar do livro. Era um exemplar antigo de “Os Contos de Beedle, o Bardo”. Ele nunca tinha lido este livro, mas sabia do que se tratava.

- Acho que esse é um dos poucos livros que Mione não leu. Ninguém se lembrou de falar dele com ela. Mas o que interessa é isso.

Ela abriu o livro, e folheou até um conto especificou. Harry leu o título: “O Conto dos três irmãos”, perto do titulo tinha o mesmo símbolo do anel, mas desenhado a mão.

- Melhor ler antes de mais alguma coisa. – disse ela.

Ele leu, mas sem entender onde ela queria chegar.

- Luna me explicou o símbolo uma vez. – disse ela. – O triangulo representa a capa. O circulo a pedra e o risco, a varinha.

- Isso quer dizer que essa pode ser a Pedra da Morte, uma das Relíquias? Claro que se assumirmos que isso é verdadeiro.

- Por que não seria? – perguntou Gina. – Pode ser mais uma razão para Voldemort usa-la. Ninguém pensaria em destruir isso.

- Eu pensei. – disse Harry. – Mas como as outras são mais valiosas, usei um método diferente. Sem contar que Não sabia a história.

- Dumbledore com certeza sabe. – disse a menina. – Provavelmente Voldemort acredita que apenas o diretor poderia achar essas coisas.

- E realmente é o único homem que ele teme, e Dumbledore.

Harry começou a sentir uma vontade de tentar algo. Mas parecia muito perigoso.

Sem perceber, ele acabou virando a pedra três vezes. Nada aconteceu.

- Não funciona. – disse ele.

Gina tinha notado o que ele fez, e sabia que ele não poderia ver os pais.

- Isso pode significar outra coisa. – disse ela com cuidado. – Você tentou ver seus pais, mas é se eles estiverem vivos?

- Impossível, eles estão mortos tem que estar. – disse o moreno. – Eles disseram.

- Eles te contaram que seus pais eram comensais que foram mortos por aurores. Isso tudo pode ser uma mentira, não somente a parte deles serem comensais.

- Mas eu procurei. – disse Harry. – Em todos os lugares. Passei anos procurando, sempre que saía de casa busca informação sobre desaparecidos. Nenhuma informação.

- Foram depois de anos. – disse ela, que queria contar, mas percebeu que era melhor começar com calma, sugerindo as coisas. – eles podem estar vivos, em algum lugar.

Ele olhou para o anel e depois para Gina.

- Eu ia procurar por eles depois que isso acabasse, bom, pelo menos não vou precisar me preocupar com os cemitérios. – disse ele.

- O que você se lembra deles? – ela perguntou.

- As lembranças são um pouco nubladas, com certeza não vou reconhecer se os vir hoje, mas lembro da voz da minha mãe. E do meu pai a chamando de Foguinho. – disse ele.

- Você pode ser parecido com eles. Ter alguma característica que facilite isso.

- Eu não enxergo o meu rosto. – disse ele. – Voldemort deve ter feito uma magia que me impede de me ver, seja num espelho, numa foto ou mesmo lembrança.

- Eu posso te ver. – disse ela, acariciando seu rosto. – E muito bem. Posso te ajudar, minha mãe também, se você não quiser se mostrar para mais ninguém por enquanto. E ainda tem a Michelle, que te conhece muito bem.

- Pode ser. – disse ele. – Mas agora tenho outras coisas para fazer.

Ficaram namorando, até que Molly apareceu na porta da cozinha.

- Acho que está na hora de eu ir. – disse ele, meio contrariado.

- Você volta amanhã? – ela perguntou.

- Ainda não sei. Tenho que planejar meus passos. Vou tentar passar aqui, nem que seja para um beijo.

- Qualquer coisa me mande uma coruja.


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