Corrigindo Erros Do Passado escrita por Mago Merlin


Capítulo 61
Possuído?




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Capítulo 61 – Possuído?  

 

O grupo apareceu estatelado na cozinha da Sede da Ordem. Sirius os olhava com uma cara de cansado.

 

- Bem vindos. – disse ele.

 

- Que cara é essa, Almofadinhas? – perguntou Harry, enquanto ajudava Gina a se levantar. – Aconteceu algo mais grave com o Tio Arthur?

 

- Dele eu não tenho notícias, ainda. – respondeu o animago. – Mas a Mel não me deixa dormir. Ela continua a trocar o dia pela noite.

 

- Depois vocês batem papo. Temos que ir para o Hospital. – disse a ruiva interrompendo os dois, e marchando para a porta. – Ainda temos que trocar de roupa.

 

Harry, que ainda segurava a sua mão, parou, e balançou a cabeça.

 

- Ele está certo. – disse Sirius.

 

Os ruivos olharam feio para os dois.

 

- Eu quero ir agora. – disse Gina.

 

- De nada vai adiantar.  – disse Sirius. – Eles não vão deixar vocês nem ao menos ver o Arthur. Sem contar que ele foi ferido enquanto estava a serviço da ordem. Seria muito mais complicado explicar como os filhos dele ficaram sabendo disso minutos depois do acontecido e antes mesmo que a esposa fosse notificada.

 

- Mesmo que ela largasse o relógio, poucos sabem de sua existência. – disse Manu entrando na cozinha com Mel no colo.

 

- Alguém poderia ter avisado. – disse Fred.

 

- Tio Tiago foi socorrer, não foi?- falou George.

 

- Outra coisa que ninguém vai poder explicar foi como ele ficou sabendo. – disse Sirius. – Principalmente que ele, assim como vocês, devia estar na escola.

 

- E com a velha Sapa no nosso pé, as coisas podem ficar piores. – disse Harry.

 

- Vocês deveriam subir e dormir um pouco. – disse Manu. – Amanhã iremos todos ao hospital.

 

- Não vamos subir, enquanto não tivermos notícias do papai. – disse Rony, recebendo murmúrios de aprovação dos irmãos.

 

- Bom, se vocês preferem assim. – disse Manu, entregando a filha para o marido. – Vou pegar algo para vocês comerem.

 

Ela foi em direção a despensa, e pegou alguns biscoitos e com um feitiço fez com que garrafas de cerveja amanteigada fossem para mesa.

 

Harry se sentou em uma cadeira e Gina se aninhou em seu colo. Os meninos olharam a cena com desconfiança, mas acreditaram que era melhor não atrapalhar, Harry conseguia tranquilizar a menina.

 

O que eles não sabiam que era justamente o contrário. Gina que tranquilizava o moreno. Ele ainda não tinha parado para pensar que ele quem atacara o tio.

 

O tempo foi passando lentamente. E os únicos sons escutados eram do mastigar e das garrafas contra a mesa. De vez em quando alguém perguntava a hora.

 

Até mesmo Mel adormeceu enquanto brincava com os cachos do cabelo do pai.

 

Tiago apareceu depois de algum tempo. Quando ele aparatou na cozinha, fez com que Rony, Fred e George pulassem em sua direção.

 

- O pai de vocês está fora de perigo. – disse o auror. – Molly já está lá com ele. Eu passei para eles o tratamento, mas eles não querem acreditar em mim. Mas não se preocupem, mesmo assim ele vai se recuperar sem maiores problemas.

 

- Podemos ir lá agora? – perguntou Fred, olhando para a irmã, que apesar de estar acordada não tinha se mexido do colo de Harry.

 

-O horário de visitas é só amanhã. Seria melhor que vocês fossem dormir. Amanhã Molly vem pra acompanhar vocês. Provavelmente Moody e Tonks venham também. Isso se o Aluado a liberar. Vou agora livrar a Lilian da língua pegajosa da Umbrigde.

 

Ele aparatou.

 

Alívio passou por todos, e agora os ruivos se viraram para Gina.

 

- Agora senhorita, você vai ter que explicar o que fazia no dormitório masculino. – Disse George.

 

- Principalmente depois de demorar a voltar da reunião da AD. – disse Fred.

 

- Eu não devo satisfação da minha vida para vocês. – Disse ela, mas ao contrário do que normalmente aconteceria, ela não tentou se livrar dos braços de Harry para brigar com eles. - Mas se querem saber eu estava com insônia e desci para o salão comunal, ai eu escutei os gritos do Harry e fui ajudar.

 

Antes que alguém falasse mais alguma coisa, Harry se levantou ainda com a menina no colo.

 

- Boa noite para vocês. – disse ele.

 

Ninguém ousou contestar.

 

Harry seguiu para o quarto onde a ruiva tinha ficado com Mione no verão. Colocou a menina na cama, e a cobriu bem.

 

- Fica. – pediu ela.

 

- Era tudo o que eu queria agora. Mas já abusamos da paciência dos seus irmãos, e assim que a casa ficar cheia eu vou ter que dormir com o Rony. E não vai ser uma experiência boa não. – disse ele. – Outro dia, eu prometo.

 

- Vou cobrar. – disse ela. – Mas pelo menos um beijo de boa noite.

 

Esse pedido ele não ia negar.

 

- Tente dormir. – disse a menina quando ele saia cinco minutos depois.

 

 

Harry só percebeu que dormiu quando foi acordado por Rony. Os dois seguiram para a cozinha, onde Gina, Fred e George já comiam, assim como Moody, Tonks e Sirius.

 

- Eu se fosse você parava agora de incomodar a Gina. – disse o moreno.

 

- Ela não pode fazer nada contra a gente aqui. – disse Fred.

 

- Ela ainda é menor de idade. – disse George.

 

- Vocês têm um pouco de razão. – disse o moreno recebendo um olhar de Gina que significava que ele ia se juntar aos gêmeos. – Ela não ia fazer nada com vocês dois aqui, mas em Hogwarts... sem contar que ela vai ter um tempo maior pra planejar e vocês iriam sofrer muito mais. Podem continuar.

 

Os gêmeos sentaram receosos na mesa, e por precaução o mais afastado possível de Gina.

 

Gina estava emburrada, primeiro pelos irmãos ainda estarem tentando mandar nela, e tinham a mandando ficar longe de Harry, depois foi o Harry defender os irmãos.

 

- Não fica assim, Foguinho. – disse Harry no ouvido dela. – Eles fazem isso por gostarem de você e não quererem que você se machuque. Sei que exageram, e não sabem bem os limites, mas é o jeito deles. Sem contar que você ia azarar os dois sem do nem piedade, e seria complicado explicar isso no hospital.

 

-Eu não ia machucar eles... muito. – disse ela, fazendo cara de inocente.

 

- Sei que não. – disse ela.

 

Do outro lado da mesa Moody comentava com Sirius e Tonks.

 

- Essa cena me parece bem familiar.

 

- Familiar? Isso era rotina para mim em Hogwarts e depois disso. – disse Sirius. – Até mesmo antes de se acertarem o Pontas e a Lily eram assim. Bastava a Lily estar a ponto de explodir que Pontas aparecia e desarmava ela. Claro que depois ela brigava com ele.

 

- Eu vi em uma reunião da AD, o Harry chegou nervoso e bastou um abraço da Gina para que ele se a acalmasse.

 

- Os Potter e suas ruivas. – disse Moody.

 

Pouco depois, chegou Molly.

 

- Vamos logo. – disse ela. – Tiago virá para cá depois que embarcar todo muito. Vai trazer as coisas de vocês e as meninas.

 

 

O grupo foi de metrô para o hospital. Moody teve que usar um chapéu para esconder seu olho mágico e Tonks estava usando uma cor menos chamativo de cabelo.

 

Mione e Harry que ficaram responsáveis por comprar os bilhetes, e assim que passaram das catracas, o grupo dispersou um pouco, e Harry acabou ficando com Moody mais atrás.

 

O St Mungus estava localizado em um prédio, que por fora parecia uma loja de ferramentas desativada. Tonks foi quem ‘conversou’ com o manequim para liberar a passagem deles.

 

Harry, que foi um dos últimos a entrar, ficou pensando como os trouxas podiam não ver um grupo de pessoas desaparecer assim.

 

Ele já tinha visitado o hospital outras vezes, na maioria era que o QG dos aurores mandava seu pai fazer exames depois de uma alguma missão. Ou quando sua mãe deu a luz. Mas era a primeira vez que ele sentia que não era uma visita agradável.

 

Enquanto Molly pedia informações, Harry olhou em volta. Não deu atenção ao quadro que informava os andares do hospital, ele já sabia. Ele reparou em um quadro logo acima da recepcionista, sabia que além de ser uma antiga diretora do hospital, a mulher fora também diretora de Hogwarts. Ela parecia contar as pessoas, deu uma piscadinha para o moreno e sumiu.

 

- Seu pai foi transferido, isso é uma coisa boa. – disse Molly para os meninos.

 

Seguiram então para a ala de acidentes causados por animais mágicos. Arthur estava tranquilamente lendo o jornal quando eles chegaram. Ele estava na última cama, perto da janela.

 

Harry ficou aliviado ao ver a cena, ele ainda podia sentir suas presas penetrando fundo na carne dele. Por isso não estava prestando muita atenção na conversa.

 

- Eles não sabem o que o veneno desta cobra tinha que mantem o ferimento aberto. – ele escutou o tio falar. – E não querem o Tiago dando palpite. Disseram que os aurores dando muito trabalho e ainda querem dar pitaco.

 

Eles ficaram conversando um pouco, mas Harry não prestou muita atenção.

 

- Por que vocês não dão um pulinho na lanchonete meninos? – Molly os expulsou do quarto, pelo olhar dela, eles teriam algumas coisas para conversar.

 

- Harry. Você pode levar a Mel?- perguntou Manu. – Está na hora da papinha dela.

 

- Claro. – disse o menino que adorava cuidar de crianças, principalmente as suas irmãs, quem sabe assim ele se distraia.

 

Ele pegou a menina do colo da espanhola, enquanto Gina pegava a bolsa com Sirius.

 

Os dois foram saindo, mas Rony e os Gêmeos não os seguiram, ficaram na porta que foi fechada quando eles passaram.

 

- Você trouxe? – perguntou Fred.

 

- Claro, meu irmão. – disse George procurando algo nos bolsos.

 

- O que vocês estão aprontando? – perguntou a ruiva.

 

- Eles obviamente não querem que a gente escute o que eles vão falar. – disse Fred.

 

- Mas nós temos o direito a isso. – disse George.

 

- Eles não colocariam um feitiço aqui, certo? – disse Rony entendendo o raciocínio dos irmãos.

 

Logo eles estavam ouvindo a conversa através das orelhas extensíveis dos gêmeos. Mas Harry arrancou a do seu ouvido quando escutou que ele poderia estar sendo possuído por Voldemort.

 

 

Lilian estava em casa quando eles voltaram, mas Tiago tinha ido para o ministério.

 

Harry acabou se escondendo no quarto onde os pais ficavam. Ficou velando o sono das meninas. Letícia queria ir conversar com ele, mas nem a mãe, nem Molly permitiram, disseram que seria melhor que o pai conversasse com ele.

 

Gina entendeu o recado, mas sabia que seria pior se deixasse ele se fechar. Assim que os irmãos se distraíram, ela foi para o quarto.

 

Encontrou Harry parado na janela, mas pelo que ela conhecia dele, ele não enxergava nada. Se aproximou dele, o abraçando por trás.

 

Ficaram ali naquela posição o tempo todo.

 

Até que Hermione entrou no quarto e os arrastou para fora, levando-os para o quarto dos meninos.

 

- Rony me contou o que aconteceu no hospital. – disse a morena sem cerimônia. – E também que você se escondeu assim que pisou aqui.

 

 

- Eu não acredito que você tenha pensado que você foi possuído. – disse a morena.

 

- Mas Mione, eu ataquei o Tio Arthur. – disse o moreno. – Eu senti o gosto do sangue dele em minha boca, claro que fui eu.

 

- Eu não conheço nenhum feitiço que poderia ter te levado da sua cama para sei lá onde, de lá de volta pra sua cama, em Hogwarts.  Nem mesmo Dumbledore consegue aparatar no castelo.

 

- Meu pai pode. – resmungou ele.

 

- Seu pai é um caso a parte. – disse a monitora.

 

- Eu também. – disse ele. – Somos a mesma pessoa, lembra?

 

- Mas... – tentou Mione, mas não encontrou nada para falar.

 

- Você não saiu da cama. – disse Gina. – Eu estava lá com você o tempo todo. Acordei antes de você começar a gritar, e você passou quase cinco minutos se debatendo antes de acordar.

 

Hermione nada falou, sabia do acordo dos dois de dormirem juntos.

 

- Sem contar que seu pai também teve esse sonho. – disse a ruiva. – Ele já tinha sumido quando chegamos no quarto dele. Aposto que ele também passou por isso, assim ele se preocupou com meu pai. Ele ainda vai conversar com você.

 

Neste momento Rony entrou no quarto, mas não olhava para o casal. Suas orelhas estavam vermelhas.

 

- Seu pai chegou. – disse o ruivo. – Está tudo bem?

 

- Agora sim. – disse Harry saindo.

 

- Depois que ele conversar com o tio Tiago, ele vai ficar. – disse Gina.

 

 

Harry seguiu para onde o pai estava, mais precisamente a biblioteca.

 

- Espero que a conversa tenha sido tão boa para você como foi pra mim.  – disse o auror.

 

- Pelo menos agora eu sei que não fui eu, mas ainda não entendo o que aconteceu.

 

- Bom, você e eu estávamos lá. Estávamos mais uma vez dividindo a mente de Voldemort, que possuía de alguma maneira a cobra. Ele provavelmente mataria Arthur se você não estivesse lá, assim como aconteceu na minha vez.

 

- O que tio Arthur estava fazendo lá?

 

- Bom, ele estava de guarda tentando evitar que Voldemort ou alguém a seu mando, o que seria mais provável entrasse lá.

 

- Onde é lá?

 

- Você vai ter que descobrir sozinho, mas posso te garantir que você já esteve lá.

 

Harry ficou pensativo por um tempo.

 

- E agora? – ele perguntou.

 

- Não muda muita coisa. Não tem como provar nada, vai parecer um acidente comum. Mas agora Voldemort sabe da ligação entre vocês, mas não sabe de mim. Ele vai tentar usar isso contra você. Cuidado.


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