Corrigindo Erros Do Passado escrita por Mago Merlin


Capítulo 60
Pensamentos Viperinos




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Capítulo 60 – Pensamentos Viperinos

- Nós não podemos entrar ai. – disse Malfoy, depois que Hagrid informou que a aula seria na floresta.

- Tá com medo, Malfoy? – perguntou Harry.

- Eu não tenho medo. – disse o sonserino.

- Bom mesmo. – disse o professor. – Sua detenção será aqui comigo.

- Mas é proibida. – disse Malfoy com um leve tom de medo na voz. – Meu pai vai ficar sabendo disso.

- Seu pai também foi estudante aqui, Sr. Malfoy. – disse Hagrid. – Ele sabe que as detenções existem e como elas podem ser. Acredito que ele vai ficar decepcionado se você se recusar a algo assim.

Ninguém mais reclamou e começaram a seguir o professor pela trilha. Com Harry, Mione, Rony e Neville puxando a fila.

Pararam na borda de uma clareira. Hagrid soltou a peça de carne que carregava no meio dela.

- Atualmente, este é o único bando destas criaturas domesticadas no Reino Unido. – disse ele para a turma. – Não que seja difícil, mas as pessoas têm medo deles. Elas serão atraídas pelo cheiro de sangue, mas vou chamá-las para que saibam que sou eu.

Ele se preparou para soltar um berro, mas não foi preciso.

- Olhem eles ali. – disse o meio gigante.

- Onde precisamente? – perguntou Parvati.

Harry viu um cavalo aparecendo pelas árvores, pelo menos era isso que se parecia. Quando finalmente ficou perto da luz, próximo à carcaça, ele pode perceber que era uma daqueles animais que puxavam as carruagens de Hogwarts.

Confuso ele olhou para os colegas e todos olhavam para diversas direções, menos a do animal, com exceção de Neville e um sonserino quieto.

- Ali. – disse o professor apontando para a carcaça. Onde o animal retirava um pedaço de carne.

Para quase todos parecia que a carne se soltava sozinho, e sumia no ar.

- Estes são os testralios. – disse ele orgulhoso.

- Eles são agouro de Morte. – disse Lilá. – A professora Trelawey disse isso na aula.

- E uma superstição boba. – disse o professor. – Na verdade apenas uma pessoa que viu alguém morrer pode ver essas belezinhas, mas elas não fazem mal nenhum a alguém, se não estiver precisando se defender claro.

- Como qualquer animal. – disse Mione.

- Isso mesmo, Mione. – elogiou. – Eles não muito úteis, por possuírem um fantástico senso de direção sendo usados para puxar carruagens do castelo, ou quando Dumbledore quer viajar para longe e não quer ir aparatando.

Hagrid continuou a aula, e Harry pode ver mais alguns se juntando ao primeiro. Os alunos ainda tentavam imaginar onde estavam os animais, Rony trombou com um deles, pelo menos três vezes.

De repente algo apareceu atrás deles. Era Umbrigde chegando com ramos por todo o cabelo.

Harry achou aquela cena mais aterrorizante que os cavalos reptilianos.

- Vejo que encontrou o caminho. – disse Hagrid.

- Sim. Eu estou aqui para.

- Eu sei. – disse ele. – Já me avisaram que você está avaliando as aulas.

Tiago o tinha alertado sobre isso, então ele ficou menos nervoso quanto a presença dela ali. Assim continuou a explicar sobre o rebanho apresentando o primeiro macho.

- Você pode vê-los? – Umbrigde perguntou para Neville, que confirmou com a cabeça. – Quem você viu morrer?

- Meu avô. Teve um ataque do coração na minha frente. – respondeu o grifinório.

- O que você acha deles? – perguntou ela apontando para a carne, sendo que ela não podia ver os testralios.

- Depois que você se acostuma, são até simpáticos. – disse ele com um sorriso.

Não satisfeita com a resposta, ela se voltou para a turma.

- Alguém já sofreu algum ferimento nesta aula, por causa de algum animal que atacou? – ninguém se manifestou. – Não sejam tímidos, ele não pode fazer nada com vocês comigo por perto.

- Eu me machuquei. – disse Malfoy. – Mas eu ofendi o hipogrifo, depois de não prestar atenção na aula.

- Diga a verdade. – disse ela com a voz infantil. – O professor não pode fazer nada contra você, comigo aqui, já disse.

- Essa é a verdade. – Malfoy realmente tremia de medo, mas não de Hagrid, mas de Tiago que estava atrás da mulher. – Meu pai me deixou sem mesada por causa disso, quando soube, pode perguntar para ele.

- Não é a verdade não. – disse ela.

- Como você pode ter tanta certeza, se você não estava aqui na ocasião? – perguntou o auror. – Eu já te disse para parar de intimidar os alunos e professores, isso é abuso de um poder que você não possui. Você deve apenas observar e analisar as aulas.

- Você também não estava. – disse ela.

- Estava sim. Aqui está o relatório, assim como a declaração de Lúcios Malfoy isentando o professor e a escola pela atitude do filho.

- A aula terminou.  – disse Hagrid pouco depois.

- Eu adoro quando seu pai aparece do nada e toma conta da situação. – disse Mione.

- O que ele fez desta vez? – perguntou Gina aparecendo perto deles.

- Detonou a Umbrigde. – disse Rony.

- Ele parece odiar essa mulher. – disse a ruiva. – Quase tanto quanto o Snape.

- Ela foi professora de DCAT no quinto ano dele. – disse Harry. – Fez a vida dele um inferno, pelo menos foi o que mamãe me disse, quando eu perguntei. Os detalhes só saberemos no fim do ano, mas ele sempre olha para a mão esquerda quando alguém menciona isso.

Harry ficou contente por ter ido até a Sala Precisa antes da reunião. Dobby havia enfeitado a sala todo com motivos natalinos. Se fosse só isso, o moreno não via problemas, mas as bolas ou tinham seu rosto, ou mensagens do tipo “Harry Xmas”.

Ele não ia desperdiçar o trabalho do elfo, que só queria agradar, então ele mudou as cores das bolas, para que ficassem sem seu rosto e com mensagens normais. Claro que deu um jeito de sumir com os azevinhos. Não queria nenhum incidente com tradições bestas, que provavelmente Dobby desconhecia.

Como sempre as pessoas foram chegando aos trios ou duplas. Harry não gostou nada quando Gina entrou com Luna e Corner na sala. A ruiva logo se aproximou dele, querendo saber se ele estava com ciúmes do corvinal.

- Vamos hoje apenas revisar o que já aprendemos hoje. – disse Harry.

- Achei que iniciaríamos o Patrono hoje. – disse Zacarias Smith, um lufa-lufa irritante. – ou você não sabe esse, e precisa de seu pai para ajudar?

- A presença do meu pai aqui, e somente para ajudar. – disse o moreno. - O Patrono é um feitiço difícil, e muitos adultos têm dificuldades com ele, achei que seria melhor que o ensinasse apenas no ano que vem, já que essa é a última reunião do ano, depois de amanha estamos pegando o trem. E seria melhor que tivéssemos controle total dos outros feitiços para poder proteger nossas famílias neste feriado caso seja necessário. Quanto ao fato de eu conseguir executa-lo. Veja por si mesmo.

Sem dizer uma única palavra, ele lançou o cervo no ar. Várias meninas ofegaram.

-Satisfeito? – perguntou Harry para Smith.

Ninguém mais reclamou.

A reunião continuou sem problemas a partir daí.

Assim que acabou, Harry parecia pensativo, e estava olhando para o pergaminho que tinha as assinaturas de todos, que foi devidamente enfeitiçado pela Mione, para evitar problemas, mesmo que não fosse propriamente ilegal.

O restante foi saindo lentamente, Mione percebeu o estado do amigo, mas notou que Gina se aproximava dele. A ruiva seria melhor para ver o que estava acontecendo que ela e o namorado.

A monitora sabia que ela gostava de Harry. Já tinham conversado sobre isso. Quanto ao moreno, ela acreditava que tinha algo mais que amizade ali, principalmente que ele ficava na defensiva quando alguém comentava que Gina e Letícia pareciam irmãs. Mas ele conseguia se fechar completamente quando alguém falava em assuntos do coração perto dele. Não completamente, Gina parecia saber como abrir aquela concha.

Assim que a cunhada fechou a porta, Gina abraçou Harry por trás.

- Que tristeza é essa? Nem parece que vai passar o Natal em casa. – disse ela.

- Eu só estou pensando se isso tudo é o certo. Se estou ensinando certo, se isso vai ser o suficiente, se isso não vai deixar eles mais suscetíveis aos comensais por estarem mais confiantes.

- Claro que essa é a coisa certa a se fazer. Alguns feitiços são melhor que nenhum, meia dúzia de bruxos é melhor que apenas um. – disse ela fazendo com que ele ficasse de frente para ela. – Pensa se fosse algo que prejudicaria a todos, seu pai não permitiria isso. Mas ele vem aqui e ajuda. Tonks me disse que teria ido melhor no teste para auror se tivesse alguém como você para ensina-la na escola. E diz que você é bem melhor que os professores que ela teve por lá. Bom seu pai não conta, né?

- Não tinha visto as coisas por esse lado. – disse ele abraçando ela com mais força.

- Sei bem como você pensa. – disse ela descansando a cabeça contra o peito dele. – Você não quer ver ninguém ferido por sua causa. Sua mãe sempre reclama que seu pai também é assim, e que se só falava das missões perigosas depois que voltava para casa.

O silêncio reinou por alguns minutos, mas não foi desconfortável, foi algo bom para os dois, que ficaram ali apreciando a presença um do outro.

Então, Harry se afastou alguns centímetros, o suficiente para poder olhar diretamente nos olhos avelã da menina. Inicialmente eles refletiam confusão. Mas quando ele foi aproximando o seu rosto, passou para felicidade, antes que ambos fechassem os olhos e se entregassem a sensação.

O Beijo foi calmo, mas refletiu bem o que havia entre eles.

Harry estava novamente na sala precisa, mas desta vez ele estava comendo com Dobby e Winky. No meio da sala, estavam a professora McGonagall dançando com Neville enquanto Mione e Rony tocavam violino. Foi quando Gina apareceu, ela estava com um vestido preto justo, pouco acima do joelho, simples, mas bela.

Ela foi se aproximando ele, e o vestido foi alongando e ficando mais claro, até que ela parecia com uma noiva.

Harry tentou se aproximar, mas uma chuva de pétalas de flor encobriu a sua visão. 

O sonho mudou...

Seu corpo estava mais suave, poderoso e flexível. Estava planando entre as brilhantes barras de metal, cruzando o escuro frio... Estava se achatando contra o chão, movendo-se ao longo de seu corpo... Estava escuro, mas podia ver os objetos em volta brilhando estranhamente, cores vibrantes... Estava movendo sua cabeça... A primeira vista o corredor estava vazio... Mas não... Um homem estava sentado no chão logo à frente, seu queixo caído em seu peito, sua sombra brilhando no escuro...
Harry colocou sua língua pra fora... Sentiu o aroma do homem no ar... Estava vivo, porém inerte... Sentado em frente a uma porta no final do corredor...
Harry demorou a pegar no homem... Mas precisava dominar a fundo o impulso... Tinha coisas mais importantes a fazer...

Mas o homem estava agitado... Uma capa prateada caiu de suas pernas enquanto pulava seus pés; Harry viu sua vibrante e embaçada sombra sob ele, viu uma varinha saindo de um cinto... Ele não tinha escolha... Ele se levantou do chão e golpeou uma, duas, três vezes, mergulhando suas presas profundamente no corpo do homem, sentindo suas costelas se estilhaçando sob sua mandíbula, sentindo o quente jato se sangue...
O homem estava gritando de dor... Então ele se calou... Afundou para trás contra a parede... O sangue espalhado do chão...

Sua testa doeu terrivelmente... Estava ardendo, quase queimando...

- Harry! HARRY!

Harry conseguiu distinguir a voz de Gina, e se virando para o outro lado da cama, vomitou.

- O que aconteceu Harry? – perguntou a menina, pouco se importando com os colegas de quarto dele.

- Seu pai, Gina. Ele Foi atacado. – disse ele.

- Eu vou buscar ajuda. – disse Neville passando pela porta que a ruiva abrira para parecer que viera de fora do quarto.

- É só um sonho, Harry. – disse Rony se aproximando do casal.

- Não era um sonho.  – disse o moreno. – Eu... Uma cobra enorme atacou seu pai. Ele está sangrando.

- O que está acontecendo aqui? – perguntou Minerva afastando os curiosos para entrar no quarto. – Potter o que você está sentindo?

- É o Tio Arthur, ele foi atacado. – disse o menino. – Eu... Eu vi. Por uma cobra.

A professora pensou por alguns instantes antes de se pronunciar.

- Srta. Weasley, ajude Potter a se levantar e me sigam. – disse ela. – Sr. Weasley, chame os seus irmãos e os leve para o quarto do Tiago. O restante deve voltar para cama, imediatamente.

Ninguém ousou desobedecer às ordens dela, mas muitos queriam entender o que estava acontecendo e o que Gina estava fazendo ali.

Gina estava preocupada, era para ser uma noite feliz. Finalmente ela tinha conseguido um beijo de Harry, bem mais que um na verdade. E depois que saíram da sala precisa, eles combinaram de dormir juntos, sem que ocorresse algo mais intimo que beijos, somente dormir juntos mesmo.

Foi quando ela acordou com o moreno se debatendo e depois gritando. Rapidamente ela salta da cama, abre a porta com magia e tenta acorda-lo, ao mesmo tempo em que os companheiros de quarto dele acordam.

Agora ele dizia que o pai havia sido atacado, ela não duvidava dele como Rony.

No quarto dos tios, Lilian estava aflita esperando por eles.

- Como está o meu pai? – perguntou a ruivinha para a “tia”.

- Tiago já foi ajudar, devem estar chagando no hospital agora. – disse ela. – o que me preocupa é que ele está com raiva de Dumbledore, ele avisou, mas o velho não deu bola.

- Ele também sonhou? – perguntou Harry.

- Sim, sonhou. Pelo menos não acordou as meninas. – disse Lilian.

- O que está acontecendo? – perguntou Fred.

- Rony disse que o Harry sonhou que o papai foi atacado. – disse Jorge.

- Arthur foi realmente atacado quando executava uma missão para a ordem. – disse Lilian. – Tiago foi socorrê-lo e neste instante deve estar levando para o hospital. Vamos mandá-lo para a casa do Sirius, que é mais perto. Amanhã, eu e as meninas e Mione vamos nos unir a vocês. Para não levantar muita suspeita.

- Vou avisar o diretor. – disse Minerva. – E tentar atrasar a Engolidora de Moscas. Ela já deve saber que vocês estão fora da torre.

A Ruiva prepara uma chave de portal para leva-los até Londres.


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