Capítulo 76 – Alinhamento dos Planetas.

Novamente a Sala Precisa estava sendo utilizada para estudos dos NOMs. Mas destra vez para as meninas. Que não impedia os outros de estarem junto. Hermione ficou mais que feliz em poder compartilhar seu conhecimento, e utilizar a sala para seus próprios estudos. Harry, Rony, Tony e Logan para poderem ficar com as namoradas. Neville gostava do clima da sala, e também estava um pouco cansado de Simas e Dino que ficavam sempre o perturbando porque o menino não queria ficar correndo atrás das meninas como eles. Cansou de ter que evitar que os dois fossem azarados por elas. Eles teriam que se virar sem ele.
As coisas pareciam normais, até que Logan solta um gemido de frustração.
- Tinha que ser logo neste dia. – disse ele.
- O que aconteceu? – perguntou Dani que apareceu do nada, sentindo o incomodo do irmão.
- Isso. – disse ele jogando um mapa celestial que ele e Cris estavam estudando.
- Isso não é legal. – respondeu a loira. – Não tinha como isso ser pior, não?
- Eclipse solar. – respondeu caçador.
- O que significa isso? – perguntou Mione, não muito satisfeita de não entender o que ocorria.
- Um raro alinhamento de astros. – disse Cris. – Júpiter, Marte e a Terra estarão alinhados, e assim ao Sol. Um eclipse colocaria a Lua ai também.
- Mas o que tem de errado nisso. – disse Mione. – Lilá e Parvati estão entusiasmadas com esse alinhamento, estão a dias falando deles, algo com boa sorte.
- Dependendo de onde se olha sim é um sinal de Boa Sorte. – disse Dani.
- Normalmente esse alinhamento não se reflete na vida de ninguém, mas ele gera um fenômeno muito curioso. – disse Logan. – Ele faz com que durante esse período os demônios percam seus poderes completamente. Por isso a sua associação a Boa Sorte. Maldiçoes e possessões são quebradas. A guerra entre os demônios e anjos teve sua definição num período destes. Sem poderes, os demônios mais fortes foram subjugados e aprisionados, o que condenou todos eles.
- Caso houvesse um Eclipse Solar, os demônios poderiam fugir de suas prisões, já que as barreiras não os identificariam como demônios. – disse Cris. – Eu tenho que saber tudo sobre ele.
- Mas o que isso afeta a nossa vida? – perguntou Rony.
- Um demônio sempre contamina o ar a sua volta. – disse Logan de forma triste. – O alinhamento afetaria a todos que convivem com um demônio que esteja em seu próprio corpo.
- Nos perderemos nossos poderes? – perguntou Gina.
- Pelo contrario. – disse Dani. – Durante esse período alguns de nos terá poderes maiores. O problema será a falta de controle sobre eles.
- Alguns, quem? – perguntou Tony.
- Aqueles com poder elevado. Todos nesta sala e mais alguns. – disse Harry instintivamente.
- Sim, Mas que belo presente de aniversário. – resmungou o garoto do cabelo azul.

Dumbledore analisava a lista que estava em suas mãos. Ele estava ciente das pessoas as sua frente, vendo as suas reações. Logan, Dani e Lílian o olhavam sem demonstrar nada. Os dois brasileiros já eram acostumados a agirem assim, mas a ruiva estava mais pensativa que preocupada.
- Então esses serão os afetados. – disse o diretor. – Mas não seria mais fácil se você...?
- Não. Pelo contrário. A minha ausência não servira de nada, já que a ‘contaminação’ já aconteceu. E caso alguém muito poderoso, como o senhor, perder o controle dos seus poderes, eu serei uma das opções mais viáveis, por não ser afetado por magia.
Dumbledore voltou novamente sua atenção para o pergaminho a sua frente. Ali estavam os Marotos, os Filhotes de Marotos, incluindo aqueles que competiram com eles no Torneio de Duelos, todos os professores e mais alguns alunos. Ainda tinha os poderes que poderiam sair do controle, tais como Animagia, Metamorfomagia, Dons Premonitórios, Magia sem Varinha entre outros. Logan não escreveu todos os poderes, apesar de deixar claro que eles existiam. Eram poderes latentes que poderiam não se desenvolver, portanto sem necessidade do professor tomar conhecimento deles, ou poderes que as pessoas tinham conhecimento, mas mantinham segredo, e não seria ele quem iria revelar.
- Eu ainda quero saber o que vocês fazem em uma escola de magia. – disse o professor.
- Temos que ter uma vida normal, e aprendermos a ter controle de nossos poderes. – disse Dani.
- O que vocês propõem e que metade desta lista fique de olha na outra metade? – perguntou ele.
- É lógico que bruxos formados saibam seus limites e mesmo perdendo o controle de sua magia, tenha condições de agir nesta situação. – disse Lílian.
- Alguns terão que ficar isolados. – disse Logan e alguns nomes se destacaram na lista, inclusive o seu, o da irmã, e o da Professora Trelawney. Nome que Dumbledore ainda queria entender por que estava ali.
- Mas a Professora Trelawney não oferece risco a ninguém. – disse o professor.
- Somente a ela mesma. – disse Logan. – Ela não tem conhecimento do seu real poder. Isso poderia desencadear uma série de eventos que a enlouqueceria. Sem contar a quantidade de profecias que ela poderia realizar. E como sabemos o maior risco das profecias, não são suas palavras em si, mas a interpretação que damos para elas. Com certezas, mentes jovens podem ter as piores.
- Você tem razão. – disse o professor.
- Seria melhor que ela fosse colocada em coma. – disse Dani.
- Posso fazer isso. – disse Lílian imediatamente. – Com prazer.
-Bom, avisarei aos professores e aurores.  – disse o diretor. – E tomaremos todos os cuidados para a proteção dos incluídos na lista, e de todos os outros. Enquanto vocês dois devem ficar em alerta, acredito que serão úteis. E Lílian, acredito que a enfermaria será muito utilizada, seria melhor que não passasse dever de casa para se dedicar.
- Certo. – disse a ruiva, enquanto os outros dois só acenaram.

Uma pequena comemoração de aniversário para Logan. Que ocorreu antes do sol se pôr, momento que se estimava que o alinhamento começaria a influenciar os demônios.
Não passou de alguns pratos de comida, algumas bebidas e poucos convidados de fora, sendo a maioria amigas da Dani.
Cláudia e Rafael compareceram. O caçador foi mais pela namorada do que pelo irmão. Eles haviam ficado dois meses sem se ver, quando ele estava em uma missão, mais ao norte.
Ninguém estava preocupado com o alinhamento e suas possíveis consequências. Ou melhor, quase ninguém.
- Eu não sei se não é melhor colocar os alunos para dormir. – disse Lílian.
- E com que desculpa, que eles podem fazer algo errado. – disse Tiago. – Se fosse assim, nós, os marotos, deveríamos ter passado sete anos em coma.
- É melhor ninguém saber desse detalhe sobre meu filho. – disse Cláudia. – As consequências serão pequenas, ninguém saíra muito ferido. Principalmente se ninguém enfrentar o Tiago, ou a Dani. Me lembro que teve um caçador iniciante que tentou desafia-lo pelo posto dele. O menino tem medo de gatos até hoje.
- Outro alinhamento? – perguntou Pontas.
- Não me venha com essa que não sabe que seu filho alterou o rumo da historia voltando no tempo.
- Esqueci dos seus poderes premonitórios. – disse o maroto passando a mão no cabelo.
- Mas... Como é possível? – perguntou Lílian.
- Tiago não é um demônio pela interferência de Harry. Sempre foi seu destino, da outra vez e agora. Os demônios só resolveram agir antes desta vez. E aqui na Inglaterra. O que mudou que agora ele é feliz, tem uma Fada para completá-lo.
- Onde ele estava da outra vez? – perguntou Pontas curioso.
- Na sede dos Caçadores. Foi bem engraçado ver homens e mulheres treinadas, perderem o controle. – disse Cláudia. – Eles perderam um pouco do ego.
- Isso não vai acontecer de novo. – disse Lílian.
- Vai. Fiz questão de manter o quarto dele intacto. Assim a presença dele ainda é forte. Gabriel é que foi esperto e saiu de lá. Está na Antártida.
- Ele foi pra lá sozinho? – perguntou Logan chegando perto da mãe. – Isso não é um bom sinal, nas férias ele vai estar insuportável. Ele não vai encontrar e ainda me culpar pelo frio.
- Encontrar o que? – perguntou Cris.
- A Fortaleza da Solidão. Uma base dos caçadores antigos, que deu origem a do Super-Homem. Serve como prisão ou para isolamento e treinamento.
- E você vai procurar nas férias? – perguntou a ruiva.
- Devo achar em dois dias. – disse ele. – Não demoro mais que isso por lá, desta vez.
- Espero mesmo, Teremos casamentos nas férias e te quero lá do meu lado. – disse a menina.
- Não estaria em outro lugar, Fada. – disse ele.

Depois de alguns dias pouca coisa fora do normal foi notada pela maioria dos ocupantes do castelo. Somente a súbita doença da professora de Adivinhação, que por ser contagiosa não permitia visitas, para desgosto de suas alunas favoritas, Lilá e Parvati. E claro a ausência de Logan e Dani, esta sem qualquer explicação.
Aos poucos, Tonks perdeu o controle da cor de seus cabelos, mudando de forma irregular, o que distraia os alunos. Então ela passou a não acompanhar mais as aulas.
Mas as coisas só começaram a ficar evidente depois que uma menina do segundo ano, ao invés de transfigurar seu cálice em uma ave, conforme era o objetivo da aula da Minerva, ela o transfigurou em um bando inteiro.
Alguns alunos perceberam que seus feitiços estavam mais fortes, e começaram a se preocupar, mas foram acalmados pelos professores.
Os marotos tiveram uma boa ideia para acompanhar esses arrombos de magia. Criaram um novo Mapa do Castelo, porém desta vez, ao invés de seguir as pessoas, demonstrava o nível de magia presente nos ambiente. Cruzando os dados com o Mapa dos Marotos, que foi solicitado aos Filhotes, seria fácil de identificar quem era o responsável.
- Vocês poderiam fazer com que o nível de magia se adaptasse aos horários e as funções de cada sala. – disse Lílian ao ver o marido esboçando o mapa. – Assim facilitaria a vida de vocês, já que não gostam de pegar qualquer um, mas poderia pegar invasões e possíveis abusos.
- Essa é uma boa ideia. – disse Tiago depois de pensar um pouco, ele não gostava de pegar quem simplesmente explorava o castelo, ou saia para namorar, mas pegar duelistas e outros delinquentes poderia ser bem útil para eles.
Claro que o primeiro teste do novo mapa foi um fracasso. Eles esqueceram que muitos ali possuíam nível elevado de magia. Incluindo todos eles. Analisando melhor perceberam que a magia interna das pessoas era medida o que seria um problema, já que isso acabaria confundindo.
- Porque vocês não retiram as assinaturas mágicas das pessoas da lista? – perguntou Mary. – Assim detectaríamos novas pessoas e as magias realizadas pelas da lista.
Foi uma solução boa, mas que se mostrou trabalhosa. Já que eles teriam que ficar comparando cada ponto no novo mapa com a sua localização no mapa.
No final restavam dois pontos. Os brasileiros que ocultavam sua presença do Mapa do Maroto.

Mel estava entediada, ela tinha sido isolada, não conseguia controlar sua língua, e estava falando em língua de cobra. Então para não assustar ninguém, ou criar confusão, já que apenas Harry, Dumbledore, e de alguma forma Logan, conseguiam conversar com ela. O diretor preferiu se ausentar, ele era um risco para os alunos caso se descontrolasse. Logan estava na mesma situação dela, trancado no seu quarto. Então ela assumiu o mapa, juntamente com Sirius. Aparentemente ele perderá controle de sua animagia e estava coberto de pelos.
Um ponto apareceu no corredor do sexto andar. Chamou automaticamente Sirius, que olhava para o mapa dos marotos procurando encrenqueiros.
- Estranho, a magia está vindo do Malfoy, e não parece ser o nível dele. – disse o moreno. – Ele está na lista.
Mel só balançou a cabeça, ela já tinha conferido.
- Ele está perto da Cris. E Logan está no seu quarto.– disse o moreno vendo um ponto que a auror lhe mostrava. – Isso nunca é um bom sinal. Vamos.
Sirius lançou um feitiço ilusório em si mesmo. E correu para onde viu o poder.
Acabaram por não encontrar Cris, mas Malfoy estava aprisionado entre grades de gelo. Ele estava encolhido segurando a mão direita, ele murmurava algo como Demônio.
Sabiam que o responsável era Logan, mesmo sem ver os dois olhos que estavam esculpidos em gelo olhando para o sonserino, dois olhos bestiais. Sinal que eles descobriram estar queimado na mão do loiro, como advertência “Estou de Olho”.
- Esse menino parece estar no controle de tudo, mesmo quando está fora de controle. – disse Sirius. – Tenho dó de quem ousar encostar na Cris.

Harry e Gina estavam no salão comunal, sem saber do que acontecia no resto do castelo. Bom eles estavam ignorando até mesmo o que acontecia no salão. Eles estavam se beijando. Não era um beijo quente, que faria Sirius dizer que tinha orgulho dele, e os irmãos dela tentar amaldiçoar o menino. Eles não precisavam disso, no momento, e sabiam que não era o local para isso.
Mesmo assim, incomodava alguém. Uma menina do quarto ano, com inveja da ruiva, e acreditando estar apaixonada por Harry, incentivou Denis Creveey a se vingar da humilhação que o irmão sofreu ao pedir a ruiva em namoro, a atrapalhar os dois naquele momento.
Ele portava a câmera do irmão. Ia usar o flash para atrapalhar, e se possível chantagear com a foto.
Mas assim que focou os dois, sua visão foi bloqueada por uma parede de fogo. Assustado, ele tropeçou e caiu no chão. A máquina bateu no chão e tirou uma foto, que ao revelada, mostrou sua cara de pânico.
Ele não foi o único a se assustar com isso, todos os presentes no cômodo o fizeram. O sofá onde os namorados estavam continha um anel de fogo. Aparentemente ele não queimava nada, mas o calor gerado afastou qualquer um que pretendia chegar perto.
Rony chega com Hermione pouco depois, e logo alguns alunos os chamaram para acabar com aquilo. Um menino do primeiro ano contou o que aconteceu, maravilhado, querendo saber quando poderia aprender aquela magia.
- Só com Dumbledore. – disse Mione, tirando o foco do ‘acidente’.
Mas Rony balançava a cabeça, como se reprovasse a cena.
- O que foi? – perguntou a morena.
- Esses dois têm um conceito estranho de beijo quente. – disse ele.
Mione levantou as sobrancelhas para ele.
- Eu não sou besta de me meter no meio destes dois mais. – disse ele puxando a para seu quarto. – Esse Beijo quente me deu uma ideia.
O dormitório dos meninos do sexto ano ficou tão quente quanto o salão comunal da Grifinória com o fogo de Harry.