Harry Potter Mudando A História escrita por Mago Merlin


Capítulo 7
Convites




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Capítulo 7 – Convites

Lilian voltava de sua ronda esperando encontrar o salão comunal vazio como era de costume para poder ler um livro que tinha pegado na biblioteca mais cedo. Mas encontrou uma dupla ainda por lá. Eram os ‘gêmeos’ Potter, eles estavam muito concentrados olhando para um tabuleiro de xadrez de bruxos. Pereciam nem ter reparado na entrada da monitora. Que tentou assustá-los, chegando de mansinho perto deles.

–        Eu aposto no Potter. – disse quando chegou perto.

–        Esta aposta não é valida. – disse Pontas. – já que parece que ganharia de qualquer jeito, mas tem um resultado que não está coberto pelo seu palpite.

–        Exatamente o que aconteceu. Empate. – completou Guinho. – estamos a mais de quinze minutos tentando ver se temos alguma chance de mudar este resultado, mas parece que vai entrar para estatística como o décimo sexto empate entre nós dois.

–        Quem tem mais vitórias? Perguntou Lilian.

–        Mais um empate, nas dezesseis partidas entre nós. – disse Guinho.

–        Temos exatos dezesseis empates. – disse Ti.

–        Parece que não conseguimos vencer um ao outro. – disseram os dois juntos de forma conformada.

–        Isto é porque vocês dois pensam igual. Assim a tática que vocês usam, vocês conseguem bloquear. Cadê os outros? Achei que se vocês estavam aqui os outros também.

–        O Sirius e a Mary ficaram enjoados de nos ver empatar, e subiram. – disse Pontas.

–        O Remo foi dormir, amanhã ele tem ronda e quer estar bem acordado. – disse Fenrir. – a Anna não viu motivos para continuar depois disso e foi também.

–        Como vocês podem ficar aqui assim, está tão frio aqui. – disse Lilian olhando para a lareira que parecia quase apagada.

Guinho apontou a mão para a lareira e o fogo foi revivido.

–        Pronto. - disse.

Um segundo se passou para que os três percebessem o que aconteceu. Uma magia sem varinha. Guinho olhava da mão para a lareira e de novo para a mão sem entender nada. O olhar assustado de Lilian ida da lareira a Ti a Guinho. Enquanto Tiago olhava para a janela, com o olhar desfocado como se queria rever a cena para descobrir algo.

–        Não era preciso uma varinha pra fazer magia? Não é por isso que cada um tem uma? Não foi assim que me convenceram que eu era um bruxo? Agora confundiu tudo. – disse Guinho afundando a cabeça nas mãos.

–         Calma, Guinho. – disse Lilian. – não deve ser nada para se preocupar. Acho que os seus poderes estão crescendo. Você pode aparatar aqui na escola, sentindo a energia de quem você quer, acho natural isso. Por isso estamos na escola, para aprender a dominar estes poderes sem riscos. Podemos perguntar para Dumbledore sobre isso.

–        NÃO. – disse rapidamente Guinho. – não quero que mais ninguém saiba sobre isso. Os professores me olham de forma diferente por causa dos meus poderes não quero que isso piore.

–        Se você quer assim. Mais acho que conversar com alguém mais experiente que nós dois fará você se sentir melhor. – disse Tiago com jeito paternal.

–        Não contaremos. – disse Lilian, - mas acho que você devia falar nem que seja para a Prof. McGonagall. Vocês se dão muito bem.

–        Se vocês insistem vou vê-la então. – disse se levantando. – e nada de ficar se agarrando no salão vazio. – disse aparatando sem ver a cara vermelha de Lilian e o risinho maroto de Tiago.

Remo acorda e repara em um fato inédito, Sirius já estava acordado sem que alguém o tirasse da cama. Olhou então para os outros companheiros. Rabicho ainda dormia o feitiço de água seria utilizado de novo, eles não gastavam suas ideias no amigo. Pontas estava com cara emburrada por não usar uma de suas brincadeiras no Almofadinhas. Fenrir estava com uma cara péssima como se não tivesse dormido direito, coisa estranha, ele era o que tinha o melhor sonho e ficava apertando a testa.

–        Fenrir. Está tudo bem com você? – Perguntou Tiago que também reparara na cara do maroto.

–        Estou bem. – respondeu.

–        Você não parece nada bem mesmo. – Disse Remo.

–        Estou bem, já disse.

–        Fala logo o que você tem garoto. – explodiu Sirius cansado com a recusa do moreno de responder.

–        Só pesadelos. – disse ele relutante e não querendo estender a conversa.

–        Que pesadelos? – quis saber Sirius curioso, desta vez de forma mais calma.

–        Não me lembro. – respondeu ele raivoso.

–        Como você sabe que são pesadelos, então? – disse Sirius.

–        Não enche, Almofadinhas. – disse Tiago. – Ele já tá ruim com isso e você fica torrando a paciência com este monte de perguntas. Se ele quiser ele fala.

–        Obrigado. – quase que sussurra Guinho.

Eles se trocaram e foram esperar as meninas para o café com virou hábito.

Elas não demoraram muito para aparecer. Lilian e Gina repararam no estado do moreno, mas somente a monitora resolveu perguntar.

–        Guinho, você está bem? Está com uma cara estranha. Dormiu bem?

–        Não, não dormi bem. Tive pesadelos, só não consigo lembrar bem deles. Mas me lembro bem das sensações que tive. Primeiro estava muito feliz com uma noticia que eu recebi, não me lembro qual era. Depois uma outra me deixou com muita raiva, ai veio a dor. Uma dor extrema, como se facas fossem enfiadas no meu corpo.  – desabafou com a ruiva para total surpresa e frustração de dois marotos, principalmente Sirius, ainda levando a mão à testa.

–        Não se preocupe com isso, Guinho. São só pesadelos. Nada disso pode te atingir aqui em Hogwarts. Estamos seguros. – disse Tiago verbalizando o que Lilian pensava, mesmo chocado como a ruiva pela descrição do rapaz.

Gina agora ficou muito preocupada. “Será que ele estava conectado a Voldemort neste tempo também. Este é um relato igual ao que ele tinha no quinto ano, ele está até com a cicatriz vermelha. Bom parece que ele perdeu mesmo a memória. Ele precisava ser forçado a contar quando isso acontecia, e agora falou com os dois assim como se falasse de um voo.”

–        Tem uma coisa que pode alegrá-lo. Tem Hogsmeade daqui a duas semanas. – Disse Anna.

–        Como você sabe? - perguntou Sirius.

–        Ora, Black, o seu amigo e monitor Remo colocou o aviso ontem a noite no quadro. – disse Lilian saindo no salão comunal.

–        E nem nos falou nada, seu lobo mau. – disseram Ti e Sirius juntos.

–        Não entendi nada. O que é isso. E para comer, ou um jogo?– disse Guinho.

–        Você só não perde a cabeça porque está grudada no pescoço. Nada pessoal Nick. – disse Gina ao ver o fantasma. – Hogsmeade é o povoado aqui perto, onde podemos visitar de vez em quando, não se lembra do maluco do professor dizendo antes de nos mandar para cá.

–        Preferi esquecer dele. Mas agora que você esta falando me lembrei. – disse o moreno, mas perguntando para Tiago e Lilian pela mente “Que? Continuo boiando.”

–        “Um passeio em um lugar deferente para que os alunos relaxar, não quebrarem a escola por sempre ver as mesmas coisas.” – disse Lilian do mesmo modo.

–        Bom você pode convidar alguém pra ir com você com um encontro. – disse Mary o abraçando.

Este deu um sorriso que deixou Sirius com muitos ciúmes. Parece que ele ainda não se esqueceu do selinho que o garoto dera. O que deixou o moreno mais feliz seu plano de fazer ciúmes no amigo estava dando certo. Agora só faltava fazer ele a convidar para este tal passeio.

–        Vamos comer logo que a primeira aula é transfiguração. – disse Sirius empurrando o moreno e se sentando ao lado de Mary com Remo do outro lado. Guinho então se sentou entre de Lilian e Gina.

–        Gina. Há quanto tempo você não se senta com a gente? – perguntou Alice ao reparar que a ruiva se sentando. – O que acontece com o seu ‘namorado’?

–        Ele ultimamente está um porre. Com ciúmes bestas desde o teste para a equipe de Quadribol. Ele acha que qualquer um quer me roubar dele. – disse de forma cansada. – além de me encher achando que vai ganhar de nós, só por que ele é o capitão e o apanhador. Como se ele fosse o maioral. Se ainda jogasse como os ‘Gêmeos Potter’, ele podia falar alguma coisa.

A última frase parece que não teve o efeito normal. Já que nenhum dos dois citados reagiu a ela.

Do outro lado da mesa Sirius discutia com Remo aos sussurros.

–        Você viu, a Lilian perguntou e ele respondeu. Com a gente, quase foi preciso ameaçar com a varinha e ele ficou com raiva. E o Tiago que costuma agir como eu. Mais parece realmente o irmão dele, e do tipo protetor. Tem algo de estranho aí. – disse Sirius.

–        Tem mesmo. Eu acordei algumas vezes durantes as ultimas noites e algumas ele não estava na cama dele. Ele parece mais cansado de manhã do que de noite. Ele esconde algo. – disse Remo.

–        Será que ele esta saindo com alguma menina? O lobo está saindo para caçar à noite. – disse Sirius soltando a sua gargalhada que mais parece um latido.

–        Tem algo mais estranho ai. A Gina ficou muito pálida quando ele relatou o pesadelo, mas depois ficou normal, ela sabe algo. Deve ser algo do passado dele, que eles não falaram. É não adianta pressionar que nenhum dos dois vai abrir a boca. Deixa que uma hora eles contam. – disse Remo encerrando a conversa e olhando para a Anna que lia o jornal concentrada, admirando a beleza da garota, a quem ele desde o quarto ano sonhava em levar para o Passeio.

–        Pessoal, olha parece que prenderam três comensais da morte na noite passada. Eles estavam torturando a família de um funcionário do ministério. Segundo informações eles eram dos piores. – disse de repente Anna.

–        Quem são estes comensais? – perguntou Guinho.

–        Hoje você ta triste, lobinho. Parece que você realmente precisa de uma boa noite de sono para funcionar. – disse Sirius recebendo quatro olhares de matar. Ele ainda queria se decidir se era dos morenos ou das ruivas. Mas foi salvo pelo Rabicho.

–        São os seguidores do Lorde das Trevas. – disse o rato.

–        Quem é esse? – quis saber Guinho demonstrando curiosidade.

–        Ninguém sabe direito. São poucos os que falam seu nome. – disse o rato aos sussurros, para que ninguém além deles escutasse.

–        É só um lunático que quer fazer uma limpeza no mundo bruxo, segundo ele é claro. – disse Remo.

–        Ele acha que somente os sangues-puros têm direito a magia. Igual a Slytherin. – disse Tiago. – o que é uma bobagem, já que grande parte das famílias bruxas tem membros nascidos trouxas ou os próprios. Além de existir os nascidos trouxas que tem muito mais poder que os de linguagem puro. – disse olhando nos olhos verdes de Lilian.

–        Certo. Agora que você conhece Voldemort, podemos ir para a aula. – disse Lilian para fugir do olhar do moreno.

As meninas estavam achando estranho o fato de que nenhum garoto tivesse tentado convidá-las para ir ao passeio. Geralmente a esta hora elas tinham que escolher com quem iriam, se fossem com alguém. Está certo que desta vez a lista dos convites aceitáveis esta bem reduzida para um ou dois nomes. Todos estes marotos. Excluindo claro Gina que namorava um jogador de quadribol, se tornando indisponível para o resto, e Alice, que namorava também, mas encontraria o namorado no vilarejo.

–        Será que os marotos estão sabotando de novo os nossos convites? – perguntou Lilian. Ela gostava de ser convidada, mesmo recusando a maioria.

–        Não, acho que desta vez eles nem levantaram a varinha para isso. Apesar de achar que a culpa é deles sim. – disse Mary.

–        Como assim? - perguntou Anna voltando do mundo da lua.

–        Se você não ficasse no mundo do Remo, digo Lua.  Você repararia que já tem algum tempo que nenhum menino vem falar conosco, certo? – disse Mary esperando a confirmação das outras. - Vocês não podem pensar em um motivo?

–        A presença dos marotos. – disse Gina. – Com vocês andando com eles ninguém teria coragem de se aproximar, se tudo o que me contaram sobre o que o Ti fez com os candidatos a pretendes da Lilian for verdade.

–        É verdade, e só metade de tudo. – disse Alice. – tem alguns que nunca contou o que ele é capaz. Amus que não abra o olho. – disse sussurrando a última frase para Gina não ouvir.

–        Se preparem os diabos estão vindo para cá. E o brilho no olhar do Tiago está me deixando nervosa.

Os marotos entraram no salão principal como um bando de lobos caçando. Logo cada um avistou a sua presa. Os olhos de presa e caçador se encontraram. Os marotos então traçaram uma linha reta até a mesa que as meninas estavam sentadas fazendo os deveres, todos no caminho se afastaram. Anna estava vermelha. Mary exibia um olhar travesso. Lilian parecia não ligar, mas não tirava os olhos do moreno. Gina estava confusa, era o mesmo olhar de quando eles se beijaram depois da vitória no campeonato de quadribol, mas ele sabia que ela namorava, não era como ele agia.

Quando finalmente chegaram a mesa a formação de caça foi desfeita, dando a entender que não foi combinada. Tiago se sentou na frente de Lilian, Remo permaneceu em pé, Sirius se jogou em uma cadeira vazia e Guinho fez a coisa mais improvável de todas, se aproximou de Mary e se sentou na mesma cadeira que ela, deixando dois ocupantes da mesa realmente com raiva.

–        Meu Lírio, estive pensando durante o dia todo a respeito do passeio. – Disse Tiago.

–        Meu nome é Evans. E não quero saber sobre o que você pensou. – disse Lilian sem tirar o olho dele.

–        Claro. Lilian – disse ignorando os comentários dela. – Você não gostaria de ir comigo para este passeio?

–        Claro... – disse querendo usar o truque de novo.

–        Então te espero as oito. Vou tentar estar a sua altura. Não demore. – disse se levantando sem deixar que ninguém comentasse nada.

–        Eu não disse. – ouvisse a voz de Guinho.

–        Saco. Agora não vou poder desmarcar. Maldita mania de ser certinha. – disse Lilian.

–        Lírio, por que em vez de reclamar, você não aproveita e o conhece melhor assim você pode definir o que realmente quer. – disse Guinho.

–        Certo, odeio você e sua mania de estar certo. – disse Lilian, espantando a todos pelo apelido usado pelo maroto, já que ninguém podia chamá-la assim, somente Tiago era corajoso o suficiente para tal coisa.

–        Puxei a minha mãe, - disse brincando com um cacho de cabelo de Mary. – já que meu pai é um Potter.

–        Novamente certo. – disse Lilian.

–        Agora que já sabemos com quem a Lilian vai, me diz Mary, alguém já te convidou? – perguntou dando uma piscadinha para ela que corou.

–        Ainda ninguém me convidou. – disse com uma carinha de coitadinha.

–        Então... – começou o maroto de óculos, de forma devagar.

–        Mary, você gostaria de ir comigo para Hogsmeade? – disse Sirius rápido, para fazer antes de Guinho.

–        Porque não, a Lilian já vai com o Ti mesmo. Não quero deixar a minha amiga nas garras do seu amigo. – disse só para se fazer de difícil, mas estourando de alegria por dentro.

–        Certo, então. – disse atordoado Sirius. –estarei esperando com o Pontas. – disse se levantando e seguindo o amigo para o dormitório.

–        Valeu. - Disse Mary para Guinho dando um beijinho. – fico te devendo essa.

–        O que foi isso? – perguntou todas as outras meninas.

–        Eu não tinha dito que para se fisgar o Sirius era só fazer ciúmes. Foi o que eu fiz. E deu certo. Agora usa e abusa dele, Mary. – disse se levantando e seguindo com Remo para o quarto.

–        Então foi por isso o Selinho, naquele dia. A cara do Sirius é hilária quando ele sente ciúmes. – disse Alice.

Remos e Guinho quando chegaram escutaram o seguinte diálogo.  

–        Eu não acredito. – disse um Tiago feliz e um Sirius confuso, juntos.

–        Em que você não acredita? – perguntaram novamente juntos.

–        Eu vou com a Lilian. – disse Tiago.

–        Eu vou com a Mary. – disse Sirius.

–        Como? - Perguntou Tiago.

–        Foi algo de impulso, quando eu vi o Fenrir quase a convidando, o convite escapou da minha boca. – disse Sirius tentando convencer a si mesmo que tudo ocorreu.

–        Bom agora só esta faltando o Aluado. – disse Guinho mostrando que eles estavam presentes.

–        E você? - disse Remo se aproximando da cama sem notar que os outros três estavam na sua cola.

–        Eu já tenho companhia. – disse Fenrir.

–        E você quando vai deixar de lado a sua timidez e convidar a Anna, ela vai ficar lá sozinha cercada de urubus. – disse Almofadinhas

–        Você vai deixar? – Disse Pontas.

Vendo que nada ia adiantar, Fenrir usa uma coisa que ele queria não usar.

–        Remo, você vai lá agora e vai conversar com a Anna. JÁ. – ordenou ele, com uma mudança em seus olhos.

Remo se levantou e saiu pela porta. Os outros dois se assustaram com aquilo. Tiago sabia que a explicação viria. Mas Sirius nunca teve paciência.

–        O que você vez com o meu amigo? – disse agarrando o maroto pela gola.

–        Sirius. SENTA. – ordenou. Quieto ai.

–        Só agora você faz isso. Minha vida teria sido bem mais fácil se você tivesse aqui desde o primeiro ano. – disse Tiago teatralmente. - Vai explicar agora ou esperar a explosão do Aluado?

–        Espero o Aluado. – disse.

Enquanto isso na sala comunal...

Remo segue o caminho inverso ao feito agora a pouco, seus olhos pareciam um pouco vidrados. Ele vê Anna meio triste na mesa. Ele se aproxima e pergunta:

–        Será que posso roubar a Anna por alguns minutos?

–        Pode. Mas se quiser devolver dentro de alguns dias pode. – disse Mary não perdendo a oportunidade de tirar com a cara dos dois.

Remo levou Anna para um canto. Ele preferia fazer isso de forma reservada, ao contrário dos amigos.

–        O que você queria falar comigo? – perguntou Anna preocupada com o olhar do maroto.

–        Eu....Eu ....Queria saber, assim,...se for possível.... você que ir comigo? Digo... Para Hogsmeade. – gaguejou ele.

–        Achei que você nunca ia pedir. Claro que quero. – disse vendo o brilho tinha voltado para os olhos dele.

–        Jura?

–        Juro. Sempre estarei ao seu lado. Não importa o que acontecer Remo. – disse dando um beijo na bochecha dele, bem próxima da boca. E saiu mais vermelha que os cabelos das amigas.

–        Ah, e agradece ele por mim. – disse se virando- quem quer que seja.

–        Fenrir. – disse automaticamente. – Digo não tem porque agradecer. – disse arregalando o olho ao compreender o que ocorreu.

Ele voltou com raiva para o quarto. Ele foi direto para o Fenrir.

–        Você poderia me explicar, o que aconteceu. Por que você me enfeitiçou para convida–lá. – disse agarrando o moreno pela gola. - Você não tinha o direito de interferir.

–        SENTA. – disse Fenrir. – eu adorei. Agora eu tenho a minha própria matilha. – disse ao ver o segundo maroto sentar no chão como um cachorrinho. Tiago agora estava morrendo de rir.

–        Podem se mexer. – disse depois de alguns segundos.

–        Eu quero entender o que aconteceu. – disse Remo.

–        Qual é minha forma animaga? – perguntou para eles.

–        Lobo mítico. Mais o que isso tem haver? – disse Aluado.

–        Reza a lenda que o Lobo Mítico tinha o poder de controlar os lobos. Na verdade eles eram os alfas de uma matilha, antes de seu súbito desaparecimento.

–        Agora o que diz respeito à animagia, vocês devem ter reparado que o animal que nós nos transformamos reflete características nossas, é chamado animal interior. Nos também assumimos algumas qualidades e defeitos destes animais. O Rabicho come tudo o que vê pela frente. Almofadinhas, sua audição e olfato melhoraram depois da transformação. Pontas ganhou agilidade encima de uma vassoura. Eu além das mesmas características iguais a do Almofadinhas eu tenha a capacidade de controlar os canídeos. Os lobos inicialmente. Como os cachorros são descendentes dos lobos, eles entram na lista. Acredito que posso usar também em coiotes, raposas e até ursos.

–        Nossa. – foi o que Almofadinhas conseguiu dizer.

–        Como você sabe isso tudo? – disse Remo.

–        Ora, eu li sobre isso. Vocês devem ter parado quando descobriram como conseguir a transformação.

–        E foi isso mesmo. – confessou Pontas.

–        “Pera lá se você é um Potter mesmo a sua forma devia ser..”- disse mentalmente Tiago.

–        “Foi a primeira forma que na minha mente, mas achei que para cuidar do Remo devia ter outra, ai veio o Lobo na minha mente, o que eu posso fazer se era justamente o Mítico.” – respondeu Guinho.

–        E como você sabe sobre o Lobo Mítico. – perguntou Remo querendo descobrir o que acontecia quando os Potter se olhavam assim, o mesmo acontecia com Lilian.

–        Trabalho de DCAT. – disseram os Potter juntos, começando a rir.

–        Bom, mas isso tudo não lhe dava o direito que me forçar a convidá-la. – disse Aluado.

–        Bom, eu não te forcei. Você convidou porque quis, eu mandei você ir conversar com ela. Mas fiz mal? – perguntou.

–        Ela pediu para agradecer. – disse Aluado corado.

–        Então todos os marotos estão comprometidos para o Passeio. – disse Sirius.

–        E o Rabicho? – perguntou Fenrir.

–        Ele sempre se compromete com a comida. Por que desta vez seria diferente? – Disse Pontas.

Lilian estava na biblioteca fazendo o trabalho de DCAT que o professor pedira. Ela já passara do dobro do tamanho estipulado pelo professor, mas o assunto era tão interessante que ela não se importava, ela fazia o trabalho sobre os amaldiçoados. Lobisomens e Vampiros. Ela se concentrava tanto quando estudava que nem reparava que outras pessoas ocupavam a mesma mesa dela. Era por isso que as amigas não gostavam de estudar com ela na biblioteca, sempre a deixavam sozinha. Hoje não foi uma exceção. Ela só reparou neste fato quando uma voz conhecida que ela não esperava encontrar ali foi ouvida bem do lado dela.

–        Me passa o Livro vermelho.

–        Tiago. – murmurou ela.

Ele nem ligou pegou o livro da pessoa que estava ao lado da Lilian e continuou a ler, e escrever em um pergaminho. Lilian parou o que estava fazendo e ficou admirada com o maroto. Este permaneceu mais uns quinze minutos ali e depois saiu, sempre dando algumas olhadas de rabo de olho para a ruiva. Lilian podia jurar que ele ficou invisível no meio da biblioteca como se não quisesse que ninguém o visse ali.

–        O que aconteceu aqui? – perguntou Lilian para ninguém.

–        Ele sempre vem aqui para te ver, se senta do seu lado, faz algum dever ou copia do Remo depois vai embora. Ele não fala nada para não te perturbar. Acho que faz isso a uns três anos. – disse Guinho que era a outra pessoa sentada na mesa.

–        E o que você está fazendo aqui? – Perguntou para o moreno.

–        O mesmo que vocês dois. DCAT. Você está com os melhores livros. Então eu não podia simplesmente pega-los e aparatar para um lugar reservado para fazê-lo sozinho. Mas não me leva a mau, mas ele se dispõe a passar um tempo na biblioteca ‘manchando a honra marota’ só para ficar perto de você sem que você o expulse e você ainda tem medo dele estar brincando com os seus sentimentos. Pense- disse aparatando levando um livro sobre Bestas mitologias com ele.

Pensar foi exatamente o que ela fez durante mais de uma hora na biblioteca. O seu dever não teve mais nenhuma palavra adicionada ou alterada até a sexta antes da visita a Hogsmeade, dia de sua entrega.

Ainda era terça-feira, ainda tinha alguns dias para a visita ao vilarejo, mas o assunto era somente este. As especulações sobre quem ia com quem. Os lugares que todos iriam visitar. E outros assuntos eram comentados, porém tinha um que ninguém pedia a chance de discutir. Com quem os Marotos iriam. Ninguém sabia quem seriam as meninas desta vez, houve o boato de que iriam com as meninas com quem eles andavam, mas este boato foi rechaçado pelo fato de todos saberem que Lilian Nunca iria aceitar ir com Tiago Potter. Alguns diziam que eles esperariam até o último momento para os convites, causando um pânico entre os rapazes que já tinham pares, pois achavam que elas os chutariam para ficar com um deles. Mesmo Os marotos afirmando que já tinham companhia. Amus era um deles.

Os alunos do sétimo ano da Grifinória tinham um horário vago pela manhã, estes estavam no salão comunal, cada um fazendo uma coisa, tinha mais alguns alunos de outras series sem aula lá também.

Foi quando uma coruja pousou na janela e começou a bicar o vidro para entrar. Alice abriu a janela, com todos estranhando o fato. O correio sempre passa no café da manhã. A coruja então voou diretamente para Lilian, deixando cair a carta que trazia e saiu pela janela que permanecia aberta.

Lilian começou a ler, e a cada palavra chorava mais. Quando terminou amassou a carta e subiu correndo para o quarto.

Guinho aparatou atrás, mesmo não sabendo o que a carta dizia, mas achou que era melhor ver a ruiva. As meninas até fizeram um movimento para seguir os dois mais, conhecendo a ruiva era melhor deixá-la chorar um pouco sozinha. Maldito orgulho, pensaram elas, Maldito Potter.

–        Lírio. – chamou o moreno ao aparecer ao lado da cama dela.

Ao ver o maroto ao seu lado, Lilian fez algo que ela achava impossível naquela situação, Pulou no pescoço dele e chorou com a cabeça em seu peito. Este por sua vez a abraçou e se sentou na cama para deixá-la mais confortável, enquanto passava a mão nos belos cachos vermelhos dela.

Ele tinha pouca experiência em consolar as pessoas, então ele usou o que podia, chamar o ‘irmão’.

–        “Pontas ela precisa de você. Sobe aqui”

–        “Tô indo”- respondeu.

Tiago se levantou e disse:

–        Ela precisa de mim. – disse andando para o dormitório feminino.

Sirius antecipou o riso. A armadilha para evitar meninos naquele dormitório seria ativada e ele cairia. Esta seria a sua vingança pelas vezes que o amigo rira das suas tentativas de subir. Mas o que aconteceu ninguém nunca supôs que ocorreria, ele subiu sem problemas, sem alarme, sem rampa, sem tombo e principalmente sem marotos rindo.

–        O que Fenrir fez para a escada não reagir? – disse Sirius seguindo Pontas.

Desta vez, porém, a armadilha foi ativada. Agora só eram escutadas as gargalhadas de todos no salão, ou pelo tombo ou pela cara de Sirius que ainda não acreditava naquilo, de novo foi barrado, mas tinha Dois Potter no Dormitório feminino. Merlin Não ia com a cara dele.

–        Agora não podemos ir atrás deles para descobrir o que aconteceu. Temos que esperar a escada voltar ao normal. Obrigado Black. – disse Mary frustrada.

Ao entrar no quarto Tiago viu uma cena que cortou o seu coração. Lilian chorando agarrada ao amigo, este com cara de que não sabia o que fazer. Ele se aproximou e se sentou. Antes de falar alguma coisa ele foi agarrado pela mão da menina e puxado para um abraço, ficando com a cara a poucos centímetros da cara do amigo com Lilian chorando contra o peito dos dois. Eles ficaram naquela posição mais alguns minutos até que Ti rompe o silêncio.

–        Pode chorar Lírio. Deixa tudo sair. Quando se sentir melhor, você nos conta o que aconteceu. Estaremos os dois aqui com você.

–        Estaremos sempre. – disse Guinho.

Mais alguns minutos se passaram até que Lilian se sentiu em condições de falar.

–        Meu avô morreu. Ele já estava bem velhinho e morreu enquanto dormia. Ele que me deu o apelido de Lírio, só ele me chamava assim, até vocês dois. Eu queria que isso tivesse continuado. Por isso brigava.

–        Calma, Lilian. Se ele não sofreu é um bom sinal. – disse Guinho.

–        Ele esta em um lugar melhor olhando por você. Eu garanto. – disse Ti.

–        Se você quiser paramos de te chamar assim, se isto te fizer sofrer. – continuou Guinho como se ele e Ti fossem a mesma pessoa falando.

–        Mas acho que ele nunca ia te quer triste. Lembre de como ele era com você e não que ele morreu. – disse Tiago.

–        Ele sempre estará com você aqui dentro. – disseram os dois apontando para o coração e a cabeça da ruiva.

–        Vocês dois tem razão. Mas não vou reconhecer isso para os outros. Ele nunca ia me quer triste por sua causa. O apelido era para me deixar alegre quando algum garoto me magoava porque eu era diferente. Vocês podem me chamar de Lírio, assim eu me lembre dele. Mas só vocês dois. – disse ensaiando um sorriso.

–        Acho que é melhor descermos. Os outros também ficaram preocupados com você. Sirius até tentou me seguir. – disse Ti.

–        Mas seria mais interessante não descermos a escada. Vamos deixar a nossa lenda aumentar. – disse Guinho com um brilho no olhar.

Eles saíram do quarto, mas antes da escada Guinho aparata com Ti para o próprio quarto. Lilian então desce, encontrando os amigos no fim da escada. Quando ela pisa nos degraus eles vão formando novamente a escada.

–        Lilian, você está bem? – perguntaram todos.

–        Estou depois de matar os Potter eu fiquei bem. – disse com um sorriso maroto nos lábios.

–        E assim que ela nos trata depois de tudo isso. – disseram os dois morenos da outra escada. – dá próxima vez vamos ficar sentados nos nossos lugares.

–        Quem disse que vai ter outra vez. – disse Lilian.

Ela então explica o que tinha acontecido, mas não soube como Tiago subira para seu quarto. Aliás, este fato se tornou uma lenda, todos que estavam no salão juravam que Tiago Potter subira a escada do dormitório feminino sem ativar a armadilha, sem usar nenhuma magia, mas ele foi visto descendo a escada do masculino com o outro Potter, que muito acreditavam ainda estar no salão. Era impossível.


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