Capitulo 45 – Epílogo

Os anos passaram rápido, e as mudanças acompanharam o tempo. Posso dizer que a fática noite da batalha em Hogwarts foi o ponto final, ou melhor, inicial. Depois que Harry e Dumbledore morreram um pandemônio instalou-se, mas ao contrario do que todos pensaram Tom não matou todos.

Claro, quem ficou contra nós em Hogwarts morreu, e também sua família, mas alem destes, nenhum bruxo foi morto.

O plano de Tom era genial, e no fim, todos acabaram se acostumando com a ideia. Com um feitiço antigo que Tom achou no diário de Salazar, nós descobrimos todas as crianças trouxas que desenvolveriam magia, e todos os trouxas que poderiam gerar uma criança capaz de executar mágica.

Começamos pelo Reino Unido:

Em pouco menos de um ano, os Comensais já tinham uma lista de todos que futuramente exerceriam magia. Estes foram encaminhados para instalações especiais, onde foi-lhes ensinado tudo sobre o nosso mundo, e as crianças cresceram segundo os antigos costumes puro-sangue.

Aos que o feitiço de Salazar não deu resultado positivo, sobrou à carnificina.

Dois ou três anos depois da purificação de UK – como ficou conhecida – ter terminado, Tom havia conseguido passar seu ideal para Alemanha, Itália, Portugal, Áustria, Espanha e Rússia. Em 19 meses toda a Europa era composta apenas por bruxos.

Depois da purificação europeia, não foi difícil trazer a América para o nosso lado, e mais tarde a Oceania. Meses depois, por fim, a Ásia e a África estavam conosco.

Agora, 13 anos depois, o mundo é composto apenas por bruxos.

Lord Voldemort era conhecido mundialmente, e adorado por todos. Não havia uma única pessoa no mundo que não conhecesse sua face – não mais ofídica –, sua história e tudo o que Tom havia feito para chegar até aqui, mas ao contrario do que seria esperado, ele não era odiado ou visto como o vilão: Tom cumpriu sua palavra e mudou o mundo. Nós bruxos não tínhamos mais que nos esconder, pois não havia mais trouxas. As guerras haviam acabado, pois éramos um povo unido e de mesma crença. Não existia mais o preconceito de sangue, pois todos sabíamos que, por causa da miscigenação, dentro de 60 anos, todos teríamos o mesmo sangue. Éramos finalmente livres.

Desviando o assunto do mundo para a minha família, eu não poderia estar mais feliz e realizada. Eu e Tom estávamos sempre em sintonia; ele não mandava em todo o mundo já que cada país tinha o seu representante, mas Tom é o responsável por manter a Terra em paz sempre que havia algum problema – o que era muito raro. Eu fiz um curso de medimagia e sou atualmente responsável pelo St. Mungos.

Érebo cresceu feliz e amado. Ele passou de criança espoleta para um adolescente bonito – praticamente igual ao pai na aparência, e uma mescla minha e de Tom na personalidade – e cobiçado pelas garotas. Ele e Teddy cresceram juntos, e até hoje são como irmãos.

Neste momento eu estou na sala da minha casa esperando Tom e as crianças desceram. É 1º de setembro de 2011, dia do embarque para Hogwarts.

Hogwarts mudou. Não existe mais a seleção. Há apenas uma casa, a de Slytherin. Amico Carrow é o diretor; os alunos têm aulas de Artes das Trevas, e não mais Defesa contra elas. As aulas de História da Magia foram divididas em dois: uma continua sendo como antes e ainda ensinada por Binns, e a outra – que os alunos têm a partir do 4º ano – fala sobre a guerra e o que aconteceu desde lá. Fora isso não houve muitas grandes mudanças, tirando que agora Hogwarts é bem mais concorrida do que era antes.

Ouço um leve barulho de passos, e deparo-me com Tom que se aproxima e beija-me levemente.

– Fazendo o que? – ele pergunta ao meu ouvido.

– Apenas pensando em tudo o que mudou.

– Espero que tenham sido boas estas mudanças.

– Não poderiam ser melhores – digo sem tentar esconder a satisfação.

Descendo as escadas, posso ver Érebo e Teddy já em suas vestes da escola. Cada um deles está abraçando a pequena menina de pele pálida, olhos castanhos e cabelos cacheados e negros que alcançam a sua cintura e está entre os dois. Quando os três chegam à sala, a menina corre até mim e me abraça fortemente. Agacho ao lado dela e devolvo-lhe o abraço.

– Estou com medo mamãe. – diz minha filha mais nova sem me soltar. Tom abaixa ao nosso lado e faz com que a pequena levante a cabeça e olhe para ele.

– Medo de que minha pequena Dama – pergunta ele.

– De não me aceitarem. De eu não ter amigos. De não ser inteligente o suficiente... – diz ela levantando um dedo para enumerar cada motivo.

– Você não deve temer isso. – digo eu – Você é tão inteligente como eu, seu pai e seu irmão. Você fará muitos amigos, e mesmo que não faça seu irmão, Teddy e Scorpius estarão ao seu lado. – fiz uma pausa não deixando de notar a careta de Tom quando mencionei o filho de Draco, que entraria para seu primeiro ano junto com a minha princesinha.

– Mas Érebo e Teddy já estão no terceiro ano, e o Scor não vai querer ficar comigo quando chegarmos a Hogwarts.

– Esse seu ‘mas’ é apenas uma desculpa mal feita – Tom diz sério. – Seu irmão e Teddy estarão lá para quando você precisar, e mesmo que eu não goste de admitir, Scorpius Malfoy te ama muito e nunca te deixaria só.

– Mas papai...

Ela não pode terminar, pois Tom a corta.

– Nada de ‘mas’. Você é Lilith Black Riddle. Filha do Lord das Trevas e da mulher mais corajosa e inteligente que existe. Eu já te disse pequena: assim como o seu nome, você é uma Dama da Noite, e eu duvido que cada pessoa daquela escola não se apaixone por você.

– Vocês acham mesmo?

– Claro que sim princesa. Agora vamos. Você não vai querer perder o trem no seu primeiro ano.

– Ok. – ela nos beijou e correu até a porta. Quando viu que ninguém a seguia, virou e gritou para nós – Vocês podem se apressar? Eu não posso ariscar que alguma atrevida dê em cima do meu Scorpius.

Eu ri e segui com Tom e os meninos até um dos carros. Estávamos quase chegando à estação quando pergunto a Teddy:

– Onde seus pais estão? Pensei que eles quisessem te levar a estação esse ano.

– Eles queriam, mas foi lua cheia ontem e meu pai ainda não se recuperou. Minha mãe está cuidando dele. Espero que a senhora não se importe de me levar, madrinha.

– Claro que não importo querido. Mais tarde passarei na sua casa ver se eles precisam de ajuda.

– Vocês vão para Hogwarts com a gente? – perguntou meu filho depois de um silêncio. Às vezes eu e Tom íamos a algumas escolas para dar palestras ou falar sobre a Guerra para os alunos.

– Não hoje. Narcisa está cobrando um chá há meses, e Andrômeda nos convidou para irmos a casa dela. Eu, Bella e Astória estaremos ocupadas por um bom tempo se eu conheço sua tia-avó. – Tom riu ao meu lado – Isso. Ria mesmo, não é você que vai ficar ouvindo as fofocas da alta sociedade o dia inteiro.

Desta vez todos rimos, e neste clima leve chegamos à velha estação de King’s Cross. Atravessamos a conhecida passagem que nos leva até a Plataforma 9 ¾ , e depois de uma rápida despedida com promessa de cartas, eu vi meus filhos, meu enteado e meu primo loiro de 2º grau embarcarem no trem vermelho para um ano de descobertas e aventuras.

Tom abraçou-me por trás.

– Será estranho ter a casa sem crianças pela primeira vez depois de 13 anos – sussurrei para ele.

– Nós podemos resolver esse problema – ele disse malicioso e beijou o ponto de encontro do meu pescoço e ombro – eu não me importaria nenhum pouco de ter mais uns três ou quatro filhos.

– Tom! – digo indignada.

– Se você quiser podem ser mais. Você sabe, eu gosto quando a casa está cheia.

Viro-me para ele, e ele ri antes de me beijar.

– Eu estou brincando Mione. Você, Érebo e Lilith são minhas vidas, eu não preciso de mais nada agora.

Sorri. Eu amo momentos como estes, em que eu posso sentir a imensidade do amor de Tom por mim e por nossos filhos.

Beijo o canto da sua boca, e volto minha atenção para o trem que começa a mover-se. Em uma das janelas vejo meus filhos acenando e retribuo a despedida.

Muita coisa havia acontecido na minha vida, e eu tive que fazer muitas escolhas difíceis, mas agora, 13 anos depois, eu sabia que tudo estava bem.

FIM!