Capitulo 41

Era noite e eu ninava meu pequeno filho esperando que ele dormisse. Inconscientemente eu murmurava uma cantiga trouxa de ninar e aos poucos ele fechava os olhinhos. Quando percebi que meu pequeno dormia, depositei-o no berço e vir-me-ei para deixar o quarto, mas fui impedida por alguém que estava parado a porta com a varinha apontada para mim. Era Tom.

- O que foi Tom? – perguntei nervosa, mas ele não respondeu. – Tom?

P.O.V. Harry Potter

67 dias! Esse era o tempo que Hermione estava presa, eu nem sabia se ela estava viva, mas me recusava a pensar que ela poderia estar morta.

Era noite de quarta-feira, e como toda semana a Ordem estava reunida aqui no Largo Grimmauld. Estávamos todos jantando a maravilhosa comida de Molly e depois iríamos para a biblioteca onde eles traçariam planos para proteger os trouxas. Sim, proteger. Eu disse a todos que por enquanto não adiantaria tentar matar Voldemort, então nos concentramos em fazer o possível para proteger os trouxas.

Era estranho não ter Ron, Gina e Lilá por perto. Eu me preocupava com eles, mas nas raras vezes que eles arriscavam enviar cartas, os três diziam estar bem apesar das mudanças de Hogwarts.

A biblioteca estava lotada por membros da Ordem. Lupin e Shacklebolt discutiam sobre algo em um canto, McGonagall tentava acalmar a Sra. Weasley e resumidamente era impossível pensar de tanto barulho que estava na biblioteca. O lugar só ficou em silencio quando ouvimos um Pop e Dobby apareceu no meio do salão segurando uma Hermione desmaiada, coberta de sangue, marcas arroxeadas e cortes profundos por todo o corpo.

Lupin imediatamente correu até ela e passou a tentar cura-lá com alguns feitiços. Slughorn tirou alguns frascos de poções da capa e fez com que Hermione bebesse. Ninguém falava nada, apenas observávamos enquanto aos poucos a aparência dela voltava ao normal e Hermione recobrava a consciência. Horacio levou-a até o sofá e fez com que Hermione sentasse.

- Obrigada – pude a ouvir murmurar com a voz rouca e fraca. Em seguida todos voltaram a falar o mesmo tempo, enchendo Hermione de perguntas mesmo sendo impossível distinguir o que cada um dizia.

- CHAGA! – gritou a Sra. Weasley fazendo com que todos ficassem quietos mais uma vez. – A reunião de hoje está cancelada. Vão todos embora que a menina precisa se recuperar.

Ninguém discutiu, e todos foram saindo até que estava apenas eu, Hermione, o Sr e a Sra. Weasley, Lupin e Tonks, McGonagall e Slughorn. Antes que alguém falasse alguma coisa, fui até Hermione e abracei-a sendo imediatamente correspondido.

- O que aconteceu Mione? Porque você não chamou Dobby logo? Devia ter chamado-o assim que ele saiu daquele lugar comigo.

Ela se separou de mim e olhou os outros por um momento até perguntar:

- Como assim Harry? Eu chamei Dobby na primeira oportunidade que tive. Não faz nem duas horas que ele te tirou da mansão. – ela disse lentamente. Eu congelei. Duas horas? Fazia dois meses!

- Faz mais de dois meses que você estava presa Srta Granger – disse Slughorn.

Hermione pareceu congelar também. Ela tinha o olhar fixo em uma parede, até que ela começou a gritar e se encolher. Era como se alguém a estivesse torturando. Tonks fez algum feitiço e Mione perdeu a consciência novamente.

 - Remo, você poderia levar a Hermione para um dos quartos? Vamos deixar que ela descanse antes de vocês encherem-na de perguntas.

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Fazia mais de dez horas que Hermione estava dormindo e eu estava começando a me preocupar. Pelo que McGonagall estava falando, a reação dela foi a de alguém que estava sendo torturado há muito tempo. A Sra. Weasley havia proibido todos de entrarmos no quarto em que Hermione estava então apenas nos restava esperar.

Quando perceberam que Mione não acordariam tão logo, Slughorn e McGonagall avisaram que voltariam para Hogwarts, mas pediram para que alguém avisasse quando soubéssemos o que aconteceu a ela.

Já havíamos almoçado quando Hermione desceu. A Sra. Weasley fez com que ela comesse antes que permitisse que qualquer um de nós dissesse algo. Estávamos eu, ela, Lupin, Tonks e Molly na sala quando Mione disse algo pela primeira vez.

- Eu não sei o que aconteceu. Eu não entendo. Não podem ter passado dois meses! Eu chamei Dobby e pedi para ele trazer o Harry para cá, então Você Sabe Quem mandou que me buscassem e ele me torturou. Eu lembro dele lançando um crucius em mim, mas eu não conseguia gritar por algum motivo. Doía tanto! Eu perdi a consciência. Quando eu acordei eu estava em uma cela, eu estava fraca e sangrando. A única coisa que pensei foi em chamar Dobby de novo e mandar ele me trazer para cá.

- Você não se lembra de mais nada Mione? – perguntou Tonks. Hermione negou. – Tente lembrar-se de antes. Diga-nos tudo o que você lembra-se desde o ano passado.

 Eu não entendi porque disso, mas Tonks parecia nervosa.

- Ok. Em Hogwarts tivemos um ano normal. Harry estava tendo umas aulas particulares com Dumbledore. Eu estava preocupada com os NIENS. Depois no fim do ano houve um ataque à escola e Snape matou Dumbledore. Eu voltei para a casa dos meus pais e fiquei lá por um tempo. Antes de ir para Toca eu apaguei minha existencia da memória deles para que os dois não corressem perigo. Teve o casamento de Gui e Fleur, a Toca foi invadida e eu, Harry e Ron fugimos. Nós estávamos realizando a missão que Dumbledore deu a Harry. Eu não lembro direito o que aconteceu, mas nós deixamos a missão de lado e voltamos para cá. Então no começo do ano Você Sabe Quem invadiu aqui com alguns comensais e levou eu e Harry. Depois foi como eu disse, Dobby pegou Harry, Ele me torturou e quando eu acordei chamei Dobby e ele me trouxe para cá.

- Acho que você deixou alguns detalhes de fora sabe, umas coisas importantes que aconteceram. – disse para Mione.

- Acho que não Harry. Eu disse todos os fatos importantes que aconteceram de um ano para cá conosco.

- E os dias que você encontrou com Dumbledore? A missão que ele te deu? Os meses que você ficou fora?

- Não Harry. – ela me olhou indignada. – Dumbledore deu a missão a você, não a mim. Acho que nós nunca chegamos a ficar sozinhos na mesma sala. E os meses que eu fiquei fora, foi com você e com Ron.

Olhei para Lupin apreensivo. Como assim ela não se lembrava.

- Hermione, eu vou fazer um feitiço em você. Não se assuste ok? – disse Tonks. Ela apontou a varinha para Hermione – Finite Incantatem! – nada aconteceu. Tonks e Lupin trocaram olhares preocupados.

- Por que você fez isso Tonks? Você acha que alguém me enfeitiçou?

- Temos quase certeza. Hermione, se você não se importar eu quero entrar em sua mente, ver o que aconteceu, ok? – Disse Lupin nervoso. E depois de Hermione concordar ele entrou em sua mente.

Ficamos observando os dois em silêncio. Lupin parecia cada vez mais chocado até que ele liberou Mione do feitiço.

- Nada. Apenas o que ela disse sobre o ano passado, uma tortura em uma sala cheia de comensais e depois Hermione acorda em uma cela e ela chama Dobby que a trás para cá.

- Legal! Mas eu acho que foi exatamente isso que a Hermione disse que aconteceu. – Disse Hermione referindo-se a si mesma com sarcasmo. – Sério; o que vocês queriam que eu lembrasse?Aconteceu algo de tão importante assim? Vocês acham que o que? Apagaram minha memória? Um obliviate?

- Não importa querida. Venha me ajude a preparar o jantar sim? – disse a Sra. Weasley e as duas saíram para a cozinha.

- O que aconteceu? Porque ela não se lembra de nada?

- Exatamente pelo motivo que ela disse – falou Tonks seriamente – ela foi obliviada.

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Naquela mesma noite, não importava o quanto eu me virasse na cama eu não conseguia dormir. Eu não conseguia entender porque Voldemort iria querer apagar a memória de Hermione. O que podia ter acontecido naqueles dois meses? Ou melhor ainda, o que tinha de tão importante na missão de Hermione para que Voldemort não quisesse que ela lembrasse? Eu tinha certeza que Tonks e Lupin sabiam de alguma coisa, mas eles não queriam falar nem a mim nem a Sra. Weasley.

Olhei para o relógio. 02h30min da manha. Ouvi a porta de entrada se abrindo. Alguém havia chego. Como não conseguia dormir peguei a capa de invisibilidade, joguei-a em mim e desci as escadas fazendo o possível para que nenhum degrau rangesse sob meus pés.

Na sala Lupin e Tonks estavam sentados com McGonagall.

- Achei melhor não arriscar e decidi sair do castelo sozinha. Contarei para Horacio quando voltar. O que vocês descobriram? O que aconteceu com Hermione?

- Não sabemos muito – disse Lupin – Ela não se lembra de nada.

- Como assim?

- Ela não consegue lembrar-se de nada que tenha haver com o que Alvo contou a ela nem dos meses que ela passou fora. Nada de Tom Riddle, nada de 1944. Remo entrou na mente dela. Alguém a obliviou. – Tonks disse me confundindo. O que aconteceu em 1944?

- E porque vocês não tentaram recuperar a memória dela? – perguntou McGonagall.

- Eu pensei nisso, mas Molly pediu para Hermione ajuda-la com a janta, e depois eu e Dora estávamos conversando e decidimos que é melhor deixar assim mesmo. Não queremos que ela sofra mais. – Lupin disse com pesar.

- O que você está querendo dizer Remo?

- Você sabe com é quando a pessoa recupera a memória. Tudo volta de uma vez. Se fizéssemos isso, não sabemos o que Hermione passou na mansão, mas pelo estado que ela estava quando chegou aqui, não foi pouca coisa. E, além disso tudo, não sabemos como ela vai reagir quando descobrir que perdeu o... – não entendi o que Lupin disse que Hermione perdeu, pois na mesma hora Tonks começou a chorar.

- Desculpem. – Disse Tonks parando de soluçar e enxugando as lagrimas. – É que isso é tão triste. Ninguém merece isso. Eu não poderia imaginar como eu ficaria se isso acontecesse comigo, e não quero que Hermione passe por isso.

- Eu entendo Tonks. É uma dor que nenhuma mulher quer sentir. Tudo bem, vamos deixar as coisas como estão e observar. Se precisarem de algo me avisem.

- Tenha certeza que o faremos Minerva. Só me responda uma coisa antes de ir. Você acha que deveríamos falar com Severus? – Lupin só podia estar louco. Porque ele iria querer falar com Snape?

- Eu realmente tenho ponderado isso recentemente Remo, mas Hermione nos fez prometer que não falaríamos nada. Ela sempre foi como uma filha para mim, ou talvez uma irmã, de todo modo eu confio em seu julgamento. Deixe Severus em paz. Quando for a hora tudo será resolvido.