O tempo até o dia do baile dos Namorados passou tão rápido que mal percebi. Apesar do ultimo baile que fui - o baile de inverno, no meu quarto ano - não ter terminado muito bem, e me proporcionado uma experiência um tanto desagradável, eu estava muito ansiosa para este, principalmente por causa da companhia de Tom. Na verdade eu havia reivindicado seu quarto de monitor chefe para que eu, Dorea e Cedrella nos arrumássemos. Demoramos um pouco, mas conseguimos arrastar Minnie e Agata conosco, e combinamos de encontrar os meninos às 19h no salão principal.

As 16h30minh todas nós já estávamos de banho tomado, cabelos lavados e enroladas em fofos roupões de cor verde Sonserina para completo desgosto de Minnie e Agata. Passamos as duas horas seguintes trabalhando em nossos cabelos e maquiagem -manualmente-, antes de nos enfiarmos em nossos vestidos e darmos os toques finais.

Dorea usava um vestido rosa, de um ombro só; uma sandália preta; sombra rosa e preta nos olhos e o cabelo trançado em uma trança escama de peixe lateral (http://www.polyvore.com/baile_iv/set?id=54985199 ).

Cedrella usava um vestido e sandálias azuis, um bracelete prata e um coque baixo no cabelo, deixando a franja solta (http://www.polyvore.com/baile_iii/set?id=54983070#stream_box ).

Minnie, com um vestido vermelho tomara que caia e sapato de camurça também vermelho, e o cabelo preso em um rabo lateral (http://www.polyvore.com/baile_ii/set?id=54982614#stream_box ).

Agata também usava um tomara que caia, mas na cor violeta e no estilo de cauda de sereia, e um sapato preto. O cabelo solto, com seus cachos naturais (http://www.polyvore.com/baile/set?id=54982073#stream_box ).

Eu estava com um vestido verde, sandália prata, um bracelete em formato de cobra e sombra verde (http://www.polyvore.com/baile/set?id=52594933 ). Dorea passou 20 minutos fazendo uma trança embutida lateral e colocando uma mini coroa na base da trança (troquem a flor pela coroa http://www.terra.com.br/beleza/infograficos/trancas-famosas/enquetes/img/20.jpg ).

Todas nós estávamos perfeitas, e sem querer ser modesta, ninguém ia tirar os olhos de nós depois que chegássemos ao salão principal, o que já deveríamos ter feito.

– Vamos? - perguntou Minnie.

– Será que não podíamos esperar mais um pouco? - pediu Agata temerosa.

– Não se preocupem. Eles estariam lá. - afirmou Cedrella arrastando a mim e a Agata para fora do quarto. Nós duas estávamos nervosas, pois Tom e Abraxas haviam sumido ontem depois que as aulas acabaram, e ninguém os havia visto até agora.

Nosso temor foi em vão, pois assim que descemos as escadas para o salão principal, os dois estavam nos esperando.

– Você esta perfeita - sussurrou Tom em meu ouvido assim que terminei de descer as escadas.

– Posso dizer o mesmo de você - ele me deu o braço, e então entramos no salão. Tom estava no mínimo divino, vestido com um fraque preto, colete cinza e gravata verde, e claro arrancando suspiros por onde passava.

– Me concede a honra desta dança, Srta. Granger?

– Com muito prazer Sr Riddle.

Tom me guiou por todo o salão junto com os outros casais. Como era de se esperar, Tom dançava perfeitamente. Estávamos na terceira música quando ele me fez rodopiar em torno de si, o que me causou uma tontura e fez com que eu perdesse o equilíbrio. Não cai no chão apenas porque seus braços me ampararam.

– Tudo bem?

– Só um pouco tonta. Nada mais de giros, certo?

– Certo - ele me arrastou até uma mesa vazia e me fez sentar - espere aqui. Vou pegar algo para bebermos.

Confirmei e segui seus movimentos até a mesa de bebidas.

– Mione! Onde você estava? - perguntou Cedrella sentando-se a mesa com Dorea.

– Estava dançando com Tom. Por quê? Esta tudo bem?

– Melhor impossível - respondeu Dorea com os olhos brilhando - Charlus e Septimus nos pediram em casamento!

– Parabéns! - levantei e abracei as duas. Elas ficaram rindo e contando como havia sido.

–... E você acredita que eles já haviam até falado com nossos pais?! Poderia ter sido mais perfeito? E as alianças então? - tagarelou Dorea. Ambas estavam muito felizes. Não que houvesse alguma duvida de que eles se casariam, mas eu estava muito feliz por minhas amigas.

– Posso interromper? - perguntou Tom estendendo uma taça com ponche para mim. - Parabéns pelos noivados senhoritas.

– Obrigada Tom - disseram juntas.

– Por nada. Espero que vocês sejam muito felizes. Agora, se não se importam, vou roubar Hermione de vocês.

– Até mais garotas - disse e me virei para acompanhar Tom. Levamos um tempo até conseguirmos atravessar o salão que estava cheio, e finalmente conseguimos sair daquela bagunça.

Tom me guiou até o jardim, fazendo um feitiço para nos proteger do frio. Ele me abraçou por trás, e nós ficamos em silencio apenas observando as arvores se mexerem com o vento e o lago negro que refletia o brilho da lua e das estrelas.

– Sempre que vejo a lua lembro-me de você - sussurrou ele em meu ouvido. Eu sorri com as memórias.

– Realmente. A lua tem sido espectadora de diversos momentos nossos.

– Sim, e agora será de mais um.

Olhei para ele com uma cara de interrogação, mas recebi apenas um sorriso como resposta antes que ele apoiasse o queixo em meu ombro e dissesse.

– Desculpa por ter sumido por praticamente um dia inteiro, mas eu tinha má coisa muito importante para fazer, e não queria esperar mais. - fiquei quieta, apenas ouvindo o que ele tinha a dizer - Eu e Abraxas descobrimos onde a Sra. Smith morava.

– Morava? - perguntei sentindo um arrepio passar por meu corpo.

– Sim. Nós fomos até lá, e apesar de ela não querer nos entregar o medalhão e a taça de bom grado, eu os consegui. Abraxas guardou a taça em seu cofre em Gringotes até que eu ache um lugar melhor. Lá ela estará segura.

– E o medalhão?

Ele se mexeu atrás de mim e estendeu uma mão contendo o medalhão de Slytherin.

– É meu presente para você.

– Não posso aceitar Tom. - disse. Eu podia sentir o poder que emanava dele.

– Por que não?

– É uma Horcrux. Um pedaço de você. Você não pode realmente querer que eu fique com isso.

– Mas é claro que quero! - ele exclamou indignado - Você é a pessoa que eu mais confio para guardar e proteger uma parte de mim. Aceite. Por favor.

– Sim Tom, eu aceito - como se eu realmente pudesse negar algo a ele.

Com sua mão livre ele segurou a minha mão esquerda e disse algo na língua das cobras. No mesmo instante, a cobra que se encontrava no centro do medalhão piscou. Com mais algumas palavras à cobra criou vida e saiu de dentro do medalhão, prendendo-o por fora com um forte abraço.

– Enquanto eu te amar, a cobra manterá esta forma... Posso? - perguntou levando o colar até perto do meu pescoço.

Tirei o polar com a 'poção do tempo' do pescoço, transfigurei-o em uma pulseira e prendi-o no pulso. Entendendo o recado, Tom prendeu a corrente em meu pescoço, fazendo com que o medalhão pousasse perfeitamente entre meus seios.

Virei-me e pendi meus braços no pescoço de Tom.

– Sabe, eu realmente gosto quando você fala na língua das cobras - segreguei.

– Sério? - ele perguntou com uma sobrancelha erguida. Confirmei. - Eu posso te ensinar.

– Pode? Eu pensei que fosse algo hereditário.

– E é, mas existem meios para tudo. E então, vai querer?

– Na verdade não.

– Não? Por quê?

– Porque eu acho que você fica extremamente sexy falando assim, e perderia toda a graça se eu passasse a entender - disse com a boca colada ao se ouvido e sentindo meu rosto corar por ter admitido isso em voz alta.

– Sexy é?

– Sim - eu disse baixinho voltando a encara-lo.

– Bom saber disso - e completou com alguma coisa em ofidioglota.

– O que você disse?

– Eu te amo - falou antes de tomar meus lábios nos seus.

– Eu te amo - ecoei suas palavras, ainda um pouco ofegante, quando nos separamos.