Dark Angel escrita por ABNiterói


Capítulo 28
Capítulo 28




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Capitulo 28.

- Mione! – Gritaram duas vozes assim que coloquei os pés na salão de Slytherin, e logo em seguida, dois paras de braços quase me sufocavam.

     - Meninas! Que saudades – disse assim que reconheci Dorea e Cedrella no meio dos cabelos que estavam agarrados a mim.

     - Nós também! – elas exclamaram.

     - Venha Mione. – disse Ced enquanto me arrastava para o nosso quarto.

     - Então? Como foi o feriado de vocês? – perguntei enquanto nos sentávamos na minha cama.

     - Ótimo! Mas depois falamos disso. Agora estamos mais curiosas em saber onde a senhorita estava – disse Dorea.

     - Ah! Eu estava na cozinha... acordei tarde e acabei perdendo o café da manha.

     - E nós podemos saber onde a senhorita passou a noite?

     - Aqui? – afirmei mais acabou saindo como uma pergunta.

     - Você mente muito mal – disse Dorea – E alem do mais, nós chegamos ontem a noite e não te vimos em lugar nenhum.

     - Então... – tentei inventar uma mentira, mas sabia que uma hora ou outra elas descobririam a verdade. Rendendo-me, e provavelmente mais vermelha que a bandeira da Grifinoria, disse – Eu estava com Tom. Passei a noite com ele.

     - O que! – as duas gritaram. Realmente, eu não conseguiria esconder delas por muito tempo. Estendi a mão mostrando a aliança.

     - Mione, é linda! – disse Dorea – Eu disse que ele ia te pedir em namoro antes do que você esperava.

     - Bem, não é exatamente namoro – disse já preparada para os gritos que vieram.

     - Como assim?!  - Ced parecia/fingia estar indignada – Como ele te pede em casamento e você não nos fala nada?

     - Desculpem, mas eu não queria dizer por carta; e de todo o jeito, nós não pretendemos nos casar agora...

     - Mas vocês ainda vão se casar, e nós seremos as madrinhas.

     - Desde quando? – perguntou Dorea – Pode ir contando. Quero todos os detalhes.

     - Foi no Ano-Novo. Ele me chamou para ir à torre de astronomia durante a noite para vermos os fogos, e pouco antes da meia-noite ele... – e passei a contar o que Tom havia me falado aquela noite, com todos os detalhes deixando de fora apenas o que havia acontecido depois que eu aceitei. Quando elas pareceram estar satisfeitas com a quantidade de informações e cansaram de fazer perguntas, passaram a me contar sobre o feriado delas. Pelo que elas disseram, Charlus e Septimus apareceram de surpresa na casa onde elas passam o feriado, e as mães delas ficaram apaixonadas pelos meninos. Muita sorte segundo elas.

     Saímos do quarto pouco antes do almoço, e lentamente fomos para o Salão Principal sem parar de falar por um único segundo. Eu realmente havia sentindo falta dessas duas nesses dias.

     Sentamos-nos à mesa da sonserina que estava praticamente vazia assim como as das outras casas. Dorea disse que isso sempre acontece quando os feriados estão acabando; todos querem aproveitar ao máximo antes que as aulas voltem.

     - Adivinha quem é? – disse alguém atrás de mim tampando meus olhos.

     - Hum... Deixe-me pensar... – entrei na brincadeira mesmo sabendo quem era – Abraxas!

     - Como você sabia? – perguntou sentando-se ao meu lado.

     - Você é o cara que tem as mãos mais hidratadas que eu conheço.

     Nós quatro rimos com a brincadeira.

     - Tom me contou. Parabéns! – disse Ab lançando um olhar para a minha aliança.

     - Obrigada. Falando no Tom, você sabe onde ele está? Não o vejo desde hoje cedo.

     Ab hesitou um pouco, seu olhar passou por Dorea e Cedrella que estavam prestando atenção à conversa, e disse apenas.

      - Ele tinha que resolver umas coisas... – de imediato soube que tinha haver com os comensais. Estava tudo muito tranquilo para ser verdade...

     - Pensei que você o ajudasse.

     - Sim, mas consegui escapar hoje para ver a Agata.

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     Sai super cansada da aula de História da Magia, que graças a Merlin era a ultima. Apesar de adorar a matéria, as aulas do professor Binns sempre me deixavam com sono.

     - O que você vai fazer agora? – Perguntou Tom ao meu lado.

     - Vou para a biblioteca. Tenho que fazer o trabalho de Aritimância ainda.

     - Depois do jantar passe no meu quarto, ok?

     - Certo. Até depois – dei um selinho nele e corri para a biblioteca. Eu queria aproveitar o fim de semana sem ter que me preocupar com trabalhos.

     - Boa tarde sr. Miller – disse chegando a biblioteca.

     - Olá srta. Granger. Precisa de ajuda?

     - Na verdade sim. Você poderia me mostrar onde encontro algum livro sobre numerologia?

     - Para a aula de Aritimância?

     - Isso.

     - Quarto corredor, terceira estante, nas sextas e sétimas fileiras. Procure os livros de Havane Sellun, são os melhores sobre isso.

     - Obrigada.

     Segui na direção que o sr. Miller havia falado e facilmente achei os livros que precisava. Peguei três livros – que eram bem grandes e pesados, diga-se de passagem – e me levantei sendo atingida por uma súbita vertigem. Apoiei meu corpo em uma estante e fechei os olhos. Assim que a tontura passou fui até uma das mesas e comecei o trabalho.

     Mais ou menos uma hora depois senti alguém sentando ao meu lado, e pela primeira vez naquela tarde, eu desviei os olhos dos livros.

     - Oi Minnie!

     - Olá Mione. Trabalho de Aritimância?

     - Sim. Já fez o seu?

     - Vou fazer agora.

     Voltamos a prestar atenção em nossos respectivos trabalhos, e como a professora avia pedido 78cm, demorei mais umas boas horas para acabar.

     - Merlin! Já são 19:30h! – exclamei assim que meus olhos encontraram com o relógio.

     - Vamos jantar. Estou morrendo de fome – disse Minnie enquanto guardávamos nossas coisas.

     - Você conseguiu terminar?

     - Não, mas vou levar esse livro e termino mais tarde.

     Chegamos ao salão principal pouco antes de fecharem as portas. Sentei de frente com Dorea e Cedrella e disse apenas “Biblioteca” quando vi seus olhares questionadores. No final do jantar, o Diretor Dippet levantou e pediu que todos prestassem atenção.

     - Boa noite alunos! Imagino que estejam cansados e queiram aproveitar para descansarem, mas tenho certeza que a noticia que vou dar irá agradar a todos.

     “Como devem ter percebido, este ano não tivemos nosso baile de Natal, mas este foi apenas adiado. Daqui a duas semanas, no dia 14 de fevereiro teremos um baile em comemoração ao dia dos namorados. Em breve colocaremos avisos contendo o horário do baile em cada casa... Estão avisados e dispensados. Uma ótima noite a todos.”

     O assunto ‘baile’ estava presente em todas as conversas desde o salão principal até o salão de Slytherin, e comigo não era diferente. Dorea estava dizendo que iríamos a Hogsmead no próximo fim de semana para escolhermos nossos vestidos quando chegamos ao nosso quarto, foi quando me lembrei de Tom.

     - Desculpem-me garotas, mas eu prometi que iria me encontrar com Tom depois do jantar. – disse abrindo a porta.

     - Você vai voltar para cá? – quis saber Ced que tinha um sorriso malicioso estampado na cara.

     - Provavelmente não. Vemos-nos amanha. – fechei a porta e segui o corredor até oquarto do Tom.

     Entrei sem me preocupar em bater na porta. A verdade é que eu passava mais tempo lá do que no meu próprio quarto desde que o ano começou. O quarto estava vazio, então me joguei na cama e fique esperando Tom, que pouco tempo depois abriu a porta e acendeu a luz.

     - Você já esta aqui.

     - Se você quiser eu volto depois – disse fazendo menção de levantar.

     - Não!

     Ele se sentou ao meu lado e imediatamente eu juntei nossas bocas. Tom retribuiu e intensificou o beijo me puxando mais para perto. Minhas mãos foram para o seu ombro, mas quando fui tirar a capa de inverno que ele usava, ele interrompeu o beijo e se afastou.

     - Nós precisamos conversar – disse sério.

     - Nós não podemos conversar depois? – disse fazendo bico. Na verdade eu e Tom não dormíamos juntos há alguns dias, e eu estava com saudades, pode-se dizer.

     - Mi, é sério. Eu realmente tenho que te dizer isso.

     - Pois bem. Diga – preciso dizer que eu estava irritada? Não podia mais passar um tempo em paz com meu namorado, ou melhor, com meu noivo, sem que tivéssemos que conversar?

     - Primeiro; você quer ir ao baile comigo?

     - Claro que sim. Com quem mais eu iria? – disse revirando os olhos.

     - Nem sei como dizer o que eu quero, mas... Desde a primeira vez que nos falamos, ainda no orfanato, eu tive a impressão que você sabia mais coisas sobre mim do que qualquer outra pessoa. Não quero que você fale como ou quando descobriu essas coisas, mas preciso que me diga o que sabe sobre mim.

     Demorei um pouco para responder. Eu sabia que uma hora Tom iria querer saber isso, mas imaginei que ele fosse tentar descobrir me torturando, não em uma conversa civilizada.

     - Sei que você é o ultimo descendente vivo de Salazar Slytherin, e que assim como ele não gosta de trouxas e nascido-trouxa. Sei que é mais poderoso do que deixa transparecer e que tem uma paixão pelas artes das trevas. E também sei que você tem um grupo de seguidores aqui em Hogwarts, chamados Comensais da Morte. Sei que você é ofidioglota e que foi  você que abriu a câmara secreta soltando o basílisco que matou Murta – disse de uma vez sem tentar esconder a nota de acusação que estava presente em minha voz, e esperando não ter falado demais.

     - Deixe-me te contar minha história – disse ele com a voz calma, e sem esperar uma confirmação minha, continuou – Desde sempre vivi naquele orfanato. Quando tinha sete anos, a sra. Cole me contou que minha mãe apareceu lá pouco antes de dar a luz, e que ela morreu em seguida, tendo tempo apenas de dizer meu nome. Pouco tempo depois que a sra. Cole me contou isso, coisas estranhas começaram a acontecer a minha volta. Se antes as outras crianças me provocavam por qualquer
coisa, quando as coisas passaram a flutuar ou sumir quando eu estava por perto, ficou muito pior. Eu passei a ser taxado por varias coisas horríveis, então eu jurei que todos que um dia falaram ou duvidaram de mim iriam pagar, eles iriam se arrepender do que me fizeram passar.

     “Em pouco tempo eu consegui de certa forma controlar a minha magia e passei a me vingar. Quando completei 11 anos, Dumbledore foi falar comigo, me dizer que eu era um bruxo. Aquele foi um dos melhores dias que passei naquele orfanato. Vim para Hogwarts decidido a fazer com que todos me respeitassem. Pouco tempo depois que cheguei, descobri ser descendente de Slytherin, e usei isso ao meu favor.”

     “Dois anos atrás eu descobri onde minha mãe morava, Little Hangleton, e fui até lá. Achei a pequena casa em que minha mãe morava, e conheci meu tio Morfino. Por meio dele descobri quem era meu pai e que meu avô tinha morrido. Aquela foi a primeira vez que matei alguém. Quando cheguei à casa de meu pai, fui tomado por uma raiva que nunca havia sentido antes.  Ele estava com uma mulher, eles riam. Quando ele me viu soube imediatamente quem eu era, e a única coisa que me disso foi ‘Você devia ter morrido junto com a aberração da sua mãe’. Em seguida eu os matei, os dois.”

     “Voltei para Hogwarts determinado. Os trouxas desequilibram a harmonia do nosso mundo. Por culpa deles vivemos escondidos. Somos a sombra, o impossível. Voltei mais determinado do que nunca a acabar com isso, voltei determinado a nos libertar.”

     Ouvir Tom falar fez com que eu compreendesse o motivo de tudo o que ele fez. Era como se sua voz me hipnotizasse e pintasse um futuro totalmente diferente, melhor e possível.  Nesse momento eu comecei a achar que o que ele queria não era tão ruim.

     - Você entende agora o motivo do meu ódio pelos trouxas?

     - Sim Tom, eu entendo.

     - Ótimo. E eu quero te falar mais uma coisa. Você já ouviu falar sobre Horcrux?

     - Apenas uma vez. Um livro tinha uma menção sobre Horcrux, mas não esclarecer nada. – Era uma semi verdade. Queria ver até onde Tom iria.

     - Não foi uma informação fácil de conseguir, Horcrux é um objeto no qual foi inserido um pedaço da alma de um bruxo impedindo que esse bruxo morra já que um pedaço de sua alma está presa a Terra.

     - Isso então tornaria a pessoa imortal... – fingi estar chocada com a descoberta. – Mas eu não entendo... Porque essa não é uma magia conhecida? Quer dizer, varias pessoas já tentaram alcançar a  imortalidade, afinal foi por isso que Nicolau Flameu criou a pedra filosofal, não foi?

     - Sim, mas existem diferenças. Flemeu apenas está vivo enquanto tomar o elixir feito da pedra, sua vida depende da pedra. Já as Horcrux , enquanto estiverem inteiras, você não precisa temer. E bem, para você criar uma Horcrux você tem que matar uma pessoa, e isso não é uma coisa que qualquer um faria.

     - Você não está pensando em fazer uma Horcrux, está?

     - Eu já tenho Horcruxs Hermione – ele disse firme. E eu não podia acreditar que ele estava me contando isso – Você mesma falou sobre o basilisco. Quando ele matou a Murta eu criei a minha primeira Horcrux, usando um diário como recipiente. Quando eu fui para a vila em que minha mãe morava, meu tio Morfino estava com este anel – disse ele rodando o anel nos dedos – eu vi em sua mente que era uma herança de família, portanto meu. Quando vi meu pai e o matei fiz minha segunda Horcrux utilizando o anel. E ano passado fiz a terceira, usando o Diadema de Ravenclaw.

     - Mas ele não está perdido?

     - Sabe a Dama Cinzenta, o fantasma de Ravenclaw? – afirmei – em vida ela foi filha de Rowena. Ela roubou o diadema da mãe e o escondeu em uma floresta na Albânia. Assim que o ano letivo acabou, eu aparatei lá e fiz do Diadema uma Horcrux.

     - Não é perigoso? Quer dizer, você ficar dividindo sua alma.

     - Eu também fiquei preocupado com isso, então na primeira reunião do Slughorn, antes de você passar a participar, eu perguntei a ele se tinha algum perigo. A única coisa que ele disse foi que ‘seria uma atrocidade matar uma pessoa, imagine varias?’

     - Três são o suficiente ou você pretende fazer mais?

     - Quero sete.

     Engoli em seco. Esta conversa estava me rendendo muito, pois, mesmo amando Tom, eu não havia me esquecido da minha missão.

     - Você já sabe quais objetos vai usar nas outras quatro?

     - Três na verdade. Uma parte da minha alma sempre ficará comigo. Como recipientes eu gostaria de utilizar algo que pertenceu aos fundadores. Eu já tenho o Diadema de Ravenclaw, e sei que a Espada de Griffindor está na posse da escola, então será mais complicado tê-la. Apenas preciso descobrir algum objeto de Hufflepuff e de Slytherin e acha-los.

     - Entendo, mas porque você está me falando isso?

     - Por que eu quero que você fique ao meu lado para sempre.

     - Eu já aceitei isso quando você me deu a aliança – disse mostrando o anel em meu dedo.

     - Você não entendeu. Eu quero que você confie em mim completamente. Eu nunca pensei que fosse sentir isso, mas eu te amo
Hermione,
e eu preciso que você fique ao meu lado. Eu não suportaria que você descobrisse de outro modo e me abandonasse... – não ouvi mais nada depois disso, minha mente ficou paralisada ao ouvi-lo dizer ‘eu te amo Hermione’ – Você ficará comigo Hermione? Mesmo sabendo de
tudo que eu fiz?

     - Eu... eu preciso pensar Tom. – e realmente precisava. Minha cabeça estava embaralhada e eu não poderia tomar nenhuma decisão nesse estado. De certa forma eu ainda achava que podia impedir Tom de se tornar Lord Voldemort, e isso tranquilizava meu coração, mas agora, depois de tudo que ele disse, eu já não tinha mais tanta certeza. – Boa noite – então sai e corri para o meu quarto.


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Notas finais do capítulo

Então...
Como foi a viagem para Hogwarts de vocês? A minha até que foi bem tranquila... Sexto ano, ai vou eu! LOL
Até semana que vem
XOXO