Capitulo 24

P.O.V. Harry Potter

Fazia um mês que não tínhamos nenhuma noticia de Hermione. Como ela havia pedido na ultima vez em que nos vimos, eu e Ron estávamos na Toca. A senhora Weasley não poderia ter ficado mais contente quando nos viu, e imediatamente concordou que não era uma boa ideia voltarmos para Hogwarts, então estamos escondidos há um mês, apesar de Gina ter voltado para o castelo.

Quatro dias depois que nos fixamos à Toca, Lupin e Tonks também vieram para cá, e Lupin praticamente implorou para que a Sra. Weasley cuidasse de Tonks, por causa da gravidez. Na hora pensei que Lupin ainda estava com aquela ideia louca de fugir, mas depois percebi que era semana de lua cheia. Quando Lupin veio buscar Tonks, a Sra. Weasley insistiu para que eles ficassem na Toca conosco. Lupin aceitou na mesma hora, o que todos nós estranhamos e me deixou desconfiado. Outra coisa que me deixava desconfiado era que Lupin sempre perguntava se tínhamos noticias de Hermione ou se sabíamos alguma coisa sobre sua missão. Para quem tentava não se envolver muito, era estranho essa curiosidade. Meus pensamentos foram cortados pela voz do Sr. Weasley.

     - Harry, Ron. Molly está mandando uma carta para Gina e mandou perguntar se vocês querem escrever alguma coisa. - Olhei para Ron que estava sentado ao meu lado. Levantamos imediatamente e fomos a cozinha.

- Onde tem pena e pergaminho? – perguntou Ron.

- Aqui. Quer também Harry? – perguntou a Sra. Weasley. Ela sabia do meu namoro com Gina no ano passado, e havia entendido o porquê de terminarmos. - Obrigada Sra. Weasley. Eu uso o pergaminho do Ron.

- Certo. Escrevam logo. Quero enviar essas cartas antes que escureça.

     - Fique a vontade, cara – disse Ron me entregando o pergaminho quando chegamos à sala. - Depois que você terminar eu escrevo.

“Olá Gina,     

Como você está? E as coisas em Hogwarts? Eu li a carta que você enviou a sua mãe na semana passada. Não bastava o Snape como diretor, tinham que por esses gêmeos dos infernos para dar aula... De todo o jeito fique segura e tente não irrita-los, nenhum deles. Se mantenha longe de problemas.     

Você havia pedido noticias de Hermione. Sinto não poder falar nada. Já faz um mês que a deixamos no Largo Grimmauld, mas ninguém tem noticias dela. É como se ela tivesse sumido. Até Lupin tem estado preocupado, e a OF* está pensando em enviar uma equipe de busca atrás dele se ela não aparecer logo ou der algum sinal de vida.

Está tudo bem comigo e com Ron, apesar de acharmos super chato ter que ficar aqui sem saber (e fazer) nada. Você sabe que Dumbledore também me deixou uma missão antes de morrer, mas presos aqui não há nada que possa fazer.     

Mande um alô para Neville, Luna e Lilá.    

Espero que o Natal chegue logo, assim poderemos nos ver.                                                                                              Beijos, Harry”

* OF = Ordem da Fênix

Sorri e entreguei a carta para Ron. Eu ainda amava Gina, mas mesmo estando teoricamente seguro na Toca, se Voldemort descobrisse iria usa-la para me pegar. Eu não suportaria se algo acontecesse a alguém, principalmente a Gina, por minha causa. Isso já havia acontecido demais. Eu apenas arriscava mandar essa carta, pois a Sra. Weasley iria colocar algum feitiço para impedir que qualquer um a lesse.

P.O.V. Severus Snape

Mais uma vez eu estava na casa em que Alvo está escondido. Com o inicio das aulas tem sido difícil vir para cá, e agora que o Lorde pode andar livremente, é ainda mais complicado passar despercebido.

- Bom dia Severus. Que bom que pode vir.

- Bom dia Alvo.

Fomos até a pequena biblioteca que havia na casa. Vários pedaços de pergaminhos estavam espalhados por cima de uma das mesas. Alvo percebeu meu olhar.

  - Isso são algumas mudanças que vem acontecendo com Tom, nem que minimamente. Tenho feito o possível para ver tudo o que está acontecendo com Hermione, tentando não perder o controle de nada.

     - Como Hermione está?

     - Isso é preocupação, Severus?

- Não! – respondi firme – Apenas faz tempo desde nosso ultimo encontro. Gostaria de saber como a garota está se saindo.

     - Hermione está bem e a missão não poderia estar tomando um rumo melhor. Agora me diga Severus, como Tom tem estado nesse ultimo mês?

- Você sabe tão bem quanto eu que ele sabe esconder suas emoções melhor do que ninguém, mas já aconteceu algumas vezes de eu encontra-lo pensando com a face confusa, como se estivesse lembrando-se de algo importante.

     Fiquei em silencio apenas observando o rosto de Alvo ganhar aquela luz de quem acabou de resolver um grande mistério.

Lembrei-me então do outro motivo que havia feito com que eu viesse a essa casa hoje.

- Alvo, confisquei uma carta do Potter para a Weasley hoje.

- Você está com ela ai? – tirei a carta de um bolso interno e entreguei-a a Alvo. Ele abriu a carta e passou um momento lendo-a antes de guarda-la novamente no envelope e estende-la a mim – Quando será a próxima reunião de Tom?

- Amanha a noite, mas ele exigiu a presença de Aleto e Amico.

- E você ficará em Hogwarts vigiando os alunos?

 - Exatamente.

- Bem, preste atenção no que eu quero que você faça. Chegando a Hogwarts, faça uma copia dessa carta e entregue-a a Srta. Weasley. A original você vai enviar a Bella, dizendo que a interceptou hoje, e que acharia... interessante se Tom lesse-a.

- Você quer que eu envie está carta a Bellatrix Lestrange e peça para que ela entregue ao Lorde? – perguntei com descrença.

- Sim.

- Mas se o Lorde lê-la vai saber a localização do Potter.

- Confie em mim Severus. Tom não fará nenhum ataque, pelo menos não agora.

- Mas...

- Severus, se você está tão preocupado, talvez seja melhor lançar mais alguns feitiços de proteção na Toca, mas asseguro-lhe que será uma medida desnecessária.

- Mesmo que ele não ataque o Potter, ele verá o nome de Hermione na carta.

- Essa é a minha intenção. Tom está mudando a cada dia por causa de Hermione no passado, e talvez seja bom que ele tenha algum contato com ela aqui.

     - Se você insiste. Enviarei a carta assim que chegar ao castelo.

- Amanha.

- Desculpe?

- Envie a carta amanha cedo.

P.O.V. Bellatrix Lestrange

- Bom dia Bella – essa é minha querida irmã interrompendo minha paz matinal.

- Ciça.

     - Você faz alguma ideia do que o Lorde quer?

     - Não Ciça, mas Vosso Lorde tem estado estranho esses dias. Tenho certeza que aconteceu algo.

- Estou preocupada com Draco. Da ultima vez que ele participou de uma reunião, teve que matar Dumbledore.

     - Não se preocupe Ciça. Duvido que o Lorde de outra missão a ele em tão pouco tempo.

     - Realmente espero que você tenha razão.

     Desde que o Lorde retornou, eu tenho ficado o tempo todo na Mansão Malfoy. Mais uma coisa que sou grata ao Lorde, já que a presença de Rodolfo me irrita profundamente.

Levante e fui até a janela. O céu estava claro mais uma vez. Isso vinha acontecendo a mais ou menos um mês. Logo que o Lorde retornou, o céu tornou-se escuro como se uma tempestade estivesse sempre presente. Quando agosto estava acabando, o céu começou a clarear imperceptivelmente, mas agora a mudança era visível a todos. Tentei descobrir o que estava acontecendo, mas quando o Lorde não quer que ninguém saiba de algo, ninguém sabe.

- Aquela não é a coruja de Severus? – perguntou Ciça atrás de mim. De fato uma coruja vinha em nossa direção. Ela parou na janela a minha frente e eu peguei a carta de sua perna.

Bellatrix Lestrange

É, parece que a carta é para mim.

“Bella,     

Interceptei uma carta do Potter para a Weasley. Acho que o Lorde gostaria de lê-la. Como não estarei presente na reunião hoje, conto que você encaminha está a ele.                                                                                   Severus Snape”

Abri a carta que estava junto com o bilhete de Severus e a li atentamente. - Lorde adorará saber disso!

-

-

-

     Coloquei um dos vestidos pretos que eu sempre uso nas reuniões, peguei a carta que Severus me enviou e fui em direção à sala em que a reunião iria acontecer. Desci as escadas. Todos os comensais que passavam por mim desviavam me dando passagem. É ótimo ser má! Entrei na sala onde todos os comensais convocados estavam esperando. Sentei-me e depois de três minutos o Lorde chegou.

- Boa noite!

     - Boa noite My Lord – respondemos. O Lorde parecia estar animado.

- Amico, Aleto, como está à situação em Hogwarts?

     - Por enquanto tudo sobre controle – disse Aleto – mas alguns alunos da Grifinoria não tem... respeitado muito as novas regras.

     - A partir de hoje quero receber relatos quinzenais do comportamento dos alunos.

     - Sim My Lord – disse Amico.

- Thicknesse fique aqui quando a reunião acabar. Quero noticias do ministério, e tenho certeza que existem algumas pendências a tratarmos.

     - Sim My Lord.

- Alguém tem algo a compartilhar?

     - My Lord – eu disse levantando – Severus enviou-me uma carta pela manha. Ele interceptou uma correspondência do Potter.

- Parece que o Potter está um pouco descuidado. Dar-me a carta Bella.

   Estendi a carta. O Lorde a leu atentamente. Assim que ele terminou, eu perguntei, - My Lord, posso preparar uma equipe para pegar o Potter?

- Não Bella. Deixe o Potter onde está.

- Mais My Lord...

     - Nada de mais Bella – voltei a me sentar sem entender porque o Lorde não iria atrás do Potter – Amico, Aleto, quem são Gina, Neville, Luna e Lilá?

     - Ginevra Weasley, Neville Longbotton e Lavander Bronw são da Grifinória. A Weasley do sexto ano e os outros dois do sétimo. Luna Lovegood é do sexto ano da Corvinal. Sangues puros, mas traidores de sangue. São quem mais nos dão problemas. – disse Amico.

- Quero que fiquem de olho neles. Talvez a Weasley e a Bronw venham nos visitar em breve. – Todos nós rimos. Coitadas dessas meninas irão sofrer muito se puserem os pés aqui. – Algum de vocês sabe algo sobre uma Hermione, amiga do Potter e dos Weasleys?

Minha mente gritava NÃO! Um instante de silencio se instalou na sala antes que Draco dissesse,

- My Lord, deve ser Hermione Granger. Ela é uma sangue-ruim e sabe-tudo. É a melhor amiga do Potter e do Weasley mais novo.

P.O.V. Lord Voldemort

- My Lord, deve ser Hermione Granger. Ela é uma sangue-ruim e sabe-tudo. É a melhor amiga do Potter e do Weasley mais novo. – Draco disse com a voz tremendo um pouco.

Hermione Granger. Esse nome fez com que lembranças viessem à tona em minha cabeça. Lembranças que ultimamente perturbavam meu cérebro neste ultimo mês. No meu ultimo ano em Hogwarts eu havia conhecido uma Hermione, que havia... mexido comigo, mas tinha alguma coisa muito estranha com aquela garota. Claro que quando a conheci não percebi isso, mas agora... um dia eu nem sabia de sua existência, e agora tinha apenas algumas lembranças dela, como um trabalho que fizemos juntos, ou o beijo que trocamos. O pior é que eu lembrava de todo o resto do ano, até a minha formatura, mas era como se Hermione nunca tivesse existido.

Era sempre assim, do nada aparece uma lembrança dela em minha mente e eu não posso controlar. É como se eu tivesse entrado em uma penseira com meus próprios pensamentos. A maior parte deles aparecia durante a madrugada, tomando meus sonhos, mas ocasionalmente eu tinha fleches durante o dia.

     - Draco, qualquer coisa que você ouvir sobre essa Granger, já que nesta carta Potter diz que não a vê há um mês, quero que me avise imediatamente. O mesmo serve para os outros. Bella, você ou Ciça tem a posse da Mansão Black?

- Não My Lord. Pela linha hereditária a casa pertencia a Sirius, mas ele quebrou a tradição e deixou-a em testamento ao Potter – Bella estava mais irritada do que o normal quando me respondeu.

- Dolovoh, quero que você mande dois de seus subordinados vigiarem a casa no Largo Grimmauld e outros dois para a casa dos Weasley. Que eles não sejam vistos, mas eu quero saber quem entra e quem sai de ambas as casas.

- Sim My Lord. Providenciarei isso assim que acabarmos.

     - Mais alguém tem algo a dizer?

P.O.V. Draco Malfoy

Sai aliviado da reunião. Graças a Merlin minha única tarefa seria informar ao Lorde se eu soubesse algo sobre a sangue-ruim. Nada comparado a ter que matar Dumbledore.

     Saindo da sala dei de cara com a minha mãe. Ela tinha sorte de não ter a marca negra no braço, mas não era permitido que ela participasse das reuniões o que a deixava muito preocupada. Depois de um pequeno interrogatório, dona Narcisa me deixou ir.

Fui para a biblioteca e sentei-me em uma das mesas tentando me concentrar no dever de Artes das Trevas. Mesmo meu padrinho sendo o Diretor, eu não tinha nenhum descanso ou privilegio. Já estava na metade do pergaminho quando meu pai entrou.

     - Draco, vá chamar sua mãe e sua tia para jantar. Diga que Rodolfo nos fará companhia hoje.

     Não pude deixar de rir junto com meu pai. Era obvio o desprezo que Bella sentia pelo marido.

- Você sabe onde elas estão?

     - No quarto da Bella.

Assenti e fui para o andar de cima onde a maioria dos quartos estavam localizados. Estava prestes a bater, quando ouço minha tia dizer algo que me chama a atenção.

- E você ainda pergunta por que não te conto nada Ciça.

- Era a sua obrigação como mãe ter feito algo, afinal você não a abandonou para protegê-la?

     - Sim, mas ninguém pode saber que eu tenho uma filha, muito menos quem ela é.

     - Você se preocupa com ela, não é?

- Sim Ciça. Desde que sai de Azkaban tenho mantido os olhos nessa garota, mas agora essa!... Um mês! Estou realmente preocupada.

     Elas fizeram silêncio. Decidi que era hora de dar o recado, antes que alguém aparecesse.

     - Mãe, tia Bella! – Bati na porta que foi rapidamente aberta. – Meu pai pediu para chama-las para o jantar. Ele também pediu para avisar que Rodolfo nos fará companhia, tia.

- Uh! Se Rodolfo não fosse importante para o Lorde, com certeza já estaria morto a um bom tempo – disse agradavelmente minha titia fazendo com que eu prendesse o riso enquanto descíamos as escadas.