Roller Coaster escrita por jgw22


Capítulo 24
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

Bom, eu prometi e cumpri, aí está o último de hoje, ok? Leiam e divirtam-se ;*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/195110/chapter/24

ALICE’S POV

Na manhã de terça, acordei com a porcaria de despertador adentrando em meus ouvidos. Juro que por algum instante se passou em minha mente a ideia de desligar aquele som estridente, virar pro lado e retomar meu sono de onde eu tinha parado. Mas algo em minha consciência falou um pouco mais alto que a preguiça e eu me obriguei e levantar e tomar meu banho. Saí do chuveiro, me vesti (http://www.polyvore.com/13/set?id=41466042) e desci para o café da manhã. Jaz, Niall, Harry e Zayn já estavam na cozinha.

- Bom dia gente bonita. – eu disse sorrindo e dando um selinho em Zayn, logo seguindo até a geladeira.

- Bom dia, Ali. – disse Niall de boca cheia.

- Agh, agora que tu chegou eu vou ficar de vela nessa cozinha, deixa eu ir embora. – Harry disse pegando uma maçã da mesa e se dirigindo à porta.

- Awn, seu dramático, vem aqui Cachinhos. – eu disse indo até ele e o abraçando. O puxei para a mesa novamente, fazendo-o sentar na cadeira.

Depois do café, subi correndo para o quarto, me escovei, peguei a bolsa e passei novamente na cozinha para me despedir de todos, que lentamente iam acordando e reunindo-se ali. Saí correndo pelo já conhecido caminho até a escola.

Entrei no pátio e poucas pessoas já se encontravam ali, as aulas começariam só dali a 45 minutos. Ótimo. Fui para a sala da diretoria e falei com a secretária do diretor. Ela mandou esperar-me numa saleta em frente à porta que dava acesso ao gabinete. Fiquei sentada naquela sala com cheiro de mofo e/ou casa de velho, numa poltrona de couro puído marfim, até que finalmente um senhor de meia idade, gordo, baixinho e com pequenos olhos por baixo de uma armação abriu a porta e me chamou para dentro do gabinete.

- Bom dia, Sr. Hernandes. – eu disse sorrindo e estendendo a mão para cumprimentar-lhe do outro lado da mesa, sentando-me na poltrona à sua frente, com o mesmo tipo de couro, porém bem mais conservado.

- Bom dia Srta. Lewis, o que te traz aqui tão cedo? – ele perguntava com um sorriso no rosto. Acho que ele nunca o tirava dali na verdade, estava sempre no mesmo lugar: abaixo do bigode sujo de café e migalhas de donuts.

- Bem, eu queria conversar com o senhor sobre alguns acontecidos. Eu saí da casa de meu pai recentemente. O convívio nunca foi muito bom, mas de uns tempos pra cá ficou realmente hm... Insólito. Eu queria saber se ele não entrou em contato com a escola para cancelar minha matrícula ou algo do gênero. Eu não sei se ele faria isso, mas preciso analisar todas as minhas possibilidades. – eu falava calmamente enquanto observava a cara do diretor ter algumas oscilações de expressão: confusa, estressada, compreensiva, impaciente, com pena, até voltar a típica cara sorridente.

- Não, seu pai não entrou em contato conosco, Alice. Fique tranquila, sua matrícula ainda está presente nessa escola, e se depender de mim, continuará desse mesmo modo. – ele disse aparentemente aumentando o sorriso já largo. – E se seu pai vier a se comunicar conosco, eu lhe informo imediatamente.

- Obrigada Diretor. Agora me deixe ir para a aula então. – eu disse lhe dando um sorriso e saindo daquela sala fétida.

Segui pelos corredores até a sala da minha primeira e adorada aula de segunda-feira: química. Credo, nada melhor do que isso, não é mesmo? Juro que se Hitler conhecesse a Sra. Hitchcock ou a química ensinada por ela no ano de 1939, ele usaria nos campos de concentrações, sério. Depois de passar a aula inteira prestando atenção no tom da parede, da classe, dos sapatos da professora e da minha borracha, ela tinha milagrosamente terminado. Logo depois, foi a vez de sobreviver o resto do dia, para finalmente me ver livre de todas aquelas matérias e pessoas entediantes.

Fui pra casa o mais rápido que pude, onde Jaz já me esperava pronta. Pegamos o carro de Louis emprestado e fomos encontrar o Dr. Scarllet. Durante todo o caminho, eu e Jaz íamos discutindo o que falaríamos para o advogado – além do que ele já sabia - e o que nós iríamos fazer a respeito de Edgar. Depois de um tempo, eu estacionava o carro em frente a um prédio com uma placa ‘Dr. J. Scarllet – advogado’, passando pelas portas de vidro e me dirigindo pela segunda vez no dia a uma sala de espera.

Eu e Jaz sentamos lado a lado nas poltronas avelã de chenile. Ela batia os pés como uma espécie de cacoete para conter o nervosismo, enquanto eu tentava ao máximo me manter calma, prestando atenção nos barulhos da rua ou dos ponteiros do relógio a minha frente.

Depois de uns bons 20 minutos, a secretária nos guiou até a sala bem decorada cuja mesa tinha uma placa de bronze que dizia ‘John Scarllet – advogado’, e um senhor alto num terno elegante sentado numa poltrona atrás dela.

- Boa tarde Dr. Scarllet, sou Alice e esta é Jazmin. – eu disse apertando sua mão e sentando-me  numa das poltronas em frente a sua mesa.

- Boa tarde garotas, o que traz vocês aqui? – ele perguntou posicionando as mãos unidas sobre a mesa.

- Bem Dr. nós temos um assunto um tanto quanto delicado para resolvermos... – eu disse em tom baixo. Comei a explicar toda a história, desde a morte de minha mãe até o acontecido da última sexta feira, assim como todos os problemas que isso envolvia. Jaz apenas ouvia a história com a expressão tensa e apenas assentia em certos momentos.

- É, realmente é uma situação bem complicada, principalmente pra você Srta. Lewis, por ser filha dele. Quanto a matrícula de sua escola e a conta no banco abertas pra você, vou entrar com um pedido ao juíz que impeça que Edgar de cancelá-las. Vamos ver também sobre como fica o trabalho de você, Jazmin, já que trabalhava desde o ano passado e nunca teve uma carteira assinada. – ele explicava calmamente toda a situação e tudo o que faríamos até o fim do problema. – Mas não posso de deixar de fazer uma última pergunta: vocês querem ou não colocar Edgar na cadeia? – ele terminou num tom sério, esperando uma resposta.

Uau, juro que nunca tinha me passado pela cabeça. Tudo bem, eu queria justiça, mas não tinha pensado na possibilidade de vê-lo atrás das grades. Mas será que eu queria isso? Eu definitivamente não tinha uma resposta. Por um lado, não seria má ideia. Ele iria pagar por tudo o que fez comigo, e principalmente com Jazmin durante todos esses anos. Eu não teria medo de encontrá-lo na rua ou ficar me vigiando. Poderia ser livre. Mas vendo a situação com outros olhos... Ele era meu pai, apesar de tudo. Eu não podia abandoná-lo. O sangue dele corria em minhas veias, fazia parte de mim. Como eu poderia colocar uma parte de mim na cadeia?

Minha cabeça ficou ecoando essa ultima frase sem parar, quando um novo pensamento surgiu de onde quer que seja. Mas e se essa ‘parte de mim’ me abandonou antes, não seria errado abandoná-lo também, não é? Eu sei que isso soava de forma vingativa, mas eu já tinha tomado minha decisão. Eu ia poder seguir a vida diferente que eu de uma forma eu de outra tinha vindo buscar em Londres.

- Sim. – respondi de forma calma, recebendo um assentir de cabeça do advogado e um olhar assustado de Jaz em minha direção.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Alice sendo muito cruel? O que acham? O pai dela deve ir mesmo pra cadeia? haha, enfim, comentem aqui ou no twitter, quero saber quem lê isso aqui poxa! D: (@july_wolff) Beijos e até amanhã.