Roller Coaster escrita por jgw22


Capítulo 2
Capítulo 2




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ALICE’S POV

Depois de horas em um aeroporto, horas nos ares, horas de angústia... Lá estávamos nós, dentro do carro de Edgar, eu ainda não conseguia chamá-lo de pai com naturalidade, passei anos excluindo essa palavra do meu dicionário, como ele queria que em cinco dias eu já tivesse me acostumado? Seguíamos pela estrada a caminho de sua casa. Minha casa. Eu não sabia o que esperar daquilo, mas se não podia ser diferente, melhor seria eu me acostumar logo com a ideia.

Confesso que fiquei boquiaberta vendo a casa que iria morar. Não sabia que Edgar era um homem de tantas posses, por assim dizer. Durante a vida toda, a única coisa que sabia era que morava em Londres e que me pagava uma pensão, mas nunca me interessei no real valor. Mas aquilo... Uau! Era realmente fora de minhas expectativas.

A casa era inteiramente branca, com janelas monstruosamente grandes, dispostas por toda a fachada. Tinha também um jardim majestoso, sem nenhuma folha fora de seu devido lugar. Quando saímos do carro, Edgar pegou as malas mais pesadas e eu peguei minha mochila, ambos seguimos pelo jardim até a porta da casa. Quando entrei, percebi que o luxo não se restringia apenas ao exterior da casa.

Subimos as escadas de mármore, que dava acesso ao segundo andar. Edgar guiou-me até meu quarto. Eu já tinha um quarto só meu num lugar que acabei de chegar, como assim? Pois é. Quando ele colocou-me de frente para a porta, segurei na maçaneta, abri a porta levemente e me coloquei pra dentro do cômodo. O quarto era perfeito.

A decoração era toda em tons de rosa Pink e preto, onde xadrez predominava bastante também. A cama, ao centro do quarto, era gigante, nos mesmos tons do restante.  As janelas eram enormes, cobertas por uma linda cortina de voal rosa bebê, e dava acesso à varanda. Tinha poltronas, uma televisão enorme na parede, uma suíte lindíssima e um closet.

Este era enorme, tinha lustres magníficos pretos, espelhos por todos os lados, as paredes todas cobertas de cor-de-rosa, com prateleiras altíssimas, onde se alternavam sapatos, cabides, roupas pesadas, leves, tudo no melhor estilo Barbie. Aquilo tudo era realmente incrível, mas pra mim parecia exagero. Daquelas roupas, a maioria não fazia meu estilo, mas esse detalhe eu revelaria depois, vendo o sorriso de criança que Edgar estava no rosto agora, julguei não ser o melhor momento.

Depois disso, ele levou-me a cozinha e apresentou-me Jazmin, nossa empregada. O que? Além de tudo eu ainda tinha uma empregada? Estou começando a gostar desse lugar. Jazmin aparentava ter a minha idade, o que achei estranho. Tinha cabelos escuros, presos em uma trança lateral até o meio da cintura e olhos incrivelmente azuis. Usava um daqueles típicos uniforme de empregada, e preparava algo que deduzi ser o jantar.

- Olá Alice, seja bem vinda, espero que goste daqui – disse lançando-me um sorriso simpático.

-Oi Jazmin, obrigada- disse devolvendo seu sorriso, embora um pouco envergonhada.

Depois de conhecê-la, meu pai levou-me para conhecer o Sr. e a  Sra. Gonzalez, respectivamente o jardineiro e faxineira da casa, pais de Jazmin. Explicado porque uma garota tão jovem trabalha numa casa de família, pensei comigo mesma.

Após cumprir todos os protocolos de boas vindas, eu e Edgar fomos jantar. Nenhum de nós falava muito, apenas comentários casuais da casa e de Londres em si. Eu ainda me sentia meio deslocada ali, como se estivesse num lugar que não me pertencia ou que eu não me encaixaria. Após o jantar, subi para meu quarto, peguei uma camiseta qualquer que tinha trazido de casa e fui tomar meu banho. Fiquei ali durante vários minutos, até que saí e fui para minha cama. Assim que encostei a cabeça no travesseiro, milhões de perguntas invadiram a minha mente, do tipo “será que me adaptarei aqui?”, “será que Edgar realmente me trouxe para morar com ele por vontade própria, ou por obrigação?”, “será que todo esse luxo e mordomia eram pra tentar conquistar minha confiança mais rápido?” Eram muitas as perguntas, porém meu cérebro insistia em não encontrar as respostas. Em meio a tantos questionamentos, o cansaço falou mais alto, e acabei pegando no sono.


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Notas finais do capítulo

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