A Sua Ausência. escrita por dieKholer


Capítulo 1
Oneshot.




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Mais uma daquelas reuniões em que discutia-se mil problemas e apenas dois ou três eram solucionados. Arthur quase matando Francis e Alfred, e este último pentelhando o seu colonizador. Por fim terminava com Ivan apertando as bochechas de um chinês desesperado, Ludwig gritando e tentando manter a ordem, Roderich balançando a cabeça negativamente, como se reprovasse o comportamento dos ali presentes, e Feliciano perguntando onde havia um restaurante italiano mais próximo.
Berwald mantinha-se em seu lugar, procurando falar somente o necessário e, de certa forma, tentando transformar aquela baderna no que realmente deveria ser: uma reunião para solucionar os problemas mundiais. Tentava obter ajuda dos outros nórdicos, mas Tino parecia distante, Emíl tentava se livrar de Wang Lee que o cutucava insistentemente e perdeu todas as esperanças quando viu Mathias deslizar uma de suas mãos pela perna de Lukas enquanto lançava um sorriso que aumentava quanto mais o norueguês corava e virava o rosto.
O sueco suspirou e observou sua ex-esposa: um finlandês entediado que rabiscava alguns papéis, provavelmente desenhos aleatórios.


“Nem sequer olha para mim”, suspirou desapontado.


Não eram mais casados, seus líderes divergiam suas opiniões sobre alguns assuntos o que fez a relação dos dois se esfriarem e até mesmo Tino, que lhe parecia tão meigo e gentil, tornar-se  distante. Tentou conversar com o finlandês inúmeras vezes, mas este o tratava com indiferença, utilizando-se apenas da diplomacia para comunicar-se com o ex-marido.


“Droga”, sentiu as bochechas queimarem quando os olhos violetas de Tino encontraram os seus.


- Quer falar algo, Suécia? – perguntou, inclinando um pouco a cabeça, repousando a caneta sobre a mesa.


“Su-san, me chame de Su-san, Fin...”


- Hum, acho que não há salvação para essa...”reunião”.


-Cheguei a mesma conclusão que você quando vi América arrastando Inglaterra pelo corredor gritando: “I’ll show you how is our american way of life.” – disse esboçando um pequeno sorriso, o que fez acelerar o coração do mais velho.


Quando Berwald percorreu os olhos pela sala de reunião notou que apenas sobrara ele, Tino, um grego dormindo enquanto Kiku o cobria com seu casaco, um rapaz (muito parecido com o América) cujo nome lhe fugira à cabeça agarrado com seu urso, cochilando no ombro de Abel, que lia algum livro e acariciava os cabelos loiros do menor.


-Vou embora, não há nada para fazer aqui, aconselho que também vá Su-s...SUÉCIA! –bradou tentando corrigir o erro, corando. – Er, Suécia, isso...


Sorriu internamente. Há resquícios do velho Tino ali, sim, havia. Perdia noites imaginando como o finlandês podia ignorar com tamanha facilidade os momentos que passaram juntos, as conversas, risadas, beijos, carícias... o sexo... Berwald pigarreou, tentando afastar essa última lembrança da mente. Se continuasse pensando naquilo seqüestraria Tino no corredor e faria coisas pervertidas com ele no elevador. Oh, droga, ele já estava pensando naquilo.
Ajeitou seus óculos, arrumou a gravata preta e em poucos minutos estava na porta do centro de convenções onde houve a reunião. Grossas gotas de água atingiam o chão, dando sonoros estalos e acumulando-se em poças ou em pequenos córregos que se formavam adjacente ao meiofio. Há alguns metros a sua esquerda pôde ver o finlandês impaciente tentando abrir um guarda-chuva emperrado.


-Fin... – murmurou aproximando-se.


-Piru vie! – dizia sacudindo o objeto com demasiada força que, por fim, partiu-se em dois. – Ah...


O sueco tirou seu guarda chuva da maleta que carregava e colocou a mão pesada sobre o ombro do finlandês.


-Venha comigo.


-Obrigado, Su-s... Suécia, mas posso pegar um pouco de chuva.


-Não, não pode. – disse firmemente, em um tom grave.


Tino revirou os olhos impaciente e encarou o sueco, não mudara nada: o olhar duro, o cenho franzido e a boca em linha reta.


“E-ele continua... assustador...”


-T-tá, Su-Suécia. – gaguejou, sentindo seu coração travar na garganta quando a mão do sueco o enlaçou pelo ombro, com a finalidade de mantê-lo perto para não se molhar.


Para Berwald, o percurso até a casa de Tino foi muito rápido, já para o outro, parecia uma eternidade. O menor não negava que teve que se conter, sentindo o corpo do maior tão próximo, o cheiro, o hálito quente próximo ao seu ouvido.  Suspirou aliviado quando pôde ver sua casa no final da rua.


-Não mudou nada, nem a pintura.


-Há coisas que não mudam. – Tino desviou o olhar para baixo, havia um tom de amargura em sua voz.


-É verdade.


O mais velho abaixou os olhos, provavelmente demoraria muito para se encontrarem novamente, a cada passo que ia se aproximando da entrada da casa do outro se tornava mais doloroso, cada passo parecia uma estocada em seu coração. Berwald sabia que era por causa da dor da separação que estava por vir. Mais uma vez separado, mais uma vez sozinho...


-Obrigado, Suécia. – disse o menor enquanto procurava as chaves no bolso do terno com certa urgência.


-Su-san, Fin, eu sou Su-san. – Berwald o segurou pelo queixo, sendo o mais delicado possível.


O menor mordeu o lábio inferior desviando o olhar, fechou os punhos.


“Eu... não vou resistir...”. Pensou, segurando as lágrimas.
-S-Su-san... – cerrou os olhos e apoiou a testa no peito do sueco, sentindo a respiração e o coração descompassados.-...eu..

.
Berwald beijou o cabelo de Tino, com os olhos igualmente fechados. Céus, há quanto tempo não sentia o cheiro daqueles fios loiros, aquelas mãos pequenas, mas firmes, agarradas a seu corpo, a presença do finlandês em si.
Os corpos se uniram em um afetuoso abraço. O guardachuva agora rolava pela calçada. Pingos grossos de água atingiam e encharcavam os dois nórdicos que pareciam não se importar nem um pouco.


-Su-san, você continua... me amando? – perguntou por fim, abrindo os olhos, mas não encarando Berwald.


-Como “continuar” se eu nunca deixei de sentir isso por você, Fin? – murmurou.- Não me importam os conflitos e os acordos... eu só quero você de volta.


Tino afastou-se do corpo do menor, seus olhos estavam vermelhos e as lágrimas misturadas às gotas de chuva. Fungou, coçando o nariz com a manga do terno azul.


-Por favor, Fin, não chore...


Levou os lábios até as maçãs do rosto do mais novo, sentindo a pele quente e molhada, desviando-os para a boca do outro, que, sem resistir, a abriu, permitindo passagem. Era um beijo carinhoso, longo e tenro.


-Su-san, não... – afastou-se do maior devagar. - ... eu não posso.


-Fin...


-Su-san...


-...você me excita. – disse enlaçando o menor pela cintura, levando uma das mãos à nuca do outro e mordiscando sua orelha.


-S-Su-san?!A-ah...! – gemeu, sentindo o seu corpo queimar.


Sem o menor pudor, Berwald atacou o pescoço de Tino, mordendo com força, desejando-o a cada segundo, deixando marcas na pele alva. Queria por em prática todas suas fantasias e necessidades que vinham sendo retidas durante todo esse tempo. Sim, por que ele jamais faria essas coisas com outra pessoa a não ser Tino.


-P-pare... as pessoas p-podem olhar... – disse, mas ainda agarrado ao corpo do maior, já que suas pernas tremiam.


-Então vamos para dentro.


O mais novo ficou mais vermelho do que já estava, também estava excitado, ainda mais só de imaginar o que fariam dentro de casa, no sofá, na cama, na mesa, no chuveiro... talvez em todos esses lugares se aguentassem. Até porque o grau de necessidade de Tino não era menor que o de Berwald, pelo contrário, era bem maior, tanto que não hesitou em puxar o maior pelo pulso para dentro de sua casa, batendo a porta, e logo retirando as vestes do outro. Com ânsia, excitação, necessidade...


-Su-san... v-você ainda me deseja? – perguntou, sentando no sofá, tirando o próprio terno devagar, abrindo botão por botão. A excitação e o nervosismo tomavam conta de si. Aquilo era errado, muito errado, mas quem se importava com a razão agora?


Berwald nada respondeu, ajoelhou-se no sofá com as pernas de Tino debaixo de seu corpo e conteve-se em contemplar a cena do menor tirando a própria roupa de modo lento. Ao ver o último botão abandonar sua casa, empurrou o finlandês de modo brusco, forçando-o se deitar, tirando sua roupa com tanta pressa que arrebentou o zíper da calça. Questionou-se algumas vezes se não estava sendo demasiado agressivo com o outro, mas quando diminuía seu ritmo, sentia a inquietação do finlandês, que mordia seus lábios com até certa violência, provocando-o.
Não demorou muito pra que os dois nórdicos estivessem nus, roçando os corpos. O de Berwald era grande e largo, já o de Tino era pequeno e seus músculos eram firmes, mas não se sobressaiam tão quanto os do sueco. As mãos suecas exploravam a nuca, deslizando-se pelo torso e terminando nas nádegas do finlandês. Este último gemia entre os beijos, arranhando a pele alva de Berwald, deixando marcas vermelhas. O próprio Tino não sabia o que estava fazendo, era apenas instinto, seu lado racional falhava, deixando os hormônios e o coração conduzirem a situação.
Trocavam beijos, mordidas, labidas e chupões , não que sempre fizessem desse jeito, mas aquele hiato deixaram os dois necessitados de tal modo que apenas com a visão do parceiro nu  e o toque das peles quentes os tivessem transformado.
Hanatamago estava preso na cozinha e sentiu o cheiro do sueco deixando-o feliz e inquieto, a final, não o sentia a muito tempo. Seus latidos desesperados foram ignorados devido ao intenso barulho da chuva e dos gemidos que vinham da sala.
Estavam no tapete da sala, suados, ofegantes, os corações ainda acelerados, a respiração descompassada. As roupas agora eram farrapos, mas nenhum dos dois deram importância a esse fato. Tino estava aninhado no tórax de Berwald e esse o afagava com os lábios grudados em sua testa, não haviam trocado uma palavra. O mais velho observou o corpo do finlandês e não pôde deixar de notar cicatrizes que antes não haviam.


-Essas cicatrizes... – disse com a voz rouca, percorrendo o dedo pela coluna do finlandês que se arrepiou.


-J-Já estão curadas, não doem mais... – acariciou o rosto do sueco, sorrindo.-... a maior ferida que eu tinha, Su-san, agora está fechada.


-Qual ferida?


-A falta que eu sentia de você. – selou os lábios nos do outro, sentindo seu corpo ser enlaçado, fazendo-o soltar um breve gemido.
Se pudessem, ficariam eternamente ali, deitados no tapete felpudo, abraçados, sem dizer nada, ao som da chuva. Que se danassem as reuniões, a escassez de água, a pobreza, inflação... que tudo fosse pro inferno!


Tino subiu em cima de Berwald apoiando-se sobre suas coxas, subiu com os seus dedos pelo pescoço do mais velho até encontrar a maçã do rosto.


-Por que... por que não vem me visitar mais vezes, Su-san?


-Posso vir ver você todos os dias.- dito isso, enlaçou o pescoço do menor, trazendo-o para mais uma série de beijos e carícias, depois dolorosas (e prazerosas) mordidas de Tino no ombro de Berwald.


“Pelo menos ele perdeu a vergonha... isso... isso é bom.” – fechou os olhos, levando uma mão aos cabelos do menor, incentivando as mordidas em seu pescoço


-F-Fin, se continuar assim eu vou...


-A-ahn?! – as bochechas de Tino avermelharam-se ao notar que “despertou” o sueco novamente. Agora, se pudesse, enfiaria sua cabeça em um buraco. Sentiu seu rosto ser conduzido para um breve beijo.


-Dessa vez  vamos fazer mais devagar, Fin. – sorriu, segurando-o firmemente pelo quadril. – E que tal... no chuveiro?


-S-sim! – desviou os olhos violetas, concordando com a proposta e ao mesmo tempo morrendo de vergonha.


O sueco esboçou um sorriso, levantando-se logo em seguida, levando Tino ao colo. Teriam muito tempo para compensar os anos perdidos. Ah, se teriam...


-x-


-Quer dizer que Sverige e Fin voltaram? – perguntou o dinamarquês, sentado na cama, nu, inclinando a cabeça e franzindo o cenho, em sinal de dúvida.


-França não perdeu a oportunidade de enviar  uma mensagem à todos, dizendo que viu os dois “se pegando” na porta da casa do Fin. –  disse o norueguês, que estava sentado no meio das pernas de Mathias, apoiando suas costas no peito do maior enquanto mexia no aparelho. – Como se isso fizesse muita diferença na minha vida.


-Você deixaria eu “te pegar” na porta da sua casa? – perguntou no ouvido de Lukas, fazendo este se arrepiar.


-C-claro que não idiota, nem sei o que vim fazer aqui... – respondeu num tom seco, tentando se desvencilhar de Mathias, inutilmente, já que  estava sendo abraçado (e preso) pelo outro nórdico.


-Não sabe, mas já fez. – riu. – EI, NORGE! ISSO DOEU! – gemeu ao sentir o cotovelo do menor batendo no meio do seu tórax. – Hum, agora você vai ter que me pedir desculpas.


Lukas revirou os olhos em sinal de impaciência, quando sentiu seu queixo sendo puxado delicadamente para mais próximo do rosto de Mathias, que roubou-lhe um demorado beijo.


-Idiota, não te deixei fazer isso. – murmurou entre os dentes.


Dito isso, atacou a boca do outro país, sentindo seu corpo ser acariciado pelas mãos dinamarquesas.


-Hum... eu... também não te deixei fazer isso...- murmurou o mais alto, sorrindo-... e eu nem me importo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenha agradado ♥~