Pov. Bella

Abri os olhos na manhã de segunda feira, me espreguicei, não era sempre que eu acordava com disposição, mas hoje eu previa que seria um dia bem legal. Mas também depois de passar o sábado e o domingo ao lado de Edward eu tinha por obrigação acordar bem humorada.

Arrumei-me para mais um dia de trabalho, ele disse que iria me ver hoje, mas se desse, ele parece estar trabalhando muito.

Cheguei no hospital em cima do horário, corri para meu consultório, hoje não teria muitas consultas, porém não era bom atrasar nenhuma.

–Doutora Isabella Swan compareça a recepção- aquele alto-falante há muito tempo meu nome não era chamado por ele.

Coloquei meu jaleco e sai do consultório.

–Doutora Swan- um homem me abordou na recepção.

–Sim?- perguntei assustada.

–A minha esposa está em trabalho de parto, ela era paciente da doutora Lauren e teve duas consultas com a senhora- respirei fundo.

–Onde ela está?- perguntei.

–A colocaram na sala de cirurgia, a senhora é a única obstetra que está livre agora- assenti.

Chamei minha assistente e pedi que fosse com algumas enfermeiras para lá, eu faria o parto. Partos normais não são tão complicados quando partos cesarianos o que me deixava louca eram os gritos que as mulheres davam.

–Senhora- pedi a moça em cima da cama- respire fundo, não grite, apenas faça força, ok?- perguntei e ela assentiu- Um, dois, três- falei e ela empurrou, eu já estava vendo a cabeça do bebê- Isso mais um pouco mais força- falei a incentivando.

Segurei o bebê o trazendo para fora, era uma menina, ela chorava e mexia o braço.

–O cordão- falei a uma das enfermeiras. Depois que terminei de fazer o curativo suspirei e sai da sala, retirando as peças sujas de sangue. Andei pelos corredores indo até o meu consultório, puxei a touca que estava nos meus cabelos.

–Está tudo bem?- a minha assistente perguntou.

–Claro- respondi entrando no meu consultório, fechei a porta e me virei contra ela.

–Claro que está tudo bem- repeti para mim mesma- Isabella vai ficar tudo bem- respirei fundo, eu precisava me conformar.

...

Pov. Edward

–Edgayzinhoooo- Emmett entrou na minha sala.

–O que está fazendo aqui, cara?- perguntei rolando os olhos- Não tem nada melhor pra fazer?

–Estou aqui para ver meu irmão super gato- piscou.

–Depois eu que sou o gayzinho- bufei- serio Emm tem que encher meu saco logo agora?

–Seja compreensivo com seu mano- se jogou em uma poltrona na frente da minha mesa- eu estava indo pra fabrica e resolvi da uma passada aqui, como vão as coisas?- o encarei.

–Quais coisas?- perguntei relaxando na minha poltrona.

–Sei lá- deu de ombros- como foi o final de semana?- ergueu as sombrancelhas sugestivamente.

–Foi ótimo- falei a verdade.

–Papai pensou que você iria passar lá em casa você prometeu que iria.

–Você ficou o final de semana inteiro lá?- perguntei.

–Não só passei lá no sábado- se debruçou mais sobre a mesa- Com quem você estava?

–Esme te pagou para me investigar?- ri dele.

–Sabe na minha passagem por lá eu comentei sobre certo telefonema e sobre certa Isabella Swan- fiquei serio.

–Você não presta- Minha família não me deixaria em paz até eu esclarecer quem é Isabella e o que eu tenho com ela e se Emmett que deu a noticia deveria ter aumentado um simples telefona para sexo por telefone.

–Eu sei- se gabou- Mas então como foi...

–Isabella é uma amiga, não temos nada- me apressei em falar.

–Amiga?- perguntou- Então você ainda está com Victoria?

–Não- pensei em Victoria por um tempo Emmett ainda não sabia sobre ela, quer dizer, ninguém da família sabia ainda- Mas tem algumas coisas sobre Victoria que vai deixar você meio surpreso- ele arregalou os olhos, meu irmão era muito curioso.

–O que?- perguntou.

–Conto a você depois- ele ficou frustrado.

–Eu vou esperar- olhou o relógio- Eu preciso ir, vou ter um dia cheio- se levantou.

–Até mais- acenei.

–Ah quase me esqueci o motivo real para ter vindo aqui- bateu na testa, idiota.

–Por que veio?

–Eu apenas queria confirmar a sua viagem, você sairá quinta a festa vai acontecer apenas sábado, mas você precisava participar de duas reuniões uma na quinta e a outra na sexta- lembrou.

–Emmett eu já disse que vou.

–Eu vou comprar as passagens hoje, você sai quinta pela manhã- avisou.

–Pode fazer um favor pra mim?

–Até dois Edgayzinho- brincou.

–Compre duas passagens em meu nome- peguei meus documentos entregando a ele.

–Duas?- sorriu de uma forma maliciosa- Será que Isabella Swan vai passear esse fim de semana?

–Cala a boca- mandei.

–Edward eu só quero que você saiba que isso é uma viagem a negócios e não uma lua de mel- piscou.

–Emmett cai fora- apontei para porta.

–Tudo bem- ergueu as mãos- mas diz ai a Isabella é gostosa?- procurei algo sobre a mesa pra jogar nele, mas o desgraçado saiu correndo ainda cheguei a ouvir a risada dele do lado de fora.

...

O dia estava muito agitado eu precisava fazer muitas coisas já que passaria alguns dias fora, olhei o relógio, não daria para ira almoçar com Isabella, eu iria vê-la depois. Mandei uma mensagem desmarcando e me desculpando, nem tempo para um telefonema eu tinha.

Pov. Bella

Ouvi uma batida na porta, olhei o relógio eram seis eu não tinha mais nenhuma consulta.

–Entra- pedi contrariada, puxei os papeis com exames que eu estava revendo.

–Doutora Isabella- levantei os olhos para a falsa imitação de uma voz de mulher- Será que pode me ajudar?

Ri, era Edward. Ele tinha acabado de entrar na sala, vestia um terno preto e uma camisa branca, estava sem gravata e alguns botões da camisa branca estavam abertos.

–Esquece isso Senhor Cullen, seria uma péssima mulher- brinquei.

–Concordo com você- falou alegre enquanto se sentava de frente para mim na mesa.

–Como conseguiu entrar?- perguntei curiosa.

–Apenas conheci algumas pessoas por aqui- deu de ombros.

–Ou seja, subornou alguém- ri e ele me acompanhou.

–Quase isso, queria me desculpar por ter furado hoje- assenti, ficar sozinha era ruim, mas eu não poderia obrigar Edward a viver ao meu lado para sempre.

–Tudo bem.

–O que almoçou hoje?- perguntou.

–Comi algo aqui na cantina mesmo- o tranqüilizei- resolveu seus problemas?

–Metade deles- suspirou cansado- Eu preciso de férias.

–Eu também, tem bem um mês que não folgo- soltei.

–Por que isso?- questionou alheio.

–Bom, eu não tenho muitos lugares para ir, se eu pedir folga fico entediada em casa e venho trabalhar- ri.

–Mas você poderia pedir uma folguinha de dois dias, não poderia?- estranhei a pergunta dele, mas fui sincera.

–Eu posso pedir dois dias de folga quando quiser, como eu disse tem bem um mês que não folgo- dei de ombros.

Edward me encarou por um tempo, parecia estar armando um conflito interno. Não sabia do que se tratava, mas já estava ficando assustada.

–O que foi?- perguntei paralisada.

–Eu tenho uma proposta para você- falou se sentando de frente para mim.

–Estou ouvindo- comentei olhando um papel sobre a mesa.

–Bella, da pra me olhar?- perguntou paciente.

Larguei os papeis e o encarei com um sorriso no rosto.

–Fala Edward- cruzei as pernas e poderia ser loucura, mas tive a impressão de que ele deu uma secada nelas.

–Então lembra que te falei lá no shopping sobre uma certa proposta?- perguntou me olhando nos olhos.

–Sim eu lembro- confirmei, sem saber do que se tratava.

–Não quero enrolar é o seguinte, Emmett me arranjou uma viajem de três dias para Springfield, um novo sócio vai abrir um concessionária por lá, eu irei participar de duas reuniões e uma festa de inauguração, daí eu pensei que você poderia ir comigo, rever seus pais e me acompanhar na festa, o que acha?- falou tudo de vez.

O que? Viajar com o Edward para Springfield, será que ouvi direio?

–Deixa eu ver se entendi- me concertei na poltrona- você vai viajar para Springfield a trabalho e quer me levar junto?- perguntei confusa?

–Quase isso- falei gesticulando- Eu não gosto de viajar sozinho, nem ir a festas sozinho.

–E ta me chamando para ir com você?- Fiz uma careta.

–É Bella, quer ir comigo? Eu prometo que farei tudo que você quiser, até pago um quarto de hotel pra você- falou novamente- você pode visitar seus pais, eu nunca estive por lá, você pode me levar pra conhecer alguns lugares da cidade e visitar alguns amigos se quiser.

–Ok- falei e ele sorriu- ei eu não disse ok eu vou com você, eu quis dizer ok você está ficando louco- seu sorriso morreu.

–Vai doer viajar por alguns dias?- perguntou triste.

–Edward e o meu trabalho?- gesticulei.

–“Eu posso pedir dois dias de folga quando quiser, tem bem um mês que não folgo”- repetiu minhas palavras.

–Não posso ir- neguei.

–Eu já comprei as passagens- O encarei em choque.

–O que? Comprou uma passagem pra mim sem nem saber se eu aceitaria?- perguntei incrédula. Como ele tinha coragem?

–De ida e volta- afirmou.

–Não acredito, você é inacreditável- reclamei- Eu não vou, faça boa viagem.

Edward baixou a cabeça por um tempo e quando voltou a me olhar fazia uma cara de criança que não ganhou presente de Natal.

–Nem adianta fazer essa cara, eu não vou- fui dura.

Ele continuou lá com aquela cara, mordeu os lábios e depois passou a falar.

–Poxa Bella, eu gastei dinheiro com as suas passagens, eu te levei pra sair um monte de vezes, faço tudo que você me pede sem pensar duas vezes e agora você não pode fazer uma coisinha que estou pedindo?- falou com uma voz dengosa, em parte ele tinha razão- vai comigo, por favor?- torci os lábios. Edward tem sido uma boa pessoa, abri a boca para falar não varias vezes, mas não consegui ele havia vencido.

–Tudo bem- joguei as mãos para o alto- eu vou.

Sorriu largamente.

–Mas não vá pensando que foi esse seu biquinho ou sou voz melosa que conseguiu me convencer, eu só vou por que você está sendo gentil comigo desde que nos conhecemos, se não fosse por você eu já estaria morta- tagarelei.

–É bom saber que você não vivi sem mim- brincou.

–Edward Cullen- ele me encarou- cala a boca.

–Ta ficando muito ousada senhorita Swan- se esticou fazendo menção de me beliscar.

–Olha que eu acabo desistindo de ir- puxei o braço.

–Desculpa, desculpa, desculpa- ri dele.

–Não vai se arrepender.

–Tomara que não- balancei a cabeça- Bom, está na hora de ir.

–Onde iremos Jantar?- perguntou se levantando.

–Posso te fazer uma pergunta?- retirei meu jaleco e peguei minha bolsa.

–Sempre- falou despreocupado.

–Quando não me conhecia, o que você fazia da vida?- ele sorriu- Sei lá, com quem jantava, almoçava, saia para passear?

–Geralmente eu sempre estava com minha família, se você nunca tivesse cruzado meu caminho hoje a noite eu poderia estar com meus pais, na casa de Emmett ou com alguns amigos em algum lugar- deu de ombros.

–Você tem amigos?- perguntei.

–Claro- falou como se fosse obvio, e na verdade era mesmo.

–Então por que não sai mais com eles?

–Por que agora você está comigo, eu fiz uma promessa...

–Quando me der todos os dez motivos vai embora, vai simplesmente me deixar sozinha?- falei sem pensar.

–Não Bella, isso nem passou pela minha cabeça e não era dessa promessa que estava falando- franzi a testa confusa- eu estou falando de proteger você de nunca deixá-la triste ou solitária.

–Não pode viver sua vida assim...

–Quem vai me impedir?- perguntou.

Balancei a cabeça incrédula. Edward deveria ser algum fruto da minha imaginação, não deveria haver ninguém como ele. Eu estava começando a me sentir mal agora, meio perdida, eu não conseguia imaginar como retribuir isso a ele.

–Deve estar pensando besteira- Edward riu- está corada.

Corei mais ainda.

–Eu cozinho hoje, que tal irmos ao meu apartamento?- Perguntei afastando os pensamentos.

–Tomara que cozinhe bem- sorriu.

Saímos do consultório, o corredor estava vazio como sempre, caminhava olhando para o chão ainda pensando em Edward e toda a generosidade dele.

–Bella- congelei quando meu nome foi chamado, eu conhecia aquela voz. Mas que diabos aquela mulher queria?

Virei lentamente para dar de cara com Lauren, ela não estava vestida como as doutoras, estava apenas com um vestido rosas que se moldava a grande barriga de quase oito meses.

–Lauren- falei com um aceno de cabeça.

Senti o olhar de Edward em mim.

–Eu queria te agradecer, peguei os papeis da minha licença e soube que muitos dos meus pacientes foram transferidos para você, é uma grande gentileza sua cuidar dessas mulheres- sorriu fracamente.

–É o meu trabalho- respondi apenas.

Lauren me dava certo tipo de nojo, eu ainda recordava muito bem como ela fingia ser minha amiga.

–Bella, eu também queria me desculpar, eu juro que não queria a sua infelicidade para alcançar a minha felicidade- quase ri.

–Certo, mais alguma coisa?

–Agora que eu sei que você já superou o Jacob e nós podemos esquecer essas coisas do passado e...

–Olha Lauren eu não sou como você, não sou falsa- falei e respirei fundo- se há cinco meses eu não falo com você é por uma boa razão e se você estava apenas esperando me ver acompanhada para tentar se desculpar só prova o quanto fútil você é- fui cruel- Além de que eu não quero perdoar nem você nem o Jacob, não quero vê-los nunca mais.

Lauren me olhava com um misto de surpresa e incredulidade, eu nunca havia falado assim com ela, muitas vezes já cheguei a chorar e me humilhar na frente dela, mas agora tudo estava mudado eu ainda lembrava das palavras de Edward “Você não precisa dele” E eu precisava começar a me acostumar com a idéia de que Jacob não me amava se era Lauren que ele queria, ele teria ela.

–Eu não preciso do Jacob- finalizei a conversa dando as costas para ela.

Edward me seguiu enquanto eu caminhava em passos largos para o estacionamento.

–Ei Isabella- ele me alcançou e me abraçou quando cheguei perto do meu carro- Você estava certa- ele me apertou contra os seus braços.

Eu estava com tanta raiva, aquela nojenta tinha coragem de aparecer na minha frente e falar comigo se não tivesse roubado tudo que eu pensava ter.

–Ela me da raiva- murmurei e só então percebi que chorava. Lembrei-me do parto que realizei hoje, da mãe recebendo a criança, os gritos, o choro do bebê tudo que Lauren passaria daqui alguns meses e eu nunca poderia passar- Deve ser pecado odiar alguém do jeito que a odeio.

–Não chora Isabella- ele passou a mão no meu cabelo- Vai ficar tudo bem.

Ficamos um tempo ali até eu jurar que estava bem e dirigi para casa com Edward me seguindo.

O porteiro nos olhou curioso quando passamos por ele, Edward obviamente o ignorou segurando minha mão em todo trajeto até o elevador. Não afastei minha mão da dele quando o elevador parou, baixei meus olhos tentando ocupar a mente com qualquer coisa que não lembrasse Lauren ou Jacob.

–Está tudo bem?- Edward perguntou afagando minha mão.

–Eu me deixo abater facilmente- comentei o obvio.

O elevador parou no meu andar, Edward não falou nada, soltou minha mão para que eu pudesse pegar as chaves na minha bolsa. Abri a porta e logo uma verdade me tomou, eu ainda não havia pensando nisso, Edward nunca havia entrado no meu apartamento, virei para olhá-lo ele estava com as mãos no bolso e me encarava.

–O que?- perguntou confuso.

–Nunca esteve aqui- falei.

–Nunca fui convidado- sorriu.

–Então vamos entre- apontei para a porta aberta. Edward passou na minha frente, entrei após ele e fechei a porta- Pode sentar- indiquei o sofá.

Edward retirou o paletó e sentou no meu sofá.

–O que vamos comer?- perguntou.

–Eu vou fazer algo rápido usando macarrão queijo e mais algumas coisas aqui- joguei minha bolsa em qualquer lugar- tem um bom tempo que não cozinho.

–Posso assistir?- perguntou.

Dei de ombros enquanto amarrava meu cabelo em um rabo de cavalo.

–Vem pra cozinha- chamei.

Adentramos a cozinha, eu rapidamente lavei as mãos e comecei a pegar todas as coisas que seriam necessárias para o jantar, Edward estava encostado no balcão e brincava de malabarismo com dois tomates, balancei a cabeça rolando os olhos e ele riu.

–Sua cozinha é bonita- elogiou.

–A sua também é- corei rapidamente com a lembrança que tive da cozinha dele, eu em cima do balcão com ele entre minhas pernas enquanto nos beijávamos furiosamente.

–Está mais vermelha que esses tomates- ele adorava me ver constrangida.

–Edward não comece...

–Mas eu não fiz nada- reclamou feito criança.

–Tudo bem- concordei afinal ele não tinha feito nada, quem fez a burrada fui eu que tive a súbita lembrança eu que deixei ele me beijar.

Eu não queria relembrar aquele momento, além de ficar constrangida ainda tinha aquele leve desejo. Balancei a cabeça e continuei a preparar nosso jantar, era melhor não pensar em Edward de outro jeito, eu havia o conhecido da forma mais inusitada possível e agradecia por ele estar sempre grudado em mim, era algo legal, era legal ter um amigo, mas até quando aquilo iria durar? Até quando Edward iria gostar da minha companhia?

–Para de pensar besteira- ele falou parando a brincadeira com os tomates.

–Você lê pensamentos agora?- falei com o tom de voz calmo, não queria ser rude.

–Eu conheço suas feições, Isabella- rolou os olhos- deve estar pensando alguma coisa idiota.

–Eu só penso coisas idiotas- lamentei- Lembra de quando nos conhecemos?

–Isabella- ele falou de uma forma intensa, diferente. Parei o que fazia para olhá-lo- as coisas não são mais daquele jeito, será que você pode tentar esquecer as coisas que te deixam infeliz?- perguntou- Não fica se magoando e imaginando coisas, por favor.

–Você venceu essa Cullen- suspirei derrotada, o olhar dele sempre vencia todos os meus argumentos- Vamos adiantar isso, você deve estar com fome.

Conversamos mais um pouco enquanto eu preparava o jantar, falamos sobre a viagem e sobre meus pais.

–Acho que vou querer conhecer o senhor e a senhora Swan- Edward sorriu.

–Eles são legais quando não estão xingando um ao outro- mordi o lábios- ou quando não estão de agarramento com os namorados.

Edward riu.

Acabamos de preparar o jantar. Sentamos-nos à mesa que ficava na cozinha e nos servimos com o macarrão.

–Isso é ótimo- Edward eu a primeira garfada.

–E o vinho?- Perguntei indicando o vinho que tinha pego para nós.

–É perfeito- comentou.

Jacob havia comprado ele, eu não era de beber muito então estava há um bom tempo ali. Ficamos em silencio um tempo

–Eu sou um bom observador- falou dando uma garfada.

–Eu sei disso- assenti.

–Motivo quatro- tomou um gole de vinho.

–O que tem ele?- perguntei sem me interessar muito.

–Quer falar sobre hoje no hospital?- parei, por que ele tinha levado o assunto para aquele lado?

–O que uma coisa tem haver com a outra?- tentei soar casual, mas não sei se tinha conseguido.

–O que te deixou mais abalada ao reencontrar Lauren?- perguntou parando de comer.

–Edward esse não é um bom assunto...

–Tem razão não é, mas mesmo assim quero te fazer uma pergunta- falou rápido.

–Faça então- queria acabar logo com aquilo.

–Você inveja Lauren por não poder estar carregando aquela criança, não é?- aquela pergunta me deixou meio sem ação, realmente Edward era um bom observador.

De repente eu me lembrei das palavras de Jacob “Você nem pode me dar um filho”- Balancei a cabeça quando a voz dele soou nela.

–Eu a detesto por mais que isso- menti.

–Não mente pra mim, eu apenas que confirmar algo- deu mais uma garfada.

–O que?- perguntei curiosa.

–O motivo quatro, você deseja ser mãe- suspirou.

Bom, ele estava certo. Em relação à Lauren eu sentia ódio e inveja, não só em relação a ela, mas a todas as mulheres que chegavam ao meu consultório, a Victoria, todas sem exceção de nenhuma. Eu sabia que poderia adotar uma criança e se eu fizesse a amaria, mas era um desejo desde mais nova, ver minha barriga crescendo, ter um marido e discutir com ele o sexo do bebê, comprar roupas, ter desejos absurdos ser mimada, ter toda aquela ansiedade para saber como vai ser o meu pequeno e por fim entrar naquela sala que já entrei dezenas de vezes, mas entrar novamente sem ter que fazer o papel de medica e sim de paciente.

–Eu estou certo.

–Talvez- respirei fundo- Eu sonhei com isso há muito tempo, não sei se você entende, mas eu pensei muitas vezes em construir com o Jacob o que ele está construindo com a Lauren, até cheguei a pensar que ele me deixou por essa minha incapacidade.

–Bella, você mesma disse que é só questão de tentar, você pode conseguir isso- ele tocou minha mão- você vai conseguir.

–Não importa muito agora- puxei minha mão da dele.

–Então já temos quatro motivos só faltam seis- colocou a mão sobre o colo.

–Não disse que você estava certo...

–Estou errado?- perguntou me analisando.

–Não, você não tem noção do quanto eu desejo ser mãe- comentei triste- não tem noção de como eu queria ter um família, Eu invejo Lauren- confessei tudo de uma vez, era o que ele queria ouvir, não era?

Edward ficou em silencio, voltou a comer eu levantei meus olhos o encarando, o que deu nele? Fiquei em silencio observando ele comer o resto de comida e limpar a boca com um guardanapo.

–Está tarde- indicou um relógio próximo- amanhã eu preciso trabalhar cedo.

–Tudo bem- pisquei algumas vezes.

Terminamos o jantar ainda naquele clima estranho, Edward parecia querer me dizer alguma coisa, mas nada disse.

–Eu queria poder ficar e lavar a louça, mas realmente tenho que ir.

–Fugindo do serviço Cullen?- brinquei e ele sorriu, mas os olhos estavam duros.

O acompanhei até a porta abrindo para ele. Antes que eu pudesse dizer alguma coisa ele segurou meu rosto entre as mãos e meu coração deu um salto, será que ele iria me beijar novamente?

–Até mais Isabella- suspirei quando ele deu um beijo no topo da minha cabeça e se virou para o elevador, acenei enquanto as portas se fechavam.

Estranho ele falar até mais no lugar de até amanhã. O que eu tinha dito? Corri até a varanda para vê-lo entrar no carro, demorou um pouquinho para ele aparecer, andou calmamente até o belo carro e entrou nele sem olhar para trás nenhuma vez, deu a partida e saiu em alta velocidade do local.

O que eu fiz de errado para mudar completamente o humor de Edward?