–Santo Deus- falei com raiva- O que está fazendo aqui?- perguntei levando a mão ao peito.

–Boa noite Bells- o sorriso cínico se alastrou no rosto de Jacob minha primeira reação seria correr, mas ele deu passos largos e logo estava bem na minha frente, o encarei com raiva e o sorriso dele cresceu

–Não precisa ter medo Bells- falou cheio de cinismo.

–Saia do meu apartamento- falei entre dentes- Agora- me segurei para não gritar.

–Seu? Essa porcaria é nossa- ele estava com raiva, queria saber quem foi o infeliz que deu carta branca para que ele entrasse.

–Como você entrou, eu troquei todas as fechaduras... –O riso dele me interrompeu.

–Truques- falou dando de ombros- estava com saudade do meu apartamento.

–Eu já te ofereci dinheiro Jacob, o que mais você quer?- perguntei me afastando dele e virando para a saída da cozinha, eu não queria ficar perto dele.

–Eu não quero a porra do seu dinheiro- ele me seguiu revoltado, quando viu que eu estava indo em direção a porta da sala adiantou-se batendo-a com força- Para de tentar fugir de mim e escute- me segurou pelos ombros, agora ele estava entre mim e a porta fechada.

–Ei- gritei sacudindo-me -Está me machucando- ele me soltou e dei alguns passos para trás.

–Onde estava?- perguntou e eu olhei cética.

–Você deve ter perdido completamente o senso do ridículo, se é que algum dia você já teve isso- rolei os olhos, ele ficou calado com certeza deveria estar esperando minha resposta- Só pra esclarecer eu não te devo explicações sobre minha vida- não desviei o olhar quando falei e isso pareceu irritá-lo bastante.

–Estava com Edward, eu ouvi a voz dele, ouvi você falando o nome dele- balancei a cabeça revoltada, Jacob era um imbecil-Eu vi ele te deixando aqui- apontou para a porta da sacada aberta, por que eu não olhei para cima? Poderia ter evitado estar a sós com ele agora.

–Saia do meu apartamento ou eu vou chamar a policia- ameacei, ele explodiu em uma gargalhada.

–Chamar a policia?- perguntou se afastando um pouco de mim- Sua idiota- falou ainda rindo.

–Cala a boca- gritei- nunca mais me chame assim, idiota é aquela mulher que se fingia ser minha amiga e depois engravidou de você- acusei- e mais idiota aqui é você, alias o que está fazendo aqui Jacob? Eu e você não temos mais nada- cuspi- se quer essa merda de apartamento fique, eu vou embora- tentei passar por ele, mas Jacob segurou meu braço e me empurrou para trás com força, quase cai.

–Pra onde vai? Pra casa do Edward- ele fez cara de nojo- Você é mesmo uma estúpida.

–O que você quer de mim?- gritei impaciente- Você terminou comigo arruinou minha vida e agora que estou indo bem você vem tentar me tirar do serio, o que quer?

–Eu vim aqui para termos uma conversa, as coisas com Lauren não andam muito boas, pensei que nós...- Não deixei ele terminar.

–O que?- Perguntei paralisada- Está me dizendo que está arrependido e que quer voltar atrás?- perguntei ainda em choque.

–Era o que eu sentia antes de saber que você anda se esfregando com esse talzinho ai- gesticulou- Você não presta.

–Jacob você está louco- falei pausadamente- só uma pessoa louca para fazer o que você está fazendo agora, eu nunca vou voltar para você, eu estou apaixonada pelo Edward e quero que você e a sua mulherzinha idiota se explodam- falei calmamente, após fechar a boca eu me dei conta do que havia falado, eu disse que estava apaixonada por Edward, isso não deixava de ser verdade.

–Como é que é?- perguntou com os olhos cerrados- Está apaixonada?

–Sai daqui agora- apontei para a porta- O que achou? Que voltaria aqui pedindo perdão e eu o aceitaria de braços abertos?- perguntei com certo sarcasmo- O que eu sinto pelo Edward é algo que não senti nem por você- falei, era verdade os meus sentimentos pelo Edward era algo novo, muito bom de sentir, eu queria passar a minha vida toda sentindo isso.

–Idiota- gritou apertando meu braço, a força que ele exerceu foi tanta que com certeza meu braço ficaria marcado.

–Me solta, vai me machucar- os olhos de Jacob estavam escuros, ele estava fora de si. Eu já havia o visto assim umas duas ou três vezes, coisas boas não iriam acontecer.

–Torço pra que ele te deixe sozinha, torço pra ele perceber o quão sem graça e monótona você é- me empurrou, dessa vez eu desequilibrei e cai no sofá.

Olhei para o meu braço e vi as marcas vermelhas dos dedos dele.

–Olha o que você fez- levantei indicando meu braço- dessa vez eu vou até a policia, não chamei a primeira vez quando você veio aqui e bagunçou tudo, mas dessa vez não vou deixar barato.

–Eu soube que estava viajando e sei que foi com ele- falou como se fosse justificativa.

–Você é um doente, eu realmente vou chamar a policia- balancei a cabeça inconformada com o cinismo dele.

–Chamar a policia e o que vai dizer?- perguntou alto se aproximando de mim.

–Que você invadiu meu apartamento e me agrediu- falei mais alto ainda.

–Nosso apartamento- apertei as mãos em punho, eu estava fervendo de raiva, odiava o cinismo de Jacob.

–Fique com essa merda pra você, eu vou embora- o empurrei, ele segurou meus punhos.

–Pra casa do Edward, não é?- falou sarcástico.

–Pro inferno que não te interessa- puxei minhas mãos.

–Você é uma vadia- o olhei nos olhos, eu não admitiria aquilo, ele não podia falar assim de mim, ergui minha mão para acertá-lo, mas ele foi mais rápido segurando novamente meu punho e acertando meu rosto com a mão livre o impacto não foi muito forte, mas meu rosto ardia, lagrimas grossas desceram pela minha face.

Dei um passo para trás massageando meu rosto.

–Imbecil- gritei avançando sobre ele, consegui dar apenas um tapa nele quando ele revidou com outro tapa tão forte que me fez ir ao chão.

–Eu imbecil?- não levantei meu rosto para vê-lo- Será mesmo?- riu- vai mostrar ao Edward isso ai agora, vai chamar a policia- bufou- Nunca aprendi- falou em tom de negação.

–Vá embora- gritei chorando.

Fiquei ali no chão, logo percebi que Jacob não estava mais presente no cômodo, levantei os olhos e vi a porta aperta.

Engatinhei até minha bolsa e a peguei no chão perto da porta, tirei dali meu celular discando o numero de Edward, enquanto chamava passei a mão em meu lábio onde sangrava.

–Oi Bella- ele atendeu a voz estava calma.

–Edward- o som da minha própria voz me assustou estava rouca horrível.

–O que aconteceu?- ele ficou alerta rapidamente.

–Jacob estava aqui quando eu cheguei- tentei explicar.

–O que aconteceu? O que ele fez?- perguntou, eu quase conseguia ver ele saindo de casa e caminhando para a garagem em busca de um dos carros.

–Nós discutimos e ele...- parei fungando.

–O que Isabella?- perguntou nervoso.

–Ele me bateu- as lágrimas teimosas rolaram e grande soluço brotou no meu peito.

–Eu já estou indo- foi a ultima coisa que disse antes de desligar.

Não me movi fiquei ali sentada no chão apenas encostei minha cabeça na parede. Jacob era um covarde, eu desejava que fizessem com ele a mesma coisa que ele está fazendo comigo.

Não demorou nem dez minutos para Edward entrar pela porta com o porteiro logo atrás.

–Isabella- se abaixou ao meu lado- Eu deveria tê-la levado para minha casa- passou o dedo perto da minha boca vi quando seus dedos se afastaram sujos de sangue- Aquele miserável, juro que ele vai pagar por isso- falou trincando os dentes.

–Edward- apenas o abracei, eu me sentia segura.

–Vai ficar tudo bem, vamos procurar a policia agora mesmo e depois vamos fazer um curativo- passou os braços em volta de mim me tirando do chão e aninhando-me ao seu peito como se fosse um bebê.

–Pode pegar a bolsa dela?- ele falou com Alfred- Você deixou ele subir?- Edward perguntou.

Não terminei de ouvir a conversa entre Edward e o porteiro eu estava me sentindo humilhada e antes de Edward chegar eu ainda estava com medo de que Jacob voltasse, escondi meu rosto no peito de Edward e deixei que ele me levasse.

Senti que estava sendo deixada em algum lugar, os braços de Edward não estavam mais a minha volta, abri os olhos quando ele me soltou, eu estava dentro do carro dele, acho que era o volvo ele fechou a porta e deu a volta no carro entrando pela porta do motorista.

–Pra onde vamos?- perguntei, minha voz ainda estava rouca.

–Vamos a uma delegacia- ele deu a partida.

–Não Edward, não precisa- falei eu iria passar a língua nos lábios, mas uma dor se instalou na minha boca, será que estava tão ruim assim?

–Claro que precisa isso não vai ficar barato- eu não iria discutir com ele agora.

Edward dirigiu até a delegacia, mas próxima. Não havia pessoas na recepção, Edward me conduziu até um balcão a mulher baixinha com cabelos curtos nos olhou.

–Minha namorada foi agredida fisicamente pelo o ex-namorado- Edward informou.

–Oh querida- a mulher me encarou- eu sinto muito- lamentou, eu assenti e funguei- Vamos tratar o seu ferimento e prestar um queixa, venha comigo.

A mulher segurou minha mão e me levou até uma pequena sala. Edward não saiu do meu lado nem por um momento, ela limpou o ferimento no meu lábio e depois fomos prestar uma queixa. O procedimento não foi muito demorado, mas também não foi rápido eu descrevi Jacob e passei outras informações.

–Ele já tinha usado de violência alguma vez?- A mulher perguntou, puxei o ar com força, olhei para Edward ao meu lado e desviei o olhar rapidamente.

–Jacob sempre foi uma pessoa explosiva, mas nunca havia me agredido antes- falei passando a mão no meu braço onde haviam longos hematomas causados pela mão dele- Há uma semana atrás ele invadiu meu apartamento...

–O que?- a voz de Edward soou ao meu lado- Por que não me contou isso?- perguntou irritado.

–Calma, depois conversaremos- pedi o olhando rapidamente, ele se calou, mas ainda parecia contrariado- Ele invadiu meu apartamento e o revirou, quebrou espelhos, pratos, fez uma verdadeira bagunça.

A mulher assentiu enquanto escrevia as coisas que eu ia dizendo. Quando terminamos todo o procedimento, Edward me levou até o carro, os braços dele estavam em volta dos meus ombros, mas ele não parecia nada feliz.

Ele dirigiu até a própria casa, eu já esperava que ele não me deixasse sozinha e eu queria mesmo estar com ele. Assim que chagamos ele abriu o portão e deixou o carro na garagem, eu sai sem esperar ele abrir a porta para mim, diferente das outra vez que estive aqui ele me levou pela porta da frente abrindo ela e me dando passagem.

Eu não sabia o que fazer ou o que falar, não queria começar uma discussão com Edward agora.

–Eu preciso de um banho- falei encarando o chão.

–Claro, venha- eu não vi a expressão que ele fez, mas a voz não era muito amigável.

Subi as escadas atrás dele, Edward abriu uma das portas que dava para um quarto, não sabia se era o quarto dele, não deveria ser.

–Tem toalhas limpas no banheiro- aprontou para uma porta dentro do quarto- Eu vou buscar uma roupa pra você, fique a vontade.

Ele saiu do quarto e me deixou sozinha, puxei o ar com força Edward tinha motivo para estar chateado, mas ele bem que poderia deixar isso pra depois, balancei a cabeça e fui até o banheiro.

Olhei-me no espelho, eu estava mais pálida do que o comum, meu nariz estava vermelho e o lábio inferior inchado, nos braços tinham marcas dos dedos de Jacob, aquilo demoraria um tempo para desaparecer.

–Eu te odeio Jacob Black- falei tocando de leve meu ferimento.

Jacob havia passado dos limites, eu estava odiando muito mais agora virei de costas para o espelho não precisa ficar me vendo daquele jeito, em pensar que irei trabalhar amanhã, gemi agoniada.

Retirei a roupa rapidamente e me enfiei embaixo do chuveiro o ligando, fechei os olhos deixando a água morna descer por meu corpo, ouvi uma movimentação no quarto, mas não me mexi apenas fiquei ali.

Alguns minutos depois sai do banheiro vi algumas peças de roupas em cima da cama, tinha uma calça de moletom preta e uma camisa cinza, ficariam enormes, mas serviriam.

Vesti a calça dobrando a barra varias vezes depois vesti a camisa e amarrei o cabelo em um coque, a cama estava muito convidativa, mas eu teria que conversar com Edward primeiro.

Sai do quarto e desci as escadas rapidamente, Edward não estava na sala, fui em direção a cozinha e lá estava ele sentado em um dos bancos ele estava com a cabeça baixa e levantou assim que percebeu a movimentação o rosto dele não passava emoção alguma e ele não parecia disposto a dizer alguma coisa.

–Edward...- comecei, ele estava me encarando de uma forma diferente- Eu não sei o que dizer, você quer que eu peça desculpas por isso- gesticulei em direção ao meu rosto.

Edward negou com a cabeça.

–Por que está zangado? Eu...

–Isabella eu não estou zangando com você- ele falou calmamente- Só quero que você entenda que eu confio em você e que não havia motivo para você ter escondido a passagem de Jacob pelo seu apartamento- Eu sabia que estava errada quando decidi esconder aquilo de Edward, mas o que eu poderia fazer agora.

–Eu sei admito que errei, mas te contar não teria evitado nada, Jacob é um idiota sempre foi- eu não queria lembrar de toda humilhação de toda dor que me fizeram um dia acreditar que viver já não era necessário.

Edward puxou o ar com força e desviou o olhar sem dizer mais nada.

–Isso não é uma desculpa- falou ainda sem me olhar.

–Ei- falei me movendo- Edward você deveria estar ao meu lado fui eu que sofri a agressão, não escolhi isso.

–Escolheu não me contar sobre a primeira vez que ele esteve lá o que poderia sim ter evitado a segunda vez- falou calmo.

–E sobre Victoria você também escolheu não me contar, e vamos concordar que ter um filho com outra mulher é bem pior que tudo isso- eu não queria discutir com ele ou jogar na cara o caso dele com Victoria, mas toda aquela chateação dele estava me incomodando.

–Nós não nos conhecíamos direito, não tínhamos nada...

–É verdade eu ainda era apenas uma louca que você evitou que pulasse de uma ponte não valia à pena compartilhar nada da sua vida comigo- falei com remorso.

–Você está começando a falar coisa com coisa- ele me advertiu levantando do banco.

–Estou agindo como você, afinal eu também não entendi por que você está me olhando assim ou agindo assim.

–Eu estou assim por que desde que te conheci tem um idiota na sua vida que controla suas atitudes, na verdade eu te conheci por que você estava se deixando levar pelo sentimento que tinha por ele, eu deixei de te falar sobre meus sentimentos por que querendo ou não você ainda gostava dele, há alguns dias ele invadi seu apartamento e você não tem coragem de me dizer isso e o por que?- ele falou- Eu não sei, não sei se você não falou por que ainda gosta dele, por que pensava em resolver tudo com uma conversa amigável.

Eu apenas observava ele desabar sem ter coragem de interrompê-lo.

–E agora ele invadi sua casa bate em você- ele falou a frase e eu pude ver o ódio nos olhos dele- E tudo que eu quero é causar a mesma dor que ele te causou só que dez vezes mais forte, só que eu estou meio perdido aqui Isabella, confirma pra mim, por favor, quais são seus sentimentos por aquele imbecil- abri a boca e fechei varias vezes.

–Você está ficando louco, só pode- balancei a cabeça- Eu não vou responder isso- Eu não iria falar, não por que sentia algo por Jacob, mas por que era muito idiota da parte de Edward agir assim comigo, falar naqueles termos ele sabia que eu gostava dele, eu estava com ele agora.

–Não se preocupe acabou de responder- ele saiu da cozinha me deixando só, pensei em chamá-lo, mas não o fiz.

Esperei um pouco e voltei para o quarto em que ele me levou, fechei a porta e me deitei cobrindo-me com o grande lençol branco. Eu não sabia o que tinha sido pior, apanhar de Jacob ou discutir com Edward, fechei os olhos por um momento e depois o reabri, meus olhos já estavam cheios de lagrimas.

Verdadeiramente discutir com Edward havia mexido comigo, mas do que um tapa de Jacob, por que ele não era mais nada pra mim, já Edward representava tudo agora, eu não tinha duvidas de que estava apaixonada por ele, sem perceber eu já chorava baixinho, aquela havia sido nossa primeira discussão como um casal de verdade, me encolhi na cama enquanto chorava.

Não ouvi a porta se abrindo ou qualquer movimentação até o colchão ao meu lado afundar. As mãos macias de Edward viraram meu corpo em direção ao dele e eu o abracei enfiando minha cabeça em seu peito, ele afagou meu cabelo e o beijou.

–Me perdoa- a voz dele estava mansa agora- Eu não quero ver você triste- ele pegou meu rosto e me fez olhá-lo- Você me perdoa meu amor?- perguntou e eu assenti, ele limpou minhas lagrimas- Eu só estou meio louco, juro que não vou deixar isso barato.

Eu não queria dar importância as palavras dele sobre Jacob, tudo que eu queria era esclarecer os meus sentimentos.

–Eu estou apaixonada por você, Jacob não significa nada pra mim- falei olhando para ele.

Edward assentiu.

–Me perdoa eu não quis dizer aquelas coisas lá embaixo, eram só ciúmes idiota- beijou minha testa.

Fiquei abraçada a ele, eu sempre quis dormir ao lado de Edward não nessas circunstâncias, mas foi ótimo ter o corpo quente dele ao lado do meu enquanto meus braços e pernas o envolviam.

Acabei dormindo daquele jeito eu ainda consegui ouvi Edward murmurando alguma canção que me fez cair no sono mais rapidamente.

...

Quando acordei Edward não estava mais ao meu lado, levantei meio tonta e entrei no banheiro, minha boca parecia mais inchada do que ontem, com certeza eu não iria trabalhar, pediria o dia.

Fiz minha higiene com uma escova que ainda estava lacrada, talvez Edward tivesse deixado ela pra mim.

Sai do banheiro e desci as escadas, segui o cheiro maravilhoso que vinha da cozinha, assim que passei pela porta do cômodo vi Edward com uma calça social preta, ele estava virado para o fogão, a camisa e o paletó em cima da bancada, ou seja, ele estava sem camisa.

Puxei o ar com força.

–Espero que esteja fazendo o suficiente pra mim também- murmurei e ele olhou pra trás sorrindo- Bom dia- falei me aproximando e encostando-me no balcão ao lado das roupas dele.

–Bom dia Bella- ele desligou o fogão e se aproximou de mim dando um beijo em minha testa.

Nem preciso dizer que fiquei olhando para o torso nu dele, não sabia explicar com palavras o quanto ele era lindo.

–Como você está?- perguntou e levou as mãos ao meu rosto fazendo-me olhá-lo.

–Eu estou bem- respondi. Ele passou o dedo cuidadosamente sobre meu nariz e depois boca.

Edward se inclinou e me beijou calmamente foi só um selinho, apesar de que a dor na boca não me faria rejeitar um beijo dele.

–Eu preciso ir trabalhar hoje, achei que você quisesse ficar em casa descansando- se afastou indo pegar a frigideira com ovos e bacon.

–Em casa?- perguntei o seguindo até a mesa onde estavam café, suco e panqueca.

–Sim, em casa- ele sentou-se à mesa e indicou a outra cadeira.

–Quando fala casa se refere ao meu apartamento?- perguntou meio confusa, ele me deixaria lá novamente?

–Quando digo casa me refiro a essa casa, não acha que vou te deixar sozinha novamente, acha?- rolou os olhos, eu sorri.

–Não vai me perguntar se é isso que quero?- me fingi de ofendida.

–Não- negou se servindo- Isso é um seqüestro- brincou.

Conversamos mais um pouco a mesa, infelizmente Edward tinha que ir trabalhar, eu não sabia o que fazer sozinha o dia inteiro, ele deu a idéia de eu ira vê-lo no trabalho praticamente desenhou um mapa pra eu saber onde ficava a concessionária felizmente eu conhecia a rua que ele falou, mas pra isso eu precisava passar no apartamento pra pegar minhas roupas.

–Não sei Isabella- ele negou levantando da mesa.

–Eu vou lá, pego as chaves do meu carro, algumas coisas como perfumes, roupas, loções...

–Tem tudo aqui pra você menos as roupas, então trate de pegar só algumas depois compramos mais- ele falou mandão enquanto pegava a camisa branca.

–Claro que não se quer me ter aqui com você tem aceitar minhas regras- cruzei os braços e ele riu.

–Mulher é muito mandona- riu novamente.

–E homem é muito teimoso- ele se virou enquanto abotoava a camisa e sem perceber me fazia ficar meio decepcionada.

–Será que você pode pegar apenas algumas roupas hoje, depois eu vou junto com você e pegaremos tudo que você quiser- assenti.

–Teremos que dar duas viagens pra trazer todos os meus sapatos- brinquei, Edward me olhou de uma forma estranha enquanto pegava a gravata.

–Pra que tantos se você só tem dois pés- rolei os olhos, Charlie geralmente falava isso.

–Essa é velha- mostrei a língua pra ele.

A gravata ainda estava sem nó, ele iria começar a fazer quando o interrompi.

–Eu ajudo- me coloquei entre ele e o balcão e comecei a dar o nó, havia algum tempo que não fazia, mas era fácil e logo estava feito- Prontinho- falei enquanto apertava, mas não muito para não sufocá-lo.

Edward continuou na posição parado a minha frente.

–O que foi?- levantei meus olhos e ele estava sorrindo.

–Nada- baixou o rosto e me beijou devagar como tinha feito antes, as mãos dele foram para minha cintura me empurrando para trás- Eu já disse que você é perfeita?- perguntou beijando minha bochecha.

Neguei com a cabeça e ele sorriu.

–Você é perfeita- me ergueu colando-me sobre o balcão ele tinha um lindo sorriso no rosto.

–Sou?- perguntei sorrindo também.

Assentiu e beijou a ponta do meu nariz. Segurei o cabelo dele o puxando para colar nossos lábios, ele queria me beijar com calma, mas eu não estava tão machucada assim.

–Edward- falei quando ele se afastou me abraçando.

–Que foi mulher?- deu um tapinha na minha cintura.

–Eu não estou doente, da pra me beijar?- perguntei e ele se afastou enquanto ria.

–Ta só um beijinho- deu um selinho e se afastou.

–Edward Cullen volta aqui- falei pulando do balcão.

–Vou me atrasar pro trabalho, Bella- ele falou de costas pra mim enquanto vestia o paletó. Eu sabia que era pirraça dele.

–Cretino- falei baixo- Tudo bem- falei alto dessa vez- quando você quiser não vai ter.

Sai da cozinha indo em direção a sala, antes mesmo que eu chegasse lá, senti a mão de Edward no meu pulso, ele me puxou e encostou-me a parede mais próxima fazendo nossos lábios se tocarem, dessa vez sim ele me beijou. Gemi pela satisfação e também por uma pontadinha de dor que senti, mas mesmo assim não parei.

Levei as mãos para dentro do paletó dele e uma das minhas pernas subiu pelo seu quadril, Edward firmou o aperto dele em mim me fazendo o sentir por inteiro, quando nós já estávamos sem ar ele parou.

–Pronto- sorriu presunçoso- Agora você já está tonta, posso ir?- perguntou já que eu ainda o segurava.

Encostei minha cabeça no seu peito ouvindo as batidas aceleradas do coração dele.

–Adoro homem de terno- falei o soltando, Edward riu.

–Bom saber, tenho vários desses lá em cima- andou até a sala e eu o acompanhei- Pode escolher qualquer um dos carros e lembre-se são só algumas roupas, depois vamos buscar o resto, e pegaremos o seu carro também.

–Ok senhor mandão- me joguei no sofá- Mais tarde apareço lá.

–Te espero- mandou um beijo e saiu pela porta da sala.

Eu acho que conseguiria conviver com isso, morar com Edward. Ele era tão perfeito, apesar da briga chata que tivemos ontem nós nos entendíamos muito bem, e é claro que todo casal tem brigas.

Edward era realmente o genro que minha mãe queria ter. Ri do pensamento, eu estava pensando como Ângela, em pensar nela eu deveria ligar, mas com certeza ela surtaria quando eu contasse sobre Jacob, deixaria isso para mais tarde.

Peguei o telefone de Edward e disquei o numero da direitoria do hospital, contei o que aconteceu e o direitor ficou preocupado comigo, tranquilizei ele e disse que estaria de volta no dia seguinte. Seria realmente triste que trabalhar daquele jeito, as pessoas iriam me olhar de uma forma estranha com aquele misto de pena e curiosidade, após o telefonema joguei o telefone sobre o sofá, levantei e subi as escadas rapidamente, mas antes mesmo de entrar no meu quarto pensei no fato de nunca ter ido ao quarto de Edward, bom essa era a chance.

Apesar de haver varias portas no corredor, eu escolhi a segunda mais próxima a escada, e realmente era o quarto dele, além de ter o cheiro característico dele os moveis eram diferentes dos que haviam no quarto de hospedes, a cama estava forrada com um lençol cinza e todo quarto era decorado em tons de preto, bege, cinza e branco, as cortinas estavam abertas, a porta do banheiro e do closet também.

Havia um escrivaninha com o notebook em cima, uma prateleira com algumas fotografias, haviam quatro no total, a primeira era de um garotinho que logo reconheci ser Emmett pelas bochechas enormes e o sorriso largo o garotinho segurava um embrulho no colo, chegando mais perto consegui ver que o embrulho era um bebê que certamente seria Alice ou Edward.

Na segunda foto havia três crianças, eram Edward, Alice e Emmett em um parque, eu havia visto fotos dos três crianças ontem na casa dos pais deles, nas outras fotos Edward já estava grande e com alguns rapazes, deveriam ser amigos do colegial.

Deixei as fotos de lado, eu precisava ir buscar minhas roupas, Edward havia acabado de sair e eu já sentia falta dele, sorri para mim mesma e sai do quarto dele, eu teria tempo para ver tudo depois.