Stalker escrita por Kori Hime


Capítulo 4
Eu vou vencer!


Notas iniciais do capítulo

Final. Eu não quis fazer um lemon por dois motivos, não estava muito inspirada e porque eu gostei desse final hehehe
Beijos e obrigada a quem leu e comentou e quem não comentou também.
Nós vemos na proxima ;D
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Grimmjow amanheceu o dia sentado no sofá da sala com o controle da televisão na mão. Ele assistiu diversos canais, filmes, animes, propagandas inúteis e tantas outras coisas que não faziam muito sentido para ele. Mas ficou ali, observando o mundo de Ichigo através daquele aparelho.

Assim que o sol nasceu, ele pode ver a luz entrar pela janela da sala, levantou-se e foi até a cozinha mexer na geladeira, pegou uma garrafa de líquido alaranjado e bebeu, depois pegou algumas outras cosias e foi comendo, tirando um pedaço generoso de bolo com as próprias mãos. Foi para o quintal da casa, olhar o céu.

Aquele mundo não lhe pertencia. Não era o que estava acostumado a viver.

Ele deixou a casa de Ichigo por volta das sete horas da manhã e caminhou sem destino pela cidade, vestindo o moletom, com o capuz tampando seus cabelos azuis. Espiou as pessoas passarem por si, apressados ou distraídos. Crianças com seus cachorros e adultos carregando sacolas. O ex-Espada parou diante de uma vitrine de loja que acabara de abrir. Era uma loja de pães e doces, ele olhou lá para dentro e percebeu que alguém o encarava com os olhos arregalados.

Grimmjow pensou que aquelas pessoas eram retardas ou algo parecido.

— Hey! Espere. – Gritou a jovem que estava olhando-o de dentro da loja.

— O que você quer?

— Você não se lembra de mim? – Orihime parou diante de Grimmjow.

— Não!

— Eu sou amiga do Kurosaki-kun.

Ele ficou em silencio, claro que a reconheceu, mas achou que ela iria embora caso disse que não a reconhecia.

— O que você quer?

— Nada. Apenas dizer oi. – A garota sorriu gentilmente.

— Já disse. – Grimmjow cruzou os braços, olhando irritado para ela. Pensando no que aquela humana queria com ele.

— Você está com fome? Acabou de sair alguns pães. Venha. – Ela girou o corpo fazendo os cabelos sacudirem, olhou para trás e aguardou Grimmjow se mover. – Vem.

Ele foi.

Usando de desculpa que não havia nada a perder.

Grimmjow sentou-se no banco de frente ao balcão, enquanto Orihime ajeitava um chapeuzinho em sua cabeça. Ela amarrou o avental na cintura e pegou um prato para servir o café da manhã. Fez um café e organizou tudo na bandeja, colocando-a na frente de Grimmjow desejando um bom apetite.

Ela preparou o mesmo para algumas pessoas que entravam na loja e quando ficou um pouco folgada, voltou.

— Quer mais alguma coisa?

— Não.

— Onde está o Kurosaki-kun?

— Na casa dele.

Orihime suspirou. – Ele não sabe que você saiu?

— Eu não devo satisfações do que faço a ele. – Grimmjow mostrou os dentes, zangado. Orihime não respondeu, apenas sorriu. Ela não sentia nenhum tipo de força vindo de Grimmjow, não como antigamente. Sabia do que estava acontecendo porque foi chamada por Urahara, junto com Ishida, para tomar conhecimento do que estava acontecendo. E também para ficarem tranquilos, já que o ex-Espada não era mais uma ameaça.

— O Kurosaki-kun é muito bondoso não acha?

— Porque eu deveria achar isso?

— Bem... – Orihime encheu mais a xícara dele de café. – Está ajudando você.

— Eu não preciso da ajuda de ninguém.

— Tudo bem. Tudo bem. – Inoue fechou os olhos, mexendo as mãos. – Eu entendo. Às vezes as coisas parecem difíceis. Mas sempre temos que ver o lado bom.

— Não sei do que esta falando.

— Ah! – Ela ia dizer mais alguma coisa, até que a porta da loja foi aberta e Ichigo entrou. Ele parou ao lado de Grimmjow, dizendo que estava preocupado e que ele não deveria sumir daquele jeito. – Acho que estão me chamando ali.

A ruiva saiu, deixando os dois a sós. Grimmjow ficou mexendo a colher no café, mas não o bebeu. Ichigo ainda estava tagarelando sobre ele não poder sair sozinho ou pelo menos avisar onde vai.

— Cala a boca shinigami. – Ele ordenou.

— Estou preocupado!

— Você me irrita, falando sem parar. – Grimmjow se levantou. Sentiu que algo estava estranho, ele realmente não parecia o mesmo. Aquele corpo, que não era dele, não parecia mais suportar. Talvez a hora já estivesse próxima.

— Eu vou pagar a conta, daí podemos ir para casa. – Ichigo entregou o dinheiro para Inoue e agradeceu por ela ter enviado uma mensagem para seu celular, informando onde Grimmjow estava.

— Sem problemas. Eu sei o que houve. Acho que ele não está muito bem. Parece triste.

— Triste? – Ichigo olhou para Grimmjow, que estava parado na frente da prateleira de cupcakes. – Você acha que ele é capaz de sentir isso?

— E por que não? Todos nós temos sentimentos. Apenas conhecíamos o ódio vindo dele. Agora, é diferente.

Os dois deixaram a loja e foram andando pela calçada. No caminho, Ichigo atravessou uma rua e acabou indo na direção da praia. O céu estava azul, e o sol brilhava. O mar tranquilo parecia um imenso lago. Ichigo pegou uma pedra e atirou na água.

Grimmjow tinha os olhos focados no céu azul.

— Eu estava pensando em pedir para o Ishida entrar em contato com alguém da Soul Society. Talvez eles possam ter alguma solução para o seu... problema.

— Meu problema?

— É. Eu acho que podemos fazer alguma coisa.

— Não quero. Não quero a ajuda de ninguém.

— Como? Você apareceu aqui, deve ser por algum motivo.

Grimmjow girou os olhos, estava cansado daquele discurso. Ele não esperava que algum tipo de milagre acontecesse, e nem lembrava mais o motivo de estar ali.

— Esquece isso. Me deixa em paz. – ele enfiou as mãos nos bolsos da calça e caminhou em direção a água. Ichigo pode ver aqueles olhos azuis, apagados. Não era mais o mesmo de antes.

O ruivo observou-o chegar até o mar e molhar a mão na água. Acreditava piamente de que poderia fazer algo. Mesmo que ninguém o ajudasse com isso. Ele abaixou a cabeça, pensativo e quando retornou olhar para Grimmjow, ele estava caído na água.

— Seu estúpido. Morrer afogado não é a solução. – Gritou, correndo em direção ao mar. Mas ao aproximar-se, notou que Grimmjow sequer movia-se. – Hey! Diz algo.

Ichigo se jogou na água, o mar começava a mover-se e as ondas quebravam sobre ele, com o corpo de Grimmjow em seus braços. Gritando desesperado para que ele parasse de brincar porque aquilo não tinha graça alguma. Ichigo apertou os braços em volta do maior sem saber o que fazer.

 

Urahara abriu a porta do quarto e Ichigo levantou-se rapidamente. Ele estava ali dentro já há algumas horas. E pela sua cara, as notícias não pareciam ser muito boas. Explicou que aquilo estava bem longe de sua compreensão.

— Ele vai acordar?

— Eu não contaria com isso. Sinto muito.

Ichigo deixou a casa de Urahara logo depois disso, procurou por Sado, mas ele não estava em casa. Foi em busca de Ishida, queria pedir que ele falasse com alguém da Soul Society, mas Ishida lhe disse que Orihime havia feito isso aquela tarde.

— Iriam buscá-lo hoje mesmo. Achei que você soubesse.

— Não. Não. Ele ficou desacordado praticamente o dia inteiro. Urahara não pode fazer nada.

— Sinto muito Ichigo, mas iriam buscar o corpo dele hoje. Já devem ter feito isso.

— Por que o Urahara não me disse nada?

— Eu não sei.

Ichigo deixou Ishida falando sozinho e correu até a casa do Kisuke. Mas chegou tarde, o corpo de Grimmjow já havia sido levado. Urahara tentou explicar que o fizeram prometer que ele não diria nada. Mas Ichigo não queria suas explicações. Retornou a sua casa. Deveria haver algum modo para ir até a Soul Society.

Inoue chegou logo depois junto com Ishida. Eles queriam ajudar Ichigo, mas não sabiam o que poderia ser feito.

— Eu não entendo. Primeiro você queria levá-lo para lá. Agora que ele foi, quer resgatar? – Ishida ajeitou seus óculos e sentou-se no sofá.

— Não percebe que vão entregá-lo para o Mayuri? O que ele vai ser capaz de fazer com o Grimmjow desacordado?

— E daí? – Ishida perguntou.

— E daí que eu não vou deixar que façam experiências malucas com ele.

— Kurosaki-kun. – Orihime se aproximou, acanhada. Tocou no ombro dele. – Se precisar de ajuda. Eu posso tentar falar com a Kuchiki-san.

— Você faria isso?

— Sim. – Seu rosto avermelhou-se. – Eu posso tentar fazer alguma coisa.

— Mas lembre-se que você não pode ir até a Soul Society!

— Não me importo. – Ichigo esbravejou.

— Ele está certo. Kurosaki-kun. Como vai chegar até lá? Podemos pedir para alguém lá ajudar.

— A Rukia pode querer ajudar. – Ichigo sentiu uma pontada de esperança finalmente. – Tenho certeza de que ela ajudaria. Ou o Renji.

Ishida se levantou, não estava gostando muito daquela conversa, mas não iria deixar Ichigo na mão. Eles iriam encontrar com Sado e logo depois entrar em contato com Rukia. Mas não seria tão fácil. Ichigo iria ter de esperar ali, na sua casa. Já que não havia nada que poderia fazer.

E mesmo angustiado, ele aguardou. Quando recebeu um telefone de Inoue, sentiu o coração saltar dentro do peito. Ele ouviu com atenção o plano deles. Mas não era um plano tão absurdo. Urahara iria ajudar.

Durante o resto da noite Ichigo permaneceu acordado, caminhou por toda a casa, de um lado para o outro. Esfregando as mãos, ansioso. As horas estavam passando lentamente. E Ichigo estava calculando quanto tempo eles teriam para resgatar Grimmjow do laboratório de Mayuri. Não seria nada fácil, mas poderia dar certo.

Em um momento, Ichigo afundou seu corpo no sofá. Estava perdendo a esperança. Claro que iriam pegá-los, e pior, por sua culpa todos poderiam ser julgados como traidores ou qualquer coisa pior. O ruivo só conseguia ter pensamentos negativos.

Estava próximo do nascer do sol e ele não aguentava mais aguardar. Saiu de casa, foi caminhando pela cidade de Karakura até chegar a praia. Largou-se na areia da praia e ficou admirando o mar. O céu avermelhado pela aurora. Seu coração estava pequeno, apertado de tanta ansiedade. Ele não poderia mais ficar ali de mãos atadas sem fazer nada.

Um vento forte soprou e o mar agitou-se, as ondas vinham com força. Ichigo decidiu ir para a casa de Urahara, talvez lá ele iria ter algum tipo de informação. Ainda estava chateado com o loiro, mas naquele momento seria bobagem pensar nisso.

Mas não havia nenhuma novidade a sua espera. Ele tomou um chá e ficou esperando sentado do lado de fora da loja o dia todo.

Quando desistiu de esperar, e mesmo que não soubesse como ajudar os amigos, Inoue apareceu. Logo atrás veio Sado e Ishida.

Ichigo não sabia o que falar, eles estavam péssimos. Mas onde estava Grimmjow?

— O que aconteceu? O quê? – Perguntou agitado.

Inoue respirou fundo, estava sem fôlego, deveria estar correndo muito.

— Nós só tínhamos alguns minutos para conseguir entrar no laboratório. E depois sair de lá correndo.

— Esse era o plano de Rukia? – O ruivo estreitou os olhos. – Jura?

Uryuu deu um passo a frente.

— Esse era o plano, não havia nada melhor para fazer. Você acha que nós íamos declarar guerra, novamente, aos shinigamis?

Ishida parecia bem cansado. Ele passou as mãos nos cabelos despenteados e Sado sentou-se.

Ichigo esperou que eles dissessem se todo o plano deu certo, porque estava faltando mais uma pessoa. Afinal, o motivo deles terem ido lá.

— Onde... onde ele está?

— Atrás de você. – Sado respondeu.

Ichigo olhou para trás, mas não podia ver nada. Apenas a parede vazia do cômodo. Ele apertou os olhos, como se aquilo fosse ajudar a enxergar alguma coisa.

— E ele disse alguma coisa? – O ruivo deu um passo para trás. Inoue respondeu.

— Não. Ele esta apenas olhando para você. – Ela sorriu. – Eu acho que tenho que ir para casa, já é tarde e amanha vou trabalhar bem cedo. Até mais.

— Eu te acompanho Inoue. – Uryuu se levantou e Sado queria acompanhá-los também.

— Esperem! Pessoal. Eu quero agradecê-los por tudo. Sério! Não sei nem o que dizer ou o que fazer em agradecimento. – O ruivo coçou a nuca.

— Kurosaki-kun, nós somos amigos. Estamos juntos em todas as situações. Quando precisar é só chamar. – Orihime olhou na direção da parede. – Cuide-se.

Ela e os rapazes saíram. Ichigo olhou para o mesmo lugar que a amiga estava olhando anteriormente, mas ainda não podia dizer que ali havia uma pessoa.

— Eu preciso saber o que aconteceu lá. Se está tudo bem com você. Preciso saber como vai ser daqui pra frente porque... Porque eu não quero mais perder ninguém. E eu não quero perder você... – Ichigo pôs as mãos na cabeça.

Ele se virou e deu de cara com Urahara segurando seu leque na frente do rosto, e aquele olhar engenhoso. Parecia zombar dele.

— Esta falando sozinho, Kurosaki-kun?

— Eu estava falando com o Grimmjow! – ele agitou-se, sentindo as maçãs do rosto esquentarem, envergonhado. Será que ele havia ouvido muita coisa?

— Ah! Mas ele não está aqui, está lá no quarto. Acabei de vê-lo deitado descansando.

— Mas como? Deixa pra lá.

Ichigo bateu a mão na testa e foi para o quarto, ouvindo a risadinha de Kisuke. O ruivo abriu a porta e encontrou Grimmjow deitado no futon com as mãos atrás da cabeça e rindo. Ele olhou para Ichigo e parou de sorrir, levantando-se.

— Eu não sabia que você gostava tanto assim de mim para mandar seus amigos shinigamis me roubarem daquele lugar. – Grimmjow fechou a porta e empurrou Ichigo na direção da parede, segurando o queixo dele com uma das mãos e a outra apoiada na parede. – Conheci um cara muito interessante e metido, que me fez acreditar que você esta interessado em mim.

— Metido? Byakuya?

— Tanto faz o nome.

— O que fizeram com você? – o coração do ruivo estava disparado.

— Uma mulher estranha apareceu e não sei o que ela fez. – Grimmjow aproximou mais seu rosto e colou o nariz ao de Ichigo. – Mas isso não importa agora, não é?

Ichigo fechou os olhos. Importava sim, estava em débito com quantas pessoas? Todas violaram as regras para ajudar um ex-espada a escapar.

A respiração de Grimmjow era forte, e Ichigo podia sentir o ar quente sair de sua boca. Ele abriu os olhos e viu aqueles azuis tão intensos e tão diferentes da última vez, quando ele já não tinha expectativa de vida. Agora estava totalmente cheio de vida. Ichigo também podia enxergar muitas outras coisas nos olhos de Grimmjow, mas preferiu não pensar.

— O que pretende fazer agora? – Ele tentou escapar, não obtendo sucesso.

— Já que estou de volta. Acho que posso começar a fazer o que vim fazer aqui. – Grimmjow mostrou seus dentes num sorriso demoníaco.

— O que é?

— Vencer você!

— O QUÊ?

Grimmjow gargalhou e puxou Ichigo pela cintura. Apertando com tamanha força o corpo dele contra o seu.

— Está com medo shinigami?

— Nunca tive medo de você.

Grimmjow gargalhou, em seguida o beijou, apertando os lábios contra os de Ichigo que retribuiu o beijo da mesma maneira. – Isso vamos ver...


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