Inochi escrita por Kori Hime


Capítulo 1
Inochi




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Inochi

A tarde em Konoha chegou com uma nuvem negra. O vermelho do céu com o por do sol, demonstrava a perda lamentável de um dos ninjas mais aclamados de todo o mundo shinobi.

Todos pareciam abalados, mas não tanto quanto um jovem que perambulava pela cidade. Sozinho, no meio fio, sentou-se segurando um sorvete que insistia em derreter.

Os olhos azuis estavam sendo lavados pelas lágrimas que demoraram à cair. Ainda não havia compreendido totalmente todos os acontecimentos.

Sentia-se só naquela Vila.

Naruto não era o único com essa terrível sensação de solidão e abandono. Os países ninjas sempre tinham grandes entradas nas guerras e ataques poderosos contra elas. Em muitos desses casos, os órfãos eram em grande maioria. Mas parecia ser encoberto por Clãs nobres que não tinha deveres sociais para com os outros.

Assim que soube da morte do Sannin dos Sapos, imediatamente Iruka preocupo-se com o estado de Naruto. Procurou por ele, em alguns pontos da Vila que costumava vê-lo, ou que quando criança sempre se escondia.

Em nenhum lugar o encontrava. Mas continuou sua busca. Naruto jamais o deixaria sozinho em um momento como esse, mesmo que fosse difícil já que não tinha família.

 

Sentiu-se mal por estar distante dele nas últimas semanas, tinha até uma novidade para contar. Mas com os acontecimentos, deixou de lado as novas e somente desejava achá-lo, e abraçar com força. Que para ele, Naruto sempre será aquele menino brincalhão.

Por entre uma viela e outra, algumas ruas iluminadas pelo poste da rua, enfim o Sensei encontra seu ex-aluno.

— Ah! Está aqui. – sentou-se ao lado do menino loiro que mantinha a cabeça baixa e as lágrimas corrente. Naruto nada falou, somente encarava o sorvete derretendo em sua mão. – Eu soube do acontecido. Sinto muito.

— Hai...

Iruka sentiu aquela palavra sair com tristeza profunda, o sofrimento abatia a alegria de Naruto.

— Vamos, Naruto! Eu te levo para comer uma tigela de rámen.

— Não Iruka-sensei, obrigado. – Ele permaneceu fitando o sorvete. Até Iruka tomar de suas mãos.

— Vejamos! Aqui está sua parte. – Ele dividiu o sorvete que tinha dois palitos e cada qual ficou com uma parte. – Jiraya-sama era um grande homem. Mas você também está no mesmo caminho de se tornar um homem. Não deixe de lado a melhor coisa que fazia dele uma pessoa diferente. Sabe o que era?

— O que? – Naruto, ainda desestimulado, perguntou, mas não o olhou nos olhos.

— A irreverência. Mesmo tendo um grande poder e presenciado queda de outros mais fortes ainda que ele. Jiraya-sama jamais se abateu. E isso vocês dois tem em comum. Me lembro ainda quando você era um moleque correndo pela vila e aprontando todas. – Iruka riu ao recordar o passado, mas naquelas mesmas lembranças haviam tristezas. – Você venceu muitas coisas Naruto. Ultrapassou barreira. E esta aqui. Me orgulho de você e agradeço muito ao Sennin que te transformou nesse ninja forte que é hoje. Em vez de chorar podemos aclamar felizes a vida de Jiraya. Que tal?

Os azuis deixaram o chão e encararam aquele que em muitos anos foi como um pai.

— Arigato, Iruka-sensei. – Não havia palavras para agradecer o carinho dele. – Eu... não quero decepcionar o Ero-sennin. Acho que ele ia querer que eu continuasse, né?

Uma afirmação veio como um sinal com a cabeça. Iruka ainda sentia a dor nas palavras do menino, mas a vida deveria continuar. Pois querendo ou não, seria isso que aconteceria.

— Não sei se é o momento certo. Mas... – Iniciou a frase e coçou a nuca desajeitado e sem graça.

— O que foi Iruka-sensei? – Mesmo triste Naruto ainda era curioso.

— Eu conheci uma pessoa. E ia apresentá-la hoje para você. Sabe, eu queria que ela conhecesse alguém, já que não tenho família... E como... você.. também não... Ah! Deixa para lá, o dia já foi muito triste. Você precisa descansar.

— Não acredito, você está namorando? Ahhh!! E quem é? É daqui? – Alguns sinais de animação pareciam brotar dos olhos que antes molhados, agora já secos.

Iruka corou drasticamente, tentando mudar de assunto, mas era impossível quando se conversava com o Uzumaki.

— Bem! Eu a conheci aqui em Konoha, mas ela não é da Vila. Veio em visita.

Naruto se levantou, era necessário. Não passaria seus dias caído em qualquer canto da Vila, tendo ainda muitas coisas para ver e fazer.

Aceitou então o pedido do sensei em jantar no bom e velho Ichiraku. Lá Iruka deu mais detalhes para ele de como era a jovem com quem iniciava uma amizade. Como dizia ser aquele romance.

— E como ela é? Bonita? – Sentado no banco, já na sua quarta tigela, Naruto já voltava a ativa. Mais animado, mesmo que por dentro estava chorando e sentia a dor mais horrível de todas. A perda.

— Tenho uma foto aqui, mas não sei se eu te mostro. – Ele segurou a fotografia nas mãos possessivo e ciumento. – Vê lá o que vai falar viu?

Naruto sorriu e puxou a foto das mãos de Iruka. Encarou por alguns segundo em silêncio com a mão no queixo, analisando com cuidado as palavras a serem usadas. Não havia nada de anormal nela, fora exatamente o que pensou para iniciar um raciocínio mais lógico.

A mulher era na verdade extremamente bonita. Olhos grandes e brilhantes, como de duas pérolas negras que cintilavam encantos e magia, a boca pequena e avermelhada. Longos cabelos negros, fios lisos e soltos ao vento, ao menos na foto parecia ser magra e muito bem disposta de dotes femininos básicos. Mais um pensamento de Naruto e com certeza Iruka o daria um cascudo bem certeiro na cabeça.

— Nossa, ela é mesmo bonitona né? – Sorriu e devolveu a fotografia para um Iruka mais sem graça e vergonhoso que antes. – Quando vou conhecer ela? – Virou-se para o “tio” e pediu mais uma tigela de rámen especial.

— Bem! Quem sabe amanhã? Podemos... – Pensou em convidar para um almoço, mas ao vê-lo devorar as quinta tigela preferiu mudar de rota. – Vamos ao mirante, ela gosta de natureza e vai gostar muito de ver a Vila lá do alto.

— Boa ideia, eu também gosto de lá.

A noite havia acabado, e os trocado que Iruka guardava no bolso também. Ainda ficou devendo algumas moedas para o “tio”, mas pelo luto de Naruto, nada mais foi cobrado.

O Umino ficou preocupado em deixar o jovem sozinho em casa. Mas Naruto desejava isso. Queria mais algumas horas para ele mesmo. Pensar, refletir e sentir a saudades que o Ero-sennin lhe fazia.

A manhã chegou com um sol inovador, a esperança da energia ser restaurada e a vida tornar-se mais fácil
Naruto já estava de pé quando o mesmo sol nasceu, mas para ele, viera frio e desanimador.

Precisava mudar o humor, para agradar o sensei. Pois ficou super feliz em sabe que não seria mais sozinho, Iruka estava quem sabe iniciando uma nova vida uma família estava a caminho. E esse motivo é mais que importante para comemorar.

Vestiu-se após um banho gelado e foi ao encontro do casal.

Ao chegar teve uma surpresa, não estavam tão sozinhos assim. Havia com eles uma companhia que o faria não sentir-se uma vela no encontro.

— Sakura-chan? Não sabia que iria vir também. – Perguntou curioso, ignorando sem querer a convidada de Iruka.

— Naruto!!! Que falta de educação... – Sakura esbravejou mas não o atacou como faria em alguma outra situação.

— Naruto, deixe-me te apresentar. – Iruka interveio na briga dos dois. – Essa aqui é Roxane... – A frase era esperada por todos ali presente a ser completada, mas Iruka não falou mais nada.

— Pode deixar Iruka-sensei, eu entendi. Então você é a namorada que ele tanto fala? – Mentiroso, só ouvira falar uma vez nela, mas aprendera com o grande Sennin a ser fiel aos amigos, principalmente quando o assunto é mulher. – Iruka-sensei estava certo em dizer que ela é a mulher mais linda de todas que você já viu na vida.

— Você falou isso? – A mulher dos longos cabelos negros virou-se para o amado e lhe perguntou carinhosamente.

— É né? – Respondeu Iruka envergonhado.

 

Iniciaram a caminhada até o mirante dos Hokages. Lá do alto apreciaram a vista enquanto conversavam sobre o passado. Naruto sorria e Iruka sentia-se feliz por vê-lo daquela forma. Estava orgulhoso de tê-lo como um filho, mesmo que nunca houvesse pronunciado essas palavras antes.

Roxane pouco sabia sobre a relação de Naruto com o Sannin que fora abatido em campo de batalha. Mas deu-lhe um abraço de pêsames que o fez se sentir mais calmo por dentro. Como se ela o passasse felicidade e ânimo com aquele gesto de carinho.

As brigas com Sakura foram inevitáveis, mas no fundo a jovem dos agora longos cabelos rosados lhe era mais gentil não socando-o à quilômetros de distância.

O por do sol veio, não estava vermelho, era amarelo e o azul do céu seguia com sua mudança de claro para escuro. Como todas as coisas na vida mudam, assim acontece também na natureza.

O ciclo contínuo.

Admirando a Vila lá do alto, os quatro sorriram sem motivo algum, apenas comemorando que era belo.

A vida.

 


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Notas finais do capítulo

Beijos para quem leu ^_^



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