School Of Rock escrita por Snapelicious


Capítulo 5
What Lene Have Done


Notas iniciais do capítulo

Muito obrigado a HLarri, Rock Queem PDs, Gi_Vernice, Camila di Angelo e Cinderella pelos comentários maravilhosos.
Agradecimento especial á Paola Orleans e outro ser não identificado por favoritar a fic *_*
Aqui está o capítulo, espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/193588/chapter/5

Narrado por Remus Lupin

   - Realmente você pegou pesado.

Esse é o problema do Sirius: sempre acha que tem razão. E na maioria das vezes está errado, obviamente.

   - Ela disse que eu tenho um ursinho de pelúcia! – ele reclamou.

   - E você encheu o traseiro dela de pudim. Nem vem, foi você que começou. - falou James do banheiro. Estávamos no dormitório, esperando o horário do almoço terminar para ir para a aula (pelo o menos eu ia).

   - Tadinha da Lene, deve estar se acabando de chorar no quarto. – eu disse, lançando um olhar reprovador para Sirius.

   - Pois eu duvido muito que aquele ser seja capaz de chorar. – ele resmungou, afundando o rosto no travesseiro.

   - Você diz isso porque não viu quando ela errou a fala do espetáculo da Páscoa da terceira série. – disse James, saindo do banheiro e pegando a mochila.

  - Nossa, aquela foi terrível – eu disse, me lembrando do dia. – Eu não sabia que um ser humano era capaz de soltar tanta água.

  - Cara, ela era um ovo. Ovos não têm falas. – reclamou Sirius.

Dei de ombros e sai do quarto. Cinco minutos depois, eu e James chegávamos ao corredor da sala de Matemática. Sirius cabulou aula, e ficou comigo a tarefa de inventar uma desculpa para a professora. Acho que daqui a pouco vão desconfiar, pois um ser humano não é capaz de pegar tantas doenças. James, relutante, me acompanhou para a aula, dizendo que mais uma falta e ele ia ser expulso. O que era verdade.

Lily, Dorcas e (surpreendentemente) Marlene nos esperavam na porta da sala.

Narrado por Marlene McKinnon

Não me surpreendi ao não ver Sirius com os meninos na próxima aula. Ele ainda deve se lembrar de mim com aquele canhão de guerra de um passeio no museu anos atrás. Eu juro que não estava mirando no ônibus escolar.

Enfim, eu não contei meu plano de vingança número 3.3.7 para as garotas (acredite, você não iria querer saber o que aconteceu com as vítimas dos outros trezentos e trinta e três; deixaria Chuck Norris no chinelo). De qualquer forma elas poderão ver quando eu botar pra quebrar, todos vão ver afinal. E eu serei considerada a rainha da cocada preta (ou azul, se ficar melhor na situação).

   - Onde está Sirius? – perguntou Lily quando Remos e James se aproximaram.

   - Ele mandou dizer que está com catapora, mas acho que é Lenegitite aguda. – respondeu Remus.

   - Eu fiz um trabalho sobre catapora, mas eu tirei zero porque eu fiz de canetinhas. – disse Dorcas.

Fomos poupados do constrangimento de encarar Dorcas após rir da cara dela pela porta que acabou de abrir, com McGonagall nos mandando para dentro. Algo me dizia que ia ser um longo dia.

Narrado por Zac Farro

Se algum dia, quando eu estiver procurando emprego, se eu ao menos cogitar na possibilidade de ser professor, me interne imediatamente. Só louco mesmo para aceitar esse trabalho, porque olha...

Depois que voltei para a escola, percebi que tinha me atrasado vinte minutos para a aula com o terceiro ano. Graças a Deus eles são tão preguiçosos que nem se deram ao trabalho de avisar a diretora que o professor sumiu, mas enquanto isso fizeram tanta bagunça que sinto até pena do Filch Era isopor pra todo o lado (não me pergunte onde eles arranjaram isso), bolinhas de papel, desenhos no quadro negro, e todo o resto que os alunos infantis fazem quando são deixados sozinhos (eu faria o mesmo, mas tudo bem).

Depois de mais quinze minutos e muitas bolinhas de papel na cara, consegui acalmá-los. Para infelicidade deles, mandei trocentos exercícios de dever de casa, e mais várias tarefas para eles fazerem em sala. Agora eu sei como os professores se sentiam quando nos davam lição de casa. É como uma vingança pela bagunça; me sinto até mais poderoso.

Ok, chega Zac. Fui até a casa de Josh, e felizmente não tinha ninguém lá. Consegui pegar alguns instrumentos da garagem, mas só uma guitarra, um baixo e uma bateria.

 Agora os instrumentos estão todos na minha van, no estacionamento da escola. Espero encontrar uma sala isolada para guardá-los, o que talvez não seja difícil de encontrar, caso eu tenha um pouco de tempo e um mapa da escola (já perceberam que esse lugar é enorme? Parece até um castelo).

Agora eu estou morrendo de fome, esperando terminar o período com os pirralhos para dar uma fugida para a cozinha. Queria ter me lembrado de passar no Mcdonalds na vinda.

Ótimo, o sinal bateu. Esperei todos os alunos saírem da sala para sair correndo para a cozinha. Ou para onde eu imaginava ser a cozinha. Mal tinha virado o corredor, o sinal bateu de novo.

Caracas, eles acham que os alunos eram os The Flash da vida, para conseguir trocar de sala tão rápido? Acho que estavam certos, pois a minha outra turma já estava me esperando na sala.

Pelo o visto minha barriguinha vai ter que esperar mais um pouco.

Depois de uma apresentação (comparada aos padrões dessa escola) legal, dei uns poucos exercícios para os alunos, e deixei que eles fizessem em grupo, desde que não agissem como macacos débeis mentais. Enquanto isso eu ficava pensando em como esconder uma banda em uma escola rigorosa como aquela. Como não cheguei à conclusão nenhuma, fui para perto de um aluno e perguntei:

   -Ei, garoto. Você sabe se tem sala de música nessa escola?

   - Tinha uma – ele respondeu – Mas não vamos lá há séculos.

   - Desde que o professor responsável se mudou, não encontraram ninguém mais “adequado” para o cargo. – disse a garota que estava ao seu lado – É claro que “adequado” significa que não acharam ninguém chato o suficiente para entrar no corpo docente.

   - E onde ficava essa sala?

   - No prédio antigo. Ala Norte. Lá só tem umas poucas salas e os dormitórios, mas eles ficam na Ala Sul, bem na entrada para o prédio novo. É como uma escola mal assombrada, só que limpa.

Deixei os garotos falando sobre possíveis mendigos morando naquele canto da escola, e me sentei em minha mesa. Estava começando a estranhar o fato de tudo estar tão fácil para mim. Vai ver estou em um reality show. Mas tenho quase certeza que as câmeras só dão imagens para a segurança.

Eu hein.

Narrado por James Potter

Na altura do jantar, eu estava exausto. Pode parecer que foram só seis períodos (dois de manhã e quatro á tarde), mas para mim foram seis seções de tortura, sem sangue, é claro (isso é coisa de Lene). E ainda tinha a detenção, não daria tempo para dormir direito. Espero que aquele coala não pegue pesado, se não eu contrato os serviços Lenedor, a ai sim vai ter tortura de verdade.

Acho que eu estou passando tempo demais com as meninas.

Eu passava com Remus e Sirius (que aparecera na terceira aula da tarde) por entre as mesas da Grifinória e Lufa-Lufa, quando meu pesadelo se levantou. Amus Diggory. Esse cara realmente me enche o saco. E ele faz questão de aparecer nas piores horas.

   -Ora, ora, ora... –ele começou com sua voz irritante - Veja se não é Potter e seu fiel escudeiro Black.

Os amigos (leia-se escravos) do garoto riram, embora não houvesse graça alguma. Porque será que eu tinha a impressão que esse momento todo foi ensaiado?

   - O que você quer, Diggory? – perguntei – Lenços de papel para quando chorar como um bebê novamente? Ou prefere que eu ligue para a mamãe?

Todos que assistiam a cena riram, até um dos companheiros do Diggory deixou escapar uma risadinha.

   - Caiu um cisco em meu olho naquele dia! – ele disse vermelho – Não tinha nada a ver com o futebol. Só vim avisar para vocês tomarem cuidado, porque com certeza Lufa-Lufa vai detoná-los no Campeonato.

   - Uhh, acho que essa é a deixa para ficarmos com medo, pessoal. – disse uma voz atrás de mim. Me virei e vi que era Lily. – O pateta ta nos ameaçando.

   - Olha quem falando, Evans. Achei que ia começar a chorar quando me visse. – Disse Amus debochado.

Lily pegou eu e Sirius pelo braço e nos arrastou para um canto da mesa da Grifinória. Lene, Dorcas e Remus logo nos alcançaram. A garota ficou quieta pelo resto do jantar, mas eu também não falei nada. Acho que ela está escondendo alguma coisa.

Lene e Dorcas passaram o jantar todo discutindo como elas agiriam se o planeta fosse invadido por zumbis; “Francamente, Dorc’s, você acha que vai conseguir sobreviver com um Doritos tamanho grande e com uma Pepsi?” dizia Marlene.

   - Você está bem? –Remus sussurrou para Lily, e ela apenas acenou com a cabeça.

   - Vamos, infelizes – disse Sirius – Hora da detenção.

                               *****

Não me surpreendeu o fato de o professor Farro estar jogando Super Mario em seu notebook quando chegamos á sua sala. A questão é: Como ele conseguiu descobrir a senha do Wi-Fi da escola? Sério, eu e Sirius já tentamos de tudo, desde “123456” até “DUMBLEDORE DETONA”. Nenhuma funcionou.

Lily pigarreou para chamar a atenção.

   - VAI, VAI! – gritou o professor com o olhar vidrado na tela – MALDITO BURACO! Ah, são vocês.

   - Boa noite, professor. – disse Lily. Boa noite pra quem? Será que ela notou que viemos aqui para uma detenção?

   - Caracas, você já chegou até esse nível? – espantou-se Sirius, se colocando ao lado do professor para ver o joguinho.

   - Como você descobriu a senha do Wi-Fi da escola? – perguntei, sentando-me em cima de uma classe.

    - Tem no mural da sala dos professores. – ele respondeu – É “nenhum aluno nunca vai acertar a senha”. Sem espaços.

Sirius me encarou com os olhos apertados.

   - Eles são criativos.

   - Qual será nossa tarefa de hoje, professor? – perguntou Lily, ainda na porta. Acho que ela não notou que eu e Sirius estamos tentando fazer o professor esquecer a detenção.

   - Vocês vão limpar a sala de música para Filch.

   - Pensei que éramos proibidos de entrar lá. – disse Lily, enquanto seguíamos o prof. Farro para fora da sala.

   - Eu consegui autorização. Os instrumentos não se limpam sozinhos, não é?

Lá pela metade do caminho, já deu para chegar á conclusão de que Zac Farro é um cara muito maneiro. Ele tem a mesma opinião que eu de que Kurt Cobain é realmente um Deus da música e que Foo Fighters é melhor do que Avenged Sevenfold (o que Sirius discordou totalmente). Enquanto nossa animada conversa sobre música fluía, Lily andava um pouco atrás de nós, de braços cruzados e com cara de quem ou travava uma luta interior ou de quem quer soltar um imenso pum.

   - Mas nada se compara ao Green Day – dizia Sirius, no que Zac acenou com a cabeça, concordando.

   - E você, tomate? – ele chamou Lily (não, James, ele chamou a Rita Lee). – Quais bandas você gosta?

   - Hum... Eu curto Coldplay – ela respondeu, forçando um sorriso.

Zac fez uma careta e voltou a conversar com Sirius sobre o desempenho da Branca de Neve cantando Led Zeppelin em Shrek.

Fala sério, Lily não gosta de Coldplay! Pelo o menos foi a essa conclusão que eu cheguei quando “peguei emprestado” o Mp3 dela. Lá só tinha Paramore, Green Day, Red Hot Chili Peppers e The White Stripes. Ok, também tinha a música das Spice Girls que toca no Galinho Chicken Little, mas acho que foi a Dorcas que pôs lá, então...

Chegamos á sala de música. Cara, eu não lembrava que tinha tanto instrumento legal aqui. Antigamente só tinha um piano, dois violões, e vários daqueles trecos de sopro e corda que só o Remus mesmo conseguia tocar.

   - Da onde surgiu essa bateria, esse baixo e essa guitarra? – perguntou Sirius. Não é óbvio, Sirius? A nave-mãe da espécie McGonagall trouxe aqui.

   - É claro que alguém pôs aqui. – disse Lily. Mas não pode ter sido o Filch; da última vez que ele arrumou essa sala ele colocou um telescópio junto com as flautas.

   - Tá, chega de enrolação – falou Zac – Tem panos no armário de vassouras do corredor. Vocês sabem o que fazer.

Ele se sentou na arquibancada do coral com uma guitarra e começou a dedilhar ela, perdido em pensamentos. Eu, Lily e Sirius começamos a trabalhar. As detenções de Hogwarts estão sempre relacionadas á limpeza da escola. Deve ser por isso que não tem faxineiras aqui; os alunos são como escravos.

Enquanto eu limpava as caixas de som, Sirius se empenhava tanto para esfregar o bumbo que parecia estar querendo fazer fogo. Lily limpava o piano. Ela tocava uma música ao passar o pano pelas teclas, mas tentava disfarçar.

   - O que você está tocando? – perguntei. Ela se assustou e ficou vermelha.

   - Nada não.

   - Continua, estava legal. – falou Sirius, se sentando no banco da bateria. Lily voltou a tocar e eu reconheci o som: era Linkin Park, What I’ve Done. Sirius pareceu reconhecer também, pois logo estava acompanhando com a bateria.

Eu estava me perguntando onde foi que eles aprenderam a tocar tão bem, quando começou o som de guitarra. Primeiramente eu achei que estava imaginando, mas ao olhar para os lados vi o professor Farro tocando como se sua vida dependesse disso.

Ok, eu acho que pirei. Como assim, Lily-Certinha-Evans e Sirius-Bobalhão-Black tocando Rock’n’Roll com o professor de História? Certamente isso não é uma cena que se vê todo o dia, ah se não é.

   - Canta aí, Potter! – gritou o professor para mim, ainda tocando. Sorri e peguei o microfone.

In this farewell
There's no blood
There's no alibi
'Cause I've drawn regret
From the truth
Of a thousand lies
So let mercy come
And wash away

What I've done
I'll face myself
To cross out what I've become
Erase myself
And let go of what I've done

Put to rest
What you thought of me
While I clean this slate
With the hands
Of uncertainty
So let mercy come
And wash away

What I've done
I'll face myself
To cross out what I've become
Erase myself
And let go of what I've done

For what I've done
I'll start again
And whatever pain may come
Today this ends
I'm forgiving what I've done

I'll face myself
To cross out what I've become
Erase myself
And let go of what I've done

What I've done
Forgiving what I've done

   - OH YEAH! – brincou Sirius quando terminamos. Lily riu. Impressão minha ou ela parece muito feliz?

   - Caracas, onde vocês aprenderam a tocar tão bem? – espantou-se Zac, pondo de lado a guitarra e se aproximando.

   - Nunca fiz aulas. – disse Sirius.

   - Então é o espírito do The R.E.V. baixando em você! – exclamou o professor.

   - Eu nunca cantei pra valer antes – eu disse – Mas eu toco guitarra há anos.

   - Eu toco desde os cinco anos de idade – disse Lily.

   - Ainda sabe tocar guitarra... – disse Zac, ignorando Lily completamente. – Vocês são perfeitos!

Eu e Sirius nos entreolhamos. Nenhum professor nunca havia dito que somos perfeitos desde... bem, nenhum professor nunca me elogiou.

   - Próximo semestre teremos um projeto com todos os alunos do sexto ano da escola – começou o professor – Eu fiquei encarregado da Grifinória.

   - E do que é exatamente esse projeto? – perguntei.

   - Uma Batalha das Bandas entre as casas. Quem vencer leva um enorme troféu e pode competir na estadual. Prêmio de um milhão e mais contrato com gravadora. E eu quero que vocês participem.

   - Uma banda?

   - Uma banda de Rock?

   - E nós tocando nela?

   - Já vi que não vai dar certo. – disse Lily.

   - Maneiro – disse Sirius.

   - Nós topamos. – Eu disse.

   - Mas o que... – começou Lily.

   - OK! – disse Zac – Temos pouco tempo até o toque de recolher. Porco- espinho no vocal e guitarra e o dos batuque na bateria. Sabem de alguém que toca baixo?

Pensei um pouco.

   - Remus tocava violoncelo, não é quase a mesma coisa?

   - É sim. Tragam ele aqui amanhã, no mesmo horário. E não contem nada pra ninguém.

Narrado por Lily Evans.

Eu me sentia um lixo. Lixo sanitário. Daqueles bem fedidos. Cheio de moscas.

Meus amigos entraram para uma banda e eu nem cotada para entrar para a produção fui. Será que é por que eu sou ruiva? Antigamente tinha um cara no supermercado perto de casa que me ignorava também. Tá certo que ele era cego e surdo, mas isso não vem ao caso.

Deu pra perceber que o professor Farro me ignorou completamente. Eu toquei piano bem, OK? E se eu não tivesse começado a tocar, ele nunca teria descoberto o talento dos meninos. Ele devia ao menos ter me agradecido, oras!

Maldita eu.

Se eu não tivesse começado a tocar aquela hora não haveria banda nenhuma.

Que raro, dessa vez a culpa é minha e não do Potter! Não adianta, a culpa vai ser sempre do Potter.

O melhor que posso fazer por hora é esquecer o assunto. Não tem nada a ver comigo, afinal. Acho que vai ser meio difícil esquecer isso, já que os panacas ao meu lado não param de falar da maldita banda. Ainda bem que estamos perto dos dormitórios.

Me separei dos bobocas na entrada para o dormitório das meninas. Não dei nem boa noite. Talvez eles tenham sentido a frieza do meu olhar.

  - LILICAA! COMO FOI A DETENÇÃO? O PROFESSOR É MUITO ESTRANHO? O SIRIUS AINDA TA VIVO? VOCÊ AINDA ESTÁ VIVA?

Na próxima vez que Dorcas me assustar desse jeito juro que dou um soco nela. E ainda vou fingir que foi sem querer.

  - Afee garota não me assusta assim. – disse, me jogando em minha cama – Cadê a Lene?

Só agora que eu percebi que Marlene não estava no quarto. Devia ter notado, estava muito silencioso.

   - Ela saiu faz um tempão, dizendo que ia botar pra quebrar – disse Dorcas, sentando-se em sua cama e trazendo pra perto o amontoado de cadernos que tinha lá.

   - Será que ela foi começar a vingança contra o Sirius? Ela nunca saiu a essa hora. Se for isso, tenho certeza que o Sirius vai sangrar.

Fui colocar o pijama, e logo Lene voltou ofegante.

   - Ufa, eles quase me pegaram – disse. Ela encarou a loira, que se encolheu – Dorcas, eu disse pra me mandar uma mensagem quando Lily chegasse, daí eu poderia sair correndo dali.

   - Ah, foi isso que você pediu quando saiu? – perguntou a garota – Eu entendi que Lily ia querer uma massagem.

   - Eu quero, pode ser? – eu disse – To exausta. Nunca mais me deixem fazer merda, porque eu não vou aguentar mais uma detenção?

   - Foi tão ruim assim? – perguntou Dorcas.

   - Você nem imagina. – LILY EVANS ESQUECEU QUE VOCÊ NÃO PODE CONTAR NADA? – Tivemos de ficar limpando os instrumentos. Foi o ó. Ainda por cima Sirius não parava de fazer o que acredito eu ele chama de música.

   - Estranho... – Lene franziu o cenho para mim – James e Sirius pareciam super felizes quando iam para o dormitório.

Pensa, pensa, pensa!

   - Eles se deram bem com o professor. Mas comigo ele foi um chato. – Não ia conseguir mentir mais para minhas amigas. Pensamento positivo! Não estou mentindo, só omitindo alguns fatos.

Me enfiei em baixo das cobertas e fingi que estava dormindo. Lene e Dorcas ainda conversaram um pouco mais, mas logo apagaram as luzes.

Com a expectativa de ver o resultado da vingança da Lene, peguei no sono.

Narrado por Remus Lupin

Acordei com Sirius fazendo barulho. Que novidade!

Estava exausto. Noite passada eu havia ficado horas na biblioteca para tentar terminar um trabalho de Física, e tive de voltar correndo quando ouvi o toque de recolher. James e Sirius já haviam chegado, e pareciam um bando de papagaios, de tanto que falavam. Fui dormir tarde por causa daqueles manés.

E adivinha! Acordei atrasado para o café da manhã. Tive de correr, nem deu tempo de chamar o James, que ainda dormia. Mas Sirius ficou para trás, então (se ele não der uma de Sirius) ele vai acordar o James.

As meninas já haviam começado o café da manhã quando eu cheguei. Elas estavam com um ar estranho, como se estivessem esperando por algo. Estranho. Mais estranho do que elas já são normalmente.

   - Bom dia.

   - Hey, acordou tarde hoje – disse Lily.

   - Nem teria acordado se não fosse o Sirius. – respondi. – E hoje ele estava fazendo mais barulho do que o normal.

Lily e Dorcas olharam para Marlene, que encolheu os ombros.

    - Isso não tem nada a ver comigo. – ela respondeu. – Remus, você notou alguma coisa estranha no Sirius? Tipo, na cara dele?

   - Não, mas porque você perguntou? Espera, não me conta, eu nem quero saber. Já sei que você fez merda.

   - Vai ser merda para Sirius, com certeza – resmungou Lily.

   - É a vingança da Lene pelo pudim. – disse Dorcas. Que parte do “eu não quero saber” ela não entendeu? Talvez a do “não”...

   - Fala sério, você ainda não esqueceu essa história? – perguntei para Lene – Achei que vocês estavam quites, pelo pudim e pelo Teddy...

   - Nunca ninguém está quite com Marlene McKinnon quando se trata de vingança – ela respondeu – E a sina vai continuar até ele me pedir perdão de joelhos. Olha! Aí vem ele!

Olhei para trás. De fato Sirius estava vindo em nossa direção, com cabelos úmidos e tudo (impressão minha ou esse foi um suspiro coletivo de toda ala feminina do colégio?). Não que eu esperasse que ele estivesse vestido de palhaço, mas quando se trata de Marlene já era pra ter acontecido alguma coisa. Tipo tortas voadoras e muita maquiagem. Mas hoje ele estava absolutamente normal.

   - Ah, não – resmungou Lene – Já era pra ter acontecido...

OK, ela parecia muito desesperada.

   - Acontecido o que? – perguntou Sirius, que tinha se aproximado rapidamente, olhando desconfiado para Marlene.

   - Nada! – ela encheu a boca de comida para não falar mais nada.

   - Acordou James? – perguntei quando o garoto se sentou ao meu lado.

   - Aham. Ele deve estar saindo do banho a essa hora, sabe como ele demora pra se vestir.

Saiu uma musiquinha dos alto-falantes. Ouviu-se um “Ah, não” vindo de todos os alunos da escola. É por isso que todos os alunos odeiam terça-feira: por causa das notícias da manhã.

É simplesmente a garota com a voz mais irritante da escola falando sobre coisas que ninguém quer saber.

“Bom dia, caros alunos de Hogwarts!”

Bom dia pra quem? Você vai fazer meu dever por acaso?

“Eu sou Emmeline Vance, e esse é o Tuesday News.”

A vaca mais famosa da escola está se apresentando, olha só...

“Primeiramente com o giro mundo. Na Austrália, um periquito, Quito, aprende a esquiar para se refrescar nesse verão.”

Pra você ver como essas notícias importam: periquitos que esquiam é o que toda pessoa bem-informada deve saber.

“O tempo quente continuará até o final do mês; hora de colocar os casacos no armário e usar a roupa mais fresca que tiver!”

Não importa qual seja o tempo, ela sempre vai usar roupas “frescas”.

“Achados e Perdidos: encontramos um caderno perdido na sala de Matemática. Ele é cor-de-rosa e tem a capa da boneca Jolie. Da japonesinha, para ser mais exata. Ah, espera! Tem o nome da dona aqui... Olha, não é uma dona, é Sirius Black!”

Tenho certeza que Sirius não tem um caderno da Jolie. Mas já que ninguém mais sabia disso, todos começaram a gargalhar.  Sirius estava de boca aberta.

   - Então essa era a sua tão esperada vingança? – perguntou Lily para Lene.

   - Nah, acha que eu ia me contentar só com isso? Ainda tem mais. – a garota respondeu rindo.

   - FOI VOCÊ? – gritou Sirius.

Lene apenas jogou uma mexa do cabelo para trás.

“OH MEU DEUS!”

Todos silenciaram para ouvir.

“Aquele é James Potter? Ele está com... Não acredito!”

Ouviu-se o barulho do microfone sendo desligado. O Salão Principal estava em um silêncio total. Eu, Sirius, Lily, Lene e Dorcas nos entreolhamos. O que quer que seja o que James havia feito, com certeza não era boa coisa.

   -AAHHH! UM SMURF! – berrou Dorcas, apontando para a porta do Salão. Os alunos olharam como se fosse um só.

Eu não acreditei no que vi.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

CAMPANHA: COMENTE E GANHE UM URSINHO TEDDY! VAMOS, COMENTE AGORA E LEVE PARA CASA UM URSINHO TEDDY! IM-PER-DÍ-VEL! SE VOCÊ COMENTAR AGORA, AINDA AJUDA A SALVAR BRINQUEDOS INOCENTES DO SACO DE LIXO DA MINHA MÃE!
SCHOOL OF ROCK É UM OFERECIMENTO DE:
SERVIÇOS LENEDOR! COM RAIVA DE ALGUÉM? CHAME A LENE! QUER MATAR SEU IRMÃO? CHAME A LENE! ESTÁ COM DIARRÉIA? BOM, ISSO DAÍ NÃO É COMIGO...