School Of Rock escrita por Snapelicious


Capítulo 14
Damn Weekend


Notas iniciais do capítulo

Hello!
Agora sim a história começa a complicar.
Bem... Isso não é Twitter, ou seja, não dá pra ficar falando bobagens.
Vamos ao que interessa!



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Narrado por James Potter.

Uma das coisas que eu mais gosto na escola é a hora de ir para casa. Mesmo que for só para passar o final de semana. Esses estão cada vez mais raros, pois os alunos que ficam na escola fazem muita bagunça.

E é exatamente por isso que eu estou levando Sirius junto comigo. Acredite, McGonagall quase implorou para mim fazer isso. Também, é ela que tem que aguentar ele enquanto todos aproveitam com a família.

Estávamos no carro do meu pai, indo para Londres. Sirius quase dormia ao meu lado. Provavelmente cansado da festa de ontem.

Ih, a festa de ontem. Dorcas ficou arrasada quando Remus desmaiou.

Também, quem ele pensa que é para estragar a festa dos outros? Não exatamente estragou... Só fez os outros convidados ficarem longe das bebidas. Por precaução.

Levamos ele para a enfermaria, e lá terá de ficar até se recuperar da ressaca, ou até Madame Pomfrey se apiedar dele. Ou seja, nunca vai ser liberado. Me lembro exatamente da sua expressão quando ele acordou hoje de manhã. Foi impagável. “Por favor, me diga que eu sonhei”, ele repetia. Mas Sirius, para piorar, falou na hora: “Bem, você sonhou que se embebedou em uma festa de aniversário e cantou uma música que praticamente diz 'Eu te amo e estou com ciúmes” para sua melhor amiga? É, não foi sonho”.

Esse Sirius...

Vontade de bater com um gato morto na sua cabeça e só parar quando o gato miar.

Narrado por Zac Farro.

“VOCÊS ESTÃO PRONTAS CRIANÇAS?”

-ESTAMOS CAPITÃO!

“EU NÃO OUVI DIREITO”

-ESTAMOS CAPITÃO”

“ÔÔÔÔÔÔÔÔÔÔÔÔÔÔ”

-Josh, você pode, por favor, fazer seu irmão calar a boca?

-Irmão, calar a boca!

-BOB ESPONJA CALÇA QUADRQuê?

Em um sábado, a coisa que mais quero é assistir desenhos e comer meu sorvete. Não sou como essa gente chata (Josh e Jenna) que tem que ficar trabalhando. Tipo, é sábado! SÁ-BA-DO! Ou melhor, SAL-VA-ÇÃO.

Olha, até que aprendi alguma coisa na escola. Separar sílabas.

-Abaixe o volume, por favor – sibilou Jenna, me encarando da mesa. Fiz o que ela pediu, amaldiçoando mentalmente o maldito arquiteto que juntou a sala de TV com a cozinha. Ela e Josh estavam corrigindo provas de seus alunos. Ele, com o notebook aberto em sua frente – Obrigado.

-Por que vocês corrigem isso? - perguntei – Eu nem faço provas, dou dez pra todo mundo.

-Porque se não corregíssemos... - Jenna foi respondendo, mas parou na metade e olhou para mim, desconfiada – Como assim, você dá dez pra todo mundo? Nem ao menos é professor!

Ain. Droga. Droga, droga, droga.

-Ahn.. Eu... Estou fazendo um bico – respondi, me encolhendo no sofá e preparando para arremessar o controle-remoto no mínimo sinal de movimentos agressivos. Mas ela apenas resmungou um “Eu mereço isso?” e saiu da sala-cozinha. Segundos depois ouvi a porta do banheiro bater.

-Que estranho... - disse Josh, distraído – Me mandaram uma confirmação de pagamento do Internato de Hogwarts.

Decidido: nunca mais volto para cá. Toda vez que eu venho dá problema.

-Nunca trabalhei lá. Vou ligar – Josh estendeu a mão para pegar o telefone, mas eu fui mais rápido. Agarrei o telefone de suas mãos e apertei no “desligar”.

- Zac?

Ele me encarava como se tirasse um raio x.

-Está escondendo alguma coisa?

Fechei os olhos e respirei fundo.

-Eu...- começei – Eu finjo ser você e trabalho em Hogwarts. Mas antes que você começe com o discurso, eu só vou ficar por mais um tempinho, até arranjar mais dinheiro. Eu ia sair quando recebesse, mas eles são demais, e não podemos desistir agora, se eu sair não vai dar para nos encontrarmos mais...

-Ei, ei, ei – Josh me interrompeu – O que você está armando?

Na próxima vez que eu encontrar uma fita isolante, me lembre de grudar minha boca com ela. Cola Bonder também serve.

-Eu meio que... Criei uma banda de Rock com os alunos.

Antes que ele pudesse responder, Jenna voltou do banheiro.

-Temos que comprar papel-higiênico, o nosso está no final já... - ela notou que eu estava parado ao lado da mesa agarrado ao telefone – O que diabos você está fazendo?

Ela olhou para Josh, e eu fiz que não, mexendo as mãos desesperadamente por cima do ombro dela. Josh demorou uns segundos para responder.

-Zac pensou em pedirmos uma pizza, o que acha?

Quando sua esposa não estava olhando, ele moveu os lábios formando “Bota pra quebrar”.

Ou será que foi “Eu vou te matar”?

Narrado por Lily Evans.

-Me passe as batatas, por favor – pedi. - Petúnia. Me passe as batatas. - ela continuou olhando distraidamente para o prato. Minha mãe muito menos se mexeu – Mãe, Tunny, eu vou me casar;

As duas levantaram a cabeça e me encararam pasmas. Petúnia se engasgou com o suco.

-James pediu minha mão semana passada. Vamos casar em Vegas, se vocês não se importam; queremos privacidade, e aquelas capelas são muito fofas – continuei- Está marcado para mês que vem, porque eu não quero casar com um barrigão de grávida. Alguém por favor me passe as batatas?

Minha irmã revirou os olhos e continuou comendo, e mamãe suspirou de alívio. Me levantei e peguei as batatas eu mesma.

Eu simplesmente odeio esses finais de semana em casa. No começo era legal, eu até sentia falta da família, mas agora... A minha verdadeira família são meus amigos. Família de verdade não nos julga em nosso primeiro erro.

Mas infelizmente sou obrigada a vir para casa. Não tenho pai desde que me conheço por gente, mas isso não muda nada. Seria apenas mais alguém para me odiar.

Depois do almoço subi correndo para meu quarto. A única coisa fora do lugar lá era algumas caixas de fotos antigas de parentes que eu nunca ouvi falar; elas eram guardadas lá por falta de espaço. Coloquei meus fones de ouvido e literalmente me atirei na cama para compor.

Sometimes I give myself the creeps
Sometimes my mind plays tricks on me
It all keeps adding up
I think I'm cracking up
Am I just paranoid?
I'm just fucked
/stoned

Tá, fucked ou stoned? Eis a questão... Pula pra próxima!

One light, one mind
Flashing in the dark
Blinded by a silence of a thousand broken hearts
"For crying out loud" she screamed into me
A free for all
fuck 'em all
"You are your own sight"

I wanna be the minority
I don't need your authority
Down with the moral majority
'Cause I wanna be the minority

Com isso já dá pra fazer umas boas músicas para School of Rock. Bem, desde que James, Sirius, Remus e Josh consigam criar uma melodia legal; eu sou estupdamente estúpida nisso. Só sei cantar mesmo.


Late night, come home
Work sucks, I know
She left me roses by the stairs
Surprises let me know she cares

POM!

Quase fui parar na nave da NASA por causa do pulo de susto que dei. Petúnia entrou com tudo no quarto, abriu a porta do meu armário e começou a revirar minhas roupas.

-Dá licença? - pedi. Ela olhou por cima do ombro.

-Só quero uma roupa emprestada; vou sair com Vernon.

-Tá, e custa pedir? - perguntei, sentando-me na cama. Ela tirou uma camisa xadrez do fundo do meu armário e rasgou as mangas – EI! O que você pensa que está fazendo? - gritei.

Petúnia tirou uma enorme tesoura dos bolsos e cortou o tecido. Segundos depois, ao invés de uma camisa xadrez, em suas mãos havia um espartilho xadrez.

-DESGRAÇADA!

Me joguei em cima dela.

No momento seguinte eu sangrava.

Narrado por Sirius Black.

James pode ser melhor do que eu em muitas coisas, mas NINGUÉM me supera no videogame.

-Não! - ele gritou – Isso é injusto, como você achou essa arma?

-Cara, eu jogo esse jogo há três anos – falei – Eu sei onde fica cada pedaço de grama no cenário.

-Então pelo o menos me ajuda a matar os zumbis, recolhe o dinheiro depo... VOCÊ ATIROU EM MIM! POR QUE VOCÊ ATIROU EM MIM?

Ele jogou uma almofada em mim enquanto eu ria. Mas tive que me recompor, porque o zumbi com a motosserra logo apareceu quebrando tudo.

-Não! - gritei – Me ajuda, James! Não dá pra matar ele sozinho.

-Oh, devia ter pensado nisso antes de me matar. Há, bem feito, perdeu a cabeça.

Me joguei no chão e me fingi de morto quando a tela ficou cheia de sangue, e o maldito “you're dead” aparecia.

O quarto de James é tipo, o melhor quarto do mundo. Não sei porque ainda não me mudei para cá. Tem espaço para a bagunça de mais sete eus aqui. E a mãe dele traz lanche a cada meia hora. Um celular tocou. Eu peguei e atendi.

-Alô?

-Esse é o meu, idiota – falou James, tentando pegar ele de mim.

-Oi Lily. O quê? Você quer sair com o James?

-O quê? - ele gritou. Eu ri.

-Brincadeira, é o Remus – falei – Vou colocar no viva-voz. Eae, enfermo!

Sirius, se eu liguei para James, eu quero falar é com ele”.

-Tá, mas ele vai me contar do mesmo jeito. O que foi?

É a Dorcas. Ela me mandou uma mensagem, diz “precisamos conversar”.

-Tá, e o que tem de errado nisso? - perguntou James, enfiando um monte de salgadinhos na boca.

Ela sempre coloca “câmbio, desligo” no final das suas mensagens. Ela deve estar irritada comigo... Vocês estão comendo Doritos de novo?”

-Não – respondi, com a boca cheia - É Ruffles.

Não sei porque ainda falo com vocês. Dá mais resultado pedir ajuda para o Pomada”.

Pomada é o vizinho de Remus. Ele tem esse apelido por que o cabelo dele é estilo “tijelinha”, e ele não passa gel nele, passa pomada. Em uma das poucas conversas que eu tive com ele, ficou claro que ele realmente acha que se não colocar roupinha nos bois de uma fazenda, eles saem pelas ruas matando todo mundo. E que os fazendeiros colocam um banquinho no chão, se sentam e ficam observando os animais, porque é a única coisa que se tem para fazer em uma fazenda.. Aquele garoto comeu o feijão da avó pirada dele e nunca mais foi o mesmo.

Não que eu me importe com isso.

-Tá, e se ela estiver mesmo irritada contigo, e daí? - falei – Que eu saiba ela não tem ficha policial, pode irritar a vontade...

-Já com Lily tem que tomar cuidado – disse James, no que eu concordei.

“Ah, se faz. Fala dela mas todo mundo sabe que você a ama”.

Eu ri junto com Remus.

-Lily? Nem pensar, aquela louca – reclamou o garoto – Ela é legal, mas...

-Maas...? - eu e Remus o incentivamos.

-Mas... Sei lá.

-Admite, você está apaixonado por ela – falei.

-Não! - James se apressou a negar. Ele olhou pela janela e pensou um pouco – É, talvez.

“Talvez? Não existe “talvez eu a ame”. É sim ou não. Fale com todas as palavras”.

-Eu... - começou – Acho que estou apaixonado por ela.

-Ih, cara. 'Cê tá ferrado.

James jogou pipoca em mim.

-Amigos não servem para ajudar, não?

-Não – respondi, dando de ombros – Servem pra atrapalhar.

Narrado por Lily Evans.

-Nunca mais faça isso, mocinha!

-Mas mãe, eu não me cortei!

-Não vem com essa para cima de mim! Você não pode ter feito isso por acidente...

-Mas Petúnia...

-Não culpe a sua irmã!

Era sempre assim. A culpa não pode ser da Petúnia, tem que ser minha.

Eu mesma não acreditaria que o corte foi um acidente, mas pelo menos eu ouviria as duas histórias. Minha irmã diz que me encontrou cortando os pulsos, e eu digo que foi um acidente com a tesoura. E adivinhe em quem minha mãe acredita? Na filhinha perfeita, claro! Porque Petúnia Evans não faz nada de errado, não tem culpa de nada!

Agora fiquei taxada de louca depressiva. Mamãe conseguiu estancar o sangue, mas está dando o maior sermão que eu já recebi na vida.

-Eu não esperava isso de você, Lily Evans. Realmente não esperava. Sua vida pode não ser legal, mas fazendo isso você pode machucar as pessoas ao seu redor também! E ainda culpa a sua irmã, vê se pode! Você devia é seguir o exemplo dela, isso sim! Vi seu boletim, garota, e suas notas não estão nada b...

-Ah, cale a boca! - falei.

Ela parou de andar de um lado para o outro e me encarou. Petúnia, que assistia tudo, também ficou boquiaberta.

-Como é que é?

-É, pare de se meter na minha vida! - gritei, me levantando do sofá – Pela milésima vez, isso foi um acidente! - mostrei meu braço enfaixado – E essa sua filhinha perfeita, sinto muito decepcioná-la, mas não tem nada de perfeita! Só talvez um pouco de feita, porque com certeza ela foi feita de merda!

-Não ouse falar de mim assim, sua louca! - Petúnia se meteu.

-CALA A BOCA VOCÊ TAMBÉM! - berrei – E AS MINHAS NOTAS CAÍRAM PORQUE EU FAÇO PARTE DE UMA BANDA DE ROCK! EU CANTO A NOITE TODA COM GAROTOS QUE PELO O MENOS SE IMPORTAM COMIGO! E QUER SABER? - eu corri para a porta de entrada – EU NUNCA FUI TÃO FELIZ EM TODA A MINHA VIDA!

E saí de casa.

É, eu simplesmente saí de casa. E espero nunca mais voltar para lá.

Andei sem rumo por um bom tempo. As lágrimas teimavam em cair no meu rosto, mas eu as ignorava e seguia em frente, de cabeça erguida. Estava começando a ficar frio com o início da noite. E eu estava completamente perdida. As malditas casas iguais me confundiam. Sabia que Lene morava em algum lugar por aqui, mas não achava a rua dela de jeito nenhum.

Acabei saindo sem querer do subúrbio onde vivia e entrei no centro da cidade. Encontrei um pub aberto e entrei nele. Era um local quente e apertado, lotado de adultos conversando e adolescentes se embebedando.

Consegui alcançar o balcão de bebidas sem ser apalpada por nenhum bêbado. O barman me olhou desconfiado, e quando eu pedi alguma coisa para beber, ele riu.

-Beber? Beber o quê? Coca zero? Vitamina de leite condensado?

-Uma água, por favor – falei entre dentes, mas logo mudei de ideia – Não, quer saber? Me dê a coisa mais forte que você tiver aí.


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Notas finais do capítulo

O próximo sai hoje ainda (eu espero).
E comentem, vai ver dá a loca em mim e eu fique de greve! Não se arrisque.