O Cara Da Porta Ao Lado escrita por EstherBSS


Capítulo 8
Capítulo 8 - Sasuke


Notas iniciais do capítulo

Segunda musiquinha:
All or Nothing - Theory of a Deadman
http://www.youtube.com/watch?v=7NhkfpQmjyU



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Capítulo 8


Sasuke


Minha sexta foi bem sem graça. Ironicamente, o departamento me deu a folga no dia enforcado e não no feriado em si. Acordei e fiquei com preguiça de arrumar a mesa do café. Limitei-me a tomar um suco direto da própria garrafa. Sentei no sofá sem nada para fazer. Liguei a TV, mas não tinha nada interessante. Liguei para o Naruto para ver se ele queria sair, mas ele disse que tinha conhecido uma garota incrível e iria sair com ela. Recebi outras desculpas dos outros e voltei para o meu enorme apartamento vazio. Peguei as chaves e saí. Comi um lanche qualquer na rua e fui caminhar no parque. Aquilo também não foi muito divertido. Principalmente porque uma loira ficou babando para mim e nem reparou quando o cachorro dela me fez de poste.

Voltei para casa cansado, depressivo e fedendo urina de cachorro. Abri a porta e estaquei com o som de música que eu não conhecia. Tinha outro som também que parecia um motor. Caminhei pela entrada e olhei para o lado da cozinha com o cenho franzido. Nada. Olhei para o lado da sala e o meu cenho franzido desapareceu.


When I first saw you standing there
Quando eu te vi parada aí pela primeira vez
You know it was a little hard not to stare
Você sabe que era um pouco difícil não olhar
So nervous when I drove you home
Tão nervoso quando eu te levei pra casa
I know being apart is a little hard to bare.
Eu sei que ficarmos separados é um pouco difícil de suportar


Encostei-me à parede e fiquei olhando ela trabalhar. Ela tinha falado sério quando disse que limparia minha casa. Usava uma bermuda jeans manchada de tinta e uma camiseta azul escuro, velha e desbotada. O cabelo estava preso em um coque firme e só a franja balançava com folga. Sakura estava de costas para mim e eu podia ouvi-la cantar junto com o CD enquanto passava o aspirador de pó.


Send some flowers to your work an home
Mandei flores para o seu trabalho e casa
So that I will have you in my arms again
Pra que eu tivesse você de volta nos meus braços
We kissed that night before I left
Nós nos beijamos aquela noite antes de eu sair
And now that’s something I could never forget
E agora é uma coisa que eu nunca poderia esquecer


Tentei reconhecer a letra, mas nenhum cantor veio a minha mente. Sorri quando a vi balançar os quadris e a cabeça lentamente ao ritmo da música. Só precisei de uma olhada em volta para perceber que ela já estava terminando a limpeza. Fiz um muxoxo e esperei ela me ver.


You’ve got all that I need
Você tem tudo o que eu preciso
Looking at all or nothing
Olhando para tudo ou nada
Babe its you and I
Baby é só você e eu
With you I know that
Com você eu sei que
I am good for something
Eu sou bom para alguma coisa
so lets go give it a try
Então vamos tentar
We got our backs against the ocean
Estamos de costas para o oceano
It’s just us against the world
É apenas nós contra o mundo
Looking at all or nothing
Olhando para tudo ou nada
Babe its you and I
Baby é só você e eu
Looking at all or nothing
Olhando para tudo ou nada
Babe its you and I
Baby é só você e eu


Ela se assustou quando me viu e me jogou a primeira coisa que chegou a mão dela. Acho que eu devia ser grato por ela ter pegado uma capa de DVD vazio. Depois que ela me reconheceu e eu ri, ela tampou a boca com as mãos e fez cara de culpada.

    - Te machuquei? – ela perguntou.

    - Claro. – levantei fingindo estar gravemente ferido – Lançar capas de plástico em um policial bem treinado pode ser fatal. Talvez eu precise de uma médica urgente. Mas onde eu poderia arrumar uma a essa hora?

Ela balançou a cabeça e desligou o som. Quando ela se aproximou de mim, cheirou o ar e fez uma careta.

    - Isso parece...

    - É. Eu sei. – caminhei em direção ao quarto depois de pegar a capa de plástico no chão e entregá-la a Sakura – Um cachorrinho me confundiu com um poste. Vou tomar banho.

    - Seu irmão deixou um recado para você na secretária. Não quis atender. – Sakura falou da sala e eu ouvi o barulho do aspirador novamente.

    - Tudo bem. – eu disse enquanto tirava a roupa no banheiro.

    - Que fique claro que eu não gosto dele. – ouvi Sakura falar e fiquei curioso.

    - Por quê? – eu já imaginava que ele deveria ter falado algo idiota. Ele só agia assim perto de mim.

    - Ele disse que não acredita que eu sou sua noiva. Itachi...é esse o nome dele, né?

    - É. – eu falei deixando a água cair diretamente no meu rosto.

    - Ele também fez questão de falar que ele chegou a essa conclusão depois de analisar cuidadosamente a minha imagem e não encontrar nada que fosse digno da família Uchiha.

Gemi quando ela terminou de falar. Itachi, seu idiota. Era possível sentir a raiva dela na voz e eu sabia que ela nem tinha escutado de propósito. Pensei no que eu poderia dizer a ela. Não me veio nada a mente. Então, resolvi que conversaria e diria a verdade sobre como meu irmão era um imbecil.

Terminei o banho e me sequei mais ou menos. Amarrei a toalha na cintura e fui falar com ela. Sakura estava arrumando a mesa da sala e arregalou os olhos ao me ver. Percebi o motivo do nervosismo dela e sorri de canto. Ela fez um sinal com a mão para que eu desse meia volta e fosse me vestir. Meu sorriso aumentou. Adorava implicar com ela. Como eu encostei na porta do quarto e cruzei os braços, ela bateu o pé impaciente e falou:

    - Pessoas normais não vêm falar com os outros seminus.

    - Mulheres normais aproveitariam e tirariam uma casquinha. – eu disse e me diverti ao vê-la engasgar.

    - Bom, - ela se virou completamente para mim e apoiou as mãos na cintura – eu não sou uma dessas. Não fico agarrando qualquer homem sem camisa que aparece na minha frente.

    - Agora estou magoado. Eu não sou QUALQUER homem. Eu sou o seu noivo. – eu disse com uma voz provocante. Ela ficou vermelha, mas a resposta veio rápida e cortante.

    - FALSO. Meu noivo falso. – ela voltou a arrumar a mesa – Vou me guardar para o meu marido.

A última frase foi dita em um tom baixo, mas suficiente alto para que eu ouvisse. Olhei para ela tentando pegar algum sinal de brincadeira. Não achei nenhum e por isso perguntei.

    - Está falando sério? Isso quer dizer que você nunca... Nem uma vez... Com ninguém? – eu falei com um meio sorriso e em um tom brincalhão e só percebi meu erro quando ela virou com uma expressão furiosa.

    - Quer saber se eu sou virgem? – ela falou erguendo o queixo – Sou sim, mas não acho que um conquistador saiba apreciar isso.

Ela saiu pisando duro em direção a cozinha. Eu a segui pensando em me desculpar e ao mesmo tempo sem saber como lidar com a situação. Eu não costumava conhecer nenhuma virgem. Até achava que elas nem existiam mais.

    - Sakura! Espere. – ela estava lavando algumas tigelas com demasiada força, na minha opinião – Eu não quis ser grosseiro. Só que...bem, é estranho. – mordi minha língua assim que as palavras saíram.

    - Estranho? – ela bateu com a panela na pia e se virou para mim – Isso não é estranho. Só porque eu ainda não encontrei a pessoa que vai casar comigo, não quer dizer que posso sair testando os outros homens no caminho. As pessoas não são como um carro em que você possa fazer um test-drive primeiro.

    - Nem todos vêem isso como um test-drive. – eu disse um pouco intimidado com a explosão dela – É só uma...necessidade para ser suprida como fome ou sede.

    - Claro. – ela disse ironicamente – Porque quando você precisa de um amigo, você escolhe qualquer um na rua e depois de se sentir satisfeito se livra dele.

    - Não foi bem isso que eu quis dizer... – eu falei abaixando o tom.

    - Qualquer relação que envolva outra pessoa não pode ser considerada uma simples necessidade. Quando uma mulher decide ter filhos, ela não sai vendo quais crianças vão atender o desejo dela. Do mesmo modo, eu não vou sair por aí vendo qual rostinho bonito consegue satisfazer a minha NECESSIDADE. – ela andou na minha direção e empurrou detergente e esponja nos meus braços – E eu já ACABEI a limpeza de hoje. Tenha uma boa sexta feira.

E depois ela saiu batendo a porta, me deixando parado com cara de tacho enquanto segurava produtos de limpeza. Olhei de um lado para o outro sem saber o que fazer em seguida. Eu me sentia estranho, quase envergonhado. Parecia que a tinha ofendido profundamente. Coloquei os produtos sobre a bancada da cozinha e quando vi que tudo estava limpo como não estivera por muito tempo, me senti ainda pior. Entrou um vento frio pela janela e quase pareceu congelante. Arrastei meus pés até o quarto e procurei uma roupa para vestir.

Sentei na cama olhando para a parede, me sentindo meio deslocado. Consciência era uma droga. Caminhei de volta a sala e servi uma bebida forte. Uísque duplo estava bom para começar. Meus olhos percorreram o apartamento e toda aquela limpeza começou a me irritar. Voltei ao quarto e encarei a parede que separava nossos dois apartamentos. Eu me senti meio ridículo ao esvaziar o copo e virá-lo contra a parede, tentando escutar algo. Mas estava tudo no mais completo silêncio. Sentei na cama novamente com o copo vazio na mão.

Deitei com as pernas para fora da cama. Pensei em algo para fazer e nada me veio a mente. Eu só conseguia pensar na expressão furiosa da minha vizinha maluca. Foi com essa sensação esquisita no peito que eu dormi.

No outro dia, eu acordei antes do despertador. Passei a mão no rosto sentindo a barba começar a crescer. Fiquei deitado em silêncio e ouvi alguns barulhos. Levantei depressa procurando o copo e o coloquei contra a parede. Eram sons de pratos. Sakura devia estar preparando o café da manhã. Ela tinha acordado mais cedo hoje também.

Lembrei-me que tinha dito para ela se preparar para o sábado. Bom, hoje era sábado. Levantei e tomei banho. Temi que ela me ignorasse e saísse de casa. Procurei roupas decentes para usar. Raspei a barba, passei loção, me penteei e tudo mais. Na sala, procurei o papel na minha mochila e procurei uma toalhinha branca. Respirei fundo antes de sair para o corredor e parar em frente a porta do 4B.

Toquei a campainha e me ajoelhei. Ouvi o barulho de chaves na porta e comecei a balançar a toalhinha. Vi lindas pernas brancas e falei:

    - Ontem eu fui um idiota completo e peço perdão. Não quis ofendê-la de modo algum. Não quero que isso se coloque entre nós e por isso vim pedir desculpas. Espero que o nosso combinado ainda esteja de pé. Me perdoa?

    - Claro que te perdôo, bonitão! – levantei a cabeça assustado e dei de cara com uma loira sorridente. Praguejei ao perceber que não era Sakura. Aliás, ela logo apareceu perguntando:

    - Quem é, Ino? Ah. – ela falou ao me ver e fez uma cara estranha – Bom dia, Sasuke. – O tom dela foi distante e eu não gostei de ouvir o meu nome dito com ele. Levantei e joguei minha toalhinha de volta para o meu apartamento.

    - Vim aqui pedir desculpas. E o meu pedido foi bom. Pode perguntar para a...Ino.

A loira riu e confirmou com a cabeça. Ela passou a língua nos lábios e depois levou a mão ao peito, atraindo minha atenção. Estava ali uma mulher que sabia seduzir um homem. Balancei a cabeça. Era bem provável que Sakura nunca me perdoasse se eu ignorasse o que ela tinha dito ontem. E eu ainda tinha quase certeza de que aquela era a loira bêbada;

    - Pode perdoá-lo, Sakura. Foi lindo o que falou. – Ino falou e eu sorri inocentemente para a Sakura.

    - Você perdoaria mesmo se ele apenas sorrisse para você, Ino. – Sakura falou cansada. Ela sumiu lá para dentro e me deixou sozinho com a loira assanhada. Comecei a me preocupar quando ela ressurgiu com uma pilha de papéis e despejou nos braços da outra. Começou a empurrá-la discretamente para fora e eu dei espaço para que elas passassem.

    - Nem vai me apresentar o gatinho? – Ino reclamou fazendo voz doce e me despindo com os olhos.

    - O nome dele é Sasuke. – ela disse e continuou empurrando a loira – Coloquei as teses, depois os artigos e embaixo tem algumas notas minhas. É muita coisa boa que tem aí. – a loira sussurrou algo e Sakura fez uma careta. Ela olhou rapidamente para mim e disse – É o meu...noivo.

Dei um dois passos e me apoiei no corrimão, vendo Sakura se livrar da loira enquanto a tal Ino me encarava lá de baixo com a boca aberta. Dei um tchauzinho para ela e esperei minha “noiva” subir.

    - Então? Estou perdoado?

    - Está. – Sakura respondeu, mas o tom dela ainda parecia distante. Por um instante, temi que ela me tratasse dessa forma permanentemente.

    - Então...nosso acordo ainda está de pé? – ela parou e me olhou em silêncio.

    - Ainda vou representar o papel de sua noiva. Não precisa se preocupar. – não gostei da resposta dela e do tom que ela usou. Sakura fechou a porta e a trancou.

    - Você está saindo? – perguntei sem graça.

    - A gente não ia não sei aonde? – ela perguntou virando para mim e eu percebi que ela usava calça jeans, tênis e uma blusa preta sem mangas. Respondi a isso com o meu melhor sorriso, mas ela não corou e nem pareceu nervosa dessa vez.

    - Ok. Vou só pegar as minhas coisas. – Corri em casa pegando o papel, o celular e as chaves.

Descemos as escadas em silêncio e o percurso seguiu o mesmo ritmo. Tentei puxar assunto uma ou duas vezes, mas as respostas foram diretas e curtas. A única hora em que falou espontaneamente foi quando me perguntou aonde eu a levaria. Só que isso era segredo e o assunto morreu, não antes dela falar:

    - Só quero que saiba que eu fiz algumas aulas de defesa pessoal e carrego um spray de pimenta comigo.

Olhei para ela pensando se era brincadeira, mas ela olhava séria para a rua. Preferi passar por cima disso. Estacionei bem em frente. Por fora, o estabelecimento parecia um clube. Sakura deu a volta no carro antes que eu fechasse a minha porta, estragando os meus planos de ser cavalheiro. Entreguei o papel para ela.

    - É só entrar lá e dizer que Uchiha Sasuke te mandou. Então você entrega isso para a atendente.

    - O que é isso tudo? – Sakura perguntou.

    - Eu ainda não te agradeci corretamente por ter me ajudado com aquele caso.

    - Não precisa de muita coisa.... – Sakura começou a dizer, mas eu a peguei pelo braço e a empurrei em direção a porta.

    - Isso também é importante para os seus planos. Pense no seu futuro marido.

Ela entrou por fim e eu assisti de longe enquanto ela falava com a recepcionista. Minha mãe que tinha recomendado o lugar. A atendente tinha dado uma olhada com desprezo e eu sorri ao ver Sakura inclinar a cabeça para o lado demonstrando que não tinha gostado. Quando a atitude da mulher mudou totalmente, eu soube que ela tinha dito o meu nome.

Voltei para o carro ao ver Sakura ser cercada de empregados. Eles a prenderiam ali até de noite. Era o melhor Spa da cidade de acordo com a minha mãe e eu viria buscá-la depois. Mulheres gostavam dessas coisas, né. Entrei em meu carro disposto a procurar uma loja de móveis que estivesse aberta em um sábado pós feriado.

Fui a vários lugares, incluindo a casa dos meus pais. Minha mãe ficou feliz ao saber o que eu fizera pela Sakura e meu pai assentiu orgulhoso ao ver um anel de compromisso, semelhante ao da Sakura, em meu dedo. Saí de lá antes que Itachi chegasse e confirmei minha visita do dia seguinte.

Quando deu umas nove da noite, voltei ao Spa para buscar minha noivinha. Estava encostado no carro esperando calmamente enquanto brincava com a minha chave.

    - Quanto tempo você vai ficar aí me ignorando. – uma mulher falou e eu demorei alguns segundos para entender que aquela era a Sakura. Engoli em seco umas duas vezes antes de dizer.

    - Sakura?

Ok. Confesso que não a foi melhor coisa que eu disse, mas estava surpreso demais para pensar em frases galanteadoras. Tinham cortado o cabelo dela e agora ele balançava solto ao vento emoldurando o rosto dela. Pela primeira vez, percebi que o rosto dela tinha o formato de um coração. Senti o perfume quando ela estava a dois metros de mim. E, pelo jeito, os outros homens que passavam também sentiram. Mesmo com uma iluminação fraca, parecia que tinham conseguido tirar aquelas olheiras dela e, agora, Sakura tinha uma aparência de menina saudável. Menina, não. Mulher.

Ela parecia mais animada na volta. Veio me contando o que tinham feito: as massagens, as limpezas de pele, o corte e não sei o que mais. O discurso interminável dela me dava a desculpa para tirar olhadas rápidas da beleza sentada ao meu lado. Quando chegamos ao prédio, estacionei e ao passarmos perto do local onde o lixo ficava. Ela me perguntou incerta:

    - Aquela ali não é a sua cama? E aquele ali não é aquele sofá que tinha no seu quarto?

Dei de ombros fingindo indiferença.

    - Estava cansado daqueles móveis. Quis trocar.

Já tínhamos então entrado no saguão do prédio. Sakura tocou o meu braço e eu me virei para ela. Abri um pouco a boca quando a vi sob a luz forte da recepção. Nossa! Ela era linda. Incrivelmente perfeita de um jeito que eu nunca tinha visto.

    - Por que você fez isso? – ela perguntou com uma voz suave.

    - Por nada. – dei de ombros. A verdade era que nem eu mesmo entendia por que tinha tomado aquela decisão. Ela começou a subir a escada e eu me peguei a observando. Ela parou e me perguntou se eu não iria subir.

    - Ainda vou pegar a correspondência.

Ela disse que iria subir. Agradeceu mais uma vez e me desejou boa noite. A caixinha do correio ficava na parede ao lado da escada. Abri minha caixinha sabendo que eu já tinha pegado tudo mais cedo. Passei a mão no rosto e tive que lembrar a mim mesmo sobre os limites profissionais que o meu acordo com ela impunha.


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