O Cara Da Porta Ao Lado escrita por EstherBSS


Capítulo 5
Capítulo 5 - Sakura


Notas iniciais do capítulo

O link da música:
http://www.youtube.com/watch?v=Q0VRj2uw9L0
Gotta be somebody - Nickelback



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Capítulo 5


Sakura


Eu estava em casa jogando um pouco no PC para me descontrair quando ouvi a porta abrir. Joguei minha cadeira para trás e vi Sasuke entrando pela porta. Lembrei-me que tinha dado a chave a ele. Baixei os fones para que ficassem em volta do meu pescoço.

    - Boa noite. – eu disse voltando a olhar para a tela. Minha respiração ficou suspensa quando senti os braços de Sasuke ao meu redor. Ele tinha um cheiro bom. Algo como loção de barba e outra coisa mais viril – Sasuke?

    - Eu te devo um presente muito bom. – ele disse contra o meu pescoço e eu tentei não ficar arrepiada – Resolvi o caso.

Aquilo me deixou feliz. Ele tinha estado pensativo durante dias e eu o tinha ajudado de alguma maneira. Pausei o jogo e me virei na cadeira. Ele me ergueu puxando-me pela mão e enlaçou minha cintura. Pegou um controle remoto e ligou o som. O cd que estava no aparelho era do Nickelback e logo o som de Gotta be somebody encheu a sala.


This time, I wonder what it feels like
Desta vez, eu pergunto como deve ser
To find the one in this life,
Encontrar a pessoa para esta vida
The one we all dream of, but dreams just aren't enough,
A pessoa que todos nós sonhamos, mas apenas sonhos não são suficientes
So I'll be waiting for the real thing,
Então eu estarei esperando por algo real


Sasuke e eu rodopiamos pela sala. Ele apertava minha cintura contra o peito dele e sorria. Eu retribuí o sorriso também. Estava de camisola, mas nem me lembrei disso. Meu pé descalço não fazia som quando eu pisava.


I'll know it by the feeling
Eu saberei disso pelo sentimento
The moment when we're meeting,
O momento quando nós nos encontramos
Will play out like a scene, straight off the silver screen,
Irá aparecer como uma cena, direto no telão
So I'll be holding my breath, right up to the end,
Então, eu estarei segurando a minha respiração, até o final
Until that moment when,
Até aquele momento quando
I find the one that I'll spend forever with
Eu encontrar a pessoa com quem ficarei junto para sempre


Ele me virou e dançamos com as minhas costas contra o seu peito. Ele segurava minha mão direita e mantinha a outra na minha cintura.

    - Não sabia que dançava tão bem. – ele disse no meu ouvido. Seu sussurro me fazia sentir estranha de um jeito bom.


'Cause nobody wants to be the last one there,
Porque ninguém quer ser o último ali
'Cause everyone wants to feel like someone cares
Porque todo mundo quer se sentir como se alguém se importasse
Someone to love with my life in their hands,
Alguém para amar com minha vida nas suas mãos
There's gotta be somebody for me like that,
Deve haver alguém assim para mim

'Cause nobody wants to go it on their own,
Porque ninguém quer continuar por si só
Everyone wants to know they're not alone,
Todo mundo quer saber que não está sozinho
Somebody else that feels the same somewhere
Alguém que sinta as mesmas coisas em algum lugar
There's gotta be somebody for me out there
Deve ter alguém para mim lá fora


    - Eu também não sabia. – eu disse ofegante – Deve ser a habilidade de quem me conduz.

Fui sincera. Eu nunca tinha sido de dançar. Se estava indo bem era graças às habilidades de Sasuke. Eu me sentia estranhamente segura em seus braços.


Tonight,
Esta noite
Out on the street, out in the moonlight
Lá fora na rua, na luz do luar
And dammit this feels too right
E maldição! isto parece tão certo
It's just like déjà vu, me standing here with you
É apenas como déjà-vu eu parado aqui com você
So I'll be holding my breath
Então, eu segurarei minha respiração
Could this be the end?
Poderia este ser o fim?
Is it that moment when, I find the one that I'll spend forever with?
É este o momento que eu encontrei a pessoa que eu viverei para sempre?


Ele me virou de novo e eu enrolei em meus braços em volta do seu pescoço. Ele sorria para mim. Aquele sorriso de menino de novo. Algo que me dava a sensação de estar em casa. Ele começou a balançar nós dois de um lado para o outro sempre me olhando nos olhos e com aquele sorriso maroto nos lábios.


'Cause nobody wants to be the last one there,
Porque ninguém quer ser o último ali
'Cause everyone wants to feel like someone cares
Porque todo mundo quer se sentir como se alguém se importasse
Someone to love with my life in their hands,
Alguém para amar com minha vida nas suas mãos
There's gotta be somebody for me like that,
Deve haver alguém assim para mim

'Cause nobody wants to go it on their own,
Porque ninguém quer continuar por si só
Everyone wants to know they're not alone,
Todo mundo quer saber que não está sozinho
Somebody else that feels the same somewhere
Alguém que sinta as mesmas coisas em algum lugar
There's gotta be somebody for me out there
Deve ter alguém para mim lá fora


    - Você percebeu que paramos de seguir o ritmo da música? – eu perguntei sorrindo.

    - Vamos fazer nosso próprio ritmo. – ele respondeu.


You can't give up, when your looking for that diamond in the rough
Você não pode desistir, quando você está olhando para aquele diamante bruto
Because you never know, when it shows up
Porque você nunca vai saber quando isso aparece
Make sure your holding on, 'cause it could be the one,
Tenha certeza que você está segurando bem, porque este pode ser o único
The one your waiting on..
O único que você está esperando


Ele me apertou ainda mais e se inclinou um pouco. Rodamos alguns segundos e comecei a achar que ele estava mais próximo a cada segundo.


'Cause nobody wants to be the last one there,
Porque ninguém quer ser o último ali
'Cause everyone wants to feel like someone cares
Porque todo mundo quer se sentir como se alguém se importasse
Someone to love with my life in their hands,
Alguém para amar com minha vida nas suas mãos
There's gotta be somebody for me like that,
Deve haver alguém assim para mim

'Cause nobody wants to go it on their own,
Porque ninguém quer continuar por si só
Everyone wants to know they're not alone,
Todo mundo quer saber que não está sozinho
Somebody else that feels the same somewhere
Alguém que sinta as mesmas coisas em algum lugar
There's gotta be somebody for me out there
Deve ter alguém para mim lá fora


A respiração quente dele bateu contra a minha pele e eu estremeci. Senti que uma mão dele subiu até a o meio das minhas costas enquanto a outra permanecia na cintura. Ele estava tão perto! O cheiro dele era ainda mais forte. Minha mão deslizou para a nuca dele sem o meu consentimento. Minha boca se abriu um pouco também sem que eu notasse. Senti que me erguia nas pontas dos pés, mas eu não tinha muita consciência do que fazia naquele momento. Era como uma necessidade que eu tinha que atender a todo custo. E então...

A campainha tocou. Sasuke não se afastou de mim. Os braços dele continuaram ao meu redor e o cheiro dele continuou a me tentar, mas a névoa mental na qual eu mergulhara estava sumindo. Abaixei as mãos do pescoço dele e empurrei o peito dele.

    - Sua campainha está tocando. – eu disse.

    - Acho que é a sua, não? – ele disse e parecia...desapontado? Devia ser imaginação minha.

    - È a sua. A minha tem som de passarinhos. É que a sua toca alto e o som vem até aqui. – eu disse e ele ergueu uma sobrancelha.

    - Por que você nunca reclamou? – ele perguntou passando a mão no queixo. Eu tentei evitar o olhar dele e mirei um ponto ao lado da sua cabeça.

    - Deixei umas duas mensagens com o zelador, mas você me ignorou.

    - Ah. Desculpe. – ele disse e eu notei que seus ombros caíram um pouco.

    - Tudo bem. Quase ninguém vem me visitar mesmo. Pelos menos, me sinto requisitada de vez em quando. Ainda estão tocando.

Ficamos um em frente ao outro, desviando nossos olhares. Como ele não se mexia, eu mesma andei até a porta e a abri. Tinha um homem alto de cabelo preto lá. O cabelo dele era longo e estava preso em um rabo de cavalo. Lembrava-me um pouco do Sasuke. Senti ele se aproximando de mim por trás bem no instante em que o estranho se virou para mim.

    - Não disse que era para você? – falei e vi que Sasuke estendia a cabeça sobre a minha.

    - Sasuke? – o estranho perguntou surpreso.

    - Itachi. Que hora ingrata para vir me visitar. – Sasuke respondeu e a resposta dele me intrigou, mas eu preferi não perder tempo tentando decifrá-la.

    - É ela? – o tal homem respondeu. Não sei se foi impressão minha, mas o tom dele pareceu extremamente mal educado. Tentei ignorar. Apenas não tinha ido muito com a cara dele.

Não vi a expressão de Sasuke, mas senti quando ele me abraçou e beijou o topo da minha cabeça. Acreditem, eu senti. Pensei ter visto o cara estreitar os olhos, mas logo a “poker face” estava de volta então eu duvidei.

    - Devia ser mais gentil com a minha noiva, Itachi. – Sasuke falou. O homem, então, estendeu a mão para mim e disse:

    - Eu sou Uchiha Itachi. Acho que também sou seu cunhado. Prazer em conhecê-la. – isso foi dito sem emoção nenhuma, como se ele estivesse recitando a mensagem de outra pessoa. Aquilo me fez sentir desconfortável, mas não tirei os meus olhos dos dele. Isso podia demonstrar fraqueza.

    - Pode me chamar de Sakura, cunhado. Foi bom te conhecer. – Dei uma leve ênfase na palavra “cunhado” e fui sincera com a segunda frase embora meus motivos não fossem os convencionais. Não sabia ao certo, mas tinha certeza que havia algo entre aqueles dois irmãos. Talvez uma rivalidade ou outra coisa do tipo. Eu senti que aquele homem que parecia tanto com Sasuke por fora, seria perigoso.

    - Já que você não parece que irá embora tão facilmente, - Sasuke falou apoiando o queixo no topo da minha cabeça – vamos para o meu apartamento porque a Sakura precisa dormir.

Sasuke se inclinou e beijou a minha bochecha com vontade e eu tinha certeza de que estava vermelha. Ele sussurrou algo como “não se preocupe” ao meu ouvido e saiu do apartamento. Despedi dele e do irmão e fechei a porta também. Era estranho, mas aquele encontro tinha me incomodado e eu não sabia explicar o porquê.

Fiquei mais um tempo acordada sem nenhuma vontade de continuar jogando. Desliguei o computador e o som. Revi o que quase tinha acontecido entre Sasuke e eu. Aquilo definitivamente não podia continuar. Porque eu queria um compromisso sério e ele não. Não podia me iludir com aquele sorriso charmoso e nem com aquele cheiro bom que ele tinha. Sentei no sofá sem saber o que fazer. Acabei deitando lá e fiquei olhando para o teto. Não queria admitir, mas no fundo eu esperava ouvir uma discussão do apartamento ao lado.

Dormi depois de um tempo. Quando eu acordei, já passava da meia noite. Fiquei em dúvida se o tal Itachi já teria ido embora e me envergonho de dizer que colei a orelha à parede, tentando captar algo. Demorei alguns segundos e depois de achar que estava sendo ridícula demais, desisti. Logo quando eu me preparava para ir dormir, ouvi algo como um gemido. Meu rosto esquentou no mesmo instante. Aliás, eu queria saber por que os maus pensamentos sempre chegam tão rápido. Tentei resistir a vontade de voltar a escutar. Minha prudência perdeu para a minha curiosidade. Voltei a escutar e ouvi o barulho outra vez. Franzi o cenho. Já tinha estado muitas vezes no hospital para reconhecer um gemido de dor.

Outro pensamento impróprio cruzou a minha mente. Será que o Sasuke era sado masoquista? Mordi o lábio corando. Resolvi voltar para a cama e esquecê-lo. No meio do caminho, achei que mesmo sendo uma noiva falsa, eu merecia algum respeito. Enchi-me de coragem e fui bater à sua porta. Ele demorou um pouco a abrir e eu me culpei. Deveria estar interrompendo algo. Pensei em voltar correndo para casa. Ele podia achar que era alguma criança passando um trote e não a sua vizinha maluca.

Já tinha virado o corpo quando a porta abriu. Ensaiei meu discurso de desculpas mentalmente, mas parei ao vê-lo. Sasuke estava branco como um papel e parecia meio debilitado.

    - Sasuke, você está bem? – eu perguntei dando um passo em direção a ele.

Ele abriu a boca para falar algo, mas então ficou ainda mais branco e saiu correndo. Aquilo me preocupou. Entrei no apartamento dele e fechei a porta atrás de mim. Procurei-o logo em seguida. Ele estava vomitando no banheiro e não parecia ter mulher nenhuma no lugar. Segurei a pontada de culpa e o ajudei a se sentar ao lado do vaso sanitário. Ele estava suando frio e fechou os olhos. Levantei e procurei no banheiro por um copo e pelo enxaguante bucal. Dei para ele beber.

    - Vamos. É água com enxaguante bucal para tirar o gosto ruim. – eu disse me agachando perto dele – Faz um gargarejo.

Sasuke segurou o copo sem a determinação costumeira e eu senti um pouquinho de pena dele. Depois de fazer o que eu mandara, ele apoiou o braço sobre a tampa do vaso e abriu os olhos para mim. Algo como um sorriso veio aos seus lábios.

    - O que faz aqui? - Ignorei o fato dele não ter agradecido e respondi.

    - Está brincando? Escutei os seus gemidos lá de casa. Vem, eu vou cuidar de você. – Depois de ter pensado tão mal dele, me senti culpada e resolvi ajudá-lo. Tentei fazê-lo levantar. Ele cambaleou até a cama e eu arrumei os travesseiros para que ficassem mais altos – Espera aqui que eu já volto.

Entrei no banheiro dele procurando entre os remédios qualquer um que tivesse bromoprida como princípio ativo. Sorri já imaginando o motivo da mal estar dele. Quando voltei para o quarto, os olhos dele me seguiram e ele limpou a garganta para falar.

    - Eu não quero te dar trabalho. – eu dei de ombros e passei os olhos pelo quarto procurando um copo de água.

    - Tudo bem, eu não ligo. – eu disse e saí para a cozinha buscando a água. Abri a geladeira e quase estaquei ao ver tanta comida cara. Tinha coisa ali que eu nem sabia que existia. Balancei a cabeça e voltei ao quarto com o copo cheio e o remédio. Ele tentou sorrir.

    - Tem certeza que já pode sair receitando assim?

    - Tudo bem. – eu disse afastando o remédio – Então você pode continuar aí passando mal. – dei de ombros e ele estendeu a mão.

    - Ok, me dá isso aqui. – ele disse e tomou o remédio. Tentei não rir, mas ele percebeu e perguntou – O que foi?

    - Eu disse para não comer aquela feijoada. – não agüentei a expressão dele e comecei a rir. Depois de um tempo, ele também riu um pouco – Quer que eu faça um chá de gengibre?

    - A idéia é eu melhorar? – ele perguntou com um olhar desconfiado e eu sorri.

    - Óbvio seu bobo! Minha mãe fazia para mim. – Meu sorriso murchou um pouco ao me lembrar da minha mãe e dos meus problemas familiares. Virei o rosto para que ele não visse a minha expressão e trotei para a cozinha. Sasuke não precisava de mais problemas naquele momento.


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