O Cara Da Porta Ao Lado escrita por EstherBSS


Capítulo 12
Capítulo 12 - Sakura




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Capítulo 12


Sakura


Quase não vi Sasuke essa semana. Ouvi os barulhos que ele fez ao chegar tarde na segunda e disse a mim mesma que não tinha motivos para ficar irritada. Afinal, Sasuke não era nada meu. Eu nem devia estar pensando mais nessas coisas. Infelizmente, as lembranças daquele domingo e do modo como acordaram na segunda insistiam em voltar a sua mente. Balancei a cabeça mais uma vez. Não podia pensar essas coisas enquanto jantava com outro homem. Era uma forma de traição. Gon e eu estávamos em um restaurante italiano que abrira recentemente. Terça, Gon tinha me ligado e pedido para que eu fosse com ele em um museu. E eu adorei o passeio que fizemos pelo parque na quarta. Quinta, eu fiquei em casa e Sasuke parecia não ter feito o mesmo. Sexta, Gon me chamou para ir ao cinema, mas eu disse que iria estudar.

Hoje, era sábado e eu tinha aceitado jantar com Gon. Ele era muito legal. Era gentil, divertido e carinhoso. Tudo o que eu queria em um homem. Deveria estar feliz. Deveria estar radiante. Deveria estar satisfeita com o que eu tinha. Mas eu não estava. Volta e meia a minha mente voltava ao Sasuke. Até o cabelo negro de Gon fazia com que eu me lembrasse do meu vizinho do 3B.

    - Você está distante essa noite. – Gon falou retirando-me dos meus pensamentos. Sorri sem graça.

    - Acho que estou sendo uma má companhia afinal. Desculpe.

    - Como anda a faculdade?

    - Bem. Estudando como uma louca, mas estou indo bem. Você conseguiu a vaga naquele curso? – perguntei e bebi um gole de vinho. Eu não gostava de beber, mas não tinha como evitar fazê-lo em um restaurante tão chique.

    - Era sobre isso o que eu queria falar. – Gon capturou minhas mãos entre as dele e fez movimentos circulares com os dedos – O curso não é aqui. Ele fica em outra cidade. Eu devo ficar uma semana fora.

    - Fico feliz que tenha conseguido. – eu disse suavemente. Estava mesmo feliz. Ele era estudioso e esse curso o ajudaria muito, pelo que eu tinha entendido.

    - Sakura, - Gon falou e ele parecia nervoso, talvez até um pouco ansioso – eu não quero que você pense que isso é uma desculpa para me livrar de você.

    - Eu não penso não. – nem tinha pensado nisso até ele falar – Eu sei que você precisa fazer o curso.

    - Você é tão incrível. – Gon falou baixo e depois olhou direto nos meus olhos – Eu quero ir sabendo que existe algo sério entre nós. Quero que seja minha namorada. – sorri levemente e tive a sensação que eu deveria estar muito mais feliz do que eu realmente estava. Eu estava contente, mas na verdade deveria estar radiante – Eu sei que só estamos juntos há uma semana, mas você é a mulher mais incrível que eu já conheci. Eu estou apaixonado por tudo em você. Não quero um relacionamento passageiro. Já falei sobre isso com você. Quando eu voltar, já estarei empregado então pretendo pedir você em noivado.

Engasguei com o vinho. Estava confusa comigo mesmo. Era exatamente isso que eu queria. Eu não desejava um cara responsável para casar? Então por que eu me sentia tão estranha. Gon interpretou mal a minha reação e disse:

    - Ah, me desculpe. Eu sou tão ruim com as palavras. Eu só... só queria ter certeza que você soubesse que a quero como esposa algum dia.

    - Gon... – eu comecei sem saber o que diria.

    - Por favor, me perdoe. Eu estou aqui falando sem parar e você deve estar se sentido meio oprimida. – ele passou a mão no cabelo nervoso. Não tinha nem metade do charme que Sasuke emanava ao fazer o mesmo. Não. Não. Não. Nada de pensar em Sasuke. Precisava pensar em Gon.

Quando eu disse que ficaria muito feliz em ser a namorada dele, quase noiva e um dia esposa, Gon se inclinou sobre a mesa e me beijou suavemente. Não tinha muito que dizer. Ele se aproximou e tocou meus lábios com os dele. Eu estava me sentindo tão mal. Isso porque eu o comparara a Sasuke no mesmo instante. E Gon tinha perdido em cada quesito que eu consegui pensar.

Ele me beijou de novo quando nos despedimos. Apesar dele parecer muito feliz, eu sentia como se tivesse cumprido uma obrigação e nada mais. Ele reclamou por não me levar em casa, mas eu disse que preferia o táxi. Não sabia por que, mas eu não queria que ele fosse ao meu prédio.

Dentro do táxi, minha cabeça parecia uma bagunça. Eu pensava em nada e em tudo ao mesmo tempo. Milhares de perguntas rodavam a minha cabeça. Por que eu tinha que sonhar todas as noites com Sasuke? Por que eu tinha que ficar em lembrando da sensação de ter o corpo dele sobre o meu? Por que o beijo de Gon não conseguia despertar nada em mim? Por que eu me lembrava de cada coisa que Sasuke fazia a cada hora do dia? Eu já estava me tornando patética. Eu até já tinha comparado o modo como Gon passava manteiga no pão com a maneira com que Sasuke fazia.

    - Moça, você está bem?

O motorista do táxi perguntou e eu percebi que estava chorando. E quando eu notei isso, não consegui mais parar. Meu corpo balançava por causa dos soluços e eu me sentia uma idiota completa. Cobri o rosto com as mãos e ignorei o pânico do motorista. Eu só queria estar nos braços de Sasuke. Eu queria beijá-lo como nunca e enrolar minhas pernas em volta dele. Eu queria sentir o corpo dele sobre o meu e seus braços ao meu redor. Praguejei ao entender finalmente o problema. Nenhum outro homem, por melhor que fosse, conseguiria provocar em mim as mesmas sensações que Sasuke provocava.

    - Eu o amo.

Minha voz saiu não sei de onde. Estranhamente, a vontade de chorar passou depois que eu falei aquilo em voz alta. Paguei ao motorista e pedi para que ele me deixasse por ali mesmo. O vento frio da noite foi quase reconfortante. Ele ajudou a esclarecer a minha mente. Estava apaixonada por ele. Eu sentia falta dele. Ao mesmo tempo em que me alegrei por perceber a verdade, uma nuvem de tristeza cobriu meus olhos. Sasuke não queria casar. Ele não era do tipo de homem que viveria com uma mulher até ficar velhinho. A idéia de Sasuke velhinho ao meu lado trouxe um sorriso triste ao meu lado.

Eu caminhava pela rua. Estava a uns seis quarteirões do prédio. Sonhava acordada com Sasuke quando senti minha nuca pinicar. Sabe aquela sensação de que estamos sendo observados? Olhei para trás e vi três homens andando normalmente pela rua. Nós quatro éramos as únicas pessoas na rua então, pensei, devia ser normal eles olharem para mim. Acelerei o passo apenas para garantir. Dobrei a esquina e quase entrei em pânico quando eles fizeram o mesmo que eu mais duas vezes.

O medo bateu bem forte. Eu podia ouvir o som dos passos deles atrás de mim. Olhei para trás e percebi que eles também andavam rápido. Apertei meu casaco contra o peito e tentei pegar meu celular sem que eles percebessem. Acho que eles perceberam porque começaram a correr em minha direção.

    - Merda!

Gritei e saí correndo com tudo o que podia. Olhei para trás e percebi que só dois me seguiam. Onde estava o terceiro? Virei a rua onde ficava a padaria. Eles me ajudariam lá com certeza. Parei incrédula quando reconheci o terceiro deles em uma moto. Dei meia volta e comecei a correr.

    - Socorro! Socorro! Por que ninguém abre as malditas janelas?

Meu salto quebrou e eu me livrei dele enquanto corria. Enfiei-me em um beco apertado, na qual a moto não passaria. Nem parei para pensar em como a adrenalina me deixava ninja. Saltei contra uma grade e a pulei facilmente. Tentei discar os números enquanto corria. Podia ouvi-los gritando que eu não escaparia. Liguei para a emergência.

    - Estou sendo perseguida! – gritei assim que a mulher pareceu atender.

    - Ok, senhora. Fique calma. Por que exatamente pensa que está sendo seguida? – olhei incrédula para o telefone

    - Talvez por que tenha três idiotas correndo atrás de mim.

    - Tem certeza de que não os conhece? – a mulher perguntou e eu perdi a paciência. Xinguei ela e desliguei.

    - Oi gatinha! – uma voz de homem soou atrás de mim. Saquei meu spray de pimenta e lancei-o virando de costas. – Ah, sua filha da puta!

Dei um chute entre as pernas dele e saí correndo. Olhei para trás e vi que os outros dois tinham alcançado o cara. Peguei o telefone e liguei para o celular do Sasuke. Caiu na caixa postal de tanto chamar. Lembrei me que ele tinha dito que se isso acontecesse era porque ele estava trabalhando. Será que ele estava em um caso especial? Dane-se! Estava correndo perigo aqui. Liguei de novo e de novo. Ele atendeu no terceiro toque.

    - Sakura, estou interrogando um assassino. – ele disse e eu percebi que estava chateado – Preciso trabalhar. Tchau.

    - NÃO OUSE DESLIGAR NA MINHA CARA, SASUKE! – eu gritei o mais alto que pude. Acho que isso o surpreendeu porque ele suspirou e falou:

    - Seja rápida. Preciso mesmo trabalhar.

    - EU TAMBÉM QUERO QUE VOCÊ TRABALHE! QUERO QUE SE ARME ATÉ OS DENTES E VENHA AQUI ME SALVAR!

    - Qual o problema? – ele pareceu ter entendido o desespero na minha voz.

    - ESTOU SENDO PERSEGUIDA! E UM DELES ESTÁ ARMADO! ESTOU CORRENDO E MINHAS PERNAS JÁ ESTÃO DOENDO! – ok, admito que eu não tinha certeza se eles estavam armados, mas eu queria que ele entendesse o meu desespero. Ouvi alguns barulhos altos e pessoas gritando do outro lado da linha.

    - Onde? Onde você está?

    - SEI LÁ? JÁ NEM SEI MAIS. EU ESTAVA INDO POR UMA RUA, MAS UM DELES TEM UMA MOTO E EU TINHA QUE DESVIAR E AÍ FIQUEI PERDIDA E ESTOU COM MEDO. – achei minha voz um pouquinho histérica.

    - Sakura, ligue o GPS do seu celular. – Sasuke parecia o mestre da calmaria. Comecei a imaginá-lo sentado com os pés na mesa e bebendo cerveja enquanto falava comigo.

    - MEU CELULAR NÃO TEM GPS! AI MEU DEUS!

    - Sakura, fala comigo. O que aconteceu?

    - A MOTO. O CARA... OH, MERDA – o cara tinha pegado a moto de volta e corria atrás de mim. Tirei o celular do ouvido para que eu conseguisse pular outra cerca. Minhas pernas estavam cortadas e os ferimentos ardiam. Pensei que a minha chance de pegar tétano era alta. Quando pus o telefone na orelha de novo, Sasuke falava:

    - SAKURA! SAKURA!

    - RECONHECI A RUA! – eu ofegava – TEM A ACADEMIA DO GOTO! ISSO FICA A SETE QUARTEIRÕES DO PRÉDIO. SASUKE, EU TÔ COM MEDO. ESTOU OUVINDO ELES SE APROXIMAREM.

    - Eu já estou indo, Sakura.

Recriminei-me. Tinha corrido tanto e ainda tinha conseguido me afastar do prédio. Procurei um lugar que servisse de esconderijo com os olhos. Dei alguns passos quando braços fortes me seguraram e uma mão suja tampou minha boca. Meu celular foi arrancado de mim e eu vi o rosto sorridente de um dos homens ao usar o meu celular.

    - A gatinha não pode falar agora não. Mas eu passo para ela quando nós terminarmos.

Ele desligou e meus olhos ficaram nublados com as lágrimas. Senti um deles apertar meu seio com força e me descontrolei. Soquei o cara atrás de mim e quando ele me soltou surpreso, me lancei contra o da frente. O homem que eu tinha atacado com o spray de pimenta antes era o mesmo que tinha pegado o meu telefone e ele parecia esperar minha revolta. O soco dele doeu e eu caí no chão. Meu rosto doeu e eu toquei a região um pouco abaixo do olho. Doeu tanto que eu chorei. Alguém me puxou pelo cabelo fazendo com que eu arqueasse o corpo para trás.

O cara do spray de pimenta parou na minha frente e mandou o outro me soltar. Ele colocou uma arma na minha testa antes que o outro obedecesse. O metal estava mais frio do que nunca contra a minha pele. O cara me deu um tapa e mandou eu parar de chorar. Um deles puxou meu tornozelo e eu vi, desesperada, o outro abrir a calça.

Eles viraram a cabeça ao ouvir um barulho de motor e eu implorei para que fosse Sasuke. O alfa Romeo preto dele brilhou na esquina e senti esperança. O cara do spray tirou a arma da minha testa e atirou contra o carro. Sasuke também atirou e um dos caras caiu segurando o braço. Aproveitei o susto deles e me joguei contra o cara da arma. No susto, ele deixou que ela caísse.

Ele se virou para me atacar, mas foi derrubado com um soco. Gemi de alívio ao vê-lo. Estava fardado e usava um colete escrito FBI. O cara que tinha começado a abrir a calça tentou derrubá-lo. Sasuke fez um movimento evasivo e o agarrou pela gola. Empurrou a cabeça dele contra o próprio joelho e eu ouvi barulho de alguma coisa quebrando. Ouvi sirenes e vi que outros carros de polícia se aproximavam. Quando os três estavam no chão, Sasuke se virou para mim e eu me joguei nos braços dele.

Eu precisava tanto daquele abraço. Sasuke ergueu meu queixo delicadamente e olhou o meu rosto. Ele tinha os dentes trincados e eu podia sentir a raiva pela tensão dos músculos de seu pescoço.

    - Qual deles fez isso com você? – engoli em seco e percebi que ele não ficaria satisfeito até saber.

    - Aquele ali. – apontei o cara que se levantava com esforço – E ele pôs uma arma na minha testa também!

Sasuke se virou lentamente para o cara. Ele o fez levantar com uma mão e com a outra já começou batendo. Ele parecia bem assustador naquele instante. Foram necessários cinco policiais para tirarem o bandido das mãos de Sasuke. Quando ele viu que não poderia mais descontar a raiva, ele me abraçou de novo.

Fui ao departamento no carro de Sasuke. Ele dizia palavras doces, mas eu ainda estava nervosa. Ele estacionou em frente e eu esperei que ele viesse abrir a porta. Eu queria ser um pouquinho mimada também! Ele passou os braços ao meu redor e entramos assim abraçados. Senti alguns olhares sobre mim. Digo, vários olhares sobre mim e comecei a imaginar como deveria estar a minha aparência. Ele me levou até uma sala bonita cujas paredes eram de vidro permitindo a visão do resto do departamento. Sasuke me sentou em um sofá macio e se agachou na minha frente. Ele segurou as minhas mãos na dele e parecia preocupado.

Ele me perguntou várias vezes se eu estava bem ou se precisava ir a um médico. Disse que estava melhor agora e ele analisou meus ferimentos nas pernas e braços com uma careta.

    - Queria ter batido mais nele. – Sasuke falou frustrado. Seguei o rosto dele com as mãos e encostei minha testa na dele.

    - Fiquei tão feliz quando te vi. – eu disse baixinho e Sasuke beijou as minhas mãos – Mas antes eu fiquei com muita raiva porque eu achei que você iria desligar na minha cara.

    - Sakura, me desculpa. – Sasuke olhou nos meus olhos e notei que ele implorava com os olhos – Estou tão arrependido.

    - Está tudo bem. – eu falei e acariciei o rosto dele. Sasuke fechou os olhos e meu dedo parou no canto da boca dele.

    - Sakura? – eu e Sasuke olhamos para a porta onde aquele amigo louro dele estava nos olhando – Você está bem?

    - Estou melhor agora, Naruto. – eu respondi e ele pareceu feliz por eu ter me lembrado do nome dele. Ele estendeu a mão para tocar meu rosto, mas Sasuke agarrou o braço dele.

    - Por que está todo mundo olhando para mim? – perguntei tentando desfazer a tensão entre os dois. Sasuke olhou para a parede de vidro e praguejou ao constatar que praticamente todo o departamento olhava para nós. Ele caminhou até a porta e falou alto:

    - É porque você é a mulher mais linda que eles terão oportunidade de olhar em toda a vida deles.

Naruto riu e Sasuke puxou uma espécie de cortina. Outro homem entrou antes que Sasuke terminasse o serviço. Também o reconheci. Era o tal do Shikamaru se eu não me engano.

    - Está tudo bem, Sakura?

    - Sim. Obrigada por se preocupar. – eu disse e forcei um sorriso.

    - Vocês estão cansando a minha noiva. – Sasuke falou e voltou a segurar minhas mãos.

    - Seu pai está te chamando. Ele quer que você termine o interrogatório. – Shikamaru falou ainda da porta.

    - Dane-se o assassino! Sakura precisa de mim. – Sasuke falou irritado.

    - A gente fica com ela, Sasuke. – Naruto se ofereceu. Eu apertei a mão de Sasuke.

    - Tudo bem, eu espero você aqui. Eu vou ficar bem. – falei tentando não demonstrar a minha vontade de ficar com ele. Ele só saiu depois de insistirmos muito. Shikamaru me perguntou se eu queria algo e eu pedi um copo d’agua. Enquanto bebia, Naruto me contou o que acontecera.

    - Sasuke parou o interrogatório e se afastou a um canto para atender ao telefone. Achei que o pai dele ia matá-lo com o olhar.

    - Só que o Sasuke ficou branco e socou o vidro da sala com tanta força que até rachou. – Shikamaru comentou.

    - Aí todo mundo ficou parado sem saber o que fazer. – Naruto continuou – Sasuke caminhou para fora da sala que nem um louco. Acho que nunca tinha visto ele tão nervoso.

    - E ele socou o chefe quando ele tentou pará-lo. – Shikamaru falou e eu olhei para ele de boca aberta.

    - Ele fez isso? – perguntei surpresa.

    - Quer parar de estragar a história que eu estou contando? – Naruto reclamou com o outro – Bom, Kakashi foi tentar pará-lo e fazer com que Sasuke voltasse para o interrogatório. Só que ele o ignorou. Quando o chefe pôs as mãos no ombro do Sasuke, ele se virou e o socou. Passou aqui, pegou as chaves e um colete e saiu com o carro, cantando pneu. Depois ele ligou e disse que era para mandar algumas viaturas.

    - Se eu não o tivesse visto bater no bandido, eu não conseguiria acreditar nisso. – eu falei sincera.

    - A gente também. – Shikamaru falou.

    - Conheço Sasuke desde pequeno e nunca o vi tão irritado que nem ele estava hoje. – Naruto concordou com o outro – Os paramédicos falaram que ele quebrou a mandíbula do cara que te atacou.

    - Estão fazendo hora extra hoje? – perguntei e apertei meu casaco com frio. Naruto percebeu e abriu um dos armários de Sasuke para pegar um cobertor e uma caixinha de primeiros socorros.

    - Acharam o principal suspeito e nos chamaram. – Shikamaru falou e Naruto estendeu o cobertor a minha volta.

    - Vocês têm até um cobertor aqui! – exclamei surpresa.

    - Essa sala é do Sasuke. – Naruto falou – Ele passa muito tempo aqui e por isso ele trouxe muitas coisas para quando ele precisasse ficar por aqui.

    - Vocês não fazem o mesmo? – perguntei abrindo a caixa de primeiros socorros.

    - A gente não fica muito aqui. É que... – Naruto hesitou e olhou para Shikamaru.

    - O que? – perguntei curiosa.

    - Não fale com o Sasuke. – Naruto pediu e esfregou o cabelo – Sasuke detesta ficar sozinho então ele passa a maior parte do tempo aqui trabalhando.

    - Então por que ele mora sozinho? – perguntei. Naruto me olhou decidindo se devia me contar ou não.

    - Ele fez isso para fugir dos pais.


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