A Sombra Do Príncipe 1 escrita por Peamaps


Capítulo 4
Capítulo 4




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/193258/chapter/4

 Peamaps 310112

Dedicado à uma certa amante da raça dos Ents. Celinha, um anjo.

Capítulo 4

*

O som dos cascos se aproximavam cada vez mais. Elrohir abaixou sua flecha. O cavaleiro era solitário e seu irmão, que tinha uma mira mais aguçada, daria conta do recado. Mas ele não se desfez da flecha e aguardou em alerta.

Cabelos esvoaçantes negros e belos foram vislumbrados por entre as árvores e instantaneamente, todos souberam que se tratava de um elfo. Sua elegância era inegável e o cavalo de raça era um dos tipos que só os elfos montavam. Mas demorou mais um pouco até que eles conseguissem ver quem estava na montaria. Correndo depressa por claramente os seguirem, o cavaleiro mantinha-se curvado e assim não era possível ver seu rosto.

Ao vê-los ali o elfo se ergueu.

-Arwen! - Elladan gritou. Ele estava furioso. - Por Valar, o que está fazendo aqui?

Ele deixou o arco ir ao chão e Legolas se contorceu um pouco. Jamais usava sua arma mas tinha grande paixão pelo objeto.

Arwen olhou-os surpresa. Estava ofegante e suas bochechas muito rosadas por causa do vento.

-Irmão... - Ela tentou. - Eu lhe disse que iria com vocês. Como vocês saem assim sem me avisar?

Elladan deu uma olhadela por cima do ombro, parecendo envergonhado com os restantes.

-Dan? - Elrohir perguntou.

-Eu não acho que isto é uma... atividade adequada para você irmãzinha. - Ele respondeu.

-Do que está falando? Quantas vezes ela derrotou você na espada? - Elrohir ralhou.

-O que? - Legolas riu.

Arwen aproximou seu cavalo, até encarar o gêmeo mais velho:

-Ah então isso foi coisa sua não é? Quantas vezes preciso lhe provar que não sou mais uma criança?

Legolas viu os olhos azuis de Arwen faiscarem e admirou-a, enquanto se sentia pequeno já que até uma mulher tinha mais experiências do que ele em acampamentos.

-Arwen, você sabe que só quero protegê-la. - Elladan ergueu uma sobrancelha, fazendo uma imitação perfeita do pai deles.

-Eu não preciso de proteção e você sabe disso. Além do mais, você não pode me proteger para sempre.

-Disso eu não tenho dúvidas. - Elladan olhou para Estel de relance. - Mas eu vou continuar tentando.

Arwen afastou-se emburrada e seu cavalo seguiu em frente. Mas ela suavizou sua expressão quando chegou ao lado do príncipe de Mirkwood e ele sentiu-se flutuar como sempre o fazia quando era envolto pela luz dela. Os dois cavalgaram lado a lado, aumentando a velocidade. Arwen não olhou para trás, mas Legolas sim e trocou um olhar malicioso com Haldir. O guarda imaginou que Legolas queria dizer com aquele olhar, que ele é quem gostaria de estar ao lado dela nesse momento e imaginou novamente, de onde o príncipe havia tirado essa ideia.

Chegaram então à uma mata mais densa. As árvores pareciam se inclinar sobre eles e se não conhecesse aquele lugar, Elrohir acharia que eram Ents. Após mais algum tempo, eles se depararam com uma grotesca forma. Era toda branca e sem um desenho definido. Gigantesca e ocupando mais de cinco árvores. Aqueles que vieram de Rivendell observaram boquiabertos.

-Teia de aranhas gigantes. - Informou Haldir. - E onde elas existem também por perto estarão suas construtoras. Lorde Elrohir!

O gêmeo mais novo se aproximara e ainda não satisfeito, desceu de seu cavalo.

-Eu só quero dar uma olhada. Já ouvi falar nas aranhas gigantes que vocês tem de lutar contra, mas você nunca imagina que tamanho exatamente elas tem. - E acrescentou distraidamente. - Me chame apenas de Elrohir, por favor.

-É melhor não se aproximar tanto. - Haldir saltou de seu cavalo. - Repare no tamanho delas. Elas conseguem prender uma pessoa, e acredite, elas gostam mais de nós do que de animais.

-Impressionante. - Ele ergueu a mão para perto da nojenta teia mas parou assustado à voz que se fez, muito atrás dele.

-Elrohir!

Toda a pessoa que era Elladan transbordava liderança e com seu irmão não era diferente. Ele conseguiu com que o seu gêmeo saísse de seu transe imediatamente. Haldir respirou com mais facilidade. Ele e Legolas observavam ao redor. Só eles sabiam o quanto tais aranhas conseguiam se camuflar nas folhas dos topos das árvores, quase fundindo-se com elas e desaparecendo.

-Você é louco. - Legolas riu.

-Ora meu Príncipe. - Elrohir fez um gesto dramático. - Quando mais conhecer coisas novas, mais curioso será, você vai ver.

-Você sabia que elas podem estar em qualquer lugar neste momento? E que, embora elas não se deem bem, elas podem atacar juntas? Após imobilizar a … comida, então elas vão lutar entre si para competirem e se você sobreviver a primeira etapa, certamente não o fará na segunda.

-Vejo que você tem bastante conhecimento sobre elas. Talvez tenha ficado curioso como eu então, algum dia?

-Não... eu vi o resultado do que elas fazem. Eu tratei de guardas que foram atacados por elas. - Ele disse desanimado. - É isso que sou. Fico aguardando no palácio como uma donzela até os guerreiros voltarem.

-Seu pai manda para que você trate de suas feridas? - Elladan indagou.

-Não. Eu faço por que quero. Não tenho muita coisa para me manter ocupado.

-Meu pai jamais impediu-me do desenvolvimento e aprendizado. - Arwen murmurou. - Embora Elladan tenha tentado. - Ela disse sem se fitar o irmão. - Sinto muito Las.

-Ora, eu estou acostumado. - Legolas fez, embaraçado por mergulhar na sua tristeza novamente. A última coisa que iria querer era estragar o passeio.

Após passar a última hora em silêncio, Legolas perguntou:

-Ainda estamos em Mirkwood?

-Estamos. - Respondeu Elladan. - Uma promessa que não iremos quebrar à seu pai é que não sairemos de suas terras. Agora quando iremos levá-lo de volta, isso não irei cumprir.

-Onde já se viu? Acamparmos fora por uma noite... - Elrohir fez irritado. - Quando começamos à levar Estel para caçar Orcs, nós só voltávamos dois meses depois.

-E uma vez meio ano depois. - Estel riu.

-Ah isso é porque, é claro, você se meteu em confusão. - Elladan empurrou o irmão humano, que teve que tomar cuidado para não cair do cavalo.

Todos riram e Legolas não pode deixar de invejá-los. Ele ouvira um pouco da história de Estel. Ele perdera o pai e então, a mãe, talvez por isso mesmo desejasse caçar aquelas criaturas horrendas pois eles foram a causa do porque ele era um órfão. Mas ao menos ele encontrara os melhores irmãos que alguém poderia desejar. E até... o melhor pai. Ele suspirou, sufocando o ardor que se fez em seu coração. E como era comum acontecer, ele viu que Haldir o observara com angústia, mas mudara sua expressão depressa quando descobrira ser observando. Ele sorriu tristemente para o guarda mas desviou o olhar, condenando-se por conseguir entristecer-se até numa bela tarde como aquela: morna pelo sol, o céu limpo e companhia agradável.

Os gêmeos deixaram Estel escolher onde iriam acampar naquela noite. Com orgulho, os gêmeos observavam aquele que era tão mais jovem do que eles mas que possuía os mesmos talentos para a sobrevivência na natureza.

Legolas saiu de perto de todos, com a desculpa de ir procurar gravetos e madeira morta para alimentar a fogueira. Estel precisaria do calor enquanto ele mesmo teria um momento para tirar o sorriso forçado que segurara o dia inteiro no rosto.

A noite já caíra e apenas as estrelas iluminavam seu caminho. Aqui e ali ele encontrava no chão o que queria mas pegava os galhos lentamente, ganhando tempo antes de ter que voltar para junto dos outros. Então ele ouviu passos. Sua mão foi para trás à procura de uma flecha, como estava tão acostumado mas não encontrou-as às costas. Então se lembrou. Ele sacou a espada de Elladan, surpreendentemente leve e trêmulo, manteve-a à frente de si na diagonal.

Estel saiu do meio das árvores.

-O que está fazendo aqui? - Ele perguntou horrorizado.

-Eu estava seguindo-o. - O homem respondeu.

O humano se aproximou depressa e tomou a espada de suas mãos:

-Você não vai precisar disso VerdeFolha.

Em breve, Estel venceu a distância entre eles e continuou avançando, forçando Legolas à ir para trás, até que suas costas bateram em uma árvore e Legolas ficou prensado entre o tronco e o homem.

-O que você quer? - Ele indagou com os olhos arregalados de medo.

O homem se moveu um pouco e seus corpos se esfregaram. Legolas ofegou, sentindo um calor que ele jamais testemunhara antes:

-Pare Estel! - Ele tentou afastar o outro mas sentia seus membros fracos.

-Me chame de Aragorn. - Disse o homem, agora com o rosto muito próximo ao do elfo. - Quer que eu pare? - Ele sorriu e os olhos azuis do príncipe desceram até seus lábios. - Pois eu não acho não.

Aragorn levou sua mão até o pescoço longo e pálido e apertou dois dedos ali.

-Se você não quisesse isso, então sua pulsação não estaria tão rápida. Eu diria. - Ele então levou o dedo indicador até os lábios de Legolas. - E sua boca não estaria entreaberta. - Então ele assoprou o belo rosto e o príncipe fechou os olhos. - E você não sentiria prazer quando eu fizesse isso.

Os olhos de Legolas se abriram depressa. Ele se surpreendeu com a ousadia de Aragorn. Seu rosto estava quase colado ao seu e finalmente ele reagiu. Usando as duas mãos ele lançou o homem para longe dele.

-Eu já lhe mandei parar. - Ele disse com dificuldade.

-Por que você resiste?

-O que você quer de mim?

Aragorn franziu o cenho, parecendo não compreender a criatura à sua frente. Então com um leve sorriso enigmático, virou de costas e se foi.

Legolas ficou ali, respirando forte e tentando controlar o quanto seu corpo tremia.

Temendo continuar sozinho por mais tempo, ele começou à coletar gravetos com afinco então e voltou para o acampamento. Elladan e Elrohir sentavam-se próximos um do outro e falavam baixinho. Estel ou Aragorn havia tomado seu lugar entre Arwen e Haldir, o último ergueu a cabeça para fitá-lo e em seu olhar havia alarme. Legolas nunca fora bom em esconder alguma coisa mas desta vez teria de dar um jeito. Ele chegou perto do fogo e jogou os gravetos.

-Hum...não Las... - Elladan lamentou. - Nós jogamos eles devagar.

-Oh, me desculpe. - Ele disse e seu olhar foi sozinho até Aragorn. Mas o homem estava distraído e não o olhou. - Eu vou buscar mais... Haldir? Você vem comigo?

Haldir se ergueu prontamente.

-Não, imagina. - Elrohir se levantou, puxando a mão estendida de seu irmão para ajudá-lo. - É normal não saber uma coisa dessas. Eu e Dan vamos pegar mais.

Legolas murmurou seu agradecimento e Haldir indicou-lhe um lugar para se sentar:

-Venha. Descanse um pouco. - Ele disse.

Ele viu o lugar e não queria ficar ali. Haldir indicava para ele se sentar bem ao lado de Aragorn e ele fingiu sede para ir até outro canto, onde havia a garrafa de água e enquanto bebia, ali se sentou.

-O que vamos comer? - Aragorn indagou.

-Vocês não esperaram por mim mas nem sabem como fazer isso sozinhos. - Arwen ralhou indo até seu cavalo.

-Lembas! - Haldir exclamou alegre.

Arwen consentiu e trouxe o embrulho com ela. Todos comeram com vontade. Legolas sentia sua face ruborizar ao notar que Aragorn estava observando-o. Ele virou então o rosto discretamente e apenas um pouco para que o outro parasse de olhá-lo comendo.

Elladan e Elrohir retornaram e Legolas assistiu como eles faziam. De vez em quando eles jogavam um ou outro novo galho seco.

Era gostoso observar o fogo crepitando alegremente. E a luz parecia ter um efeito hipnótico sobre ele pois mais do que depressa, Legolas ficou com sono. Ele tentou mas não conseguiu segurar seu bocejo. Os gêmeos e Arwen olharam para ele indulgentes, de um jeito que o fez sentir como um bebê e ele envergonhou-se.

-Oh, Las está com sono. - Arwen realmente parecia vê-lo como uma criança.

-Não, não. - Ele disse depressa. - Só estou um pouco cansado.

-Isso é normal. - Haldir colocou a mão sobre seu ombro. - Você não está acostumado à cavalgar tanto, Las.

-Quer saber de uma coisa? Eu vou dormir também. - Elrohir se espreguiçou. - Não conseguia dormir por causa de ontem...

-O que teve ontem? - Arwen perguntou.

Os gêmeos se entreolharam depressa.

-Nada Arwen.

-Me diga. Por que sempre me deixam de fora? - Ela indagou indignada.

-Eu não estou acostumado à dormir fora de casa. Os sons da floresta tiravam meu sono. - Elrohir disse em tom definitivo.

Arwen olhou para o gêmeo mais velho então mas ele não tirava os olhos do fogo. Ela deu os ombros.

Apenas Aragorn preparou uma cama para si, que consistia em um pano para se deitar em cima e uma coberta para dormir. Todos os outros, amantes da natureza, iriam se deitar sobre a grama que deixava o chão fofo. Com exceção de Arwen:

-Eu vou montar guarda. - Ela disse.

-Ah você não vai não. - Elladan disse depressa. - Eu não vou dormir e dou uma olhada. Depois Elrohir continua.

-Imagina senhores, eu montarei guarda. - Haldir disse. - E ficarei a noite inteira, estou acostumado.

-Não Haldir, descanse. - Legolas pediu.

Uma discussão começou e Aragorn entrou no meio pois sua fraqueza de ser humano começara à ser discutida e ele queria provar que também aguentaria ficar acordado a noite toda.

Então uma flecha zuniu por sobre as cabeças deles, por pouco não atingindo Arwen. No mesmo instante, Elladan saltou sobre ela e caiu por cima da irmã. Quando assegurou que ela não havia se ferido, ele começou à sacar suas flechas uma após a outra, numa velocidade incrível.

Legolas viu que apenas a humildade do filho de Elrond fez com que ele dissesse que precisava de treino em arquearia. Elrohir em breve se juntara ao irmão.

Ele sentiu um puxão no braço e logo estava em pé. Haldir então o empurrou:

-Rápido, Lass, se esconda atrás daquelas árvores.

-Não! Eu vou lutar!

-Você ainda não está preparado. Pegue Arwen e se esconda, rápido!

Lembrando-se da querida Evenstar Legolas até pensou em seguir o comando pois se preocupava com ela. Mas ao vê-la brandir sua espada, que ele nem imaginava de onde saíra, ele desistiu no mesmo instante.

Haldir já corria em direção ao ataque, confiando que os gêmeos lhe dariam cobertura e Legolas sacou sua espada, sem ter ninguém para impedi-lo. Ele correu atrás de Haldir, apavorado que o guarda tenha ido sozinho, mas alguém puxou seu cabelo e ele caiu para trás. Era Elladan que o olhava desaprovadoramente:

-Mas você não vai mesmo!

Ele viu o rosto severo de Elladan quase que por cima dele.

-Fique aqui e defenda Arwen, se quiser mesmo lutar.

O elfo moreno então arrancou a espada de sua mão e esqueceu ou de propósito mesmo, levou o arco também. Legolas olhou em volta desesperado.

Então ele viu um mar negro se aproximar do acampamento. Na escuridão, seres que não andavam reto, eram até pequenos mas não menos assustadores tinham suas presas para fora. Olhos amarelos, ferozes e reptilianos fitavam o grupo com uma fome animal.

Eram Orcs!

Ele nunca os vira de perto. Os corajosos guardas de Mirkwood às vezes retornavam com cortes de espadas, e pior ainda eram as marcas de garras e dentes em suas peles. Essas eram as feridas que jamais cicatrizavam completamente, tamanho o ódio dos Orcs por sua raça. Mas agora Legolas os via. E por tantas vezes que ele vira aqueles elfos que ele tanto amava mas jamais falavam com ele machucados e sempre sem poder fazer nada, agora ele se regojizava pela chance de arrancar-lhe as cabeças. Então como se as coisas acontecessem devagar, ele viu uma adaga voar pelo ar. Legolas correu com tudo o que tinha mas sabia que não chegaria à tempo. Distraída com um Orc que já a alcançara, Arwen falhara em ver a ameaça. A lâmina perfurou seu braço e entrou. Com um grito horrível de se ouvir, ela saiu do lugar onde estava quase indo ao chão. Aragorn gritou seu nome e a amparou. Ele largou sua espada e levou a irmã consigo. Legolas estava ali no instante seguinte, empunhando a espada de na mão. Algo como um choque percorreu seu pulso mas ele não deu atenção à isso. Pois no instante seguinte, Legolas brandiu a lâmina e com um grito louco se lançou em direção ao monte de monstros.

Uma cabeça voou e pelo canto dos olhos ele viu um risco escuro cortar o ar. O sangue daquelas bestas era quase negro. Ele arrancou o braço de um, girou graciosamente e seu braço ganhou força e velocidade. Duas cabeças foram acertadas, uma ficou presa ao Orc e outra voou pelos ares. Três deles recuaram por um instante, mas voltaram logo à atacar com toda a força. Legolas agachava e se esquivava, para então ficar ereto novamente e matar seus inimigos com seus giros e movimentos élficos que faziam seus cabelos esvoaçarem como saia. Haviam mais de uma dezena no chão já e ele continuava matando mais.

Ele ouviu muito próximo dele, embora não pudesse enxergar, o som metálico de lâminas se encontrando. Algum de seus amigos ou todos eles, retornavam, atacando por trás conforme os Orcs se moviam para frente e na direção de Legolas.

Ele não sabia por qual força estava tomada, mas um golpe seu era quase sempre capaz de dar cabo de três Orcs de uma vez. E em breve eles venceram.

Legolas ofegava quando dois pares de olhos o fitavam. Ambos estavam em estado de choque. Eram Elladan e Haldir.

-Legolas... - Fez Haldir.

-Por Valar... - Elladan ofegou.

Elrohir chegou logo em seguida. Em seus olhos cinzas também havia a mesma surpresa aque agora seu irmão tinha.

-Elbereth Las! - Elrohir gargalhou animado. - Você matou mais Orcs que nós!

Diferente de seu irmão, Elrohir recuperou-se rápido da visão que tivera. Apertando o ombro do príncipe franzino, ele o agitou. Legolas riu. Ele mesmo estava surpreso com sua atuação.

-Oh não! - Elladan correu até Aragorn, que trazia Arwen amparada.

Só então Legolas reparou que Arwen ralhava irritada, tentando se desvencilhar dos braços do humano:

-Eu estou bem Estel! Me deixe!

Elladan caiu dolorosamente por sobre os joelhos, ao lado da irmã. Ele parecia controlar-se até os últimos nervos para não abrir a boca. Suas mãos tremiam tanto que Legolas sentiu compaixão por ele. Ele descobrira ali a única coisa que podia fazer tal admirado guerreiro, tremer. Como curandeiro, Elladan já estava cuidando do ferimento e evitava a todo custo olhar para a irmã. Arwen se debatera quando estava com Estel, mas agora ela parecia uma criança culpada. O remorso aparente na forma como ela olhava receosa para o irmão mais velho.

Elrohir se aproximou da irmã.

-Eu estou bem, - ela informou com doçura. Mudando drasticamente sua atitude.

Talvez ela achasse que Elladan estava certo, afinal. Legolas pensou.

-Eu sei que está. - Elrohir também aprendera a arte de cura do pai, e olhava o ferimento. - Mas os Orcs tem veneno em suas lâminas e foi mais isso, e não o corte que muitas vezes matou o guerreiro.

Arwen engoliu seco e olhou temerosa para Elladan. Aragorn trouxe água quente que ele estivera aquecendo sem que ninguém percebesse. E saiu novamente, desta vez para a mata.

Mais tarde retornou com várias ervas, que na qual ele mascou e enfiou na ferida, causando calafrios em Legolas. Arwen foi valente e não emitiu som algum.

Elladan fechou seu curativo sem em momento algum, olhar para a irmã. Legolas imaginou que talvez aquilo fosse pior do que levar uma bronca. Arwen estava mortificada e ele teve certeza que ela não mais desobedeceria o herdeiro de Rivendell, ou ao menos, não por muito tempo.

Desta vez Elladan montou sua guarda, mas então ele ficou em pé, apoiado com um pé em uma árvore e abraçado ao arco de Legolas. O príncipe observou o amigo até que o sono viesse e o tomasse.

*

Na manhã seguinte, Legolas despertou devagar mas sentou-se depressa, sentindo-se até tonto ao notar que todos estava acordados. Ele se sentia minúsculo e infantil próximos à aqueles guerreiros. Então ele se lembrou de como lutara na noite anterior e sorriu para si mesmo, muito orgulhoso de si.

Longe de casa, ele por um instante quis o que qualquer um iria querer em seu lugar: retornar e contar seus feitos. Mas não havia ninguém. Seu pai quase o mataria se soubesse que ele saiu de seu quarto com o olho roxo, e Haldir, o único que ficaria feliz com a notícia estava logo ali. Legolas observou-o. Haldir estava de cabeça baixa, comendo frutas distraidamente. Só então ele notara que o guarda tinha um leve corte no rosto e sua manga também estava rasgada de uma forma como se uma lâmina tivesse passado por lá.

-Você se machucou. - Legolas disse.

Haldir olhou-o distraidamente. Então levou sua mão próximo ao corte no rosto.

-Está tudo bem.

-Mas e quanto ao veneno?

-Eu acho que me machuquei com um galho de árvore. Acredita nisso? - Haldir riu. - Você se saiu melhor do que eu ontem à noite, querido Las.

-Eu não corri até eles assim que os vi. Eu fiquei com medo. - Legolas completou baixinho.

-Sente-se aqui, - Haldir bateu o chão ao seu lado.

Legolas se ergueu e rapidamente estava ao lado do guarda, que colocou a mão sobre seu ombro.

-A forma como você lutou ontem Las... Eu nunca vi ninguém lutar assim. Não sabe do orgulho e admiração que senti.

A forma como o príncipe arregalou os olhos encheu Haldir de ternura. Ele nem fazia ideia. Ele não revelara tudo, porém. Haldir não dissera que Legolas formara o quadro mais lindo que ele já vira, e que a mesma admiração que ele sentira estava nos olhos de Elladan também.

-Eu fiquei furioso quando eles machucaram Arwen.

-Você é modesto. E isso é bom. Serás um grande rei um dia. - Haldir apertou ainda mais sua mão. - Mas vejo também que é um grande guerreiro. Eu nunca soube.

Legolas desviou o olhar sentindo seu rosto queimando embora a manhã estivesse fria.

-O que temos para comer?

-Lembas.

-Você gosta disso, eu não.

-Eu achei algumas frutas por aí. - Haldir abriu a outra mão.

De frutas Legolas gostava e ele as devorou com gosto.

Elladan, Elrohir e Aragorn retornaram nesse instante. Os três tinham os cabelos molhados e pingando.

-O que vocês estavam fazendo? - Legolas indagou surpreso.

-Tomando um banho. Tem um lago muito próximo daqui. - Elrohir respondeu, torcendo suas madeixas. - Nosso andarilho aqui é que o encontrou. - Ele indicou Aragorn com orgulho.

Por um momento Legolas fixou seu olhar no humano que o observava com intensidade, e então quebrou o contato.

Haldir decidiu imitá-los e quando terminou, Legolas foi se banhar. Mas sentiu-se ser observando o tempo todo mas por fim viu que imaginava coisas.

Legolas retornou ao acampamento tirando o excesso de água dos cabelos loiros quando de repente notou que não vira Arwen ainda. Ao invés de retornar ele foi até onde eles haviam deixado os cavalos para descansarem. Como os elfos os tratavam bem, seus cavalos não precisavam ser amarrados e não fugiam.

Arwen cuidava deles, conforme ele imaginara. Ele se aproximou não na forma dos elfos, mas fazendo seus passos serem ouvidos para não assustá-la.

-Você está bem? - Legolas perguntou quando ela o viu.

-Bom dia Las. Estou ótima.

-Você já trocou o curativo? Como estava o ferimento?

-Eu não vou precisar trocar até mais tarde. Não se preocupe, eu sei que estou bem. Elrohir exagera. Muitas vezes os Orcs colocam veneno nas espadas e flechas pois essas acertam o inimigo, mas eles não tem tempo para fazer o mesmo com as adagas.

-Eu fico aliviado.

-É para mim aprender... -ela olhou em volta, em tom de conspiração. - ...à ouvir Elladan. Toda vez que ele fica bravo, eu realmente me machuco. Mas nunca um Orc chegou perto de mim. Acho que realmente não nasci para ser uma guerreira. É difícil, sabe Las, crescer entre tantos homens. Eu sempre desejei ser mais como eles mas após quatro mil anos devo aprender que meus talentos repousam em outros lugares.

-Você lutou bem.

-Elladan, Elrohir ou até mesmo Este, um humano, jamais estariam distraídos assim. Eu cometi o erro de dar as costas aos Orcs e olha só o que aconteceu. - Ela moveu um pouco o braço machucado, indicando-o. - É, desta vez Elladan ganhou. Sabe, você não deve discutir com ele: Elladan sempre está certo.

-Ninguém está sempre certo.

-Isso é verdade. Mas o mesmo não acontece com Elladan. Ele tem algum tipo de visão eu acredito. Se ele ficou furioso por eu ter aparecido ontem, ele tinha razão de estar. Ontem poderia ter terminado bem pior. Se não fosse a estranha força que o tomou Las, eu não sei como teria terminado a noite. Eram muitos Orcs para tão poucos de nós.

-Eu acredito que foi ter visto você ser atacada.

-Não Las, você está sendo humilde. Ninguém luta como você. Sim, você desacredita. - Ela disse notando a expressão dele. - Mas a verdade é que apenas uma pessoa parecia com você, pois você lutou com a bravura de um lobo e a agilidade de um felino. O único assim é o Lorde Glorfindel.

Legolas abriu a boca, pasmo. Com certeza alguém tão frágil e covarde como ele jamais poderia se comparar à tão grande mito.

-Arwen, por favor. - Ele exclamou, horrorizado.

-Eu só digo a verdade. - Ela continuou acariciando o cavalo. - Quando formos à Rivendell, contarei isso à Glorfindel. Ele certamente iria querer treiná-lo, aprimorar suas habilidades.

-É um de meus sonhos, poder conhecer Rivendell, ver o famoso Lorde e guerreiro, matador de Balrogs.

-Ah você adoraria ele. - Arwen riu. - Todos o amam. Ele parece intimidador no começo, mas é apenas porque ele carrega tanta sabedoria dentro de si, como também tantas lembranças amargas de tempos que nós nem conhecemos, que ele às vezes esquece de todo o resto. Quando você o vê pensa estar na presença de alguém de outro mundo, o que de certa forma, não deixa de ser verdade.

-Um dia eu irei conhecê-lo.

Arwen havia se virado para ele enquanto Legolas estava distraído, quando seus olhos estiveram perdidos à distância, tentando ver como Glorfindel seria. Quando voltou à si, Legolas assustou-se com a proximidade dela:

-Por que você nunca vem à Rivendell?

-Ah... eu... - Ele começou confuso. - Meu pai...

-Las, ele não está mais aqui. Eu sei que há algo muito errado entre você e seu pai, qualquer um vê isso.

-Qualquer um? - Ele indagou em pânico.

-Bem não. Mas quem se preocupa com você como eu, - e então ela tomou a mão dele entre as duas suas. - O que é essa mancha em seu olho Las?

Instantaneamente o elfo abaixou a cabeça, mas ela segurou-o pelo queixo e ergueu seu rosto. Ela estava tão próxima agora e Legolas nunca vira elfa mais linda. Mas seus olhos pareciam arder sua alma, ela definitivamente conseguia enxergá-lo e ele tentou a todo custo esconder a negrura em que ele estava mergulhado. Para começar, ele deveria quebrar o contato visual.

Ela o deixou ir.

-Eu me machuquei Arwen. Não se preocupe.

-Eu acho que sei o que acontece com você.

Legolas engoliu seco, parecia haver algo em sua garganta, sufocando-o. Ele não respondeu.

-Ele odeia você.

A cabeça dele tombou e ele ficou fitando seus próprios pés. Por que era tão óbvio assim? Ele não queria que as pessoas tivessem pena dele. Mas agora era tarde. Ele só precisava garantir que Elrond nunca se desse conta ou talvez ele fosse o responsável pelo início de uma guerra entre Rivendell e Mirkwood.

-Por favor, não conte à seu pai...

-Nunca.

Então ele sentiu algo quente próximo a ele e quando ergueu a cabeça, já estava sendo envolvido em um abraço. O perfume dela era mais doce do que qualquer aroma que ele tenha sentido na vida. Ele fechou os olhos e inalou. Ele nunca viajara, não conhecia muitas coisas e se lamentou por não saber que cheiro ela tinha. Poderiam ser flores, frutas, ervas, mas ele não sabia.

Talvez algum poder emanava dela pois Legolas sentiu uma força quase dominá-lo, ou talvez fosse somente aquele conforto. Seus olhos arderam e ele os fechou, mas a coisa que estava em sua garganta parecia descer até seu peito e tudo se tornou mais forte do que ele poderia aguentar. A primeira lágrima caiu, mas a segunda não demorou à vir. Em breve, contra sua vontade, ele estava chorando copiosamente, encostando seus lábios no pescoço dela para que o lamento não escapasse sua boca. Ela acariciava suas costas de cima à baixo, dizendo-lhe palavras de conforto.

Assim como tudo começara rápido, em breve, a sensação mais forte do que ele mesmo se fora e ele conseguira se controlar. Afastando-se, ele limpou o rosto nas mangas:

-Perdoe-me, Arwen.

-Não há nada que perdoar. Você carregou essas coisas sozinho tempo demais.

Legolas olhou-a com admiração.

-E realmente você é a luz dos Elfos, pois sua força limpou toda a minha alma e o som de sua voz acalmou-me o coração.

Ela lhe deu um sorriso triste e pousou sua mão morna por sobre seu rosto:

-Eu quero que você fique bem, querido Las. Você não sabe o quanto é amado.

-E eu amo você. Todos vocês. - Ele segurou a mão dela por baixo da sua.

Quando retornaram para junto dos outros, eles viram Elladan e Aragorn duelarem com a espada. O som estridente de lâmina com lâmina ecoando por todo lugar. Haldir e Elrohir se entreolharam, rindo e Legolas os imitou, sentindo todo o peso de sua alma ter ido embora como jamais aconteceu antes. Arwen operara algum milagre nele e sua admiração pelos elfos de Rivendell só crescia. Tão diferente do inferno que passavam ali.

Mirkwood não era feliz. Os elfos respeitavam mas temiam Thranduil e embora o rei defendesse seu povo e cuidasse para que não lhes faltasse nada, eles viviam na escuridão. Mais e mais elfos morriam ou voltavam feridos das fronteiras e pareciam lutar uma guerra sem sentido.

Seu pai era tão diferente de Elrond. O elfo não era racista como seu pa, chegando até a adotar um humano. Seu pai odiava os homens. Ele tinha a certeza de somente uma coisa: pelo valor certo, os humanos faziam de tudo. Ele era desconfiado com Anões mas odiava os Homens e todos sabiam disso. Ele nem imaginava porque Elrond trouxera Estel ali.

Aragorn se movia com uma rapidez quase élfica, mas Elladan o vencia por alguns segundos à sua frente. Observando os dois lutarem, Legolas realmente achou que Elladan lia o futuro mas talvez estivesse apenas acostumado demais e sabia o que Aragorn faria em seguida.

Por fim Elladan deu um giro elegante e acertou a Narsil. Surpreso, Aragorn viu-a ir ao chão e no instante seguinte, Elladan apontou a ponta de sua espada no pescoço do humano. Aragorn bufou.

-Você venceu de novo... irmão. - Ele mostrou os dentes.

Elladan fez uma reverência para disfarçar seu sorriso triunfante. Então Elrohir se aproximou, então bateu sua espada na do irmão:

-Já que ele é tão bom Estel, vamos lá, eu e você contra Dan.

Elladan nem se alterou e bateu sua espada de volta, aceitando o desafio.

Os três se moviam com rapidez e leveza, mas por mais que Elrohir e Aragorn, juntos tentassem quebrar suas defesas, era impossível.

Por fim, Elladan conseguiu a incrível proeza de vencer seus dois irmãos.

-Eu não acredito! - Legolas fez estupefado enquanto se sentava ao lado de Haldir.

Aquilo deveria realmente se chamar de aventura, pensava Legolas. Eles continuaram seguindo e contornando a fronteira, lentamente direcionando de volta ao palácio enquanto os dias e noites passavam. Legolas temia que seu pai fosse procurá-lo e descobrir que ele não estava lá, mas toda vez que fazia isso a rebeldia que ele não sabia que possuía se fazia arder novamente e ele sentia o medo, sua companheira tão constante desde que ele se entendera por gente, sumia. Mas seu pai geralmente se acalmava depois de espancar-lhe e Legolas tinha semanas, até meses de paz depois disso pois ele não o procurava mais. Legolas não sabia se Thranduil sentia-se culpado ou não, mas quando machucava o filho para valer ele geralmente não queria vê-lo nem nas refeições.

Então ele se lembrou da criada que levava a comida a ele, três vezes por dia. E se ela contasse ao rei?

Legolas sentiu um mal-estar. O medo que ele conseguira suprimir todo esse tempo voltara com toda a força. Ele sentiu um frio na espinha e então tudo ficou escuro.

-Legolas! Legolas!

Lentamente ele despertou da escuridão, ouvindo alguém chamar-lhe. Aos poucos os sentidos retornaram e ele percebeu que era chacoalhado também.

Haldir o segurava, os olhos do guarda coberto de lágrimas:

-O que foi Haldir? - Ele despertou depressa.

-O que foi que você desmaiou. Caiu do cavalo e machucou-se!

Finalmente Legolas sentiu algo molhado em seu rosto e levou a mão:

-Não toque. - Elladan apareceu no seu campo de visão. - Estou fazendo o curativo.

-Nem comer direito seu pai permite é? - Elrohir disse irritado.

Toda vez que a relação entre seu pai e ele era mencionada, Legolas se retraía mas todos os rostos apareceram para ele agora e ele viu que ali, todos sabiam da verdade. Do que adiantaria mentir agora?

-Geralmente... Mas eu também não tenho muita fome.

-Claro que não. Se vive sempre deprimido. - Arwen disse revoltada.

Legolas viu que ele gostava do rosto de Estel e fitou-o com carinho. O homem desviou o olhar e ele sentiu uma leve pontada no peito.

Elladan terminou o curativo e ajudou-o à se sentar.

-Las, vou dizer à meu pai que iremos partir mas eu e Elrohir ficaremos para trás. Quando você for fugir, venha até onde acampamos da primeira vez que nós estaremos esperando por você lá.

-Não. É perigoso, os Orcs... - Legolas suplicou.

-Eu não sei o que os Orcs faziam lá, mas eles deveriam estar só de passagem. Não há porque entrarem em Mirkwood e não acredito que eles vão voltar à rondar por aqui.

-Não Dan. - Legolas pediu. - Volte para casa. Quando eu puder fugir e não houver suspeita que vocês tem algo à ver com isso, então eu e Haldir iremos sozinhos.

-Não. - Elrohir sacudiu a cabeça. - É muito arriscado. Nós ficaremos e meu pai não irá nos negar alguns guardas.

Legolas retrucou ainda várias vezes, mas por fim os gêmeos disseram que ficariam ali esperando para sempre se fosse preciso. Então decidiram finalmente voltar. Não havia mais sentido continuarem a aventura uma vez que Legolas enfrentaria outra ainda maior e real em sua fuga.

-Não há como você ficar. Ele vai matar você, mais cedo ou mais tarde. - Arwen acariciou os sedosos cabelos de Legolas.

-Sim eu vou fugir. Só esperava que vocês não arriscassem suas vidas no processo. - Legolas lamentou.

-Se nós não ficarmos, você e Haldir morrerão. - Elladan disse com dureza. - Há Orcs patrulhando as terras, só dois de vocês não serão páreos. É isso que você quer? E Haldir arriscaria sua vida para lhe salvar.

Legolas olhou para Haldir, que não se manifestara, respeitando sua posição como realeza e Legolas odiava essa barreira entre eles. O que ele decidisse seria acatado por Haldir e ele o seguiria até sua própria morte se preciso.

-Está bem, obrigado. - Ele aceitou a derrota novamente.

Eles então cavalgaram sem descanso para dormir, apenas parando de vez em quando para deixar os cavalos beberem água. O palácio apareceu à vista e eles levaram os cavalos até o estábulo.

Chegando em seus aposentos com Haldir, Legolas parou petrificado. A criada estava lá.

Ela estava sentada em sua cama e... comia sua comida!

Legolas arregalou os olhos e teve um daqueles momentos raros, que quase nunca acontecia: ela olhou em seus olhos.

A elfa correu até a frente dele e ajoelhou-se:

-Perdão meu príncipe, por favor, perdoe-me.

Legolas puxou-a pela mão quando conseguiu se recuperar da surpresa, mas ainda assim ela não o encarava. Segurando em seu queixo, ele ergueu o rosto dela, obrigando-a à olhá-lo:

-Calma... está tudo bem. Por que pede perdão?

Ela olhava de Haldir para ele, horrorizada.

-Eu... eu...eu não avisei à seu pai sobre seu sumiço... Mas se levasse suas bandejas cheias de volta, todos suspeitariam.

-Mas por que você tem feito isso? - Legolas indagou.

Ela olhou-o em súplica. Os olhos verdes cheios de lágrimas.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Deixe seu review ^_^, obrigada.