Espiando O Futuro escrita por Juliana


Capítulo 16
Capítulo Quinze


Notas iniciais do capítulo

SINTO MUITÍSSIMO PELA DEMORA MEUS QUERIDOS E QUERIDAS! >
Podem me bater. Podem me matar. Podem me jogar no fogo e me fazer ajoelhar no milho, pisar no Lego, me pendurar de cabeça pra baixo durante um dia inteiro, me fazer beber água corrente do bebedouro por dois minutos, me obrigar a ficar um mês sem tomar banho. Qualquer punição!
EU MEREÇO! Ç_Ç Eu fui uma péssima autora com vocês. Eu esqueci quando minhas provas chegaram e eu peguei Exame, eu tive que estudar, entrei em férias está segunda e fiquei pensando todos esses dias no que iria escrever pra agradar vocês.
O pior de tudo era que o capítulo já estava quase pronto, mas ainda faltava alguma coisa. Faltava alguma coisa e ainda acho que falta, mas já deu pra encher linguiça um pouquinho.
Então, eu vou parar de falar e deixar vocês lerem o capítulo quinze que foi tão encantado para lançar!
Boa Leitura!;S



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/193249/chapter/16

-EU VOU MATAR O WALLY! – Zatanna esperneou andando de um lado para o outro no salão no qual Ártemis deveria estar a cerca de duas horas e meia para começar a se preparar para o casório – AQUELE MOLEQUE ME PAGA!

-Ficar fazendo escândalo não vai afetá-lo. – Bárbara disse inteligentemente, o cabeleireiro trabalhando fielmente nos cachos rubros caindo elegantemente sobre o roupão de seda de uma das pupilas de Bruce Wayne (nada como apresentar o cartão platina do amigo/sogro/mentor/pai/quebra-galho como garantia).

-A não ser que ele seja Conner ou Clark ou eu. – Kara dizia aborrecida, não comentando a respeito da vida de herói dos rapazes e a audição aguçada. Após tudo lhe ser explicado, a loirinha de dezoito anos não acreditava o quão cara de pau aquele ruivo podia ser e não entendia a razão de ele ter mentido para ela. Entretanto, depois de seu primo mais velho ter-lhe explicado a situação e Conner ter lhe dito que havia assustado o moleque, tudo estava um pouco melhor.

-Talvez por telepatia... – o lado marciana branca desabrochava em M’Gann conforme ela apoiava seu corpo caucasiano contra o mogno da criado-mudo da parede do salão.

-Nada disso, gente. – Dinah entrou na sala, colocando ordem no barraco como sempre.

Apesar dos anos terem passado e ela ter perdido seu esposo, Dinah Lance-Queen continuava sendo uma mulher maravilhosa, de força incrível e beleza espantosa – e o quanto aquela pessoa trabalhava era um absurdo a falta de existência de rugas em seu rosto quase de vinte e cinco anos. Nenhum fio branco a vista nos cabelos nunca tingidos e olhos azuis claros ainda funcionavam tão bem quanto antes, mas os óculos eram inevitáveis graças a seu novo emprego como professora de faculdade – ler os garranchos de meio milímetro era uma tarefa tão difícil quanto brigar mano a mano com Arrasa Quarteirão, mas ela dava pro gasto.

O vestido caro já estava no armário junto com os das madrinhas e parecia que a única que não havia chegado ainda era Jade, mas Roy já havia ligado avisando a Canário Negro que ela se atrasaria por ajudá-lo a enfaixar o ombro já que Conner havia feito o favor de arremessá-lo do outro lado da Caverna – não que fosse demorar muito mais do que meia hora. Além do dela, Canário também ajeitava o vestido de outra pessoa na arara enquanto ela fazia seu caminho para a sala...

Uma mulher de cadeira de rodas, assim como Babs, entrava na sala e as mulheres começaram a se acalmar a presença da mãe de Ártemis, Paula Crock. A mulher era bela, mas a velhice havia alcançando-o já, contrastando com Dinah. Cabelos pretos esbranquiçados, olheiras debaixo dos olhos amendoados que Ártemis e Jade haviam herdado; lábios rubros finos acompanhados de um sorriso tímido enquanto ela rolava para perto de uma das paredes, envergonhada por estar atrapalhando o momento amigável das garotas – a mulher havia male mal conhecia as amigas da filha, mas podia dizer que as características de cada uma os seus nomes e lembrar-se do quão divertidas e animadas eram essas garotas. Dinah sendo, tecnicamente, sogra de Jade e tia de Ártemis havia arrastado a mulher para o salão para que ela também pudesse se arrumar para o casório da caçula.

-Mantenham-se focadas e pensem que tudo vai dar certo que vai acontecer! – a loira mais velha alertou-as esperando sua vez para fazer o cabelo – Logo mais, logo menos nossa noiva vai chegar e aí nos vamos enchê-la de pompa e circunstâncias como vocês sempre quiseram fazer!

-Por que? Ártemis ainda não está aqui?! – Paula questionou preocupada, agora entendendo a razão das madrinhas estarem tão elétricas – Ó meu Deus, aconteceu algo com ela?!

-Não! – todas berraram em uníssono e Paula não arriscou a fazer outro comentário negativo.

-Isso é complicado de explicar... – Zatanna suspirou enquanto todas faziam o mesmo, procurando por palavras para tentar fazer com que a mãe entendesse.

-Na verdade, é bem simples! – Kara tomou a frente, fazendo seu caminho devagar até Paula e se posicionando em frente à senhora, inclinando-se e cochichando em seu ouvido para que ninguém mais pudesse ouvir – O Wally de quinze anos viajou no tempo e está tentando destruir o casamento da sua filha.

-O QUE?! Por que ele faria uma coisa dessas?!

-Grande, Kara! – Zatanna murmurou aborrecida contendo uma mão de estapear atrás da cabeça da loira adolescente – Agora você deixou-a mais preocupada do que antes!

-Não é como se ela não fosse notar! Vocês já até arrumaram um smoking pra ele usar durante a cerimônia. Qualquer um saberia que aquele menino ruivo de olhos verdes é o Wally cuspido e escarrado! – a loira bufou, cruzando os braços sobre os peitos e sentando-se no sofá ao lado de Dinah.

-Menos você... – as madrinhas disseram em murmúrios fazendo com que a kriptoniana corasse e as ameaçasse de morte.

-Parem de brincar, vocês! – Dinah mandou colocando ordem no barraco de novo – Como vamos explicar o que aconteceu para todos que perguntarem a respeito do Wally? E os amigos da faculdade e do colégio? Pessoas que o conheceram e a família dele?

-Nossa, difícil. Os West são tantos... – Paula comentou baixinho, fazendo todos rir – É sério, meninas.

-É, pessoal. Vai ser complicado. – Dinah sorriu encabulada e encurralada.

-x-

O herói de uniforme rubro estreitou os orbes verdes enquanto esperava que a arqueira ficasse de pé – seu outro eu estava esperando o mesmo gesto depois de ser pego num abraço carinhoso com sua futura esposa. Coisas acontecem quando menos se espera e, querendo ou não, o Wally de vinte e cinco anos tinha toda a razão do mundo de estar com ciúmes. O seu eu mais novo queria que aqueles gestos fossem um pouco mais aprofundados.

-Você... – o Flash foi interrompido.

-Flash. – a loira iniciou o assunto após limpar a garganta e caminhar sinuosamente até o herói, parando em frente a ele com um sorriso malicioso em lábios e trocando um olhar entre seus orbes tempestuosos com as íris esmeraldinas – O que está fazendo em Gotham? – ela murmurou fazendo teatro e Wally parou os braços duros ao lado de seu corpo formoso, tentando não encarar o moleque irritante ao seu lado.

-Eu soube que precisavam de ajuda. – ele rebateu fuzilando Wally.

-Tudo está certo por aqui, Flash. Estamos prontos para ir. – KF respondeu, tentando amenizar o clima. Entretanto o seu eu mais velho já estava avançando para cima de si com um soco formado nos punhos rápidos e atritando-o com o nariz coberto do adolescente – AI!

-EI! – Artemis gritou depois que o garoto caiu para trás e o Flash bufou nervoso. Ela se pôs entre os dois e parou a ponta de seu arco contra os abdomens preparados do herói, forçando-o a vê-la – O que foi isso?! Qual o seu problema?!

-Asa Noturna contou tudo! – o mais velho resmungou encarando seu eu que choramingava e tentava massagear a ponte de seu nariz. O adolescente ergueu os orbes verdes para encarar os adultos e deparou-se com uma faceta decepcionada em seu rosto mais másculo – Como pôde?! Como ousa exigir tal pergunta?! Quem é você pra impedir um casamento que você nem sabe como é que pôde existir?!

-Flash, pára! – Artemis tentou, mas Wally esticou-lhe uma mão espalmada parando entre seus corpos e pedindo para que ela o deixasse falar. A arqueira somente suspirou e retirou o arco dentre os dois após ver o moleque colocando-se de pé.

-Você... – o Flash apontou para o assistente e Wally tremeu com o dedo grosseiro cutucando seu peito direito, tendo a certeza de que um roxo se formaria naquele local – Não sabe de nada! Não tem o direito de interferir num futuro que não é somente seu, moleque!

-Eu sei! – Wally respondeu nervoso estapeando a mão inconveniente de si que o estava incomodando. Artemis arregalou os olhos com o comentário, chocada, e o noivo apenas relaxou um pouco a respiração nervosa – Ta legal?! Eu sei! Eu sinto muito por isso! – era óbvio que Wally estava tentando controlar sua voz, mas os tons mais finos e mais altos eram inevitáveis. Ele estava admitindo um erro e não tinha orgulho maior ferido do que o dele; um ferimento que ele podia ainda ter controlado se não fosse por sua impulsão ridícula e a negação em seus pensamentos. Depois de todo aquele papo cabeça com a mulher de sua vida, agora, ele podia dizer, mesmo que fosse bem incomodo – Eu estava em negação, não sabia o que dizer! Não quero que isso aconteça mais! Não quero!

-E o que te fez mudar de idéia? Puberdade?! O fato de que você um dia vai... – e Artemis encarou-o inconformada com a pergunta. Ainda bem que o Wally mais velho percebeu o olhar de fuzil e parou por aí – Só por interesses desses tipos?! Porque, sinceramente, vindo de um menino como você é só isso que eu posso imaginar!

-Pára, Flash. – Artemis continuou e o cutucou com o seu arco de novo, chamando atenção para ela e deixando-a falar. Na verdade, ambos os Wallys ficaram espantados com o envolvimento da garota na briga, apesar de ser por sua causa o atrito estar acontecendo. Eles não esperavam que ela fosse manifestar-se por um deles, ainda mais pelo adolescente – Nós conversamos. E você sabe muito bem o que eu penso disso.

-Não sei não! – Wally rebateu nervoso, deixando sua voz vacilar e tremer com a insegurança. Artemis arregalou os orbes cinza e Wally de quinze anos apenas franziu uma de suas sobrancelhas – Não sei se você vai achar que eu não te amo mais depois de ouvir o que ele tem a dizer; não sei o que você pode pensar de mim quando ele terminar de falar o quanto ele odeia você no passado! Não sei! E eu tenho medo que você abra mão de mim por alguém que não sabe da missa a metade pelo que nós passamos juntos! – o Flash pegou pela mão da mulher num piscar de olhos e abaixou a cabeça, não permitindo que seus olhos avistassem os dela.

-Ei... – o adolescente só observou a partir do momento em que seu outro eu abriu seu coração daquela forma. A mulher deu um passo à frente e pegou o queixo musculoso do rapaz, erguendo-o um tanto para que seus olhares se trocassem. O Flash mordeu os lábios e a feição que tomou a cara de Artemis era de extrema determinação, confiança e seriedade – Quando eu disse que eu te amava depois de você me contar que seria um velho gordo, rabugento, fedorento e preguiçoso, você ainda teve qualquer duvida desses sentimentos?!

O adolescente, sinceramente, sentiu-se envergonhado depois da tal declaração e resistiu ao impulso de virar-se de costas e ignorar o assunto atrás de si; mas quando Artemis fechou a distância entre os dois e cerrou um beijo profundo e simples, as mãos do Flash envolvendo-a pela cintura e aquele leve rubor saindo abaixo da máscara cobrindo as bochechas do super-herói, Wally teve          que parar e analisar a cada detalhe daquele gesto, pois ele estava certo de que se lembrar daquilo seria o melhor pra ele.

Eles se separaram lentamente e Kid Flash relutou em sair correndo e deixar os dois a sós, mas alguma coisa chamou sua atenção e foi então que seus olhos caíram no horizonte atrás do casal. Orbes arregalados e choque percorrendo por toda a face do ruivinho, o assistente limpou a garganta para chamar a atenção dos olhares tempestuosos e cintilantes para si, sorrindo sem jeito e procurando por palavras certas à dizer – não que sua impulsão não tivesse atrapalhado sua linha de raciocínio.

-Er... Sem querer ser chato, mas... – Wally engoliu em seco quando seu eu mais velho fechou a cara e o encarou – O sol já está se pondo e creio que vocês tem um compromisso logo mais... Né?! – o rapaz continuou, passando o peso do corpo de um pé para o outro numa sincronia abalada. Artemis arregalou os olhos e voltou seu olhar para o super-herói com um sorriso frouxo nos lábios.

-Ainda vamos ter um compromisso? – ele suspirou apoiando sua testa coberta pela malha contra a dela.

-Ta brincando?! – a mulher disse provocativamente, sorrindo-lhe com os lábios repuxados maliciosamente. Um sorriso formoso já espalhou nos lábios orgulhosos do Wally de 25 anos – Eu não perderia nunca um casamento! Ainda mais sendo o meu!

O Flash gargalhou e beijou-a de leve novamente, abraçando-a por fim e despedindo-se da heroína. Wally suspirou e sentiu que um peso havia saído de seus ombros. Quando avistou Artemis saindo correndo para a beirada do telhado simplesmente a seguiu, mas levou um susto e um tombo quando o Flash apareceu ao seu lado posicionando um de seus pés a sua frente. Após rolar e gritar de dor, o adolescente sentou-se no chão e encarou o homem a sua frente, olhos verdes estreitados e nariz entortado enquanto uma face não muito divertida pairava no Flash.

-Por que RAIOS você fez isso?! – Wally gritou irado e levantou-se do chão com dificuldade, fingindo estar machucado.

-Deixa de frescura que tu não tem moral nenhuma, moleque! – o Flash gritou – E quem disse que você vai com ela?! Ver a noiva antes da hora dar azar e você já não é a minha pessoa favorita hoje! – o Wally mais velho saiu correndo em direção contrária a de Artemis e KF seguiu-o, sempre na cola.

-E pra onde você vai me levar?

-Você sou eu. Você vem comigo se arrumar pro casamento.

-Vou?! – o garoto chocou-se com o convite inesperado.

-Vai. Todo mundo já sabe que você ta aqui e o que você aprontou. – o adolescente arregalou os olhos e tremeu com o comentário enquanto o adulto ria baixinho para si, satisfeito com a reação da criança – Supey quer ter uma conversinha contigo antes da cerimônia. – e um sorriso maldoso tomou conta dos lábios do Flash enquanto o garoto apenas engolia em seco envergonhado.

Que reviravolta foi essa, Wally não entendeu, mas uma coisa ele estava certo: ele estaria presente em seu casamento – e ele iria estar presente com um olho roxo e costelas quebradas.

-x-

A voz do computador soou pela caverna anunciando a chegada de alguém realmente inesperado. Robin franziu as sobrancelhas enquanto ele e Superboy aguardavam as meninas estarem prontas na sala, assistindo a televisão estática. Kaldur já estava pronto depois que Canário Negro o ajudou (ela estava ocupada demais limpando a área hospitalar para se juntar as crianças na sala), mas na cozinha, bebendo água e planejando o que fazer – ele não havia prestado atenção em quem havia acabado de chegar.

-Oi. – um vulto vermelho deu a volta no sofá e parou na frente de Conner e Robin, assustando aos jovens – Como vão vocês? – ele perguntou rapidamente e o Kriptoniano estava prestes a responder quando o herói continuou – Ah, fico feliz! Então... Viram o Wally por aí?! – Flash dizia empolgado andando de um lado para o outro do chão a frente do sofá, seus orbes azuis direcionados para os dois assistentes de cabelo negro.

-Er... – Conner iria responder, mas foi interrompido novamente quando risadas femininas eram ouvidas descendo o corredor do lado da cozinha e até o Flash parou para olhar.

M’Gann e Artemis apareceram na sala arrumadas para a missão – duas lindas jovens mulheres em vestidos longos e que realçavam suas belezas. Um assovio baixo saiu dos lábios de Robin quando M’Gann soltou da mão da sua “Irma terrestre” e rodopiou mostrando o vestido que Batman havia trazido para ela: um manga curta escorregava de um de seus ombros enquanto o tecido solto e leve do vestido verde-água  era amarrado em sua cintura com um cordão dourado, lembrando uma toga. O cabelo da marciana que era uma caucasiana ruivinha preso numa trança enraizada pairava na lateral de seu pescoço contornado por uma gargantilha dourada que acompanhara o vestido junto de pare de brincos maravilhosos – a maquiagem ela apenas materializou junto com sua aparência humana e Conner estava sorrindo tão apaixonado para sua namorada que Artemis jurou sentir inveja.

Entretanto, pares de diversos olhos estavam esgueirando-se pelas curvas torneadas da arqueira adolescente quando o seu vestido azul-marinho colado ao corpo, sem alças e com uma fenda aberta na lateral de uma de suas pernas definidas a deixava, de fato, uma mulher fatal. Os orbes cinza tempestuosos eram contornados por delineador forte e uma sombra prateada com poucos pingos de ouro (lembrancinha do Batman); os lábios carnudos rosados brilhavam com toda a sua glória; os cabelos da garota, apesar de inexplicável e quase impossível, estavam num coque alto, com fios pendendo do penteado e levemente cacheados. Os sapatos estavam matando-a, mas ela tinha de admitir que eram maravilhosos – perfeito salto alto em veludo brilhante azul, um tom mais claro que o vestido, de uns quinze centímetros.

Claro que Artemis sendo Artemis reclamou sozinha ao ver que o seu vestido era extremamente, em sua opinião, vulgar para ela usar e que ela ficaria muito melhor no vestido de M’Gann.

-Oras, por que o Batman te mandou um vestido quando você pode materializar um?! – a adolescente rebelde gritou irada quando jogava-se na cama da marciana e procurava se acalmar.

-Eu também não entendi direito... – M’Gann comentou pensativa, mas voltou a si e deu um de seus sorrisos piedosos para a garota loira – Mas ele foi bem claro colocando etiquetas nas sacolas e se ele fez isso é porque ele quer que vamos dessa forma.

-E ninguém aqui quer levar uma punição do Batman por uma coisa tão tola, né, Artemis? – Dinah, espionando nas garotas, como sempre, estava na porta do quarto de M’Gann esperando para ajudá-las a vestir os vestidos.

Melhor não... Artemis acabou concordando em usar o vestido que mostrava a pele que ela cismava em cobrir em qualquer situação.

Mas Artemis não esperava ver o Flash parado entre Superboy e Robin olhando-a também, com um sorriso malicioso em lábios enquanto o Garoto Prodígio fazia uma de suas piadas infame para provocá-la.

-Flash? – a garota mencionou com uma de suas sobrancelhas arqueada e cruzando os braços sobre o peito.

-Já sei que o Wally não está aqui. – e ele tentou suprir um riso maior, mas foi em vão. Ele continuou a dizer o que achava engraçado – Se ele estivesse com certeza estaria perto de você, Artemis. – o balanço das sobrancelhas do herói não foi nem um pouquinho motivador.

Artemis fechou a cara se sentindo insultada, ou envergonhada. Ela não sabia ao certo. Mas, de qualquer forma, ter o Flash por ali procurando pro seu assistente e não o encontrando por causa dela deixava-a mais decepcionada consigo mesma do que qualquer outro tipo de emoção agressiva. Ela se questionava sobre o que fizera de tão estúpido pra fazer o ser mais idiota da face da Terra sumir, sem mais nem menos, como se estivesse num mundo paralelo ou qualquer coisa.

Claro que isso era impossível. Mundo paralelo. Pfff... Uma coisa que apenas Wally West seria capaz de pensar. Artemis estava muito obcecada pelo fato do herói estar sumido. Estava ficando louca e estava começando a pensar como ele...

Uma forma de encontrar algo perdido... Ela disse tentando se convencer Apenas uma forma de encontrar algo perdido! Isso. Com certeza isso!

Quando a arqueira voltou a si uma mão se balançava tão rapidamente a sua frente que ela ficou chocada em conseguir sequer identificar que era uma mão. O Flash parou de acenar quando a garota deu um passo para trás irritada com o gesto e sorriu para a menina, um sorriso diferente de todos os outros, mas que se encaixava perfeitamente em uma cara sardenta e um cabelo ruivo – um sorriso sincero que, Artemis deduziu, todos os velozes possuíam.

 -Você por acaso sabe onde o Wally está, Artemis? – o homem perguntou curioso e a garota negou com a cabeça, suas sobrancelhas se transformando pelo receio de contar ao homem que era culpa dela por seu sobrinho ter sumido – Sério? Que pena. Ele disse pra mim que vinha aqui especialmente para beijar você. – e todo mundo congelou com aquela frase do herói.

-QUÊ?! – menos o Robin Troll que não se manifestou no berro em uníssono que fez o Flash inclinar-se para trás com medo – ELE O QUE?!

A vermelhidão que pairava nas bochechas da arqueira era anormal e se ela fosse uma meta-humana estaria cuspindo lava nesse momento. Tudo estava queimando dentro de si e o Flash sorria satisfeito com aquilo. Nenhuma resposta rápida saía da boca dela e ela queria tanto voltar a ser a impiedosa arqueira naquele momento. Tanto!

Então o Flash tomou outra posição, de pensador, posicionando uma mão sobre seu queixo e um braço sobre seu cotovelo. A mão massageando o cotovelo e as íris azuis vagando no teto como se ele tentasse lembrar-se de algo – Ou será que ele disse “brigar”? – e todos sentiram que capotar depois daquele anúncio seria o melhor. Uma careta no rosto de cada um dos heróis jovens e uma cara de suspeita desenhada no rosto de Artemis. Os olhos do Flash voltaram para o rosto da loira e ele piscou-lhe um dos orbes, fazendo-a corar e engolir em seco – Bom. Seja lá o que o garoto aprontou, eu tenho que correr. Foi bom vê-los. Até a próxima!

E num piscar de olhos, um vento fluiu pelo meio dos adolescentes até que o herói havia, finalmente, deixado a Caverna – o anuncio do computador nunca havia sido tão amado pela arqueira.

-O que foi aquilo? – Artemis questionou olhando para um Robin sorridente e apontando na direção pela qual o Flash havia ido embora.

-Acho que o Flash é um verdadeiro troll. – Robin argumentou com um sorriso malicioso e Artemis balançou a cabeça, inconformada com o que o garoto havia lhe dito – Ou ele apenas estava sendo sincero.

-O troll aqui é você e, tipo assim, ta na hora da nossa missão, inteligência! – ela brigou com o adolescente e saiu batendo pés na direção do hangar – Eu ainda tenho que pegar minha besta e não sei onde ela vai ficar nesse vestido tão JUSTO! – ela precisava espairecer, definitavemente.

-É, povo. – Robin disse seguindo atrás da menina, o resto das crianças atrás de si – Parece que temos um quase casal em conflito e ta na hora de aumentar as apostas.

-Eu nunca mais aposto contra você. – Superboy avisou o Garoto Prodígio e aquela risada malandra soou pelo corredor.

-Eu acho que ainda não é à hora. Artemis ainda está em negação. – a marciana comentou de mãos dadas ao namorado.

-Eu acho que não é hora de pensar nisso. – Kaldur argumentou e Robin gargalhou novamente.

-Não interessa. Eu continuo ficando rico as suas custas. – Robin falou – Aposto que o Wally vai aparecer de madrugada, depois da missão, na cozinha e eles vão se amassar no canto do armário.

-Fechado. – M’Gann e Kaldur disseram em uníssono antes de abrirem a porta do hangar e darem de cara com Artemis tentando encaixar a arma entre as pernas.

Aquela noite ia ser bem longa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

É. Foi bem curtido esse capítulo. Um pouco das madrinhas, um pouco dos Flashes em ação, um pouco de uma Artemis estressada.
Bom. É tudo o que eu digo por hoje.
Estão assistindo a segunda temporada de Justiça Jovem, gente?! ESTÃO?! Eu estou! Eu estou e sou muito feliz. Pena que estamos em Hiatus de novo graças ao Greg Weisman.
Não me interessa isso, de qualquer forma. Meu OTP tá junto, eu continuou mega feliz e é isso aí.
Dick/Babs, Conner/Cassie TO WIN! Meus ships de JJ: Invasão.
Divertam-se e até o próximo que prometo não demorar muito para postar.
Beijinhos
Juh
P.S.: agradeço pelos comentários, mas não tinha cara para respondê-los. Desse capítulo vou responder a cada um com muito carinho.