Edward pov.

Não existem palavras para descrever o quão feliz eu me sinto ao ver Bella e Claire tão eufóricas e contentes com essa viagem. Claro que eu estava meio chateado de não ter muito tempo com a minha mulher, mas só de vê-las dessa forma, já compensava qualquer coisa.

- Nós podemos visita o castelo da Branca de Neve?

- Podemos, filha. – Bella respondeu do banco da frente, rindo.

- E depois i no da Cinderela?

- Podemos, Claire.

- Vem cá, e nos brinquedos, ninguém anda? – perguntei.

- Ah, papai! Eu quero vê as princesas primeiro, depois a gente pode anda nesses brinquedos. – cruzou os braços.

- Sem contar que não serão todos os brinquedos que ela pode andar, amor.

- É, eu sei. – parei o carro no estacionamento do parque. – Chegamos. Vamos?

- Claro! – saltou rapidamente para fora do veículo.

- Claire, já não falei que não é para fazer isso? Tem que me esperar ou esperar Bella. – segurei em sua mão.

- Desculpa, papai. – deu a mão livre para Bella. – Agora vamos logo. – já vi que meu dia seria longo.

[...]

Depois de termos feito tudo aquilo que Claire queria, termos visitado todos os castelos possíveis – devo confessar que não sabia que a Disney tinha tantas princesas –, finalmente resolvemos comer alguma coisa. Já passava das 2 da tarde, não só eu, mas como as outras duas, com certeza estavam morrendo de fome.

- Eu quero come no Mcdonald’s.

- Meu amor, vamos comer outra coisa, podemos comer no Mc depois.

- Não, papai. – balançou a cabeça negativamente. – Eu quero McDonald’s.

- Mas Claire –

- Por favor. – e lá estava o maldito bico.

- Ok, ok. – murmurei a contra gosto, fazendo Bella rir. Entramos na primeira lanchonete que achamos. Bella foi sentar em uma mesa com Claire e eu fui fazer os pedidos.

- Boa tarde, senhor. – a atendente me desejou.

- Boa tarde. – retornei o cumprimento. – Er... Eu quero um Mc Lanche Feliz, um Mc Cheddar e um Mc Tasty, por favor.

- Pra beber?

- Suco de laranja nos três.

- Ok. – não demorou muito e os pedidos já estavam prontos. – Aqui, senhor. – colocou a bandeja na minha frente.

- Obrigado. – sorri.

- De nada. – coloquei tudo em cima da mesa que as duas estavam sentadas e me sentei ao lado de Bella.

- Depois daqui vocês querem fazer o que?

- A gente pode i nos brinquedos que você qué, papai. – pegou uma batata do pacote.

- Tudo bem. – comemos praticamente em silêncio, vez ou outra que Claire falava alguma coisa, ou Bella... – Vamos?

- Vamos. – Bella levantou, ajudando Claire a ficar de pé também.

- Querem ir em qual brinquedo primeiro?

- Não sei, amor. Você pode escolher. – esbarrou com um homem na saída do McDonald’s. – Desculpa. – pediu enquanto levantava o rosto para olhá-lo. – Juan?

- Isabella? – deu um sorriso malicioso. – Mas como o mundo é pequeno, não? Quem diria que eu te encontraria aqui?

- Eu... – deu um passo pra trás, se apoiando em minhas costas. – Você... O quê você está fazendo aqui? – eu não sabia o que falar ou como agir. Estava tão surpreso com aquela situação como ela.

- Como assim, Isabella? Estou fazendo o mesmo que você, passeando. – olhou para mim. – Prazer, Juan Dubois. – estendeu a mão em minha direção.

- Edward Cullen. – resolvi ignorar o aperto de mão. – Namorado da Bella. – fiz questão de deixar isso claro. Era bom esse cara saber que agora Bella tinha quem a protegesse, ele que não resolvesse ficar de gracinha para o lado da minha namorada.

- Então foi por isso que você resolveu voltar para os Estados Unidos, petit? 

- Cala a boca, Juan! – sua voz saiu carregada de raiva. – Minha vida não te diz respeito!

- Papai, quem é esse moço? – sussurrou em meu ouvido.

- Depois a gente conversa, filha, fica quietinha. – falei no mesmo tom de voz.

- Você já foi mais educada, petit.

- Não. Me. Chama. Assim. – cuspiu as palavras. – Vamos embora, Edward, por favor. – saiu andando apressadamente dali, como se estivesse fugindo de alguma coisa. E pensando bem, ela realmente estava.

- Bella? Bella! – praticamente corri atrás dela. – Bella, espera! – segurei em seu braço, impedindo-a de continuar a andar.

- O quê foi, Edward?! – seu rosto estava molhado pelas lágrimas que caiam de seus olhos.

- Mamãe, por que você tá chorando? – se jogou no colo dela. – Não chora, não, mamãe. Aquele moço é mal? – segurou o rosto de Bella entre as mãos. – Ele brigou com você?

- Claire, vem com o papai. – pedi, quando vi que suas palavras só serviram para intensificar o choro de Isabella.

- Não. – abraçou a mãe.

- Deixa, Edward. – fungou. – Só vamos embora, por favor. – a única vez que eu a vi ficar assim foi quando ela descobriu a verdade sobre a morte da mãe.

- Vamos. – passei meu braço por seus ombros, tentando reconfortá-la da melhor forma possível.   

Eu estava com vontade de matar aquele cara. A forma com que ele falou com Bella, como se nada tivesse acontecido, como se eles ainda fossem amigos... Por Deus! Como existem pessoas desse tipo? Será que eu ele não percebeu o sofrimento que causou nela? Não sabia o que fazer, muito menos como agir. Estava revoltado comigo mesmo por estar impotente, mas tinha medo de falar ou fazer alguma coisa errada. A única coisa que eu não queria nesse momento era prolongar o sofrimento de Bella.

- Você quer tomar um banho? – perguntei enquanto entrávamos no quarto.

- Arrã. – colocou Claire no chão. – Depois você leva a minha toalha, por favor?

- Claro.

- Obrigada. – foi para o banheiro.

- Papai, por que a mamãe tá chorando? – perguntou assim que viu que a mãe tinha fechado a porta do banheiro.

- É coisa de adulto, filha. – me sentei ao seu lado na cama. – Mas a mamãe precisa de todo o nosso carinho, Ok?

- Tá bom. – assentiu sorridente. – Posso vê um pouquinho de desenho?

- Claro. Enquanto isso eu vou levar a toalha para ela, tá?

- Arrã. – peguei o que Bella tinha pedido e entrei no banheiro, encontrando-a em pá no box, deixando que a água caísse por todo o seu corpo e chorando compulsivamente.

- Bella... – tirei minha roupa, entrando debaixo da água junto com ela.

- Por que ele teve que aparecer, Edward?! – me abraçou, escondendo o rosto em meu peito. – Por quê?! Eu estava – soluçou. – Estava vivendo tão bem sem ele! Agora... Agora todas essas mal-malditas lembranças voltam! 

- Não, meu amor. Calma! – dei um beijo no topo de sua cabeça. – Calma, Bella, por favor! Está tudo bem! Eu tô aqui, não vou a lugar nenhum! Eu te amo, amo muito. – esfreguei suas costas suavemente, tentando acalmá-la.

- Me desculpa, Edward. – levantou o rosto, olhando para mim. – Me desculpa... Como sempre eu estou estragando tudo. Não era para as coisas serem assim... Eu... Me perdoa.

- Ei, ei! – dei um pequeno sorriso. – Eu estou aqui para te ajudar, Ok? Assim como você me ajudou. Bella, nós precisamos um do outro, amor. Quando um cai, o outro tem que estar pronto para ajudá-lo a se levantar. – passei a mão em seu rosto.

- Eu não queria que você estivesse vendo isso... – balançou a cabeça. – Você deve estar achando que eu ainda sinto alguma coisa por ele, mas eu juro que não. Eu só estou assustada. Tudo aquilo que eu passei, que eu lutei para esquecer... Tudo isso voltou como se nunca tivesse ido embora.

- Bella, eu tô aqui. – repeti. – Não vou deixar que esse cara te machuque novamente, eu prometo. Eu te amo, lembra? Vou te proteger sempre, meu amor! – dei um beijo em seus lábios. – Não gosto de te ver assim. – sequei as lágrimas que ainda caiam e se misturavam com as gotas de água do chuveiro. – Você fica muito mais linda sorrindo. – deu um pequeno sorriso. – Isso. – ri. – Agora sim está melhor.

- Obrigada. – deu um beijo em meu peito. – Muito obrigada. Não sei o que eu faria sem você.

- Olha, se quiser podemos ir embora. Claire não –

- Claro que não! Claire está falando dessa viagem há dias, sem contar que você está muito empolgado e eu também. Não vai ser por causa do Juan que nós vamos estragar a nossa viagem, não mesmo. – sua voz saiu mais confiante, o que fez com que eu relaxasse. – Por falar em Claire, onde ela está?

- Está na sala vendo desenho. – a virei, ensaboando suas costas. – Ela ficou muito preocupada com você, Bella.

- Eu vou conversar com ela. – suspirou. – Não queria que ela tivesse presenciado aquela cena.

- Claire te ama muito. Acho que o maior medo dela é que você saia das nossas vidas um dia. – desliguei o chuveiro, puxando uma toalha e entregando a ela. – Não só dela, mas como meu também.

- Edward, – segurou meu rosto entre as mãos. – você precisa parar de ser inseguro. Eu não vou a lugar algum, já falei isso milhares de vezes. Eu amo vocês. Isso aqui, nós três, vocês são minha família. Eu tenho que estar onde vocês estiverem. – sorriu.

- Eu fiquei maluco com você hoje. – abracei-a. – Não sabia o que fazer. Primeiro senti vontade de matar aquele filho da puta, depois não sabia como te consolar, como fazer você parar de chorar.

- Me perdoa por tudo isso... – ficou na ponta dos pés, me beijando. – Eu amo você exatamente por isso, – sorriu novamente. – por se preocupar comigo, por querer cuidar de mim.

- Vai ser sempre assim, Bella. – prometi. – Agora vamos sair daqui. Você precisa dormir um pouco, tenho certeza de que quando acordar vai estar muito melhor.

- Tudo bem, vamos. – saímos do banheiro e encontramos Claire dormindo profundamente em nossa cama. – Ela dormiu sem tomar banho. – chegou a filha um pouco para o lado.

- Você não está pensando em acordá-la, está? – coloquei uma regata branca e uma calça de moletom cinza.

- Claro que não. – falou enquanto colocava uma blusa minha. – Mas ela precisa tomar banho. – deitou ao lado da criança. – Vem, deita aqui. – bateu no espaço vazio ao seu lado. – Vamos dormir. – ri, me deitando ao seu lado e passando meu braço por sua cintura fina.

- Dorme, amor. Eu te amo, vou sempre te amar...

- Eu sei. – bocejou. – Eu também te amo. – não demorou muito e já estava dormindo.   

Enquanto observava as duas dormindo, várias coisas passaram pela minha cabeça. A primeira era que Bella precisava esquecer tudo que aquele cara tinha feito com ela, não queria vê-la sofrendo, ela não merecia isso. A segunda era que minha filha já tinha se apegado absurdamente a ela, prova disso é que ela, mesmo sendo só uma criança, defendia Bella de tudo e de todos, apesar de ser da forma infantil dela. E a terceira, e principal, era que por elas duas – Claire e Bella. – eu iria sair da polícia de Nova Iorque. Assim que chegasse a cidade eu iria falar com Charlie e Alex. Só queria descobrir quem está me mandando essas malditas ameaças, assim que isso acontecesse, eu iria sair. Eu devia isso a elas duas, não podia continuar colocando em risco a vida das pessoas que eu mais amava no mundo, não podia permitir perder mais ninguém que eu amasse. Mesmo que para isso eu tivesse que abdicar de um sonho. Tenho certeza de que minha mulher e minha filha eram muito mais importantes do que qualquer sonho.   

E foi com esses pensamentos que eu adormeci.