Isabella pov.

- E quando vocês voltam? – Rosalie me perguntou.

- Na segunda semana de janeiro.

- Vai perder todo esse tempo de aula? – observei Emmett levantar Claire acima de sua cabeça e como minha filha gargalhava com isso.

- Todos nós sabemos que nas primeiras semanas de aula os professores não dão muita matéria e qualquer coisa eu posso repor as aulas depois, Rose. – estávamos em uma praça perto de casa. Essa seria a última vez que eu veria minha amiga antes de viajar. Edward estava trabalhando. Também seria seu último dia antes das férias.

- Quer saber? Você está certa. Tem que aproveitar mesmo esse tempo com a sua família.

- E você e Emmett, hein? – olhei novamente para o grandalhão, que dessa vez brincava de correr com minha filha.

- Ainda estamos nos conhecendo, né? Mas ele parece ser um cara bem legal... Ah! Pra quê eu estou mentindo para você?! Eu tô completamente apaixonada, Bella! – seus olhos brilhavam. – Ele é o cara mais perfeito que eu já fiquei na vida! Doce, simpático, romântico... Faz e tudo para eu me sentir bem.

- Eu fico feliz por você, amiga. – a abracei. – Você merece alguém que realmente te ame, Rose, alguém que te valorize pelo o que você é.

- Eu sei. E é por isso que eu estou apaixonada pelo Emm. Ele é assim, do jeito certo. – sorri.

- Mamãe, quero sorvete. – chegou perto de mim.

- Filha, está frio, se você tomar sorvete pode ficar doente e aí nada de Disney. – ajeitei seu cabelo atrás da orelha.

- Mas eu quero, mamãe. – fez seu típico bico de manha, que não funcionava comigo, só com o pai.

- Claire. – ergui as sobrancelhas.

- Ei, criança! – Emmett a chamou. – Serve um chocolate quente?

- Arrã. – assentiu animadamente.

- Então vamos lá com o tio comprar. – segurou em sua pequena mão.

- Emm, não precisa, daqui a pouco nós vamos para casa.

- Eu faço questão, Bella.

- Tudo bem. – me dei por vencida. – Mas não demorem. Já está ficando tarde e o tempo está esfriando. Não a quero doente.

- Tudo bem, supermãe. – brincou, antes de se afastar.

- Você acha que às vezes eu sou muito exagerada? – perguntei a minha melhor amiga.

- Você tem medo de perdê-la. Isso é normal. Só não sufoque muito a garota, Ok?

- Eu tenho medo dela me rejeitar quando crescer, medo de não fazer um bom trabalho, de falhar em alguma coisa.

- Bella, não cobre tanto de si, amiga. Você só tem 19 anos e pegou uma responsabilidade muito grande, mulheres de 30 anos, quando são mães, muitas vezes não fazem um trabalho tão bom como o que você está fazendo. Claro que alguns deslizes acontecem de vez em quando, mas você está sendo uma mãe perfeita. Quanto a ela te rejeitar, nem preciso comentar, não é?

- É besteira da minha parte, né?

- Claro que é! – meu celular tocou nesse momento, interrompendo nossa conversa.

- Oi, Edward.

- Onde você está?

- Estou na praça aqui perto de casa com Claire, Rosalie e Emmett. Por quê? – vi Claire voltando com Emm e me permiti relaxar.

- Estou saindo do laboratório agora. Não esqueça que nosso voo sai amanhã às 8.

- Eu sei, amor. As coisas estão prontas. – abri os braços, recebendo a minha gorduchinha no colo.

- Tudo bem. Vou desligar.

- Beijos. Eu te amo.

- Eu também amo você. Até daqui a pouco. – desligou.

- Era o papai? – deu um gole em seu chocolate, sujando os cantos da boca.

- Era, amor. – passei meu dedo por ali, limpando a sujeira.

- Eu queria falá com ele.

- Por que não disse antes? Eu te passava o telefone.

- Esqueci. – deu de ombros.

- Nós já vamos. – levantei, segurando a mão dela. – Edward já está saindo do trabalho... Quero estar em casa quando ele chegar.

- Nós levamos vocês até lá.

- Não, Rose, não é necessário. Dá pra ir andando até em casa, é pertinho.

- Não, Bella, nós levamos vocês, sim.

- É, mamãe, eu falei pro tio Emm que ele tem que vê a Summer. Tem problema?

- Claro que não, anjo. – dei um beijo em sua cabeça.

- Então vamos. – Claire foi o caminho todo conversando com Emmett, ela realmente tinha gostado dele. Também, em certos momentos ele tinha a mesma idade mental que ela.

- Gente, só não reparem a bagunça. A casa está toda bagunçada por causa da viagem.

- Parou, né, Isabella?

- Eu vou pegá a Summer, tio. – correu até seu quarto e voltou com a cachorrinha no colo. – Olha, ela é pequenininha, mas a mamãe falou que ela vai ficá mais grande.

- Maior. – corrigi.

- É. – não deu muita atenção.

- Vocês querem beber alguma coisa?

- Não, amiga. Obrigada. – sentou no sofá.

- Eu quero um pouco de água, Bella. – pegou Summer no colo.

- Eu vou pegar. – fui até a cozinha, enchendo um copo com água gelada. Na hora em que eu ia voltar para a sala, ouvi a porta da cozinha sendo aberta. – Oi, amor. – fiquei na ponta dos pés, dando um beijo nele.

- Ei. – deu um sorriso fraco, me abraçando fortemente.

- Tá tudo bem? – franzi a testa, estranhando a sua reação.

- Tá sim.

- E por que eu não estou acreditando? – ele suspirou.

- Porque eu não estou falando a verdade.

- Edward, o que aconteceu?

- Mamãe, a água do tio Emmett. – entrou na cozinha, pedindo. – Pai! – abraçou suas pernas.

- Oi, princesinha! – a pegou no colo, dando um beijo em sua cabeça. – Como foi o seu dia?

- Muito legal, papai!

- Aqui, Claire. – entreguei o copo em sua mão. – Leva para o tio Emmett, por favor.

- Tá. – Edward a colocou no chão e ela logo saiu da cozinha.

- Rosalie está aí?

- Arrã. Vai me dizer o que aconteceu?

- Mais tarde conversamos.

- Edward... – censurei.

- Eu vou te contar, Ok? Só que mais tarde...

- Tudo bem. – suspirei. – Vamos lá para sala, eu quero te apresentar o Emmett.

- Ele é o namorado da Rosalie?

- Sim. – segurei sua mão, indo para sala.

- Oi, gente. – Edward os cumprimentou.

- Oi, Edward. – Rosalie ficou de pé, dando um beijo nele. – Tudo bem?

- Tudo, tudo e você?

- Estou bem também. Deixa eu te apresentar, esse é o Emmett, meu namorado.

- E aí, beleza? – apertaram as mãos.

- Oi.

- Bella, nós já vamos. E não é porque você chegou, Edward. – ele riu. – Já são quase 7 horas da noite, se eu chegar muito tarde em casa minha mãe vai ficar falando. Sabe como ela é.

- Eu sei. – a abracei. – Obrigada, Rose.

- Tchau, amiga. Boa viagem pra vocês e bom Ano Novo.

- Obrigada, Rose. Pra você também. Manda um beijo para os tios.

- Pode deixar que eu mando sim. Tchau, Edward.

- Tchau, Rose.

- Tchau, Bellinha.

- Tchau, Emm. – dei um beijo nele.

- Tchau, baixinha. – bagunçou o cabelo dela.

- Tchau, tio Emm. – os levei até a porta, onde nos despedimos novamente. Quando voltei para sala, encontrei Edward sentado ao lado de Claire, onde ela contava para o pai sobre o seu dia. – Aí ele me levantou lá no alto, papai, igual você faz.

- E você se divertiu, querida? – tirou a gravata, colocando-a em cima da mesinha de centro.

- Bastante, bastante! Mas a mamãe não deixou eu tomá sorvete.

- É porque está frio, filha.

- É, ela falou.

- Claire, por que você não vai tomar um banho enquanto a mamãe prepara alguma coisa pra gente comer, hein?

- Tá. – antes de ir para o seu quarto, deu um beijo na bochecha do pai.

- Vai querer ajuda? – perguntou quando nos encontrávamos sozinhos.

- Só se você quiser. – dei de ombros. Vi que ele me seguiu até a cozinha. – Pega o queijo e o presunto na geladeira, por favor. Vou fazer um sanduíche pra gente.

- Ok. – fez o que eu pedi e colocou os ingredientes em cima da pia. – Eu recebi uma ameaça hoje. – parei de cortar o pão e o encarei. – Não quero que você fique preocupada. Pode não ser nada.

- Como pode ser também. – respirei fundo. – O quê dizia? – ele tirou um pedaço de papel do bolso e me entregou.

- Leia.

- Eu... – peguei o papel de suas mãos, percebendo que as minhas tremiam. Não li detalhadamente aquela carta, mas percebi que eles falavam que já sabiam de mim e se caso Edward não fizesse o que eles queriam, eu e Claire sofreríamos as consequências. – Meu pai sabe disso?

- Arrã.

- E o quê ele falou? – entreguei a carta a ele.

- Que é para eu ficar de olho em vocês duas e não deixar vocês sozinhas em nenhum momento.

- Então o quê?! Quando você tiver trabalhando nós duas vamos ficar com policiais andando atrás de nós?! A nossa privacidade acabou?!

- O quê você quer que eu faça?! Que eu deixe vocês a mercê desses filhos da puta?!

- Merda! – dei um soco na pia de mármore. – Eu não quero ficar sendo observada 24 horas por dia!

- Bella, tenta entender... Eu não tenho escolha. Não quero que aconteça com você o mesmo que aconteceu com Tanya, eu não suportaria te perder, muito menos perder Claire. É só por um tempo, só até eu descobrir quem está nos ameaçando. – se aproximou. – Seu pai vai começar com as investigações enquanto nós estivermos na Flórida, talvez quando nós já tivermos voltado, o responsável por isso já esteja atrás das grades.

- E se não estiver? Eu vou ter que andar com uma babá por aí?

- Bella, não complica mais as coisas! – bufou irritado. – Você não tem a menor noção de como eu estou me sentindo. Eu não vou me perdoar se acontecer alguma coisa contigo, garota. Colabora pelo menos um pouco, tá? Eu sei que não vai ser legal ter um cara andando atrás de você o dia todo, mas eu também não vou correr o risco de te deixar exposta. – de repente eu percebi que estava sendo muito egoísta.

- Tudo bem. – passei meus braços por sua cintura. – Me perdoa, eu estou sendo incompreensível. Prometo que vou fazer tudo que você mandar... – ergui a cabeça, olhando em seus olhos. – E vou conversar com Claire também. Ela vai entender.

- Obrigado. – abaixou a cabeça, dando um beijo na pontinha do meu nariz. – Você não imagina o medo que eu tenho de te perder. – passou os braços por meu corpo, me apertando fortemente. – Se eu pudesse, sumiria com você e com a Claire, só nós três, em um lugar onde ninguém conhecesse. – sorri, com a cabeça afundada em seu peito.

- Infelizmente isso não é possível, amor, apesar de a proposta ser um tanto quanto tentadora.

- Mamãe, olha, já tô pronta. – entrou na cozinha, vestindo a camisola rosa da Cinderela.

- Filha, a sua camisola está ao contrário. – gargalhei, sendo acompanhada por Edward. – Vem aqui, me deixa ajeitar. – ajoelhei no chão, ficando a sua altura.

- Mas eu coloquei direitinho. – fez um bico.

- Não, meu amor, você sem querer a pôs ao contrário. – concertei a roupa em seu corpo. – Agora sim está mais bonita. – fiz um biquinho, onde ela beijou.

- Papai, quando eu vê as princesas lá na Disney, eu vô falá pra elas que eu também sou uma princesa. – falou cheia de si.

- Vai falar, é? – pegou ela no colo, colocando-a sentada em cima da pia.

- Vô. Você que fala que eu sou princesa, papai. – ri de sua lógica.

- É claro que você é. Você é a minha princesa. – deu um beijo na barriga dela.

- O lanche tá pronto. – coloquei o prato com os sanduíches em cima da mesa da cozinha. – Vamos comer para depois descansar, amanhã temos que acordar cedo.   

Comemos em meio à falação de Claire, que estava super ansiosa com a viagem. Fazia altos planos, dizendo que iria conversar com a Branca de Neve, ia falar com a Sininho, falaria também com a Ariel, - ela tinha pegado essa adoração pela Pequena Seria de mim, eu sim era fã da Ariel. – falaria com a Minnie e com o Mickey... Estava na dúvida se nós realmente iríamos andar em algum brinquedo com esses planos dela.

- Vamos escovar os dentes? – terminei de lavar a louça e a peguei no colo, indo para o seu quarto. Edward já tinha ido tomar banho.

- Mamãe, eu posso dormi com você e com o papai hoje?

- Claro que pode, meu amor. – coloquei a pasta em sua escova e a ajudei escovar os dentes. – Deixa a mamãe ver se está tudo limpinho. – abriu a boca em um “A” imenso, me fazendo rir. – Muito bem, está tudo bem limpo! – dei um beijo em sua bochecha. – Vem, vamos dormir. – ela segurou minha mão enquanto nós andávamos até meu quarto, quando entramos lá, encontramos Edward já deitado.

- Vai dormir aqui hoje, é?

- Vô. – subiu na cama e deitou no peito do pai.

- Eu vou tomar um banho rápido. – avisei.

Não demora, amor.

- Não, vai ser bem rápido. – e realmente foi, em menos de 10 minutos eu já estava de volta. – Demorei?

- Não. – bateu no especo vazio ao seu lado, onde deitei. – São que horas?

- Ainda está cedo, não são nem 9 horas.

- Ela já dormiu?

- Não, tô acordada. Não tô conseguindo mimi, mamãe.

- Tá ansiosa, filha? – começou a fazer cafuné em sua cabeça.

- Arrã, papai.

- Quer que a mamãe faça uma mamadeira bem quentinha pra você? – perguntei, enquanto passava meu braço por sua cintura.

- Quero, mas mamãe, promete que não vai ficá triste? – girou o rostinho, me encarando.

- O quê foi, amor? – franzi a testa.

- Eu gosto mais da mamadeira do papai. – rimos dela.

- É claro que eu não vou ficar triste, Claire. – a puxei para mim, enquanto Edward levantava para ir fazer a mamadeira dela. – Mamãe vai te contar um segredo, tá? – assentiu. – Eu também preferia a mamadeira do meu pai quando eu era criança. Era mais gostosa.

- Arrã. – deu aquela risadinha safada que eu tanto amava. – Mamãe?

- Oi, Claire.

- Eu queria um irmãozinho.

- O quê?!