Isabella pov.

Almoçamos tranquilamente, e não posso negar que Esme cozinha absurdamente bem, nunca tinha comido uma comida tão gostosa como aquela. Mas no final do almoço, quando praticamente todos já tinham acabado, recebemos uma visita não muito agradável, pelo menos para Claire, Alice e eu.

- Tia Esme! – uma mulher alta e muito ruiva entrou na sala de jantar.

- Vick! 

- Droga!

- Claire. – Edward a repreendeu baixinho.

- Que saudades, tia! – a abraçou. – Claire! – apertou a bochecha da criança ao meu lado. – Sua amiga, Alice?

- Também, mas namorada do Edward.

- Namorada? – ergueu as sobrancelhas muito bem feitas. – Não sabia que Eddie está namorando.

- Mas estou. – sorriu. – Como vai, Vick? – por que meu namorado tinha que ser tão educado? – Deixa eu te apresentar a minha namorada. – puxou meu braço, me colocando de pé a sua frente. – Victória, essa é Isabella, minha namorada. Bella, essa é Victória, minha prima.

- Prazer, querida. – estendeu a mão na minha direção e me deu um sorriso forçado.

- Oi. – murmurei.

- Mas e essa coisa linda, hein? – pegou Claire no colo. – Como você está, meu amor?

- Bem. – se remexeu no colo dela, querendo ir para o chão.

- Mas ela está muito grande!

- Crianças crescem rápido mesmo, Vick. – Carlisle se pronunciou pela primeira vez.

- Tia Bella... – esticou os braços em minha direção, querendo que eu a pegasse.

- Oi. – a tirei do colo da ruiva, colocando-a no meu.

- Eu quero í pra casa. – pediu baixinho no meu ouvido.

- Nós já vamos, querida. – respondi no mesmo tom.   

Não estava gostando nem um pouco do jeito que aquela mulher estava olhando para mim, como se eu fosse sua rival... Se bem, que eu me lembro perfeitamente do dia em que Claire falou que Victória queria ficar com Edward, agora, encaixando os fatos, faz total sentido. Ela deve estar realmente me considerando uma rival, mas uma coisa eu posso garantir: Edward é meu namorado, e eu cuido do que é meu.

- Vamos? – sussurrou no meu ouvido, me assustando.

- Você não deve fazer essas coisas.

- Por que você veio aqui para fora? – me abraçou por trás, apoiando o queixo em meu ombro.

- Porque eu não estou gostando do jeito que a sua prima está olhando para mim, como se eu fosse rival dela ou alguma coisa do tipo... – dei de ombros.

- Ignore a Vick, ela é meio possessiva.

- Lembra do dia em que Claire falou que ela queria ficar com você?

- Ah, Bella! Você também?!

- Edward, – virei de frente para ele. – eu sou mulher, tenho certeza de que ela tem algum interesse em você.

- Hã? E se tiver? Qual o problema? Não é com ela que eu estou, é com você. Esquece isso, cara.

- Ed? – revirei os olhos, impaciente. – Você está indo para casa agora?

- É, por quê? – olhou para ela por sobre os ombros.

- Tem como você me dar uma carona? – se aproximou de nós dois.

- Sabe o quê é? – me meti. – O carro está lotado com as minhas malas, sabe? – isso não era mentira. – Não tem espaço.

- Como assim com as suas malas? – colocou as mãos na cintura. Epa, acha que é quem?

- A Bella está vindo morar comigo, Vick. – tudo bem, não tinha necessidade dela ficar sabendo disso.

- Morando?! Já esqueceu a Tanya, Edward? – Ok, agora ela me tirou do sério.

- Edward, vou chamar a Claire para nós irmos, Ok? – meus olhos estavam cheios de lágrimas, mas lágrimas de raiva.

- Bella, espera aí. – tentou segurar meu braço, mas não permiti. – Bella!

- Claire, vamos?

- Vocês já vão, querida?

- Já. – ajudei a pequena a recolher os brinquedos que estavam espalhados pelo chão. – Eu estou cansada, com sono e ainda tenho que arrumar as minhas coisas.

- Então é melhor vocês irem mesmo.

- É. Obrigada pelo almoço, Esme, estava uma delícia. – sorri. – Tchau, Carlisle. – dei um beijo no rosto dele. – Tchau, Ally. – outro no dela. – Tchau, Esme. – dessa vez foi um abraço.

- Tchau, querida. Volte mais vezes aqui.

- Pode deixar.

- Cadê Edward?

- Está lá fora. – funguei. – Mais uma vez obrigada. Tchau. – passei igual a uma bala ao lado dele e de Victória, que estavam discutindo, e fui esperar dentro do carro com Claire.

- Por que o papai e a tia Vick tão brigando?

- Não sei, meu amor. Coisa de adulto.

- Eu não gosto da tia Vick.

- Por que, Claire? – virei para trás, ficando de frente para ela.

- Porque ela não gosta de mim. – deu de ombros.

- De onde você tirou isso, querida?

- Eu ouvi ela falando com a mamãe dela.

- É claro que ela gosta, meu amor. – sorri. – Todos gostam de você.

- Vamos? – Edward perguntou, entrando no carro. Nem me dei ao trabalho de olhá-lo, simplesmente me ajeitei no banco e coloquei o cinto de segurança. – Está tudo bem, Bella?

- E por que não estaria?

- Desculpe pela Victória, eu já falei com ela e ela prometeu nunca mais fazer aquilo.

- Tudo bem, Edward. Eu tenho que me acostumar com isso.

- Do quê você tá falando? – franziu a testa.

- Em casa conversamos. – e depois disso fomos em silêncio até em casa.   

Assim que ele colocou o carro na sua vaga habitual no estacionamento do prédio, ajudei Claire a descer do carro e subi com ela, enquanto ele tirava as minhas malas do veículo. Estava me preparando psicologicamente para a conversa que nós teríamos. Eu aceitei namorar com ele, certo? Mas antes de qualquer coisa, precisávamos esclarecer alguns pontos.

- E Claire? – terminou de secar os cabelos recém-lavados e foi colocar a toalha molhada no banheiro.

- Está no quarto vendo desenho. – sentei na cama. – Nós precisamos conversar.

- Realmente precisamos. – sentou ao meu lado. – Você pode me explicar o quê diabos foi aquilo no carro?

- O quê você queria, Edward? Eu estou namorando com um viúvo, é óbvio que a Tanya sempre será lembrada.

- Claro que não! Meus pais mencionaram o nome dela alguma vez na sua frente hoje? Alice? Jasper? Por Deus, Isabella! Acho que um dos poucos momentos que eu não me lembro de Tanya, não me sinto culpado pela morte dela, é quando estou ao seu lado.

- Quer dizer que você continua se lembrando dela? – fiquei de pé.

- Como não lembrar, Bella? Ela é a mãe da minha filha. Mas não é porque me lembro, que isso quer dizer que eu ainda a amo. Eu amo você, entendeu? Você. Mais nenhuma outra. – ficou de pé também.

- Eu não quero que você, nem ninguém, fiquem me comparando a ela.

- Meu amor, – segurou meu rosto entre as mãos. – ninguém vai ficar te comprando a ela. Você é você. Tanya foi Tanya. São duas pessoas completamente diferentes.

- Mas a idiota da sua prima... Ela...

- Esquece a Vick, Bella. Você mesma falou que ela está interessada em mim.

- Agora você assume isso? – ergui uma sobrancelha.

- Bella... – suspirou. – Poxa, amor, sério que nós vamos brigar logo agora?

- Tudo bem. Desculpa. – abaixei a cabeça, envergonhada. – É que eu sou insegura e você sabe disso.

- Eu não sou o Juan, Bella. Não vou te trocar pela primeira que aparecer na minha frente. Eu sou sincero quando digo que te amo. Pára de achar que eu vou te largar ou te trair a qualquer momento, Ok? Isso não vai acontecer.

- Tudo bem. Desculpa. – fiquei na ponta dos pés, querendo um beijo.

- Eu não vou te beijar. – apesar de ter falado isso, passou os braços por minha cintura, sustentando meu corpo.

- Por que você não vai me beijar?

- Porque você não está merecendo.

- Cala a boca! – ele riu antes de se dar por vencido e encostar seus lábios nos meus. Sua língua estava ávida na minha boca, explorando cada canto dela, tentando memorizá-la.

- Que tal nós aproveitarmos, hein? – me jogou na cama, deitando por cima de mim.

- Edward, sua filha está em casa. – desviei de sua boca, mas ele não se deu por vencido e atacou meu pescoço. – Edward, é sério, Claire está no quarto ao lado. – tentei mais uma vez.

- Ok. – saiu de cima de mim, se deitando ao meu lado. – Mas a noite você não me escapa.

- Mas eu não quero escapar. – rolei, até estar deitada em cima dele.

- Bella, não me provoca. – ia me beijar, mas eu fui mais rápida e levantei.

- Vou ver sua filha. – saí do quarto.

- Bella, volta aqui! – recebeu como resposta uma gargalhada minha.

Edward pov.

Fazia mais de uma semana que Bella estava morando comigo e, graças à Deus, tudo estava dando certo. Ela me ajudava bastante com Claire, tanto que minha mãe não precisava mais ir lá para casa tomar conta da pequena, Bella estava fazendo isso. Assim que ela saía da faculdade ia até a escola de minha filha, pegava-a e depois iam para casa.   

Quem estava adorando essa rotina era a própria Claire, que vivia falando que a melhor coisa que tinha acontecido foi o fato de Bella ter ido morar lá. Confesso que não posso discordar. Isabella trazia mais alegria para casa. Talvez fosse o jeito com que ela via e fazia as coisas, ou talvez fosse só o fato de que ela era realmente uma pessoa alegre.

- Edward, eu posso falar com você?

- Claro, Charlie. – me ajeitei na cadeira. – Algum problema?

- Não, não. Eu só queria saber de Isabella. Há muito tempo que você não me fala nada dela.

- Isabella... Claro. – cocei a testa. – Desculpa por ficar sem dar notícias. Ela está bem, muito bem. – eu deveria contar que ela está morando comigo?

- Tem certeza? – ergueu a sobrancelha.

- Claro, por que não teria?

- Porque eu te conheço muito bem, Edward, e essa sua cara me diz que você está me escondendo alguma coisa.

- Sabe o que é? – fiquei de pé. – Você provavelmente vai me matar, mas lá vai: Bella está morando comigo.

- O quê?! Como assim minha filha está morando com você?

- Calma aí, Charlie! – levantei as duas mãos. – Eu e Isabella estamos namorando.

- Namorando?! Você está namorando com a minha filha?! – deu um passo em minha direção.

- Charlie, achei que já tivéssemos passado dessa fase. – respirei fundo. – Vai me deixar falar ou não?

- Fala.

- Isabella teve uns problemas com os pais de Rosalie, ela estava morando com eles, então eu ofereci minha casa.

- Você tinha que tirar proveito da situação, não é? – bufei.

- É claro que não, só fiz o que eu achei que fosse certo. Sua filha não quer voltar a morar com você, então você prefere que eu a deixe morando na rua?

- Não! Claro que não!

- Então pronto. – suspirei cansado, me escorando na mesa. – Charlie, pode parecer que não, mas eu amo a Bella, amo muito. Eu só quero o melhor para ela, assim como você.

- Eu sei. – esfregou o rosto. – Me desculpa, é só que eu não queria que as coisas entre nós dois continuassem assim.

- Ela ainda não quer falar com você, mas eu prometo que vou tentar falar com ela, Ok?

- Obrigado, Edward. – veio até mim, me abraçando.

- De nada. – espero que as coisas entre eles dois se resolvessem logo.