Fairy Tales - Fairy Love escrita por Jereffer


Capítulo 99
Capítulo 99: Fairy Tale - Fairy Love (pt1)


Notas iniciais do capítulo

Yooo, Leitoras(es)! Tudo bom com vocês? Desculpe o sumiço.
Enfim, aqui está mais um cap, e como o título sugere, faz parte dos três(ou quatro) capítulos finais!
Umas imagens fofas:
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Sem mais delongas, Enjoy



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– E isso é tudo que se tem para contar, pequena fantasma - disse Jereffer com os cantos dos lábios. Mesmo estando em uma lanchonete 24h onde havia apenas alguns poucos bêbados da última ainda restavam nas mesas, além de ocasionais clientes que entravam para comprar algo para o café da manhã, não era bom ser visto falando sozinho. A insanidade de sua figura pública só era atraente por não ser realmente insanidade - Agora você pode ir correndo contar isso para o hospício que aquele velho anão mantém... apesar que creio que você prefere terminar de se lambuzar primeiro.


Aquilo fez Mavis parar seu ataque voraz ao copo com sorvete e levantar o olhar, e franziu a testa de forma feroz, coisa que perdida o efeito para a boca lambuzada de sorvete.


– Eu já falei para não me chamar de fantasma - resmungou ela - E não me julgue, você não sabe quanto uma pessoa deseja doces quando passa tantos anos em uma ilha tropical!


– Na verdade eu nem sabia que um corpo etéreo podia comer - disse ele arqueando as sobrancelhas e criando um lenço com um aceno de dedos. Ele ofereceu-o para ela, antes de se dirigir a garçonete, que passava por ali depois de ter expulsado mais um bêbado que havia adormecido de vez na mesa - Uma cerveja e mais um sorvete, para viagem, por favor, e também a conta.


Mavis se atrapalhava com o lenço que era maior que seu rosto enquanto Jereffer pagava a conta e apanhava o sorvete com uma mão e a garrafa com a outra, e gesticulava para que ela o seguisse.


Ela ainda se atrapalhava com o lenço maior que seu rosto quando ele abria a porta. Ele teve que voltar a abrir para que Mavis passasse, mas não pode evitar comentar.


– Qual é a vantagem de ser um corpo etéreo se você não consegue atravessar uma porta?- perguntou ele, enquanto entregava o sorvete para ela.


– Eu consigo - disse ela em um tom ofendido, mas pegando o sorvete - Só é desagradável!


– Nisso concordamos, suponho que a sensação que atravessar objetos sólidos com a visão de magia mental... - disse ele, enquanto olhava para baixo para verificar se ela estava acompanhando seus passos. A diferença de um metro de pernas a mais para ele já se mostrava evidente - Depressa, pequena fantasma! Eu tenho uma dúzia de conspirações para fazer depois de devolver você para seus amiguinhos.


– Ei!Não precisa me fazer companhia, se não quiser!


– Não seja dramática, e de qualquer maneira, você é a isca que eu preciso para parte de uma conspiração - disse ele pousando a mão na cabeça dela.


–Ok, então me dê uma carona - disse ela com um sorriso vingativo. Ele riu e a levantou no ar, colocando-a em suas costas.


– Sem nenhum problema, você sabe que os outros não podem ver você, certo? - disse ele divertido. Aquilo a fez fazer bico e soltar um som de descontentamento - Só espero que as pessoas não vejam um sorvete flutuando perto da minha cabeça.


E assim, caminhando pelas ruas de Crocus, iam um mago e uma fantasma, uma cena incomum até para aquele lugar.


Ela se agarrava no cabelo dele para não cair toda vez que ele inclinava a cabeça para tomar um gole de sua garrafa, tornando aquela uma forma de transporte pouco confortável.


– Você não poderia terminar isso depois? - reclamou ela depois de ter que se segurar bruscamente para se manter no lugar - O que há de tão especial nisso?


Aquilo pôs o mago a refletir profundamente em voz alta para responder.


– Bem, eu tive um amigo que dizia que o álcool tem mais propriedades ocultas que uma fórmula de Alquimia. Alguns bebem para comemorar, outros para esquecer, uns tantos para relaxar, quase ninguém pelo gosto. Outros, apenas para afogar.


– Afogar? - perguntou Mavis confusa.


– Os fantasmas em suas mentes - disse ele levantando os olhos para enxergá-la debruçada sobre sua cabeça - E isso não foi uma indireta, pequena fantasma.


Ela franziu a testa e resmungou alguma coisa sobre não a chamá-la de fantasma. Ela sacudiu a cabeça, antes de pensar em algo.


– E qual é o seu motivo?


Aquilo fez ele dar ruma risada contida.


– Que coisa mais descortês de se perguntar - disse ele com um meio sorriso maldoso - Seria a mesma coisa que eu perguntar de como você está tão sólida, mesmo estando morta, de outros possíveis motivos para você estar aqui.


Aquilo a pôs a balbuciar atropeladamente. Ele riu.


– Mas para a sua sorte, eu não irei perguntar - disse ele enquanto tirava seu tapa-olho e dava encarada no edifício a sua frente com o olho geralmente oculto - Veja, a decoração está completa. As pessoas da sua guilda realmente trabalham duro.


– Woo, você consegue ver através de objetos sólidos? - disse ela espantada. Ele colocou uma mão no bolso e tirou dali uma pequena esfera da mesma cor que seu olho dali, e mostrou para ela.


– Isso é um tracker, com um desses, você pode manter uma parte da sua mente vigiando qualquer lugar - disse ele, guardando o objeto novamente - Agora pode ir junto com seus amiguinhos, pensando melhor, eu já empurrei isso demais. Mas seria legal se você sugerisse a eles para colocar um elemento adicional nesse baile: máscaras.


– Máscaras? Por que máscaras? - perguntou Mavis curiosa.


– As pessoas fazem e dizem coisas de máscaras que negariam furiosamente sem elas - disse ele piscando - Agora se me dá licença, tenho coisas a fazer, pequena fantasma.


– Até mais então, Jereffer-kun - disse ela jovialmente - E antes que eu me esqueça, onde você colocou aquele tracker, para eu removê-lo? Não é legal espiar o que os outros estão fazendo.


Ele revirou os olhos.


– Você é uma fantasma, haja como tal, é exatamente esse tipo de coisa que você deveria fazer - disse ele em tom de censura divertida - Mas em todo caso, está em frente a porta do banheiro feminino, por motivos inexplicáveis.




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No alojamento da Fairy Tail, a agitação era crescente.


– Foi uma ótima idéia a dos convites, Erza-san - comentou Wendy enquanto colocava um convite pronto dentro da sua caixa de resultados - Mas por que estamos escrevendo isso manualmente mesmo?


Erza pousou sua caneta e se virou para a pequena Dragon Slayer, tendo que mover para o lado a pilha absurdamente alta de convites já escritos por ela, mas Makarov respondeu antes dela.


– Política de economia - disse o pequeno mestre da Fairy Tail, enquanto tomava um gole de sua caneca de bebida - Já arranjamos gasto suficiente com essa coisa de máscaras...


– Isso foi idéia minha, Terceiro - lembrou Mavis em um tom de censura - E de qualquer maneira, avareza não é uma boa qualidade para um mago da Fairy Tail!


– Mas... Mas... - tentou argumentar Makarov, antes de abaixar a cabeça e aceitar a reprimenda, enquanto todos da guilda seguravam o riso - Certo.


– Ah Velhote, pense um pouco como você pensaria quando era... 60 anos mais novo - disse alegremente Cana, que estava sentada de forma largada sobre um dos sofás, com um braço indolentemente em volta de Freed, que estava concentrado em sua escrita, e a outra ocupada em segurar um barril portátil - Isso é tão romântico!


– Tanto quanto vocês são estranhos - comentou Bickslow rindo daquela sua forma exagerada, e levando uma barrilzada na cabeça, apesar de estar expressando uma opinião geral não dita sobre aquele recém-revelado casal.


– Não liguem para o Bicks, pombinhos embriagados - disse Evergreen de forma apaziguadora, enquanto entregava mais folhas para Elfman. Trabalhar como copiadora humana não era trabalho para uma fada, e o grande albino havia se oferecido para fazer a parte dela - Ele só está chateado porque perdeu a aposta.


– Aposta? - perguntou o mago de runas franzindo a testa. Aquilo fez os outros dois membros do Raijinshû soltarem risos abafados e se calarem. Laxus revirou os olhos e resolveu contar para o pobre e agora desconfiado Freed a verdade.


– Eles apostaram que seu medo de mulheres semi-nuas te impediria de ter uma namorada um dia - explicou Laxus.


Aquilo fez com que uma bigorna com os dizeres”moral” caísse sobre a cabeça dele. Enquanto ele caía em um humor escuro ao perceber quanta moral ele tinha em vista dos olhos de outros.


Mas para a sorte dele, o assunto já estava se movendo para outro rumo, diferente de suas fobias.


– A primeira tem razão mestre - comentou Mira enquanto escrevia caprichosamente convites - Afinal, também gastamos bastante com decoração. Mas creio que vocês fizeram um bom trabalho, certo, Erza?


Aquilo fez o orgulho de Erza se eriçar.


– Mas é claro que sim - disse ela com veemência - Apesar de coisas...estranhas terem acontecido durante nossa arrumação.


– Mais estranho que a aparição da Mestra? Sem ofensas - perguntou Pantherlily, enquanto Asuka o cutucava para mostrar o convite que ela tinha terminado, feito com todo o esmero e habilidade que uma criança de 5 anos usando giz-de-cera pode ter. Mas como a Fairy Tail nunca desperdiça o esforço de alguém, aqueles seriam mandados para a Twilight Ogre.


– Eu não me ofendi - disse Mavis sorrindo e balançando as asinhas em seu cabelo.


Erza abriu a boca para falar, mas nem teve oportunidade, Levy comentou.


– Bom, esse pré festival está cheio de coisas estranhas - disse Levy pensativa - Tudo aquilo com todas as pessoas adormecendo em uma região...


Aquilo fez Erza enrubescer ao lembrar do que ocorrera naquela ocasião, coisa que não passou despercebido por alguns, mas ninguém teve a coragem necessária para perguntar. Erza podia se tornar violenta se pressionada quando envergonhada.


Aquilo terminou o assunto abruptamente, e logo eles estavam trabalhando em silêncio, mas como aquilo era a Fairy Tail, durou muito pouco.


– Então... vocês já escolheram pares? - perguntou Bisca - Chegar desacompanhada a um baile é socialmente mal-visto, faz você parecer uma pessoa solitária.


Aquilo fez conversas paralelas surgirem rapidamente.


– Bem, eu vou com o Gray-sama! - disse Juvia colocando os braços em volta de Gray e lançando um olhar perigoso para sua “rival no amor”.


Uma gota de suor escorreu na parte traseira da cabeça de Lucy “Mas eu nem disse nada!” se defendeu ela, enquanto Gray corava. As demonstrações de afeto de Juvia às vezes eram muito exageradas.


Enquanto isso, no outro lado da sala, uma conversa estranha para ouvidos comuns se desenvolvia.


– Um baile é uma coisa de homem, onde um homem deve agir como um homem com uma companhia de homem! - disse Elfman enfaticamente enquanto escrevia convites. Evergreen soltou um suspiro de irritação.


– Bem, qualquer coisa organizada pela Erza provavelmente vai ser bem medíocre - disse ela. Feridas envolvendo títulos de fadas nunca cicatrizavam verdadeiramente.


– Mas creio que eu precise de uma companhia digna. Como é impossível encontrar uma a tempo, acho que você vai ter que servir.


Aquilo fez com que uma interrogação surgisse da sobre a cabeça do grande mago.


– Você quer que eu vá com você, Ever? - perguntou ele confuso.


Aquilo fez Evergreen enrubescer.


– Eu não disse isso!


– Mas eu pensei...


– Pensou errado!


– Um Homem fica confuso! - disse Elfman apertando a cabeça com as duas mãos, o cérebro a pique de explodir.



A Algumas cadeiras de distância, a conversa era consideravelmente mais normal.


– Bailes são tão divertidos - comentou Levy enquanto colocava mais um convite pronto na frente da pilha de convites feitos por ela, a maior - O que você acha, Gajeel?


Gajeel rosnou enquanto amassava mais um convite que saía ilegível, antes de responder.


– Não, eu não acho, e não quero ir - disse ele mal-humorado.


Levy estreitou os olhos irritada.


– Eu não estava te convidando - disse ela defensiva. Aparecidos de algum lugar misterioso, Jet e Droy tentaram aproveitar da situação.


– Não se preocupe, Levy, nós... - eles começaram a dizer em uníssono, antes de Gajeel dar um pequeno empurrão com a perna no banco deles com a perna. Isso resultou em eles serem arremessados para o outro lado da sala, indicando um leve exagero.


– Certo, certo, eu vou para você para você não ficar sozinha - disse ele dando uma olhada de soslaio para ver se os membros da Shadowgear já haviam se recuperado de seu vôo surpresa o que fez - Mas só por isso.


Aquilo fez Levy corar, mas também soltar um risinho.


– Sim, claro, é muita gentileza da sua parte - disse ela, e Gajeel ficou em dúvida se ela estava zombando dele ou não.



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Jereffer observou a movimentação por de trás da folhas e colocou um dardo em seu besta. Quando ele teve uma visualidade o suficiente, ele disparou um dardo no joelho do seu alvo. Como uma pessoa real faria, seu autônomo caiu. Ao mesmo tempo, ele sentiu uma faca sendo deslizada pelos sensores das costas do macacão. No visor de seu capacete, os dizeres “Você morreu”. Jereffer suspirou e tirou o capacete, enquanto pegava o controle da sala. Ele desativou o ambiente simulado e logo só ele estava sozinho em sua oficina, cercado por imóveis formas humanas metálicas.


No fundo da oficina, a porta se abriu e alguém acendeu o interruptor.


– Como você consegue perder para brinquedos? - perguntou Ultear curiosa, enquanto apertava novamente o botão que baixava a porta.


– A inteligência artificial deles é bem avançada - disse ele com a voz abafada enquanto se espremia para fora de macacão de sensores - E treinar no modo Exército Solo ajuda a reconhecer padrões. Todas as máquinas seguem padrões, Ul, assim como pessoas pouco inteligentes ou com distúrbios.


– Se parece suspeitamente com uma forma de jogar vídeo game - disse ela, fazendo ele rir.


– De certa forma, mas tem que admitir que minha desculpa é boa - disse ele, enquanto se levantava e ia até um dos autônomos danificados, e com um simples movimento de mão, fez surgir um maçarico portátil, e começou a fazer os reparos necessários.


Para desviar os olhos das brilhantes faíscas de luz emitidas pelo conserto, Ultear se viu fitando uma daquelas máquinas. Se parecia demais com uma pessoa, exceto pela grande artificialidade que aquilo parecia emanar. O autônomo piscou.


– Wow, isso parece tão... real - disse ela, desviando o olhar.


Jereffer sorriu divertido, desviando os olhos de seu conserto.


– Bem, isso também parece, não é? - disse ele, levantando o braço, por um segundo sendo visível a prótese de aço por baixo da camuflagem de pele falsa - Ignore eles, eles nunca ficam totalmente inativos, a não ser que você tire a célula de alimentação mágica deles.


– Isso me parece meio perturbador...


– Bom, quem criou isso estava tentando recriar humanos - contou ele, parando novamente o conserto abrindo uma gaveta em uma bancada, de onde tirou um livro de aspecto antigo - Isso que eu uso é magia mecânica incompleta, quem desenvolveu foi um antigo amigo meu. Veja você mesma - disse ele jogando o livro para ela e voltando ao seu trabalho.


Entre aquelas páginas amareladas, só havia símbolos e anotações incompreensíveis para Ultear, mas ela podia ver que a data de escrita de cada página se distanciava bastante.


– Isso me parece ser algo bem trabalhoso - disse ela fechando o livro e colocando ele de lado - Por que alguém simplesmente daria algo assim?


– Bem, ele enlouqueceu - disse ele dando os ombros - Quando eu conheci ele já estava bem paranóico, então eu só aprendi as coisas que ele havia ensinado para a irmã mais nova. Akuna. Ela não te contou essa história? Não existe nada que aquela goste de fazer como gosta de fofocar.


Aquilo fez Ultear se sobressaltar e começar a gaguejar, mas ele levantou uma mão pedindo para que ela esperasse.


– Eu sou muitas coisas, Ul, mas não sou idiota - disse ele indiferente - Você acha que eu não sabia que nossa pequena e insaciavelmente curiosa maga sensorial não me seguiria, e provavelmente arrastou você junto? Bem, não se desviando do assunto, o Sacerdote do Trovão era um mago talentoso, porém perturbado. Acreditava que a magia era um milagre, e com fé, tudo era possível.


– Me deixe adivinhar, isso acabou de forma feia? - disse Ultear, que tinha alguma experiência em presenciar loucuras parcialmente semelhantes a aquela terminarem de forma violenta.


– Bem, ele queria recriar o pai morto dele, isso, e somado a perfeição dessa magia, o enlouqueceram - disse Jereffer, soando um tanto triste - O abismo da magia e a vida. É impossível recriá-la, e todo o esforço para se aproximar disso só causa dor.


– Você tem pena dele - disse Ultear surpresa - Sempre achei que não gostasse de tolos, e isso foi obviamente, uma tolice sem tamanho.


– Eu o entendo - disse Jereffer. Ele se afastou do autônomo quebrado, e começou a ajustar algumas coisas no controle dele. O autônomo começou a se transformar e mudar de aparência, e quanto terminou, estava tão diferente de sua forma anterior quanto uma uva é diferente de um elefante.


Agora ele se parecia com uma garota, relativamente alta, e tão comum que parecia ser parte de um cenário de multidão. Cabelos castanhos, olhos castanhos, seios mínimos e quase sem curvas.


– Ter a capacidade de criar coisas são reais, mais ainda sim, artificiais - disse ele de forma nostálgica, alguns segundos depois, o autônomo se desmontou espontaneamente - E mesmo que eu não saiba fazer isso, o Sacerdote conseguia dotar suas criações de sentimentos artificiais. Se você somar todo o desespero de lembranças dolorosas, é natural que isso te deixe um pouco louco, certo?


A forma como que ele falou aquilo confirmou as suspeitas de Ultear.


– Aquela aparência...


– É do esqueleto em meu armário - disse ele com um meio sorriso zombeteiro, porém com a sombra do cabelo cobrindo os olhos - E a fonte da curiosidade que está consumindo ambas a umas 12 horas. Continue a história para mim: Eu estou no campo de batalha quando recebo uma ordem diferente. Capturar uma princesa fujona. Eu corro para o oeste junto com o que sobrou da vanguarda dos aliados. A batalha ali já estava praticamente ganha mesmo. Há dez dias de viagem, damos de cara com o acampamento da hoste dela, eles estavam alojados em um pequeno castelo. Depois de uma batalha sangrenta, tomamos o castelo e eu, agora uma babá, tinha que mantê-la ali até ordens superiores. Já consegue inventar um fim para essa história?


– Er... Ahn... - se atrapalhou Ultear, pega de surpresa pela súbita pergunta. Jereffer suspirou.


– Vou te dar uma dica, se esforce mais um pouquinho, pensar não faz mal: Você já ouviu falar na Síndrome de Estocolmo?


Uma lâmpada se acendeu sobre a cabeça de Ultear.


– Sim, é quando pessoas desenvolvem sentimentos por seus captores, acontece em caso de seques... - Ele arqueou uma sobrancelha e inclinou a cabeça, fazendo ela pegar o fio da idéia- Entendi - disse ela solenemente, e hesitou antes de continuar - O que aconteceu?


– Bem, finalmente chegou minha ordem. Eu descobri que já não tinha coragem de matar a princesa- disse ele, e deu uma gargalhada amarga - O Espectro de Norkarm, havia encontrado seu mítico coração, zombaram meus colegas. Bem, quando eu ouvi notícia que o Manopla Dracônica subia um Rio Verme com sua tropa, eu sabia que ele vinha cumprir as ordens que eu ignorei. Sendo tão inteligente quanto um nabo, eu desci com a guarnição para dar batalha a ele na foz do rio, onde tínhamos chance de vencer. E venci, mas não encontrei alegria nisso, pois quando voltei para a pacata fortaleza que eu estava dominando,e encontrei Coração-Negro sentada no cadeirão de lorde do qual eu me apoderara, com uma cabeça em seu colo. Caçador Noturno entrou no meio, mas quando eu lembro da briga que se seguiu, eu entendo que mesmo depois daquilo, eu não tinha coragem de matar ela, a primeira pessoa que eu considerei... e bem... admirei...


E parou abruptamente de falar. Ultear colocou a mão desajeitadamente.


–É... eu sinto muito, Jereffer, eu não devia ter... - ele levantou a cabeça, e estava novamente com sua expressão zombeteira natural.


– Não sinta, você só estava curiosa e agradando a pequena ao manter esse transmissor que está na sua blusa ligado - disse ele, puxando o transmissor de entre os seios dela e o desativando - Há alguns minutos, eu creio que ouvi o som de penas sacudindo. É melhor verificarmos se ela não está na cozinha, não queremos explosões hoje, certo?



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Notas finais do capítulo

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