Fairy Tales - Fairy Love escrita por Jereffer


Capítulo 94
Capítulo 94: Efeitos da Chuva


Notas iniciais do capítulo

Yoo, Leitoras Maravilhosas!
Atrasado como sempre, mas saiu! Uma imagem fofa para comemorar:
http://25.media.tumblr.com/tumblr_mb0ju6gvpB1rbtmk1o4_250.jpg
Sem mais, Enjoy



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/192957/chapter/94

Encharcado até os ossos, Jereffer encostou-se ao sensor de detecção da porta, e com passos pesados ele entrou na base voadora da Crime Sorcière.


No hall de entrada, Ultear estava sentada em uma das poltronas.


– Pirralho - disse Ultear, que era sua forma de dizer olá - Como está lá fora?


– Molhado - resmungou ele tirando sua capa, pesada de tanta umidade e atirando para um canto - Eu tentei chegar aqui antes que ela começasse a cair, mas a turba me cercou. Eu fui assediado, autografei todo tipo de objetos... Apenas o cotidiano.


Enquanto ele arrancava com esforço as manoplas que cobriam seus braços do pulso ao cotovelo, ela notou que algo além de água escorria para o tapete.


– Você está sangrando.


– Sim, isso frequentemente acontece quando uma multidão frenética se espreme contra você, qualquer objeto de metálico em seu traje se enfia na sua pele - disse ele, enquanto esfregava a pele dos braços - Por que eu insisto em usar essas coisas para lutas corpo a corpo mesmo?


– Porque você tem alguma demência cientificamente inexplicável - disse Ultear revirando os olhos - Você sabe por qual motivo o Jellal está saltitante e a Meredy está estranha?


– Sei, e ambos os casos isso é parcialmente minha culpa - disse ele, enquanto puxava sua camisa pela cabeça - Não se preocupe, ambos ficarão bem, o Jelly mais que bem, se ele tiver a inteligência que Deus concedeu a um pombo.


– Eu amo sua forma sucinta de explicar as coisas - disse ela sarcasticamente - Agora você poderia se despir em outro lugar?


– Até posso, mas qual é o significado de ser adulto quando você não tem nem o direito de andar pelado pela sua própria nave?


– Precisa ressaltar que essa nave não é sua?


– Ul, Ul, Ul, que grave falta de atenção - disse ele com um suspiro, enquanto recolhia as peças do chão - Você não leu no manual o nome do inventor dos propulsores, camuflagem e sistemas automáticos desse modelo de nave? A sete anos atrás, eu não vendia minha inteligência apenas para a indústria de armas e armaduras.


– Mas não vendeu o ego, isso é evidente - disse ela sarcasticamente.


– Me magoa, Ul-chan - disse ele colocando a mão no peito e fazendo uma falsa expressão ferida - Eu tento ser humilde, mas me faltam argumentos. Mas obviamente eu aprenderei mais sobre isso quando tiver a sua idade...


Ele ultrapassou a porta que levava ao corredor antes que uma orbe quebrasse seu crânio, mas ainda a tempo de ouvir algumas palavras que combinariam com o vocabulário de um marinheiro...



___________________________________________________________________



A chuva caía pesada pelas ruas de Crocus, e Levy e Gajeel se espremiam junto com um grande grupo de refugiados embaixo do toldo de uma loja.


Aquela proteção era bem simbólica, considerando que cada rajada de vento os deixava ensopados.


E estava frio...


Levy estava batendo os dentes, mas fazia o melhor possível para não tremer igual a uma vara verde, mas achou que não estava fazendo um trabalho satisfatório, pois Gajeel logo notou.


– Vista isso, Devoradora de Livros - disse ele tirando seu colete, pesado e grosso o suficiente para escorrer a água vinda com as rajadas de vento, o que o deixava a coisa mais próxima de seco possível naquele ambiente - Se você tremer tanto, seus ossinhos podem trincar.


Levy ficou vermelha e bufou, e já ia responder com desdém, mas quando avaliou suas opções, aceitou o colete, era melhor engolir seu ego do que ficar encharcada.


Assim que ele passou a peça de vestimenta para ela, ela já cogitou melhor.


– Por que é tão pesado?


– Tem borracha, eu uso para evitar que coisas com magnetismo me dêem choque - disse Gajeel dando os ombros.


– Então você deveria usar isso para não virar um para-raio humano? - indagou Levy arqueando as sobrancelhas.


– Bem...sim... mas pode usar! - gaguejou Gajeel, sem nenhum argumento, mesmo que fraco, em sua mente.


– Você está doido? Qual é a vantagem de ficar um pouco mais seca e você ser electrocutado, sendo que estamos lado a lado?


E aquilo deu início a uma discussão que fez as pessoas em volta resmungarem sobre o “casal barulhento” e chamou atenção até mesmo de Lily, que se aproximava dali trazendo um guarda-chuvas e uma capa de chuva, usando um grande abafador de ouvidos para evitar quase saltar para fora do pelo a cada vez que um dos malditos trovões sacudia o ar.


Ele tirou o abafador dos ouvidos e se escondeu atrás de um pilar, para escutar um pouco.


“Será que eu levo o guarda-chuvas para eles ou eles vão ficar bem?” ele pensava no que era melhor para o seu amigo.


Pantherlily decidiu que eles iam ficar bem o suficiente com calor corporal.



___________________________________________________________________



Enquanto isso, na nave da Crime Sorcière...


Meredy estava tentando ler uma revista em seu quarto, mas o som rítmico de metal batendo e explodindo vindo do piso inferior impediam a formação de qualquer pensamento completo.


Ela aguentou o máximo que sua paciência permitia (o que é aproximadamente 5 minutos) antes de resolver tomar uma providência.


O amplo salão que era usado como oficina por Jereffer tinha portas de aço maciças que teoricamente deviam abafar os sons internos estavam apenas encostadas, o que podia ser um das explicações de o porquê aquela cacofonia era ouvida fora dali.


– Je-nii, você poderia fazer o favor de não explodi... - ela ia dizendo rabugentamente, mas parou ao notar quão estranha era a cena dentro daquele lugar.


Jereffer estava sentando com os joelhos cruzados na frente de uma mesinha, onde vários livros abertos espalhados por ela, incluindo um caderno, onde Jereffer escrevia algo. Essa era a parte normal, a parte estranha é que ele fazia isso entre os espaços de tempo onde ele não estava replicando os golpes que sofria de seus autônomos de metal., que pareciam ter alguma espécie de auto-reparação, pois assim que eram atingidos, iam em busca de suas peças perdidas que rolavam pelo chão.


– O que você está fazendo, Je-nii?


– Um exercício de concentração - disse ele, sem tirar os olhos do papel enquanto com a mão esquerda ele fazia sua espada descrever um arco, que cortou uma das máquinas atacantes quase ao meio - Antigamente eu era capaz de encarar uma folha de papel até ser derrubado pela fome ou sede, mas ficar convivendo com pessoas barulhentas como vocês tem me deixado distraído. Habilidades devem ser mantidas, Pequena.


Ela ficou o encarando por alguns segundos, e ele abriu um meio-sorriso.


– Eu não estou te expulsando, Pequena, sente-se, se você quiser, ou apenas fale o que deseja falar - disse ele monocórdio.


– É que... você está fazendo muito barulho, eu não consigo ler minha revista... você poderia... - começou ela, e ele largou a caneta e fez um floreio com uma das mãos.


– Claro, claro - disse ele, um protetor de ouvidos surgindo em sua mão, e então ele jogou para ela.


Meredy apanhou no ar e estreitou os olhos enquanto lhe dava um olhar fulminante. Jereffer gargalhou, tirando pela primeira vez os olhos de sua escrita.


– Eu estava apenas brincando, pequena - disse ele enquanto gesticulava para um painel ao lado da porta - Ative o isolamento quando sair e a nave ficará mais silenciosa que um necrotério.


Meredy assentiu, e pretendia sair mesmo... mas sua curiosidade foi maior e ela resolveu dar uma espiada no que ele estava fazendo.


Ela deu a volta na mesa e deu uma espiada por cima do ombro dele, mas Jereffer escrevia rápido demais e alternando entre folhas demais para que ela pudesse unir as palavras.


Ela abriu a boca para perguntar mais uma vez o que ele estava fazendo, mas ele respondeu antes.


– Pequena, você não é um disco enroscado, seja mais criativa - disse ele rindo - E se você quer tanto saber, eu estou escrevendo algo que minha irmã.


– A cantora? - perguntou Meredy. Jereffer falava pouco sobre a sua família.


– Essa mesma - disse ele confirmando com a cabeça - Eu descobri que é perigoso ser simpático com as pessoas, ela se tornam folgadas.


– Na verdade um fator que aumenta isso é você sempre fazer alarde de um gênio - brincou Meredy.


– Não é alarde, é um fato cientifico - disse ele inocentemente - E de qualquer maneira, isso visa fazer o coração de pessoas emocionalmente influenciáveis, tipo palermas como o Jellal.


– Não culpe o coitado, foi a realização de um sonho antigo - disse ela de forma quase bondosa.


– Realização? A Scarlet ainda pode chutar aquela bunda depressiva dele - disse Jereffer dando os ombros - Eu aposto qualquer coisa que na próxima que ele a encontrar ele vai começar a falar besteiras sobre como todas as tristezas passadas dela são culpa dele.


– Eles já não tinham saído desse estágio?


– Sim, mas ele teve 7 anos para remoer isso novamente - disse Jereffer, enquanto fechava o caderno - Isso tem um efeito reverso bem acentuado.


– Ele tem vergonha das coisas que já fez - defendeu Meredy, que sentia pena do grande idiota que era seu amigo.


– Pessoas têm vergonha de coisas e não ficam idiotas por causa disso - diversão cintilou no olho negro de Jereffer - Oras, você ficou envergonhada porque precisou me beijar na frente de uma fila de fangirls, mas não está pelos cantos como a sua vida é uma farsa.


Aquilo fez com que o rosto de Meredy ficasse rubro e vapor subir dele, fazendo Jereffer verdadeiramente gargalhar.


– Eu só estou te enchendo a paciência, Pequena - disse ele dando um tapinha na cabeça dela - Ninguém pode ser um infiltrado procurado pelo governo sem atuar um pouco.


Fumaça ainda saía do rosto de Meredy, e ela assentiu.


– Sim, sim...


– E agora algo me veio a mente. Como está nosso estoque médico? - disse ele rindo - O Jellal com certeza vai ter alguns ossos quebrados se resolver falar algumas besteiras sobre culpa.


– Cheio, eu acho, e fora isso, não há nada que possamos fazer pela saúde dele - disse ela, antes de abrir lentamente um sorriso divertido - Ou...


– Não - disse ele sacudindo a cabeça, adivinhando seus pensamentos.


– Sim! - disse ela animadamente.


– Ok, sim então - disse ele suspirando.



______________________________________________________________________



Enquanto isso, no alojamento da Fairy Tail.


Os ensopados magos da Fairy Tail se amontoavam na sala principal, enquanto torciam as peças de roupas úmidas e esperavam que o alojamento mandasse um número maior de toalhas para que eles pudessem voltar para os quartos sem alagá-los, então enquanto aguardavam, Natsu era a melhor alternativa.


De trás de uma das cortinas, Erza ia passando as roupas para Natsu secar.


– Blusa - disse ela, apenas mão desnuda espreitando pelo tecido da cortina, que tapava uma janela lacrada. Natsu suspirou, acendeu o punho e o passou por perto por alguns segundos.


– Pronto - disse ele entediado, devolvendo a roupa para ela - Próxima.


Na fila de espera para o “secador humano” Lucy suspirou.


– Natsu acelere isso, até parece que você não foi bem abastecido - disse ela revirando os olhos - Tanta comida deveriam ter fornecido alguma energia!


Aquilo fez Natsu ficar indignado.


– Eu estou cheio de energia - disse ele, para provar, puxou as duas pessoas a espera de secura mais próximas, que consistiam em Lucy e Lisanna, em uma espécie nada adulta de abraço. Assim que entraram em contato com eles, vapor começou subir das roupas enquanto elas secavam.


– Viram, potência dupla - disse Natsu, sem notar o olhar mortal que as magas trocavam...




Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentários?