Levy saltou para trás, ofegante.

Aquele treino era a prova definitiva se ela havia feito algum progresso.

– Water Slicer! – disparou Juvia, forçando Levy a saltar para o lado.

A árvore atrás dela foi cortada em duas, fazendo Levy sentir um arrepio.

– Não tire os olhos de seu oponente, Levy - lembrou-lhe Natsu, e quando Levy olhou para frente novamente, Juvia estava a poucos centímetros dela.

– Se isso fosse uma luta de verdade – disse Juvia – a Juvia poderia dar o último golpe agora.

Levy se deixou cair sentada, desanimada. Ela ainda era muito fraca.

– Você conseguiu – disse Natsu, saindo da sua posição de observador, deixando Levy estupefata.

– M-mas eu perdi... E para a Juvia! – disse ela, antes de se dirigir a mesma – Não se ofenda!

Levy falou isso da boca para fora, Juvia andava em um estado de espírito tão elevado que nada seria capaz de a ofender.

Natsu respondeu antes dela.

– Levy, em nenhum momento eu achei que você poderia vencer essa luta – sua cabeça caiu desanimada, antes de ele continuar – Porque esse treinamento não se assemelha a uma luta real. Afinal, você não estava contra-atacando.

Ela levantou os olhos, fazia sentido.

– Você já pegou a idéia e os movimentos, força só se ganha com o tempo – disse ele dando um tapinha de aprovação na cabeça dela – Você só precisa continuar assim e ninguém nunca poderá te chamar de fraca.

Levy sorriu.

Muito mais tarde, naquele dia...

Em um luxuoso estúdio na área central de Sin city, um mago alto de cabelos loiros conversava com um estilista.

– Você tem certeza que a sua antiga guilda tem interesse em um evento desse porte? – perguntou o estilista enquanto enrolava a ponta do bigode, em sinal de nervosismo.

– Sem nenhuma duvida – disse “Luxus” – Velh... Digo, o Vovô gosta muito que nossa guilda tenha eventos culturais, e digamos que ele não é do tipo que dispensa ver magas em biquínis.

O estilista não parecia compartilhar desse gosto, mas assentiu.

– Eu entrarei em contato com ele.

“Luxus” se levantou, dando-lhe um de seus sorrisos malignos.

– É sempre bom negociar com você – disse ele antes de sair.

Do outro lado da rua, outro Laxus esperava encostado em um muro.

– Funcionou? – perguntou ele ao ver sua sósia se aproximar.

– Perfeitamente – disse “Luxus”animadamente – Eu acho que a voz ficou meio estranha, mas não é nada sério.

Laxus, assentiu satisfeito, antes de fazer um aceno com a mão, fazendo com que uma descarga elétrica colossal atingisse o outro.

A forma do “Luxus” se desfez, revelando a verdadeira aparência do individuo.

– Isso foi realmente necessário? – disse Natsu enquanto se sacudia para se livrar da estática – Mimecry é incrível!

– Sim, isso foi necessário – disse Laxus – Eu te ajudei a testar essa magia de cópia, mas não quero você andando por aí na minha forma!

Natsu riu.

– Eu poderia encontrar uma utilidade para isso – ao receber um olhar fuzilante e ver estática ser liberada dos fones de ouvido do mago trovão, continuou – Desculpe, quando copiei seu corpo, por alguns instantes eu pensei da mesma forma que você. Ainda tem idéias da sua consciência boiando na minha mente.

– Espero que elas sumam logo – disse ele mal-humorado – É melhor você ir, a rata de biblioteca e a garota Phantom devem estar te procurando.

– Se nossa pequena conspiração funcionar, até algum dia em Magnólia – disse Natsu sorrindo enquanto acenava em despedida.

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Um dia depois disso, no caminho que liga Oak Town a Magnólia.

Scorpio continuava a aconselhar Gajeel enquanto eles caminhavam .

– Oh Yeah – nem o fato de ele iniciar todas as frases dizendo isso poderia incomodar Gajeel - Caso vocês fiquem sem assunto, você vai precisar disso.

Ele desapareceu por alguns segundos, voltando em um turbilhão de areia, segurando uma daquelas revistas mágicas na mão.

Gajeel pegou a revista e a folhou:

– Veículos mágicos, missões raras e mulheres nuas – disse ele – Muito interessante, mas como isso ajuda?

Scorpio ficou subitamente rígido, antes de puxar a revista de volta.

– Revista errada – ele sumiu e voltou novamente, trazendo outra – Aquela era minha, eu peguei essa daqui das coisas da Aquarius.

Era uma daquelas revistas de fofoca. Gajeel abriu desinteressado.

Ele ativou o Blind Eyes ao ver as primeiras paginas, enquanto ele mentalizava “Mantenha-se sereno, Gajeel, ele está só a ajudando a treinar” Mas a foto tirada deles deixando a floresta com as roupas em mal-estado foi demais para ele.

Ele deu meia volta, se dirigindo as garotas, que andavam emparelhadas, discutindo sobre algo.

Elas soltaram sons de surpresa quando ele as puxou para cima da garupa da moto mágica, antes de acelerar violentamente.

– Gajeel, que diabos? - perguntou Lucy se segurando para não cair.

– Acabo de notar que temos pressa – disse ele.

Não tão distante dali, em um pequeno aglomerado de árvores, Gajeel notou um cheiro suspeito.

– Porque estamos parando? – perguntou Lucy enquanto Gajeel saltava da moto.

Ele fez um “shii” rude, pedindo silêncio.

Do meio das árvores, vinham o inconfundível som de gemidos.

Gajeel se aproximou o máximo sorrateiramente possível, com as duas em seus calcanhares.

– Isso não sooa como a voz da Levy? – sussurrou Lisanna para Lucy, que assentiu.

A cena que eles viram foi muito estranha.

Levy estava deitada sobre o colo da Juvia com as costas nuas, enquanto Natsu se ocupava em fazer algo que não estava muito claro.

– Yoo! Como foi a missão de vocês? – ao ver as caras de interrogação, ele explicou – Nosso transporte alternativo – ele apontou para algo que pareciam cavalos peludos demais – foi atacado por um enxame de vespas.

Levy soltou um gemido quando ele arrancou um ferrão de um calombo.

– Ela deu azar – continuou Natsu, sem notar a mudança de cor que acontecia no rosto de Gajeel – O corpo da Juvia se transforma em água, e minha pele pode ficar quente demais para ser tocada. Ela pegou o fogo total.

Levy soltou um grunhido quando ele acidentalmente acertou um calombo muito inchado.

Elas ainda articulavam sem deixar sair nenhum som devido a surpresa quando Gajeel falou:

– Vocês chamaram um bocado de atenção nessa missão – disse Gajeel um tanto áspero.

– Parece que a Mira vai participar de algo grande – disse Natsu sem prestar muito atenção – Mas além de fotógrafos chatos e garotas que soltam gritinhos, não aconteceu nada demais.

Casualmente, ele levantou os olhos antes de piscar para Gajeel e voltar a sua tarefa.

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Enquanto isso, na guilda...

– 50 milhões de jewels – o nariz de Makarov disparou um jato de sangue – E tudo que as garotas precisam fazer é tirar algumas fotos de biquini?

– Oui! Um ensaio completo – disse o estilista por um lacrima de contato – Foi idéia do seu adorável neto, Laxus. Acha que elas aceitam?

– Eu venderia minha alma por essa quantia – disse o mestre, contendo o sangramento nasal – Eu acabo de decretar que esse é o novo evento anual da Fairy Tail!

Enquanto dizia isso, Makarov pensava sobre qual desculpa ele poderia revogar a expulsão de Laxus.