Fairy Tales - Fairy Love escrita por Jereffer


Capítulo 72
Capítulo 72: Sobre Fantasmas e Corpos Etéreos


Notas iniciais do capítulo

Yoo, Leitoras Maravilhosas. O penúltimo capítulo antes de área de tempo do time skip está aqui ^,^
Tantas emoções por vir
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Sem mais enrolação ou baboseira, Enjoy



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Pantherlily, usando sua forma de batalha e a sua nova espada, lutava com membros de baixo escalão da Grimoire Heart.


– Avancem! Essa sala defende-se sozinha, mas não podemos correr riscos - gritou um sargento para os seus derrotados guardas - Mestre Hades vai nos deixar uma cabeça mais curta se qualquer coisa acontecer ao coração.


A nave adernou um pouco, devido a um poderoso golpe desferido na luta do convés.


Happy e Charle voaram contra a parede que ficou a noventa graus em relação a eles, apenas para serem pegos por um desagradável movimento de sacudir.


– Lily, nos ajude aqui - disse Charle, enquanto quicava igual a uma bolinha de borracha.


– Eu estou meio ocupado - disse ele enquanto desferia um golpe para aparar uma dezena que eram lançados contra eles.


Os dois Exceeds que não tinham formas de batalha não puderam mais do que assumir suas asas e começar a apertar todos os componentes que se pareciam frágeis em volta do tubo de cristal onde o repugnante coração roxo pulsava.


– Isso é inútil - riu um soldado se aproximando. Ele trazia um martelo - A proteção é indestrutível, só batemos com as armas nela quando estamos entediados, apenas para ver elas serem lançadas para trás.


– Você irá se transformar em comida de peixe - disse Lily enquanto enxotava o mago que se aproximara demais de seus parceiros.


Aquilo fez uma lâmpada de acender na cabeça de Happy, enquanto ninguém notou um leve brilho percorrer o cristal, o tornando mais transparente e menos brilhante.


– Peixe - disse Happy, enquanto tirava um peixe-espada da sua mochila - Secret Nekomander Art: Stab of Sea!


Era uma frase longa demais para um simples golpe frontal usando um peixe. Mas nunca em um ambiente tão pequeno tantas pessoas ficaram surpresas ao mesmo tempo.


O vidro havia rachado.



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Os magos da Fairy Tail observavam com terror formas fantasmagóricas emergirem das pedras partidas do chão em volta do mago, que agora exibia um olho que brilhava em um profundo carmesim.


– Do Livro de Zeref, volume 4, verso 20: Magia Oculta, Nemesis!


As feras rugiram em resposta, enquanto mais e mais formas surgiam.


– Ele fez monstros... do cascalho - disse Gray, as pupilas dilatadas devido ao terror. Wendy, que estava a um passo de distância, fez um grunhido aterrorizado em resposta.


– Com a magia de um dos abismos mais profundos, você consegue criar demônios menores até das pedras - disse o velho sorrindo macabramente - Ter criaturas para fazer o seu trabalho, como um Juiz dos Céus... isso é a natureza da magia oculta!


Aqueles seres tinham um poder oculto, uma aura de terror.


– Uma atrás da outra... cada magia é um novo nível de desespero - disse Erza com os olhos muito arregalados. Parte de si queria seguir o sábio conselho de atacar, mas o medo paralisava.


Lucy abraçava Natsu com força, lágrimas presas de forma dura nos cantos dos olhos.


“Eu estou com medo... tanto medo... medo...” essa era a única coisa que ela conseguia pensar.


Por um momento, a vitória teria sido possível para Hades, mas três fatores improváveis mudaram o rumo daquilo.


Sem nenhum motivo aparente, uma placa de metal caída do teto começou a tomar forma, torcendo-se contra si mesma até conseguir mudar, e assumir uma forma vagamente lupina. O ser andava de forma estranha devido a falta de articulações, mas ainda sim avançou de forma implacável, e atirou-se contra os demônios de cascalho.


Obviamente ele foi destruído com apenas um toque, mas o barulho que aquilo fez... interrompeu a atmosfera do encantamento de medo.


Na mente de Natsu, as palavras de Gildarts sobre o medo lhe renovaram as forças. Ele sorriu e começou a se levantar.


– Natsu - disse Lucy surpresa, os braços afrouxando em volta do pescoço do mago.


– Por que eu estou de joelhos? Eu tenho os meus amigos por perto, não tenho? - ele tocou suavemente o braço de Lucy, e ela o soltou, permitindo que ele ficasse de pé - Nos estamos com medo? Ele é bom...serve para revelar nossas fraquezas.


Todos os olhos se voltaram para o Dragon Slayer.


– Nós já as conhecemos, então o que há de se fazer além de ficar mais forte! Levantar e lutar! - gritou ele apertando os punhos com determinação - Sozinhos, seria impossível... mas estamos todos juntos! Com companheiros por perto, não a nada a temer!


– Não temos nada a temer, pois não estamos sozinhos - rugiu ele para terminar.


– Sua vaidade é digna de admiração - disse Hades - Mas isso acaba agora!


– Mesmo que não tenhamos mais nenhum poder mágico... - disse Erza entre os dentes, se levantando.


– Nós não devemos desistir até o fim - concordou Gray se colocando de pé, enquanto estendia a mão para Wendy fazer o mesmo - Afinal, isso é ser um mago da Fairy Tail!


O segundo fator improvável acontecia naquele momento, com uma árvore que emergia lentamente para a forma vertical, alimentando de energia os magos com a marca da Fairy Tail.



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– E o mais interessante é que tudo isso parecerá um lindo acaso de determinação, coragem e amizade para eles - riu Jereffer consigo mesmo, enquanto observava o resultado por suas telas informativas.


Havia pouco para se ler agora. Um agrupamento de pessoas no acampamento, a batalha que, agora com a proteção divina sendo restaurada e o coração de Hades sendo tirado da equação, estava fadada a terminar. Além dessas, só haviam duas marcações, a de Ultear e a de Meredy junto a uma enseada escondida em um lado da costa.


Ele daria muito para conseguir ouvir o desfecho daqueles fatos, mas aquele pequeno ultimo triunfo lhe roubara até mesmo a energia básica que ele usava para manter sua telepatia.


Agora ele já não tinha nada para fazer, exceto rastejar “Eles vão enrolar demais para sair daqui, tem muitos assuntos a considerar” ele se afogaria se chegasse ao mar, mesmo inteiro e saudável ele nunca fora um grande nadador...


... mas não seria dócil em ficar ali para ser vaporizado por aquele três vezes amaldiçoado dragão negro.



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A equipe mais forte finalmente conseguiu dar um respiro tranquilo. Mas apenas um.


Afinal, Mestre Hades agora jazia caído e verdadeiramente derrotado, o navio estava destruído e amanhecia sobre Tenroujima.


– Acabou... - disse Gray aliviado, enquanto amarrava melhor a camisa sobre seu ferimento no flanco.


– Sim - disse Erza sorrindo, voltando a equipar sua armadura Heart Kreuz, subitamente envergonhada com o estado de degradação que estavam seus trajes anteriores.


– Nós ganhamos, não é? - disse Wendy sorrindo, enquanto Natsu vestia novamente seu cachecol, perdido durante o último e acrobático golpe.


– Aye - disse ele sorrindo.


Um barulho que crescia de forma ascendente veio do assoalho do destruído convés.


– Pessoal - gritou Charle, que vinha correndo, com Happy em seus calcanhares. O notoriamente pouco corajoso felino azul estava quase chorando


- Natsu, me salve!


– O quê... - começou Lucy, mas quando atrás deles Lily fez a curva por detrás de uma parede razoavelmente em pé, atrás dele vinha uma turba formada pelos membros reminiscentes do baixo escalão da Grimoire Heart.


– Isso não é bom - disse Erza, enquanto Happy saltava para os braços de Natsu.


– Eles estão zangados - disse ele tremendo.


– Eu não os culpo - disse Charle - Foram tapeados por gatos, isso deve ser para eles humilhante.


A turba continuava a avançar, berrando pragas e ameaças, mas uma voz potente fez com que parassem de súbito.



– Já basta! - disse Makarov, que conseguia parecer bastante imponente, apesar das muitas bandagens, e isso somado ao grupo considerável que o acompanhava, fez os atacantes subitamente perderem seu espírito de batalha.


– Vovô - sorriu Natsu - E pessoal, que bom que vocês estão bem!


Makarov fez um aceno, e se dirigiu aos magos da Grimoire Heart:


– Seu mestre foi derrotado, saiam dessa ilha imediatamente, e nenhum mal acontecerá a vocês - eles se mostraram bastante ansiosos em cumprir essas ordens, gritando até exclamações de desculpa


Aquilo desencadeou uma onda de abraços, sorrisos e congratulações, Makarov resolveu ir falar com seu neto, antes que ele tivesse que disputar a atenção com o Raijinshû... ou a Mirajane.


Em meio aquela ruidosa balburdia comemorativa, Gray olhava para todos os lados. Freed notou a ação.


– O que foi, Gray? - perguntou ele.


– Onde está a Juvia?


– Ela não voltou para o acampamento - disse ele pensando - Mas não se preocupe, com a árvore de volta,ela deve estar bem.


Gray assentiu, os olhos se dirigindo à magnífica planta que agora se erguia novamente no centro da ilha ”Aí está um mistério... isso poderia ter sido obra...” seu pensamento ficou incompleto, pois sua atenção, assim como a de todos, foi atraída pelos gritos enfurecidos de Makarov.


– ... achou que eu falaria algo do tipo, idiota?! Você acha que pode pisar em Tenroujima enquanto estiver expulso? - dizia ele tendo uma espécie de surto.


– Ei, Mestre, se acalme - pediu Mirajane docilmente, mas podia se ver uma pontada maligna por trás de sua adorabilidade.


Fazendo muito mais barulho e com muito menos compostura do que era necessário, a Fairy Tail começou a se retirar para o seu acampamento.



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Quando já não havia mais nada para se ver, Jereffer desativou sua Mind Web. O poder mágico reminiscente do usado para criá-lo foi o suficiente para lhe fornecer forças para ficar de pé.


Dando um apertão mais forte na atadura suja e mal-feita que estancava o ferimento em seu abdômen, ele começou a caminhar, apanhando o primeiro galho que encontrou para lhe servir de muleta.


O avanço era lento como o passo de uma tartaruga idosa, mas era uma forma de se locomover melhor que rastejar.


Ele não soube exatamente quantos metros havia andado, mas não podiam ter sido mais de 100, quando ele fez uma curva pela trilha, e deu de frente com uma pequena figura que se aproximava velozmente. Ao avistá-lo, ela tentou parar, mas só conseguiu deslizar de forma estranha e colidir com ele... ou quase isso, pois ela o atravessou como se fosse vento.


– O que foi isso? - perguntou ele franzindo a testa, enquanto uma garota que tinha aproximadamente a metade da sua altura e mais cabelo do que ele podia almejar ter na vida inteira se levantava.


– Você me assustou! - disse ela em tom chateado - Eu estava com pressa.


– Bom, eu nunca foi bonito, mas assustador um fantasma é um pouco ofensivo demais até para mim - ele deu um olhar para ela, e depois um olhar para si próprio, avaliando as partes que eram visíveis sem um espelho - Mas pensando sem orgulho próprio, faz bastante sentido. Por que um fantasma precisa correr? A vantagem de ao ter um corpo sólido não é simplesmente surgir em qualquer lugar.


– Eu não sou um fantasma! - protestou ela sonoramente, parecendo ofendida - Eu sou um corpo etéreo.


– Mas está morta, certo? - disse ele, e ela deu um aceno rígido - E consegue ver e falar com vivos? Eu sinto lhe informar, mas essa é a definição de um maldito fantasma!


Ela mostrou a língua, a solução mais adulta capaz de imaginar para a cena. Subitamente, ela pareceu se lembrar de algo.


– Quem é você? Está ferido? Você não tem a marca da guilda, por quê? - o bombardeio de perguntas rápidas só confirmaram as suspeitas de Jereffer.


– Você sabe quem eu sou, estava manipulando minha energia desde que eu coloquei o pé nessa ilha - disse ele, e o par de olhos esbugalhados lhe deram o veredito - Enquanto eu pretendia matar um mago negro, eu me sentia incrivelmente cansado, mas quando foi para soltá-lo de seus captores, meus poderes voltaram. Mas você não pôde fazer mais nada quando a árvore foi derrubada.


O silêncio caiu entre eles. Ela voltou a falar, encarando os próprios


– Como você descobriu isso?


– Dedução, eu sou um tantinho esperto. Foi um plano de grande malícia, eu admito.


– Já me chamaram de várias coisas, nunca de maliciosa. Isso é... Muito gentil da sua parte.


– Já me chamaram de muitas coisas, mas nunca de gentil - riu ele - Você é Mavis Vermillion, mestra fundadora da Fairy Tail.


– Certo novamente - disse ela em um tom azedo - Deixou algum mínimo detalhe passar?


– O porquê de você ter tentando ajudar o mago mais perigoso da história, mas todos têm alguns pequenos segredos sujos - ele sorriu - Quem sabe esse seja o motivo da sua pressa?


– Não, não exatamente - ela sorriu triunfante por pelo menos algo não ter sido previsível - A ilha corre perigo, e um alerta meu pode não ser o suficientemente rápido para salvar minhas crianças.


– Um mago da Fairy Tail aqui presente tem 88 anos, você não faz ideia de quão estranho soa você incluindo-o no termo criança - disse ele sacudindo a cabeça - Nenhuma mensagem de alerta será útil contra Acnologia, um rugido dele pode destruir uma maldita cidade, não existe mais nenhum perímetro seguro... mas espera, você só notou a aproximação dela agora?


Mavis bufou e não respondeu, as asinhas decorativas em seu cabelo se agitando devido a sua impaciência.


– Então a única solução é aguentar o golpe. Fairy Sphere dá conta - disse ela orgulhosa de sua magia, antes de se lembrar que a maior parte da magia só podia ser usada por seres humanos através de corpos físicos ou intermediações ligadas a algo físico - Você que adivinha tudo, por favor, adivinhe a solução em que eu vou pensar, eu tenho pressa.



A pequena fantasm... digo, corpo etéreo, viu o mago franzir a testa, como uma pessoa que evita fazer algo desagradável.


– Isso vai salvar eles mesmo? Sem chance de falhas? - perguntou ele, e ela assentiu vigorosamente.


– Então se aproxime - disse ele com um aceno, mas ela apenas o fitou confusa. Como aquilo poderia ajudar.


Ele soltou um som de impaciência.


– Eu não vou morder você, apesar de que com a fome que eu sinto depois de usar tanta magia, eu logo começarei a cogitar isso - ela se aproximou com passos curtos, enquanto ele estendia as mãos.


– Reverse Drain: Embodiment - três selos mágicos surgiram em volta dela, um maior na frente de suas mãos. Um choque terrível percorreu seu corpo.


Por meio segundo, ela achou estar sendo atacada, quando viu que aparentemente ele também estava sobre o efeito daquilo.


Seus olhos subitamente perderam a capacidade de ver, mas logo a sensação cessou, e ela sentiu o chão se levantar para segurá-la. A terra debaixo de si era áspera.


Áspera... ela estava sentindo sensações físicas!


Ela colocou-se de pé com um salto, e rodopiou, sentindo o ar bater em seu rosto.


– Eu estou viva?


– Você tem um corpo, são duas coisas tão diferentes como vinho e vinagre - murmurou uma voz fraca. Ela notou que o mago havia caído - É tão artificial quanto os peitos de uma modelo, mas é físico e permite você utilizar magia.


Ele parecia horrivelmente fraco, e ela notou que curiosamente uma área de seus cabelos ficara rajada de um cinza brilhante, e um pequeno ponto, onde haveria uma mecha caso o cabelo fosse longo, estava branca.


Ele seguiu o olhar dela e riu.


– Eu usei mais magia para isso do que havia na minha área de armazenamento mágico, mas para a magia ser completada, meu corpo roubou algumas partículas mágicas que desempenham pequenas funções no corpo de um mago.


Ela continuou a encará-lo, estupidificada por tudo aquilo.


– Você não tem que salvar suas crianças ou coisa do tipo? - perguntou ele, fazendo ela despertar de seu estado surpreso.


– É mesmo - disse ela, antes de saltitar por cima dele, esquecendo-se que agora tinha um peso físico, e lhe deu um beijinho no rosto - Obrigado, eu não sei como agradecer.


– Eu já vou me considerar devidamente compensado se você parar de pisar na minha virilha - disse ele, fazendo ela saltar para o lado, e ele soltar um suspiro de alivio - Eu acho que já posso ouvir as asas, ou é apenas minha imaginação e minhas orelhas cheias de terra. Mesmo assim, pressa seria uma ótima ideia.




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Notas finais do capítulo

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