Fairy Tales - Fairy Love escrita por Jereffer


Capítulo 63
Capítulo 63: Antigas Mágoas


Notas iniciais do capítulo

Yoo Leitoras fofas! Postando muito atrasado para ir para a escola, então sem imagens fofas, sorry



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Jereffer irrompeu pela clareira enquanto Gray ainda olhava atordoado pelo caminho por onde Ultear havia saído. Gray piscou os olhos quando uma figura encapuzada saltou de cima de uma grande forma de metal que lhe parecia bastante animalesca. Gray se perguntou se aquela coisa brilhante que havia aparecido por um tempo em seu pulso havia efeitos colaterais alucinógenos.


– Quem é você? - perguntou ele enquanto o mago, que tinha o manto sombreado pelo capuz, parecia analisá-lo - Aliado ou inimigo?


– Um tantinho dos dois, muito de nenhum - respondeu uma voz que soava levemente conhecida para Gray - Você não deveria estar com uma marca mágica rosa brilhante no punho?


– Sumiu há alguns minutos - disse Gray ainda confuso, enquanto o mago checava qualquer coisa em uma tela de luz e praguejava algo sobre “sistema com lentidão” - Quem é você?


– Ninguém que te interesse, mas no momento, pode-se dizer que nossos interesses se cruzam por um breve momento - disse o mago enquanto sacudia a água que se acumulava no capuz com um movimento ligeiro - Você não acreditou na bela fábula da Ultear, certo? Foi particularmente emotiva, eu admito, e se soubesse que ela tinha tanto talento assim para história, eu teria a contratado como escritora, mas agora é tarde - concluiu ele com um suspiro.


– Quem é você? - perguntou ele para o mago que parecia começar a divagar.


– Você só conhece essa frase? - perguntou o mago, antes de puxar o capuz para trás - Pronto, agora que você viu essa coisa linda que é meu rosto, pode calar a sua boca por uns 10 segundos? - concluiu ele sarcástico.


– O cara da Sorcerer - disse Gray estupidificado pela surpresa.


– Em carne, osso e aço - disse ele fazendo uma reverência trocista - Eu posso descrever minha biografia de vida, mas cada segundo que você perde sua preciosa Juvia corre perigo.


Aquilo fez Gray ficar tenso como um elástico muito esticado, mas se manteve em silêncio.


– Vejo que agora tenho sua atenção - disse ele enquanto ajeitava os óculos de lente escura no rosto - Aquela pessoa de moral duvidosa que acabou de sair daqui carregando um cara desmaiado, está indo encontrar com a sua pequena e muito fofa adoradora, que por sinal está junto a essa maga d’água, depois de uma batalha interessante, e dê meus parabéns a sua garota quando encontrá-la, aquela coisa sentimental foi mais inteligente do que simplesmente se aproximar com cautela e nocauteá-la como foi a minha ligeira sugestão...


– Você pode resumir? - pediu Gray impaciente.


– É claro. Em poucas palavras: No momento em que ela encontrar a sua namorada desacordada e ao alcance de seu braço... eu apostaria minha mão esquerda que ela vai ver isso como uma bela e sangrenta oportunidade.


– M-mas por que...


– Oras, porque ela te odeia - disse ele com simplicidade - Não tanto quanto odeia a própria mãe, mas bastante.


– Ela consegue... odiar a Ur? - perguntou Gray sombrio, e o outro mago assentiu.


Gray já saía na velocidade de um touro em direção à trilha, mas com um leve movimento Jereffer estava bloqueando o caminho.


– E como eu ia dizendo, você não vai conseguir vencê-la pela força - disse ele casualmente - Ela é bem mais fraca do que eu, mas mesmo assim infinitamente mais forte que você. Não tome isso como uma ofensa.


Gray não sabia se ele estava sendo sarcástico ou não.


– Em todo caso, ela vai lutar que nem uma desvairada emocionalmente afetada, e aí está a sua esperança de vencê-la - disse o mago - É só falar o suficiente de coisas sobre a mãe dela que eu tenho um pressentimento que ela vai desmanchar, a fúria dela é sem motivos demais para durar.


– Mas você acabou de dizer que ela a odeia!


– Disse, e ela odeia - retrucou Jereffer - O amor e o ódio são tão próximos quanto a vida e a morte - disse ele enquanto os dedos afagavam o cabo de uma adaga que pendia embainhada em sua cintura.


– Mais algum aviso? Minha namorada pode estar prestes a ser morta, por isso eu tenho um tantinho de pressa - disse Gray exasperado pela lentidão teatral do outro.


– Bom, eu te lembraria de evitar matar aquela idiota, mas um honroso membro da Fairy Tail já deve ter isso em mente, certo? - disse ele com um sorriso torto - Eu tenho um fraco em meu coração por pessoas atormentadas pelo seu passado.


Qualquer piada final foi engolida por um aparente súbito acesso de dor que o mago sentiu, que evitou cair se apoiando contra uma árvore enquanto segurava a cabeça com as mãos.


– Eu recomendaria você se apressar - disse o mago com a voz estranhamente densa enquanto fitava o chão.


Gray não pensou duas vezes.



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Natsu, Lucy e Wendy corriam na chuva, em uma tentativa de chegar ao acampamento depressa e sem incidentes. Natsu carregava o mestre desacordado nas costas.


– Será que o Doranbolt-san vai ficar bem? - perguntou Wendy para Charle, ela estava preocupada com o mago que resolveu não acompanhá-los.


– Deixe esse cara para lá, não é realmente um aliado - disse a gata em um tom duro - Devemos nos preocupar com os nossos companheiros de guilda no acampamento, eles estão feridos e podem estar sobre ataque.


Lucy concordou com um aceno rápido.


– Sim, eu estou preocupada também, principalmente com a Cana. Eu não consigo me lembrar onde nos separamos!


– Ela deve estar no acampamento - sugeriu Happy.


Natsu, que corria um pouco mais a frente, parou subitamente.


– Vem vindo alguém - disse ele olhando para trás, enquanto os outros reduziam sua velocidade de corrida até parar.


O estranho vinha envolto de uma aura mágica branca, que parecia atrair a chuva, que caía em forma de torrente acima de si.


Uma farejada no ar deixou Wendy alarmada.


– Que poder mágico gigantesco! - disse ela com os olhos arregalados - Ele atrai tudo a sua volta.


– Meu pelo está arrepiado - admitiu Charle, enquanto Happy tremia tanto quanto um despertador vibratório.


– Quem é você? - perguntou Natsu para o estranho.


O homem parou, antes de responder com a voz monocórdia.


– Vocês conseguem voar? - perguntou Bluenote, que sempre iniciava suas lutas assim. Ao não receber resposta, concluiu - Não, ainda não conseguem voar...


Ele estendeu as duas mãos para a frente do corpo, e então a chuva cessou, e estranhamente, os pingos, transformados e gotículas redondas, começaram a subir novamente.


– Caiam - disse ele antes de aumentar de súbito novamente a gravidade.



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Cana caminhava pelo caminho sugerido por Lucy, sentindo uma estranha e incômoda sensação de vergonha” Eu não fiz nada de errado” uma parte sua protestava “Eu apenas preciso fazer isso sozinha”. Então por que aquela sensação não sumia?


Ela foi tirada de seus pensamentos quando o túnel se tornou subitamente largo, pois desembocava em uma grande clareira, junto a raiz da arvore colossal que dominava a paisagem da ilha.


Junto as fundações daquela grande árvore, estava um elaborado túmulo de mármore. Uma chama dourada muito luminosa queimava no centro dele, em uma espécie de concavidade esférica. Aquela estranha chama atraiu Cana como uma lanterna atrai mariposas.


Curiosamente, a chuva não a afetava. Cana não pôde presenciar isso por mais que alguns segundos antes da chuva parar.


Ela esticou sua mão, mas uma parede invisível surgiu na sua frente.


“Fairy Glitter, uma das três grandes magias da Fairy Tail, está selada aqui” dizia uma frase rúnica, mas Cana sabia as decifrar o suficientemente bem.


Cana fitou aquilo por alguns instantes, e como mais nada aconteceu, aquilo a enfureceu.


– Droga, eu não quero saber de nenhuma magia... E o Exame? - gritou ela olhando para os lados - Mestre, onde você está?


Seus chamados se mostraram tão infrutíferos quanto tentar tocar aquela chama.


– Mesmo eu tenho chegado aqui primeiro - disse Cana desanimada - Mesmo achando que eu finalmente poderia me tornar uma maga Classe-S... os últimos doze anos resumido a mais um exame.


Uma retrospectiva de acontecimentos tristes caiu sobre os seus pensamentos: a morte da mãe, o pai que não a conhecia, a espera, os exames perdidos...


– Socorro!Socorro!Socorro!- seu cartão “Help!Lucy” alardeava, enquanto piscava com força. Cana se lembrou de contar de forma brincalhona a Lucy logo depois de elas vencerem Freed e Bickslow como ela usaria aquilo para salvá-la caso ela conseguisse se meter em problemas.


– Não importa onde você estiver, eu irei te salvar! - Repetiu Cana as próprias palavras enquanto se deixava cair no chão - O que eu fiz? - se perguntou ela. Deixara sua amiga descordada, e podia estar muito bem nesse exato momento morrendo pelas mãos de um inimigo furtivo.


– Não deveria ter acontecido dessa forma!Eu não deveria ter traído meus amigos! - murmurou Cana entre as lágrimas, a muralha de desculpas convenientes para o seu comportamento finalmente desmoronando.


Em meio àquelas sensações que a afogavam, uma determinação surgiu, entre as lágrimas que turvavam a sua visão


– Não importa se eu não consiga me tornar uma maga Classe-S, o que eu nunca consiga falar para o meu pai a verdade - disse ela, um estranho senso fora de si a impelindo a se levantar e ir em direção a aquele túmulo - Eu devo proteger os meus companheiros, e mesmo que eu não esteja mais na guilda depois disso, não vai importar... - disse Cana enfiando o braço em meio as chamas douradas, que se abriram para sua passagem com um brilho dourado.


– Porque eu realmente amo essa guilda - concluiu ela - Então por favor... me empreste seu poder.


“Então você não tem nada a temer” Cana ouviu uma voz gentil dizer enquanto a luz cessava em volta de seu braço e um símbolo surgia ali “Eu lhe dou Fairy Glitter. Vá ajudar seus amigos”


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Meredith estava sentada na chuva, sem nenhum outro objetivo claro em mente, estava limitada a ficar sentada debaixo da chuva. Ao seu lado, estava uma Juvia desacordada devido ao grande estresse sofrido e poder mágico gasto.


Meredith se pôs de pé tão rápido quanto um raio quando viu Ultear se aproximando lentamente, trazendo um homem desacordado consigo.


– Meldy! - chamou ela animadamente, usando um diminutivo fofo para o nome da sua afilhada.


– Ultear - disse Meredith se aproximando - É ele?


– Sim, esse é Zeref - confirmou ela jogando o mago no chão para se aliviar do peso, fazendo com que a pequena maga soltasse um som de contentamento - Mas agora temos mudanças de plano. Vamos abandonar a ilha agora mesmo.


– M-mas eu ainda não achei o Gray - disse Meredith envergonhada. Ela não sabia se tinha coragem de matá-lo depois de Juvia, mas não podia revelar aquilo para Ultear.


– Não se preocupe com isso - disse Ultear com um ar satisfeito - O Gray não é nosso inimigo no momento. Com sorte ele e Mestre Hades vão se matar lutando.


“Ela pretende enganar o Mestre Hades” pensou Meredith alarmada. Ninguém nunca havia conseguido aquilo antes.


– Mas porque precisamos fugir? Ou enganar o Mestre? - perguntou ela.


– Oras, assim não precisaremos obedecer a ninguém, entregar Zeref a ninguém, será apenas meu! - disse Ultear, que estava tão feliz que poderia saltitar - Mas estou confiando demais no Gray. Com um pouco menos de sorte, pelo menos ele vai distraí-lo por tempo o suficiente para que ele tire seu “olho” de nós por algum tempo.


– Entendo - disse ela timidamente, os grandes olhos verdes arregalados de surpresa devido ao comportamento da sua mãe adotiva.


– Agora vamos logo, antes que topemos com algum de nossos desagradáveis companheiros - disse ela enquanto a pequena maga apanhava Zeref para carregá-lo.


Enquanto ela fazia aquilo, Ultear notou a maga desacordada ali perto.


– Quem é essa?


– Juvia - disse Meredith enquanto tentava manter o mago apoiado o suficiente para não cair enquanto ela andasse - Ela é namorada do Gray, mas... e venceu na batalha -admitiu ela olhando para o chão.


– Veja só, que pitada doce o destino colocou na situação - disse Ultear reequipando uma espada, o que alarmou Meredith.


– O que você vai fazer? - perguntou ela com os olhos arregalados.


– Vou matá-la, é óbvio - disse Ultear franzindo a testa.


– Mas ela nem consegue mais lutar - disse Meredith em um tom que indicava que ela não concordava com aquilo.


– Eu não pretendo deixar para o Gray nem uma mísera partícula de chance para um futuro - disse Ultear em um tom cortante, uma de suas mais antigas fúrias despertadas - Mesmo que ele sobreviva ao Mestre Hades e não morra tentando usar o Iced Shell, terá perdido seus preciosos amigos - ela nem notava o quão maníaca estava soando.


A espada desceu em arco enquanto Meredith arregalava a boca.


... Mas foi parada por uma súbita barreira de gelo que surgiu na frente da maga desacordada. Enquanto Gray passou escorrendo habilmente e tirando Juvia do caminho, ela nem precisava pensar para descobrir que resolvera jogar água na sua sopa.


Mas pelo menos agora ela teria diversão de verdade.




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Notas finais do capítulo

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