Fairy Tales - Fairy Love escrita por Jereffer


Capítulo 24
Capítulo 24: Obsessão e Conselhos


Notas iniciais do capítulo

Yooo leitoras pithuxscas, aqui vai um resumo cômico do cap, para quem estiver com pressa:
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O tema principal é isso ;P



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Já era quase meia noite quando a porta foi escancarada, fazendo com que a chuva pudesse entrar temporariamente.


– Você deveria bater antes de entrar - sugeriu Mira para o Dragon Slayer, que tentava evaporar a água que o encharcava - E obrigado por ir buscar as minhas coisas.


Natsu lhe deu um olhar mal-humorado.


– Vamos lembrar que estamos na minha casa? - disse ele, enquanto descarregava uma segunda sacola - Caso o seu método falhar, podemos usar o meu.


Ele virou a sacola em cima da mesa, revelando toda sorte de doces.


– Uma boa técnica - disse ela sorrindo dando-lhe um afago de aprovação na cabeça - Mas lembre-se, isso funciona melhor com garotas bravas do que com as tristes. Vamos tentar o meu método.


Dizendo isso, ela cruzou a sala em direção ao fogão, e pegou o bule que já chiava furiosamente.


– Aqui está, Juvia, chá Earl Grey - disse ela entregando uma xícara para a maga de água, que atualmente estava com os olhos úmidos.


Ela encarou o líquido por alguns instantes, antes de voltar a chorar, liberando absurdos jatos de água.


– Como isso é possível? - perguntou Natsu, enquanto a água começava a se acumular a centímetros do chão - Eu vou abrir os ralos de drenagem, com licença.


Ele não estava brincando, e realmente foi.


Mira resolveu tentar uma abordagem e sentou ao lado de Juvia e colocando um braço em volta dela.


– Pronto, Pronto - disse ela em um tom calmo e gentil - Vamos Juvia, fale comigo, o que foi que te aconteceu?


Juvia fungou um pouco, antes de conseguir responder.


– Eu acho que o Gray-sama não me ama!


Natsu, que depois de abrir todos os orifícios de escoamento da casa, voltou para a sala, se sentando do outro lado do sofá.


– Interessante, fale para nós mais sobre isso - disse ele divertido. Mira já pretendia lhe dar um cascudo por ser tão insensível, quando ela notou que funcionou, Juvia estava falando.


– Bom, hoje foi o dia de eu posar para as fotos da Sorcerer... - começou Juvia timidamente.


– Eu me lembro, eu estava lá. Você estava adorável - disse Natsu suavemente, mas dando uma piscadela divertida para Mira.


Juvia deu um sorriso largo.


– Obrigado, Natsu-kun - disse ela - Mas como eu dizia, o-o Gray-sama não fez nenhum comentário com a Juvia, e nem pareceu notar ela - terminou encarando as próprias mãos.


– Tudo isso, pela ausência de comentário?! - disse Natsu - Com licença, vou me suicidar ali um pouquinho e já volto.


– Fique a vontade - disse Mira, tentada a acompanhá-lo.


O Dragon Slayer foi buscar algo na sua despensa, enquanto Mira começava o longo processo de Re-animação da Juvia.


– Juvia, você já imaginou que talvez o Gray simplesmente não tenha notado? - disse Mirajane amavelmente, mas fez Juvia ter outra crise de choro.


– Eu sabia, a Juvia é tão feia que não chama nem atenção - disse ela, uma poça se formando nos seus pés.


Natsu retornou a sala, segurando um livro e uma enorme garrafa de vidro.


– É impressionante - sussurrou ele para Mira, enquanto lhe mostrava a página do livro - Ela tem todos os 4 sintomas da Síndrome de Amor Obsessivo.


A maga de cabelos brancos o fitou incrédula.


– E porque diabos você tem um livro como esse?


– É meu presente de aniversário desse ano do Gray - disse ele com uma expressão travessa - Em todo caso, aceita um copo? - perguntou ele, enquanto enchia uma caneca com o líquido da garrafa.


– O que é isso?


– Eu não sei ao certo, eu confisquei da Cana durante a sessão - disse ele, tomando um gole - Mas em todo caso, logo a Juvia vai começar a falar das qualidades do “Gray-sama”, e eu prefiro não estar em pleno uso da minha memória.


Aquilo continha uma sabedoria inegável.


– Passe um copo para cá - disse ela, e depois de tomar um longo gole, se dirigiu a Juvia - Juvia, não pense assim. O fato do Gray não ter te elogiado só se deve ser pelo fato de ele ser um pouco... frio.


Happy, que estava semi-adormecido deitado na rede, se levantou, foi até um brinquedo que se parecia com uma mistura de instrumentos musicais e emitiu o som “Ba Dum Tsss “ antes de voltar a dormir.


Uma gota de suor escorreu na parte traseira.


– Uma vez você me perguntou por que eu e a Lis-chan levamos tanto tempo para treinar o Happy quando ele era pequeno? - perguntou ele rindo.


– Eu realmente achei que era só a má associação com você que deixava o Happy assim - disse ela balançando a cabeça com desaprovação de uma forma divertida - Mas voltemos ao assunto em pauta, Juvia, quando eu digo que ele é frio, eu não me refiro somente e ele ser um mago de gelo, e sim por conta de seu passado...


– A Juvia sabe que Gray-sama teve os pais mortos por Deliora e que sua cidade foi destruída. Que sua mestra, Ur, também se foi por conta de Deliora e que por causa desse mesmo demônio Gray-sama e seu amigo de infância quase se mataram. Acho que seu nome é Lyon, mas parece que recentemente eles se acertaram. Ah e que Gray-sama gosta de limonada no verão e suco de uva no inverno, e também que calça trinta e nove.... - ela havia parado para tomar fôlego, mas ao perceber os olhares divertidos que recebia, baixou os olhos envergonhada.


– Parece que você está bem informada - disse Mira divertida, fazendo Juvia enrubescer em três tons diferentes


– Desculpem a Juvia - disse ela encarando as próprias mãos - Quando a Juvia começa a falar sobre o Gray- sama, ela perde o controle...


– Tudo bem, tudo bem - disse Mirajane sorrindo - Todos sabemos como se é ficar bobo quando se está apaixonada - Natsu não parecia saber, mas não era gentil jogar aquilo na cara dele.


Juvia sorriu agradecida.


– E Juvia, por favor, não me leve a mal, mas eu acho que eu já entendi o problema - disse Mirajane cuidadosamente, deixando Juvia agitada.


– Por favor, Mirajane-sama, diga para a Juvia, é a Juvia não é? - disse ela agitada, quase tendo um ataque. E o copo da Mira já estava tristemente vazio.


– Sabe, Juvia, quem sabe você não devesse dar um pouquinho menos de atenção para o Gray?


– Dar menos atenção a Gray-sama? Juvia vive por Gray-sama! Como Juvia poderia ignorar Gray-sama? Gray-sama é lindo! Gray-sama é gentil! Gray-sama é o príncipe encantado de Juvia - quando ela terminou, ambos os seus conselheiros haviam adquirido tiques nervosos na sobrancelha.


– Okay, isso vai dar trabalho - disse Mira, esticando o copo e gesticulando para ele ser cheio.



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Em algum lugar, na Base voadora da Grimoire Heart, naquela madrugada...



– Ok, são três da manhã, quem eu vou ter que matar para poder ter um pouco de paz? - disse Jereffer se teletransportando.


Para sua angustia, havia sido Meredith que havia o chamado. Não era hoje que ele empalaria alguém.


– Desculpe por te chamar tão tarde, Jereffer-san - disse ela - Você estava dormindo?


Ele suspirou, deixando a longa capa negra que ele usava cair, relevando roupas de gala desarrumadas e o odor de perfume feminino.


– Vamos dizer que não - disse ele - Agora, me diga o que você quer, eu estou com um pouquinho de pressa.


Meredith parecia um tanto envergonhada, então ela disse tudo de uma vez.


– A Ultear está esquisita desde que ela voltou, triste, você não poderia falar com ela, animá-la? - disse ela com dois grandes olhos esperançosos.


Aquilo era tão absurdo que fez o mago de encarnação sorrir.


– Meredy, você acha eu tenho a capacidade de animar ou motivar alguém? - disse ele colocando a mão na cabeça da pequena maga sensorial - Desculpe, eu temo ter perdido esse tipo de habilidade ao longo dos anos.


– Mas, você poderia pelo menos tentar, não é? - disse ela, os olhos um tanto úmidos - Funcionou comigo!


– Seu problema era fácil, um pouco de conversa e violência sempre resolvem a maioria dos casos - disse ele suspirando - Mas tudo bem, eu falo com ela. Não espere resultados.


O resultado foi mais um daqueles incômodos abraços.


– Você poderia me soltar antes que amanheça? - disse ele, com resultados instantâneos - Eu recomendaria você ir dormir. Já não passou da hora de crianças estarem na cama?


Ela lhe deu um olhar feio, que o fez rir levemente.


Ele não estava com paciência de ser silencioso, então entrou no quarto da Ultear fazendo tanto barulho quanto um Dragon Slayer, acendendo a luz ao entrar.


– Jereffer... que inferno? - disse ela grogue de sono, puxando o lençol para cima.


– Estou atendendo a uma solicitação da sua filha adotiva - disse ele entediado - Ao que parece, ela tem a absurda crença que você está deprimida com algo e precisa de ajuda.


Ela o fitou com sono, antes de voltar a dormir.


– Vá arranjar o que fazer - disse ela se virando para o outro lado da cama.


– Acredite, eu estava fazendo coisas bem mais interessantes que você antes de ser chamado aqui - ela percebeu que ele não iria embora com tamanha facilidade e, com um suspiro, se sentou na cama.


– Como o que? Se esfregando com alguma puta em um bordel de luxo?


– Você é tão perceptiva, o que foi que me denunciou? - disse ele sarcástico - Talvez eu tenha me exprimido mal, então vamos seguir uma linha simples: Você me segue e ouve alguns conselhos prontos e fingi estar feliz, deixando a Meredith feliz, o que pode te deixar realmente feliz, e se terminarmos isso rápido, eu posso voltar ao lugar onde eu estava e ficar feliz.


Fazia bastante sentido.


– Ok, espere eu me trocar - disse ela levantando sonolenta, mas não podia sair por ali com aquele pijama minúsculo.


– Não é necessário - disse ele, escrevendo algo, um circulo mágico brilhou em cima dela, a sugando quase instantaneamente - Esperar...unch!



Quando Ultear se deu por si novamente, ela estava em um penhasco árido, que dava para um lugar de muitas luzes, que só podia ser uma cidade. O vento soprava forte e a fez tremer, e ela agradeceu ao fato de estar segurando um lençol quando o portal a puxou.


Jereffer surgiu ali, alguns segundos depois.


– Onde estamos? - disse ela mal-humorada por ter sido sugada de forma não consensual pelo portal.


– Em algum lugar sem muita importância - disse ele, escrevendo algo e atirando as palavras no chão - Se sentir que vai cair, se segure em mim, mas por favor, não faça isso.


Ela ia perguntar sobre o que diabos ele estava falando quando uma torre de pedra começou a emergir do chão.


Ela sentiu fortes vertigens ao ser carregada de forma tão rápida em direção ao alto, mas tinha orgulho próprio o suficiente para não pedir ajuda.


A torre só parou de subir depois de um longo tempo, e ela percebeu que eles estavam exatamente no topo circular, que tinha no máximo dois metros de diâmetro.


A torre parou, eles permaneceram em silêncio.


– E agora?


– Nada, apenas demoramos o suficiente para que a Meredith pense que tivemos algum tipo de conversa filosófica - Ultear tinha medo que essa conversa ocorresse, mas não transformou esse pensamento em palavras.


O mago mais jovem não deve ter o lido, ou simplesmente o ignorou, pois ele caminhou casualmente até a borda da torre, se sentando ali, as pernas mirando o nada. Ultear sentiu tontura apenas de olhar.


Eles ficaram em silencio, antes de Jereffer voltar a falar, em um tom que não dava certeza se ele estava falando com ela ou pensando alto.


– Sabia que a maioria das pessoas não tem realmente medo de altura, e sim têm medo de sentir vontade de se jogar? - perguntou ele.


– É um pensamento deprimente - disse ela dando uma espiada pela borda, eles estavam muito alto.


– A realidade muitas vezes também é - disse ele, enquanto gesticulava apontando para os borrões de claridade - O que você consegue ouvir?


Parecia uma pergunta absurda.


– Nada, a não ser o vento.


– É, eu imaginei. Já eu consigo ouvir a mente de todos ali embaixo - disse ele, esfregando a têmpora em um gesto de cansaço - Pessoas desesperadas, pessoas apaixonadas, pessoas idiotas, todas pensando em seus problemas e sentimentos e todas acham que eles são únicos e imutáveis.


“E que a filosofia comece” pensou Ultear.


– Não preciso achar que algo só acontece comigo para não gostar - rebateu ela, já imaginando ser inútil.


– A gripe é uma coisa tão comum que quando você pega uma, você nem se preocupa, não é? Para a maioria das coisas comuns, o tempo faz as coisas melhorarem.


Eles ficaram em silêncio depois disso. Jereffer conferiu as horas em seu relógio e resmungou irritado.


– E isso termina nosso momento filosófico da madrugada - disse ele se levantando e escrevendo um portal - Aja de forma serelepe na presença da Meredith e eu não vou ter desperdiçado um horário de 100.000 jewels, uma ruiva fantástica.


– Você é nojento - constatou ela.


– Não sinta tanta inveja - disse ele piscando divertido, antes de sumir no ar.



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Magnólia, na manhã seguinte àquela madrugada.


A cabeça de Natsu doía infernalmente, e seu sono foi interrompido pela irritante sensação de estar sendo cutucado.


– Natsu, acorde - ele abriu os olhos, a claridade ofuscando-o.


Quando a sua visão voltou ao foco, ele percebeu que Mirajane que o acordava, e ele havia dormido em uma posição tão torcida no sofá que era um milagre que ele ainda conseguisse andar.


– Deus, minha cabeça dói - disse ele se sentando direito, todas as juntas do corpo estralando a cada mínimo movimento - Onde está a Juvia?


– Saiu cedo - disse Mira, esfregando os olhos - Você se lembra de alguma coisa que falamos para a Juvia ontem?


– Minha memória alcança até você falando algo para ela sobre “atear fogo naquele homem de gelo”, mas eu já estava tão bêbado que estava vendo pôneis voadores cor de rosa no teto.


– A minha nem chega até aí, mas em todo caso, não morremos afogados durante a noite, então deve ter funcionado - disse Mira despreocupada - Afinal, piorar aquele relacionamento estranho dos dois é impossível, certo?


– É... eu acho!



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Notas finais do capítulo

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