Fairy Tales - Fairy Love escrita por Jereffer


Capítulo 20
Capítulo 20: Planos Matinais


Notas iniciais do capítulo

Yoo, Leitora Pithuxas(pausa para o adjetivo menos másculo da história. Curtiram o feriado? espero que sim, pois eu não(estou doente ;()Mas ainda sim terminei mais cedo.
Terminei esse cap no meu curso matando a aula de digitação, então relevem os erros



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– Xeque - pronunciou Jereffer se afastando um pouco do tabuleiro e começando a escrever algo no seu próprio corpo.


Ultear ficou confusa, e notou sinais de apreensão no mago jogador.


– O que houve? - perguntou ela. As peças que indicavam Jellal e o “Bispo” haviam tombado.


– Eu não sei - admitiu ele, as roupas mudando para uma capa longa, óculos escuros e um lenço que podia ser usado para ocultar a parte de baixo do rosto - O contato foi rompido, vou averiguar.


Ultear pareceu se esquecer temporariamente de como se respirava.


– M-morto? - ela já havia desistido da atuação indiferente, afinal, de que adiantava aquilo contra alguém que lia mentes?


– Improvável, mas não impossível - disse ele escrevendo duas metralhadoras mágicas - Sinto que vou precisar disso.


Sem dizer mais, ele se teletransportou.


Ultear não pode deixar de rir da vaidade do mago de cabelos negros. No tabuleiro, havia surgido uma peça em forma de rei.



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Jereffer ficou sem ar ao surgir naquele duto de esgoto malcheiroso.


Ele encontrou duas figuras idênticas desmaiadas no chão, e ele só conseguiu diferenciar o verdadeiro Jellal do seu “Bispo” devido a armadura que um usava.


Para todos os lados, aquelas estranhas bestas reptilianas haviam sido atiradas. Ele se abaixou e verificou os pulsos. Ambos vivos.


– Sortudos - disse ele pensando, enquanto tentava acordar Jellal usando a sola da bota. Ele havia literalmente apagado.


Natsu recobrou a consciência com um gemido.


Ele viu alguém lhe oferecer a mão.


– Quem? - disse ele apertando os olhos.


A figura não respondeu, mas em vez disso, Dexter se manifestou.


“Eu falei que ia te arranjar ajuda, não é?” disse a Voz “não se preocupe com perguntas, apenas pegue o idiota do Jellal do chão e siga-o”


Natsu obedeceu, enquanto seguia seu estranho ajudante. Ele pensou ter ouvido ele murmurar “O que diabos ele pretendia usando Urano Metria em um ambiente fechado?”, mas parecia apenas ser um pensamento em voz alta.


Natsu percebeu que eles tinham motivo para correr quando sentiu o cheiro de um grande número de pessoas se aproximando.


– Cavaleiros das Runas! - avisou ele empolgado.


“Apenas continue correndo” disse a Voz “ Você tem que tirar o Jellal daí, e de qualquer maneira você não conseguirá se divertir apenas com os ataques da armadura”


Natsu percebeu que essa era uma triste verdade.


Aquele lugar parecia ser uma espécie de labirinto nojento, e os cavaleiros se aproximavam cada vez mais.


Quando os Cavaleiros ficaram visíveis, a figura encapuzada parou, sacando duas metralhadoras.


Os soldados só tiveram tempo de erguer os escudos mágicos antes da torrente de balas mágicas os acertarem.


Natsu não sabia exatamente que tipo de magia era aquela, mas ele se lembrava vagamente de ouvir Alzack falando sobre as diferentes propriedades da balas mágicas. Aquelas batiam com tanta força que derrubavam os soldados por detrás dos escudos.


– Patéticos! - ele ouviu o homem murmurar.


“Continue correndo” o lembrou Dexter “Vire as próximas duas curvas e destrua a parede, você vai sair na encosta de uma colina arborizada, se esconda lá por alguns minutos”


Parecia um bom plano.



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Em algum momento enquanto era carregado, Jellal recobrou a consciência, mas só conseguiu colocar os pensamentos no lugar quando sentiu ser colocado no chão.


O que ele viu não fazia sentido: ele viu uma pessoa idêntica a si mesmo falar sozinha enquanto uma figura encapuzada o observava.


– Tem razão, levar ele comigo traria problemas para a guilda - disse sua sósia - Acha que ele consegue se arranjar sozinho?


A figura encapuzada não respondeu, fazendo Jellal pensar que, na verdade, ele estava falando com outra pessoa.


A figura encapuzada finalmente se manifestou.


– Deixe que eu assumo daqui - a voz era estranhamente metalizada, como se estivesse sendo alterada magicamente - Você fez um magnífico trabalho e uma boa ação, esse tipo de coisa não deixa de trazer resultados.


– Obrigado - ele assistiu sua forma desaparecer, dando lugar a um mago de cabelos rosa. “Natsu?” pensou Jellal reconhecendo o Dragon Slayer - Como eu volto para casa?


A figura encapuzada apertou um botão na armadura do Dragon Slayer, e ele simplesmente foi sugado no ar.


Jellal liberara toda a magia estagnada de dentro de si usando Urano Metria, mas começava a cogitar o fato de estar delirando novamente.


O capuz caiu para trás e o lenço foi retirado, revelando a Jellal um rosto completamente desconhecido.


– Você está vivo - disse o rapaz surpreso - Você bateu tantas vezes a cabeça no chão enquanto era carregado que eu achei que isso seria impossível.


Jellal piscou os olhos, a claridade e os eventos absurdos o deixando confuso.


– O que diabos acabou de acontecer?


O rapaz esboçou um sorriso.


– Nem pergunte - disse ele se sentando apoiado em uma árvore - Digamos que você acabou de participar de um Grande Jogo. Mas agora você está livre, ou tão livre quanto uma pessoa neste mundo pode ser.


Um simples comentário filosófico, mas trouxe à tona na sua mente todas as atrocidades que ele já fizera.


– Eu... Não mereço viver - disse ele fitando os próprios pés.


O jovem mago o encarou por um tempo.


– Quem sabe isso seja verdade - disse ele por fim - Muitos dos que vivem merecem morrer, assim como muitos dos mortos mereciam viver. Ninguém pode lhes devolver a vida. Nunca seja tão ávido em achar que a vida é a única moeda de troca.


Jellal absorveu o significado das palavras.


– Então... o que você me aconselha a fazer?


O mago gargalhou.


– Eu? Eu não aconselho a nada, não é a minha alçada - disse ele - Mas aqui vai um conselho pronto e frívolo: persiga uma fantasia.


– Como?


– Coisas que dão sentido a vida de pessoas de inteligência inferior: relacionamentos, paixões, amizades - disse ele dando os ombros - Viva ou morra, a escolha é sua.


Ele escreveu no ar, e as letras se transformaram em uma espada. Ele ofereceu a lamina pelo cabo.


“Magia de Encarnação” Uma idéia veio à mente de Jellal, mas antes que ele pudesse a transformar em palavras, o jovem mago o interrompeu.


– Se você me perguntar se eu sou o Rustyrose, quem sabe eu decida para você - disse ele ríspido enquanto escrevia uma orbe negra, e lhe entregava os dois itens para ele - Você pode usar isso para contatar outras pessoas, como Ultear Milkovich.


Jellal achou a situação um tanto cômica.


– Depois da bela filosofia que você me contou, você me recomenda contatar alguém de uma Guilda Escura? - ele havia descoberto muitas coisas na prisão sobre a sua antiga comparsa.


O mago riu, o jogo o deixara com o humor esplêndido o suficiente para responder.


– Eu não penso em termos abstratos e interpretativos como guildas boas e más, apenas fatos tangíveis - disse ele, atirando-lhe uma capa. Jellal percebeu então que só usava calças cinzas, e nada mais - Em todo caso, apenas lembre-se que mais pessoas pensam assim, e guardar ressentimentos ou ter receios é tolice.


Ele percebeu que o mago se preparava para se teletransportar.


– Obrigado - ele sabia que aquilo não significaria nada para o outro mago, mas ele se sentia realmente grato - Por tudo.


O mago fez uma reverencia teatral zombeteira.


– Viva bem, Jellal Fernandes - disse ele - E evite fazer merda. Eu não jogo duas vezes o mesmo jogo.



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A viagem de volta não foi tão suave quando a ida, pensou Natsu.


Ele ficou um tanto zonzo quando ele aterrissou no capim alto que cercava a sua casa, e ficou bastante surpreso quando a armadura começou a se desfazer em pó no seu corpo. As últimas gramas da substancia formaram a frase “Sem deixar rastros” por alguns instantes antes de serem carregadas pelo vento.


– Ok, nada como lutar contra monstros do esgoto e tirar um criminoso internacional da prisão, e tudo isso antes do café da manhã - massageando o pescoço dolorido devido ao peso da armadura, Natsu entrou em casa.


Ele encontrou Wendy em cima de um banquinho, saqueando seu estoque secreto de comida pronta.


– Olá, Natsu-san - disse ela sorrindo largamente - Encontrou algum castor?


Ele se lembrou rapidamente que aquela era a desculpa que ele havia deixado por escrito.


– Não, nenhum - disse ele tentando parecer desapontado - A quanto tempo está acordada?


Ela saltou do banco, segurando um pote.


– Há algum tempo - disse ela voltando ao sofá - Você está ficando sem torradas - avisou ela.


Natsu riu, se sentando ao seu lado.


– Eu vou cuidar disso - disse ele enquanto movia Happy para o lado para conseguir mais espaço - Como achou o estoque?


– Eu também sou uma Dragon Slayer, lembra? - disse ela rindo, remexendo o nariz levemente, em um gesto de farejar.


– Isso é... Genial - disse ele rindo, dando-lhe um afago de aprovação na cabeça.



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– Asas são a última palavra em transporte em dias de neve - comentou Natsu com Wendy, as asas da armadura batendo freneticamente.


Happy não estava no mesmo espírito de diversão.


– Se você conseguia vir sozinho, porque não me deixou dormir? - disse o gato sonolento, pousando na cabeça dele.


Natsu conhecia a motivacional perfeita.


– Se você dormir demais, vai ter muita energia e não vai me deixar dormir quando anoitecer - disse ele - E porque não vir a Fairy Hills comigo? A Charle está lá.


As orelhas do gato se levantaram subitamente.


– E então, qual é o status, Happy?


– Completamente acordado sir! - disse ele ficando de pé e ativando o seu Aera.


Wendy observou impressionada.


– Isso foi muito esperto, Natsu-san.


– Regra número de como cuidar do seu gato voador - disse ele sorrindo - A motivação é o mais importante!


Wendy riu, enquanto eles baixavam altitude ao avistar Fairy Hills.


– Natsu-san, quem vai posar hoje além de mim? - perguntou Wendy curiosa, se lembrando de ouvir Natsu dizer que seriam duas garotas por dia.


Natsu suspirou, retirando a camuflagem do braço mecânico.


– A Erza - disse ele juntando coragem e entrando no Hall - Eu dei uma olhada no script de hoje ontem. Vísceras vão voar antes da hora do almoço.


Para infelicidade de Natsu, Erza estava no hall, e assistia algo no lacrima de recepção de imagem.


– Boa sorte, Natsu-san - disse ela disparando escada acima, sendo acompanhada pelo Happy. Uma sábia decisão, para quem quer evitar assistir um assassinato.


Natsu resolveu usar uma abordagem delicada, e se sentou ao lado dela no sofá, sem dizer nada.


Um noticiário falava sobre o ataque ao conselho e a fuga do perigoso criminoso internacional, Jellal Fernandes. Natsu quase riu ao ver o debate dos repórteres sobre como um segundo Jellal havia arrebentado a porta da Ala de Segurança Máxima.


Mas o humor deixou Natsu ao observar Erza melhor: Ela estava com uma expressão mista de alegria e culpa, que nem uma criança que comeu a última fatia de bolo.


Natsu ficou com pena dela. Ele odiava quando isso acontecia.


– Sabe Erza, ficar feliz por ele ter escapado do que obviamente seria a pena de morte não te faz uma pessoa ruim - ela voltou o olhar fixo para Natsu, fazendo ele acrescentar - Por favor, não me mate!


O resultado foi além das expectativas


– Obrigado! - Erza pretendia bater a cabeça dele contra ela em sinal de afeto, mas os resultados eram diferentes devido à ausência de armadura.


“Macios” pensou Natsu, antes de se chutar mentalmente, aquilo era algo digno do Gray.

– Erza, que bom que eu pude ajudar, mas eu preciso de ar para sobreviver, sabe? - isso sem contar que aquela cena podia ser mal-interpretada pelas habitantes de Fairy Hills.


Quando ela o libertou do abraço exagerado, os pulmões dele já imploravam por ar.


– Só temos um canal de notícias- disse ela enquanto procurava uma posição mais confortável - Você viu alguma coisa antes de sair de casa?


– Parece que eles acham que tem algo a ver com uma Guilda Escura, Grimore Karf ou coisa do tipo - ele havia visto o símbolo da Grimoire Heart na capa do seu salvador silencioso, mas a Erza não precisava saber sobre o seu conhecimento.


Erza assentiu pensativa.


Natsu achou que ela não estava em um bom humor para participar da sessão, ele queria ver sangue.


– Sabe Erza, hoje seria seu dia de posar, mas se você quiser, eu só preciso chutar alguns traseiros para colocar outra pessoa no seu lugar hoje - disse ele, e ao ver que ela ia dizer alguma baboseira sobre dever, Natsu suspirou impaciente - Tente agir como uma garota normal e passe o dia inteiro vendo o noticiário enquanto come sorvete.


Erza estava incerta sobre se ela deveria bater nele ou agradecê-lo.


– Pegue o sorvete - disse ela simplesmente.


Natsu sorriu largamente, antes de notar que bastante vapor estava subindo da sua pele.


– É neura minha ou está frio aqui?


– Sim, a manutenção iria cobrar tão caro para arrumar o lacrima de aquecimento que seria mais econômico derrubar Fairy Hills e reconstruí-la em um vulcão - disse Erza puxando um cobertor de debaixo das almofadas - Estamos usando um alugado que não é nem metade eficiente como o original.


Aquilo forneceu a Natsu ideias malignas, que ele se ocupou em organizar enquanto pegava um balde de vinte quilos de sorvete de morango.


– A ideia do vulcão não me parece má, mas me parece mais fácil pedir para o Gajeel dar um jeito - disse ele - Onde fica o sistema de aquecimento?


– No subsolo - disse Erza apontando para baixo - É um verdadeiro labirinto de metal lá embaixo.


– Aposto que ele precisará de ajuda, mas isso pode ser arranjado - disse ele rindo enquanto ia em direção a porta - Não coma tudo isso antes do almoço, Erza.


– Não prometo nada - disse ela olhando com adoração para a substância rosada.



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– Desculpe, Natsu, mas é completamente impossível acordá-lo antes da hora - avisou Pantherlily apontando para o Dragon Slayer de Ferro, que ressonava sonoramente.


– Sempre há uma maneira, Lily - disse Natsu enquanto procurava os itens necessários para acordá-lo.


Um minuto depois o dragão de ferro acordava com um balde de água fervente sendo despejado em si.


– Salamander, que inferno? - disse ele saltando de pé, o braço transformado em uma lamina gigante, mas Natsu teve esperteza o suficiente para se afastar durante a cegueira temporária causada pela água.


– Bom dia! - disse Natsu rindo, depois de tomar uma distancia segura - Como dormiu?


– Bem, até um idiota despejar água em mim - rosnou Gajeel - Eu repito: Que diabos você está fazendo aqui?


– Só estou aqui para lembrá-lo que você tem um equipamento de aquecimento para consertar - disse Natsu enquanto se esquivava de algo que foi atirado contra ele - Se isto lhe faz sentir melhor, eu vou pedir para a Levy te ajudar.


Gajeel estava quase esboçando um sorriso quando recuperou a compostura e rosnar.


– É qual é a vantagem de ter a ajuda da Devoradora de Livros? - disse Gajeel - Ela não me parece exatamente hábil com ferramentas pesadas.


– Bom, eu aposto que você encontrará uma utilidade para os talentos dela - disse Natsu abrindo a janela - Lembre-se que ela é mais inteligente do que eu, você e mais metade dos caras da guilda juntos. Não se atrase - disse ele antes de sair pela janela.


Uma gota de suor escorreu na parte traseira da cabeça de Gajeel.


– Ele fala tanta baboseira ao mesmo tempo... - disse ele pensando alto - Que não sobra tempo para contestar. Isso é... Uma ideia de mérito!



Na, rua Natsu ria sozinho.



“Dois planos malignos em um dia” pensou ele “Eu devo ter batido um novo Record”



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