Fairy Tales - Fairy Love escrita por Jereffer


Capítulo 19
Capítulo 19: O Grande Jogo


Notas iniciais do capítulo

Yoo, Leitoras.
Estou doente, mas de alguma maneira, consegui completar essa cap em três dias. Só tenham esperança de um próximo na sexta.



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04h00min AM, base voadora da Grimoire Heart.


Jereffer se transportou para a base, torcendo para não acertar a entrada e ter que explodir coisas.


Ele apareceu por acaso na Sala de Descanso dos 7 Pilares do Purgatório, onde Meredith parecia dormir em uma espreguiçadeira.


Jereffer era bastante silencioso, mas ele não havia dado nem um passo antes que Meredith tivesse pulando de pé.


Ela lhe deu algo que podia ser definido como um abraço, mas devido a drástica diferença de estatura, era mais ela alinhando os olhos com o umbigo dele.


Jereffer soltou um “tch” de irritação.


– É muito cedo para tanto afeto - disse ele com a voz monocórdia, enquanto tentava desgrudá-la da sua perna - Vamos lembrar de algumas regras: Eu não sou o Rusty, então nada de contato corporal desnecessário.


Infelizmente para ele, ela não se ofendeu.


– Desculpe, Jereffer-san - disse ela.


Jereffer fez um aceno rígido antes de perceber algo.


– Você não deveria estar em Era, se preparando para atacar a sede do conselho? - disse ele começando a caminhar com a pequena maga de cabelos rosa o acompanhando.


– A Ultear-sama achou que um ataque usando membros de baixo escalão já seria eficaz o suficiente.


– Aquela cadela! - praguejou ele baixinho enquanto escrevia algumas coisas em seu próprio corpo, transformando sua mão esquerda em uma sólida luva multifuncional de ferro “É sempre bom prevenir” - E onde está a adorável pessoa? - disse ele entre os dentes.


– Por aqui - disse ela dando um puxão na camiseta sem mangas dele e o conduzindo pela base.


Enquanto andavam, ela parecia estar esperando ele perguntar alguma coisa para poder se expressar. Ele resolveu não ler a mente dela, ele nunca fazia isso com pessoas alheias, a não ser que houvesse alguma utilidade nisso ou estivesse muito entediado.


– Você estava com os olhos úmidos quando levantou - disse ele, se sentindo forçado a isso - Não que eu me importe ou possa ajudar, mas se isso te faz sentir melhor, fale.


Meredith sorriu largamente, antes de colocar uma expressão pensativa.


– Jereffer-san, você já fez algo do qual se arrependeu?


– Sim - ele assumiu um ar distante por alguns segundos, antes de olhar para ela, a expressão quase amigável - Mas o arrependimento é algo bom. Quer dizer que você cresceu o suficiente para entender seus erros.


Meredith sorriu para a natureza filosófica que parecia perturbar aquela família, mas achou que aquilo era grande demais para seu pequeno problema.


– Se quiser um conselho, seja mais específica: estamos falando da morte de dezenas de pessoas ou de uma torção em um relacionamento romântico? - a mudança de cor na pequena maga sensorial fez Jereffer perceber que era a segunda opção.


Ela gaguejou qualquer coisa em voz baixa.


– Querida, eu leio mentes, não tenho super audição - explicou ele com o máximo de gentileza que ele conseguia reunir.


Ela parecia ser incapaz de articular.


– Vou facilitar para você, você me diz o que o Zancrow fez, e eu opino se Você deve perdoá-lo ou pedir para que eu o arremesse para o próximo continente.


Ela assumiu uma cor que beirava ao roxo.


– Como...?


– Qual parte do “intelecto muito além do avançado” do meu cartão de mago que as pessoas não conseguem entender? - disse ele com um suspiro dramático, em uma rara manifestação de humor - E é claro, eu leio mentes. Em todo caso, eu tenho um ótimo jogo para hoje, então se apresse.


– É que... - disse ela timidamente - Eu gosto muito dele, e ele sempre é gentil comigo, mas ele sempre fala coisas idiotas sobre os outros...e...


– Ele falou algo ruim sobre a Ultear - deduziu Jereffer, não era necessário ler mentes para perceber isso - Então...


– Eu chutei ele - disse Meredith envergonhada - Na virilha...


Jereffer teve que conter uma gargalhada, o que seria algo realmente macabro.


– Entendi - disse ele - Eu consideraria qualquer ofensa contra ela válida, mas acho que você pensa de forma diferente, então, há uma solução lógica. Peça desculpas por bater nele, mas diga a ele que você quer que ele retire o que ele disse. Se não funcionar, chute com mais força.


– E se isso também não funcionar? - disse ela, parecendo genuinamente preocupada.


– Aí eu o prendo na Torre de Dingir até ele aprender boas maneiras - disse ele colocando a mão na cabeça dela - Agora, com sua licença, eu tenho que ser cruel com uma certa pessoa.


– Tenha um bom jogo - desejou ela abrindo a porta para ele.


Como uma piada cruel, ele reescreveu suas roupas antes de entrar.


Ultear parecia assistir algo em sua orbe mágica ( n/a: para entrarem no clima, eu recomendaria ler isso).


– Você sabe que você é uma vadia desalmada e traidora, não é? - perguntou ele entrando, ironicamente usando vestes idênticas as que Jellal usava sobre o pseudônimo de Siegrain, só que com as cores inversas.


– Sua falta de modos ainda vai ser sua ruína - disse ela enquanto cruzava as pernas casualmente - Você pediu um ataque, e um ataque ocorrerá.


Jereffer riu, Ultear deveria saber que estava em desvantagem. Ele conhecia os receios dela.


– Esse ataque não será o suficiente, então acho que vou ter que cancelar meu pequeno jogo - mentiu Jereffer, aproximando sua luva, ativou o modo comunicador.


– Abortar - ele estava blefando, não havia ninguém conectado, mas Ultear não sabia disso, além de acreditar que ele era um completo psicopata, o que só era meia verdade - Não vamos conseguir tirar ele daí, então, lhe conceda a misericórdia.


Ultear pareceu ficar paralisada de choque e terror, ela sabia que misericórdia era o código para oferecer a morte a alguém que pode ser torturado ou punido por algo.


E havia um fundo de verdade nisso, afinal, uma tentativa falha de fuga o concederia um destino muito pior que esse.


– Não! - ela tentou soar calma, mas sabia que qualquer tentativa de blefar falharia, ela mudou a direção mágica para onde o seu orbe estava apontado - Caprico, Rustyrose, mudança de planos, levem seus subordinados ao ataque!


– Esqueça a misericórdia - disse o mago desligando o comunicador.


– Meu irmãozinho conseguiu fazer você jogar o jogo dele? - ela ouviu a voz carregada de humor de Rustyrose responder - Você está amolecendo, Ultear-chan.


Ela se controlou para não espatifar o lacrima.


– Apenas... Obedeça - disse ela enquanto cogitava as possibilidades de matar o mago que a encarava com diversão perversa. Mas ela não poderia fazer aquilo, pelo bem do Jellal.


“Você não deveria ficar pensando nessas coisas tolas, Ultear, ele não é nada para você” disse ela mentalmente se chutando “Manipulada como uma menininha!”


Jereffer se ocupava com pensamentos mais alegres “Você é uma boa jogadora, Ul-chan, mas jogar contra mim foi seu grande erro” pensou ele “Ninguém nunca consegue se focar quando algo que lhe é caro é o centro do jogo”.



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Prisão do Conselho: 04h45min AM.



Jellal se apoiou melhor no minúsculo lacrima de contenção que eles chamavam de cela(n/a: Eu sei que no mangá é uma cela de verdade, mas a versão do anime facilita as coisas). Aquilo podia muito bem ser apenas um sonho.


Era difícil distinguir a realidade do sono ai, tudo se resumia a um padrão simples: Acordar, comer, utilizar a saída para dejetos, voltar a dormir. Aquilo parecia se repetir infinitamente.


Tudo em sua mente era confuso, e memórias e ilusões entravam e saíam na forma de lapsos em seus sonhos. Ou quem sabe fosse quando ele estivesse acordado. Ele não saberia dizer.


“Jellal” uma voz parecia insistir em dizer, mas ele não conseguia ver ninguém. Parecia vir da sua cabeça.


Ele não conseguia imaginar o que poderia ser aquilo.



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Enquanto isso, na base da Grimoire Heart.


– Excelente trabalho, Ultear - disse Jereffer em um tom áspero enquanto tocava a têmpora com dois dedos - A mente do cara está tão quebrada que eu não consigo o contatar direito.


– Isso não é culpa minha - disse ela em um tom defensivo e ofendido - Isso se deve ao fato de ele ter se atirado em tanto Etherano, ou seja, a culpa é daquela detestável Titânia!


Jereffer riu “Existe algo no mundo mais triste que uma mulher com inveja?” pensou ele, mas obviamente não daria para se perceber isso através de seu riso maníaco.


– Irrelevante - garantiu ele - Em todo caso, para de ficar resmungando, eu preciso me concentrar.


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“Jellal... Jellal, vamos lá, levante-se” ele ouvia ecoar na sua cabeça.


Ele sabia que começar a falar sozinho era o primeiro sinal da Síndrome de Confinamento(n/a: sério, essa doença existe), mas ele precisava descobrir de onde de onde vinha aquela voz.


– Onde...? - ele balbuciou.


– Eu não sei - respondeu a Voz, que parecia oscilar entre todas as vozes que ele já tinha ouvido durante a sua vida - Onde você acha que eu estou? Eu poderia estar do seu lado, na sua frente, ou do lado de fora. Isso tudo depende de você. Onde eu estou?


– Minha mente - disse ele relutante esfregando a cabeça - Mas quem... Zeref?! - a voz era um misto de surpresa e horror.


– Eu não sei - disse a Voz - Quem sabe, mas eu poderia ser qualquer um. Quem sabe eu seja sua comparsa, Ultear, sua preciosa Scarlet... Ou quem sabe Simon, tentando lhe fazer um último favor. Quem você acha que eu sou?



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Enquanto isso, na base da Grimoire Heart.


– Porque você fica falando com ele por meios-enigmas? - perguntou Ultear, que sabia de que devia aproveitar distrações como aquela para empalá-lo, mas a curiosidade vencendo o senso de vingança.


– Para ele imaginar que tudo isso não passou de uma alucinação quando acordar - disse o mago com simplicidade - Ele já teve vozes demais na sua cabeça por uma vida. E é claro, tudo fica mais divertido.


Ultear suspirou perante a diversão maníaca dele, não percebendo a hipocrisia nisso.


Uma coisa ocorreu a Jereffer.


“Cria-te, portão do vigia, Argos” ele escreveu velozmente.


Um espírito celestial surgiu na sala, sob a forma de um homem grande e forte utilizando roupas de marinheiro, com olhos inumanamente verdes e em grande quantidades pelo corpo, como um pavão humano.


Ele apenas bateu continência, sem pronunciar uma palavra.


– Fique de olho nela - disse Jereffer apontando com a cabeça para Ultear - E a impeça caso ela tente me matar durante a minha distração.


“Quantas aberrações estão sob o seu comando?” pensou Ultear exasperada.


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– Simon - murmurou Jellal, a voz quase inaudível devido ao lábio rachados e a falta de uso.


– Sim - a voz pareceu se decidir - Agora, levante-se, você precisa sair daí.


– Por que... - tudo parecia doloroso e confuso demais na mente de Jellal - Eu te matei... Não mereço...


“Maldição, ele não poderia ter imaginado que era alguém que tivesse motivo ajudá-lo?” pensou Jereffer.



“Será que isso importa? Você deve decidir o motivo para sair daí. Talvez alguém que te ame esteja em perigo? Ou será que você ainda tem algum papel a desempenhar os acontecimentos dessa era? Você precisa pensar."


Jellal só havia captado uma pequena parte.


– Sim, eu preciso. Eu devo a... - ele não conseguiu completar a frase, pois ao içar o corpo para a posição vertical, ele sentiu uma dor excruciante nas articulações, devido a longa falta de uso.


Ele cambaleou, mas conseguiu ficar de pé.


“Ótimo” disse a Voz, parecendo satisfeita “Agora, você precisa quebrar essa coisa que te mantém preso”.


– Impossível - disse Jellal - Isto é feito para conter magia.


“Exato” disse a Voz “Porque a maioria dos grandes magos nunca cogita fazer algo sem magia, mas deixe eu te contar um segredinho: essas paredes são quase tão fracas quanto vidro quando o assunto são pancadas físicas.


Jellal golpeou as paredes sem sucesso.


“Respire um pouco” - disse Voz, se silenciando por um tempo.


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Base da Grimoire Heart, 04h58min AM


– Isso não vai funcionar - disse Ultear, que assistia com grande expectativa ao jogo do mago - Eles não se dão ao trabalho de alimentar bem os prisioneiros, ele está fraco.


Jereffer cruzou as mãos embaixo do queixo, pensativo.


– Vou ter que trapacear um pouquinho - disse ele, enquanto criava um complexo tabuleiro mágico que continha a planta da prisão, e parecia que simbolizava onde todas as “peças” do jogo estavam, o que era mais de uma centena - Detesto usar cheats.


Ele escreveu algumas palavras e termos inteligíveis para Ultear entre uma peça na forma de um minúsculo homenzinho de cabelo azul e a peça que simbolizava a próxima cela. Ultear notou a palavra “detonação”.


Nesse momento, a peça que parecia informar a localização dos membros da Grimoire Heart se moviam e a peça que indicava as muralhas externas se quebrava.


– Timing perfeito - disse ele sorrindo - É agora que o jogo fica imprevisível.



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Prisão do Conselho, 05h00min AM



Jellal se ocupava dando socos nas paredes quando algo surgiu no corredor, explodindo segundos depois, ao mesmo tempo em que ele ouvia o som dos alarmes externos soarem.


– Atenção! - disse uma voz pelo sistema de som - Guardas, favor, se dirigir as defesas externas imediatamente. Aos funcionários, pedimos que mantenham a calma se preparem para a possibilidade do procedimento de evacuação.


Jellal se levantou, tossindo, e viu que tanto a sua cela quanto a que ficava do outro lado haviam sido destruídas.


“Preste bastante atenção, Jellal” disse a Voz na sua cabeça “Fique escondido atrás do balcão do guarda. Se um grupo passar, fique escondido, caso seja apenas um, acerte-o e pegue a lança mágica dele. Não saia daí, alguém virá te buscar”


– P-por que...? - a mente de Jellal estava ficando menos enevoada, e ele estava tentando entender qual era o plano daquela Voz.


“Vamos Jellal, diga-me você: qual é a primeira regra do xadrez?”


– Os peões vão na frente - lembrou-se Jellal.



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Magnólia, 04h55min AM.



Natsu se levantou nas pontas dos pés, se amaldiçoando por dormir tanto. Ele esperou alguns segundos para ter certeza que ela estava dormindo, antes de vestir a misteriosa armadura.


Natsu havia pensado por muito tempo sobre quem seria o seu ajudante misterioso, mas não encontrou nenhum candidato possível.


Ele se preparava para vestir o capacete com viseira que ocultava qualquer parte do seu rosto quando ele congelou ao ouvir uma voz. Mas para a sua sorte, era apenas Happy murmurando “Charle” durante o sono. Natsu sorriu, com pena do seu pequeno companheiro peludo ao se lembrar da cara que ele fez quando Charle decidiu ir para a gelada Fairy Hills passar a noite, por “não gostar do ambiente”.


Ele rabiscou um bilhete para Wendy, dizendo ter saído para caçar alguns castores e a lembrando de ir para Fairy Hills quando acordasse, pois era dia dela posar.


Ele ocupou os minutos sobressalentes mastigando alguns carvões em brasa. Ele descobriu a que a sensação de ser transportado por magia era muito mais agradável do que qualquer transporte que ele já experimentara, só sendo uma pequena sensação de puxão na boca da barriga.


Quando seus olhos se livraram da sensação de movimento e sua visão ficou nítida novamente, ele percebeu estar na frente de um imponente prédio da cidade de Era. Fumaça subia da outra extremidade, e ele sentia o cheiro de fogo no ar.


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Base da Grimoire Heart, 05h01min AM


– Sua peça misteriosa entrou no jogo - disse Ultear, que já havia admitido que não seria hoje que ela empalaria aquele mago irritante, e agora prestava atenção no complexo tabuleiro de muitos andares e peças - Quem é? - a peça que o simbolizava era um pequeno dragão vermelho.


– Nomes não são necessários, então vamos chamar de Bispo - disse Jereffer - No xadrez, é a peça que você geralmente usa para partir para o ataque, é muito eficiente, mas não é especialmente valiosa.


– Você é um psicopata - diagnosticou Ultear - Mas eu fico pensando em quem se importaria com o Jellal ao ponto de entrar em um dos seus jogos... - ela pareceu perceber algo, e trincou os dentes - Não é a...


– Não, não é a tão odiada por você Titânia - disse ele com um sorriso de troça - Eu não faço ideia dos motivos que ele tem para querer ajudar o Jellal... Mas curiosamente ele é da mesma guilda que a maga em questão, a Fairy Tail.


Jereffer não era uma pessoa de jogar conversa fora, mas era divertido e bastante útil testar os limites das pessoas. Isso podia fornecer vantagens imensas para futuros eventos.


– Uma guilda interessante, eu já conhecia alguns membros, Gildarts Clive, Mystogan,... Gray Fullbuster - ele pronunciou as palavras com casualidade, mas observava atentamente a sua reação.


O olhar que passou pelo seu rosto era tão sanguinário que mesmo aquele mago jogador percebeu que era hora de retirar as cartas.


– Mas tanto faz - disse ele casualmente, voltando sua atenção ao tabuleiro - Voltemos ao jogo.



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Defesas Externas da Prisão do Conselho 05h05min AM


“Salte para trás da parede e espere” disse uma Voz que parecia vir da sua armadura “Eles vão ativar as minas terrestres, então espere para que eu possa mapeá-las”


Natsu não entendeu exatamente como aquilo era possível, mas obedeceu.


– Ei, há uma coisa que eu me esqueci de perguntar, tipo, quem é você afinal? - disse Natsu, não arriscando a falar mais alto que um sussurro.


Algo explodiu a poucos metros dele.


“Eu?! Bem, digamos que no momento eu seja apenas um GPS interativo” - mentiu a Voz.


– Mas como eu posso te chamar?


“Não há necessidade de nenhum nome específico”


– Então eu posso te chamar de... Dexter?(n/a: um beijinho para quem entender essa referencia nerd)


“Tanto faz” Natsu achou que a voz parecia estar tentando abafar o riso “Em todo caso, eu já consegui mapear os explosivos, e tudo que você tem que fazer é apanhar essas três cápsulas que ficam no compartimento de armazenagem do seu protetor de ombro”


– Esse em forma de casca de banana gigante?


“Exato” disse a Voz “Apanhe as cápsulas, jogue as atrás da quina da parede e tape os ouvidos da melhor forma possível”


Natsu fez os movimentos descritos, ele estava começando a se divertir com aquilo.


– É como Corrida de Resistência de 24 Horas, só que você explode coisas - pensou Natsu animado, enquanto as cápsulas detonavam os explosivos no chão - Ei Dexter, por que eles têm minas no chão afinal?


“É um mecanismo de defesa, quando eles entram em alerta eles ativam a defesa remota e reposicionam seus cavaleiros, guardas e magos onde for o foco do ataque” explicou a Voz.


– Quer dizer que eu não vou lutar com ninguém? - perguntou Natsu desapontado.


“Relaxe, vire a esquerda e siga o corredor C, lá fica a defesa que eles chamam de Touro de Ferro” disse a Voz “Eu apostaria que você vai conseguir se divertir com ele”


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Base da Grimoire Heart, 05h30min AM


Jereffer suspirou quando Ultear olhou por cima do ombro dele pela décima vez.


– Se você está interessada, puxe a merda de uma cadeira! - disse ele entre os dentes.


Ela fingiu que estava andando por ali apenas casualmente.


– Eu não me interesso - disse ela com um tom de superioridade -A nível curiosidade, como você conseguiu esse tabuleiro?


Jereffer não parecia prestar muita atenção enquanto falava:


– Eu escrevi, e pedi para a Meredith usar magia sensorial para conectá-lo com a prisão do conselho.


Ultear ficou surpresa, pois Meredith não era muito de fazer favores a pessoas aleatórias. Ela percebeu que deve o ter encarado por um longo tempo, pois um ligeiríssimo tremor de raiva o percorreu.


– Por algum motivo incompreensível para mim, ela parece gostar de mim - disse ele voltando sua atenção - Eu não sou um tarado por criancinhas como o Zancrow.


– O que exatamente você quer dizer com isso?!


– Nada, eu apenas estava pensando alto.



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Ala de Alta segurança da Prisão do Conselho, 05h45min AM



– Dexter! - disse Natsu ativando a comunicação da sua armadura - Eu meio que estou preso nessa sala que se parece um cubo mágico gigante.


“Uhmmm, como diabos você entrou aí?” ouve silêncio por um tempo, antes de a Voz retornar “Achei você, e sinto lhe informar que sair daí não é fácil. Você consegue usar alguma magia de transformação?”


– Sim, Mimecry, temporariamente.


“Ótimo, assuma a forma de alguém, se possível que não esteja mais nesse mundo” disse a Voz “Depois tire seu capacete e coloque seus olhos na frente daquele leitor da parede. Eu vou criar uma falha no sistema, assim ele vai abrir sobre qualquer assinatura biológica”


Natsu se pôs a pensar, em alguém que já tivesse morrido e ele tivesse tocado. Nada.


Ele estava começando a ficar desesperado quando entendeu exatamente o significado de “não estar mais no mundo”.


Mimecry: Mystogan!


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Base da Grimoire Heart 05h46min AM



Jereffer gargalhou ao ver a peça em forma de dragão ganhar um tufo de cabelo azul.


– Eu gostaria de saber o que vão pensar os membros do conselho quando assistirem uma pessoa idêntica ao próprio Jellal abrir a ala de segurança, onde o Jellal em questão está.


– Eles nunca se conformaram de terem sido enganados pela projeção Siegrain - concordou Ultear.


Uma peça em forma de bode recuou vários espaços.


– O que está acontecendo?


– Caprico se retirou do ataque - disse Jereffer - Maldita cabra medrosa! Eu espero que o meu irmão não amarele também, se não o Bispo e o Jellal acabaram de ser condenados à morte.


Uma parte de Ultear estava absurdamente preocupada com o Jellal, mas o resto da sua mente apenas se ocupava com expectativa. Ela, por um pequeno momento, entendeu o que aquele garoto via de interessante em jogar daquela maneira.


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Ala de Alta segurança da Prisão do Conselho, 05h50min AM



Jellal estava começando achar que ele simplesmente estava ficando louco e ninguém viria ajudá-lo.


“Jellal” a voz voltou a chamar na sua cabeça “Sua ajuda chegou, saia lentamente de trás desse balcão, e não faça perguntas, o tempo é escasso”


Jellal forçou os músculos enrijecidos a se moverem quando se pôs de pé, no momento em que uma pessoa usando uma armadura cinza fuligem abria a porta. Não foram necessárias palavras, pois era improvável que outra fuga orquestrada estivesse acontecendo simultaneamente.


“Atenção” disse a Voz, dessa vez para Natsu “O conselho ativou as defesas totais, e tem Cavaleiros das Runas para todos os lados, então vire sempre na primeira porta a esquerda e desça todas as escadas ou elevadores que você encontrar, a melhor chance de vocês saírem daí está no esgoto”


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Base da Grimoire Heart 05h55min AM


Ultear observava o tabuleiro com grande interesse.


– Quem simboliza essa peça em forma de cobra roxa que está se movendo? - disse ela apontando para um canto.


Jereffer nem moveu os olhos para responder.


– O Cobra, da antiga Orácion Seis - disse ele - Minha explosão acidentalmente destruiu a cela dele. Se ele conseguir sair dali sozinho, vai ter feito por merecer.


– Ele não é especialmente perigoso - concordou Ultear - Ninguém daquele grupo patético era mais do que crianças assustadas e manipuladas, a não ser pelo Brain.


Jereffer lhe lançou um longo olhar, como se decidisse se falava algo.


– Não se deve menosprezar alguém por ter sido manipulado - disse ele por fim - Afinal, que prova temos que não somos apenas peças do jogo de alguém superior?


Ultear desprezava qualquer pensamento que indicasse que ela não sabia de algo.


– Me parece poesia para tolos - disse ela com desprezo.


O mago de cabelos negros não disse mais nada.



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– Estamos ferrados - comentou Natsu ao se ver em uma tubulação escura e suja de esgoto, cercado por os seres mais estranhos e grotescos que Natsu já vira: eram criaturas escamosas, magras e humanóides, com a pele branco-leite esticada sobre o esqueleto, garras e dentes longos e proeminentes, e estranhas cabeças muito redonda enterrada entre os ombros devido a ausência de pescoço - Algum com conselho, Dexter?


“Não use a sua magia de Dragon Slayer” disse a Voz, calma como se aqueles monstros não fossem mais que lagartixas. “Essa armadura fornece magia de batalha”.


Natsu não teve nem tempo de pedir instruções mais específicas.


– Armour Attack: Mega Punch– a armadura o impeliu a liberar um soco, que nocauteou pelo menos três criaturas com sua aura.


“Jellal” disse a Voz na sua cabeça. Ele não se lembrava de ter caído no chão, mas ali estava ele, sendo defendido por seu estranho salvador “Ouça, você precisa sair daí. Eu vou dar um jeito de ajudar o seu amigo, mas fraco como você está, isso poderá te matar”


– Não! -murmurou ele - Abandonar...não


Da sua sala de comando, Jereffer estava ficando sem opções, então tentou achar algo na mente dele.


“O que a sua amiga Erza faria?” disse a Voz, em um chute arriscado. Nenhuma outra palavra o moveria.


Então Jellal entendeu o que ele precisava fazer. Ficando de pé, ele juntou o que sobrou da sua energia e pronunciou.



– Urano Metria!



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Notas finais do capítulo

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