Fairy Tales - Fairy Love escrita por Jereffer


Capítulo 106
Capítulo 106: Nii-chan!


Notas iniciais do capítulo

Yoo Leitoras maravilhosas e paciêntes. Chegamos ao penúltimo capítulo de FTFL, e o próximo será gigante, de duas aprtes, proém postadas no mesmo dia

Uma imagem fofa para vocês:
http://24.media.tumblr.com/e726445ab501d7d6b083320577904de3/tumblr_mkwh93iP1n1s4lriyo9_r1_250.jpg

Sem mais, Enjoy



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/192957/chapter/106

As ruas de Crocus estavam silenciosas aquela hora, e a luz que escoava das janelas não chegavam a iluminar as ruas, cobertas anormalmente pela neblina. Um observador casual não veria mais que um vulto correndo.

Jereffer odiava ter que depender apenas de suas pernas como forma de locomoção, mas ele tinha absoluta certeza que aquele não era um momento para se preocupar com conforto, e sim com discrição.

O latejar em seu braço poderia servir tão bem como uma bússola, mas haviam outros meios mais seguros. Ele só precisava se guiar pela presença mágica... e pela ironia do local para onde aquilo estava o levando. O Palácio da Flor Luminosa, Mercurius.  

Sob o pináculo mais alto do palácio, uma figura solitária observou com os olhos semi-cerrados um pequeno ponto se tornar gradativamente maior, até tomar a forma singular de um humano adulto usando algo que podia ser um jetpack.

Enquanto notava a aproximação, ele terminou de fumar seu cigarro, arremessando o filtro em chamas para o vazio á sua frente de si apenas pela diversão de observar o pequeno ponto flamejante fazer toda a queda que ele teria caso fizesse um movimento exagerado. Quando Jereffer finalmente chegou até aquela minúscula plataforma, ele já havia começado a comer uma barra de chocolate.

- Sabe, eu amo o chocolate daqui, não existia nada que pudesse se comparar a isso do lugar de onde eu vim - disse ele em um tom feliz - O sabor é tão... eu não sei uma boa palavra pra definir isso...

- Agradável? Acentuado? Doce?  - sugeriu Jereffer dando os ombros, enquanto os dedos se moviam criando letras invisíveis que criaram uma expansão para aquele espaço onde ele pudesse parar de planar. Sua mochila á jato se desfez em letras mágicas cinzentas.

- Doce é uma boa palavra- disse o outro enquanto terminava de comer seu chocolate e amassava a embalagem - Você sempre foi melhor com palavras do que eu.

- E não se esqueça com armas - acrescentou Jereffer com um meio sorriso - E por acaso você sabia que existem formas menos extremas de atrair minha atenção, Watashi?

Watashi bufou de forma sarcástica.

- Me diga uma forma, então - disse ele de forma irritada - Eu já estou em Fiore á uma semana, e até agora você não passou nenhum segundo desacompanhado da sua guilda, a sua guilda falsa ou outras pessoas.

- Minha vida não é mais tão simples quanto era no tempo em que tudo que eu tinha que fazer era perambular por aí matando pessoas pela Mão Negra - disse ele com um suspiro - Correndo o risco de ficar parecendo um gravador enroscado, eu vou perguntar de forma mais clara: o que você está fazendo aqui, Watashi?

- Eu preciso ter um motivo de visitar m... - ao notar as sobrancelhas arqueadas de Jereffer, ele levantou as mãos em sinal de rendição - Ok, serei sucinto...

- Essa é uma característica minha - ressaltou Jereffer, e ambos riram de uma piada que não podia ser explicada facilmente para terceiros.

- Enfim... tem uma tempestade chegando, velho amigo - disse o outro com a voz séria, todo o humor substituído por uma tensão pesada.

- As tempestades vem e vão, os navios são destruídos contra a costa, os peixes grandes devoram os pequenos, mas eu contínuo chapinhando na água - disse Jereffer de forma indiferente - O que pode ser tão ruim ao ponto de te enviar com o rabo entre as pernas me contar?

Sem falar nada, o homem que Jereffer chamava de Watashi lhe entregou um papel. Ele observou a mudança de expressões que aconteciam e eram eclipsadas tão rapidamente que poucos teriam notado. Incredulidade, algo que se parecia um pouco com terror e depois determinação.

- Isso é de fonte confiável? - perguntou ele, depois de um longo silêncio, enquanto criava um com movimento apressado um isqueiro e queimava a folha.

- É tão confiável quanto qualquer fonte de previsões de eventos futuros - disse o outro de forma triste - Eu suponho que você reconheça essa caligrafia...

- Você supõe de forma correta - disse Jereffer trincando o maxilar. Ali estava de novo aquela ira - Se isso for verdade... o que você espera que eu faça?

O queixo do denominado Watashi caiu.

- Bem... alguma coisa? Não podemos estar falando realmente do Fim! Afinal, existem pessoas como nós. O simples fato de existirmos no mesmo raio de quilômetros causa esse tipo de alteração no campo mágico da...

- Desculpe, eu pareci resignado? - interrompeu Jereffer - Falha minha. Eu quis dizer, que não á nada que eu possa fazer agora. Á cartas a serem escritas, favores a serem cobrados e então iremos lutar... e provavelmente morrer, mas primeiro, lutar. 10 mil dragões...

- Bem, sabemos o que um fez com você, então acho que chamar isso de possível fim do mundo não seja escatologia - disse Watashi com uma diversão sombria - A Irmandade se lembra, Rockheart, quando o momento chegar, estaremos aqui! E eu me lembro! Eu te devo minha vida...

- E sei que você não vai desperdiçá-la enquanto eu não resolva cobrar a dívida, creio eu - disse Jereffer com um sorriso de ironia, enquanto tirava uma moeda do bolso. Ele escreveu algumas letras ali, e depois arremessou para o homem na sua frente - Vá pra casa, Shadowcloak. Faça amor com sua mulher, brinque com sua filhinha, e ore para qualquer coisa que você acreditar para que você nunca acorde sendo sugado por um portal mágico.

- Obrigado - disse o outro, e foi sincero - E você, o que irá fazer?

- Vou viver, assim como todas as 17 milhões de pessoas em Fiore que não sabem disso. E a coisas á tramar, Watashi, muitas coisas a tramar. Watashi... você acha que vai morrer?

O outro ponderou um pouco antes de responder.

- Eu sou um entre alguns milhares que vão se opor á um evento que liberará forças imperáveis, então, é uma possibilidade... eu diria, 32% - disse ele fazendo uma conta com os dedos.

- Então fique tranqüilo, eu tinha 98% de chances de morrer á alguns anos em uma ilha chamada Tenroujima, e ainda estou aqui - disse ele com um sorriso divertido - Você só estaria encrencado se fosse um tolo confiante.

- Tolice, dessa forma, não é uma característica nossa - disse ele piscando, e jogou a moeda pra cima. Quando ela caiu de forma ressoante contra o metal do pináculo de metal, só havia uma pessoa de pé naquele local.

- Teatralidade? Esse mundo está fazendo realmente mal pra ele - riu Jereffer sozinho, enquanto pensava em tudo que ficara sabendo ali.

---------------------------------------------------------------------------

Enquanto isso, em um salão de festas...

Natsu estava ficando cada vez mais desconfortável a cada momento.

Alguns homens talvez ficassem desconfortáveis em outro sentido ao dançar com uma garoto que estava com uma determinação tão febril que beirava á sensualidade no olhar, mas Natsu era uma pessoa simples. A única coisa que estava incomodando é que ele sentia que ela estava querendo dizer algo mas não dizia. Nakamas deviam ser sempre sinceros uns com os outros.

- Lis, você está se sentindo bem? - perguntou ele inclinando a cabeça de forma inocente.

Lisanna pareceu surpresa com a pergunta, mas sorriu de forma tão larga quanto um gato a quem foi confiada a chave de uma casa cheia de canários obesos.

- Ahn... Natsu-kun, é que... - disse ela tentando encontrar as palavras certas. Uma coloração rosada riscando seu rosto.

- Você está com dor de barriga? - sugeriu Natsu, a fazendo se engasgar com a própria saliva e ter um acesso de tosse. Demorou algum tempo para ela recuperar a compostura.

- Não, com toda certeza não é isso - disse ela rapidamente, uma gota de suor escorrendo na parte traseira de sua cabeça - É, outra coisa. É algo que eu sinto que já deveria... eu já deveria ter dito á bastante tempo...

- Sim...? - incentivou Natsu, curioso e totalmente alheio ao rumo que uma pessoa observadora podia notar que aquilo estava tomando.

Lisanna, inconscientemente, recuou um pouco. Aquilo se tornava duplamente mais embaraçoso com a total falta de percepção de Natsu.

- Bem..é... é algo que eu deveria ter dito, em vez disso... eu meio que fiquei em uma disputa tola em vez de ser corajosa e admitir que...

As palavras já estavam brotando nos seus lábios, quando, de alguma maneira, a força de seus ouvidos conseguiu superar o baralho de seu coração disparado e lhe chamar a atenção que a música já estava novamente em seu refrão e logo os pares se trocariam.

- Oh Merd... - ia dizendo ela, mas logo, em meio ao caos rodopiante em que a visão de uma pessoa que estava sendo jogada girando para trás se transformava, e logo ela percebeu que a pessoa que segurava sua mão e estava com uma mão em sua cintura era outra.

E ela o conhecia.

- Loke-kun - disse ela estreitando os olhos e pronunciando aquilo como se fosse alguma antiga maldição.

- Lisanna-san - disse ele educadamente, tendo a educação de parecer constrangido com a situação - Posso comentar que você está adorável no dia de hoje?

- Pode, mas isso não ameniza minha extrema vontade que sua invocadora sofre um acidente - disse ela entre os dentes, balançando a cabeça para espantar tais pensamentos.

- Bem, eu não á culpo, essa é verdadeiramente uma situação complicada - disse ele em um tom amigável - Eu me lembro quando...

Ele estava prestes a começar a contar uma alegre história quando notou que ela tateava discretamente uma área decorada de seu vestido.

- Eu estou procurando uma coisa - disse ela, explicando uma pergunta que não havia sido feita.

- Sabe, vocês não deviam ficar tramando tanto - aconselhou o espírito celestial, sendo sincero - Afinal, não é uma corrida em que a primeira ganha, e sim a que ele escolher...

- Não fique aí falando coisas estranhas - disse ela, com as bochechas assumindo uma cor mais viva - E... achei! - na sua mão esquerda, estava um saquinho de tecido branco com algum tipo de erva moída. Parecia-se um pouco com um daqueles chás instantâneos.

- Eu sempre acho que um chá ajuda a acalmar os nervos, mas acho que preparar um durante uma dança pode ser problemático, não? - disse ele sorrindo de forma divertida. Ao mesmo tempo que seu nariz sugava o ar com vigor... ele estava ficando com alguma alergia ou coisa do tipo?

- Isso não é chá, e erva do gato - disse ela, balançando levemente o saquinho, e viu os olhos de Loke acompanharem o movimento. Ela sorriu satisfeita.

- E por que uma pessoa anda com... isso - disse Loke tentando se concentrar, porém seus instintos felinos estavam assumindo livre controle de suas ações.

- Precaução caso o Happy resolvesse... ser o Happy - disse ela, enquanto acompanhava o ritmo da música, esperou em silêncio até faltar apenas alguns segundos para o refrão, ela atirou o saquinho rodopiando pelo ar.

Tudo aconteceu em meio segundo. O movimento sincronizado das pessoas trocando de pares, Loke saindo em disparada atrás do saquinho, Lucy assistindo atordoada seu espírito celestial ficar meio idiota e indo impedi-lo de se humilhar publicamente... Enquanto contemplava aquilo Lisanna percebeu que perdeu a oportunidade de pegar Natsu como par.

A pessoa na sua frente agora era Gajeel. Ele tinha o mesmo ar que uma criança não muito intelectual tinha ao esperar a correção de um teste de matemática.

- Esse dia está estranho - comentou ele com um suspiro. Lisanna só podia concordar com aquela colocação.

_____________________________________________________

Jereffer no momento flertava com uma garota que ele não tinha certeza de saber o nome, com mãos posicionadas em locais estratégicos para manter um aparente interesse enquanto esperava, fazendo aquilo para se manter perto o suficiente da pista de dança sem ter que verdadeiramente dançar.

Em um determinado momento, ele notou que Jellal lhe lançava um olhar mortal e apontava discretamente onde ele estava. Ele deu seu sorriso mais encantador e irônico e acenou com a cabeça. Parecia que ele estava sendo formalmente apresentado para a Titania.

Ele estava mais satisfeito que seria capaz de exprimir sobre aquilo. Podia ser o começo do fim da longa temporada de Jellal’s suspirando pelos cantos e fazendo tolices.

Ele deu uma olhada no ambiente e ficou satisfeito em notar que sua grotesca trapaça destilada não foi capaz de deixar ninguém bêbado ao nível extremo de parecer suspeito. A única evidência que uma mente afiada seria capaz de encontrar eram olhos muito brilhantes e algumas bochechas e pescoços com tons avermelhados.

Enquanto seu olhar vagava pela sala, ele parou seu olhar em Meredy, que tinha uma expressão que por pouco não poderia ser considerado menos que assassina. Ele achou que era sábio fazer algo sobre aquilo. Ele aprender a manter seus desvios de personalidade sob controle, era melhor ajudar ela a fazer o mesmo enquanto tinha poucos.

- Com licença, acabo de ver que tenho um assunto pendente a resolver, mas quem sabe possamos conversar... mais tarde - disse ele com um sorriso malicioso, e piscou.

Ele deixou aquela pessoa da qual ele não tinha certeza do nome soltando vapor pelo rosto enquanto se afastava com passos largos.

Meredy estava encostada em um balaústre, bem ciente da aproximação da aproximação dele, mas não se virou. Ele suspirou.

- Venha, pequena, vamos dar uma volta - chamou ele, apontando com a cabeça para uma das portas laterais. Ela deu os ombros e o seguiu.

Do lado de fora o ar estava fresco, e a leve brisa não era o suficiente para perturbar a neblina que subia dos canais.

Ele inalou profundamente, e se encostou à parede. Ela puxou a própria peruca para deixar seu cabelo respirar um pouco.

-Qual é o problema, pequena? - perguntou Jereffer, tirando sua máscara e esfregando a têmpora de modo cansado.

- Não á problema nenhum - disse ela de forma teimosa, cruzando os braços.

- Sabe pequena, eu sou sádico, egoísta, lascivo, muitas vezes obsessivo e mentalmente instável, mas não idiota - disse ele de forma divertida - E apenas parcialmente cego. Você está destilando ódio em níveis excessivos para não serem notadas, pequena.

Ela franziu a testa em uma expressão carrancuda.

- Oras, ela parecia uma pessoa irritante - disse ela, de forma pouco convincente.

- Sério? - disse ele de forma casual - Me pareceu ciúmes.

A vermelhidão se alastrou por ela como um incêndio florestal em uma clima árido. Ela começou a gaguejar.

- É... é... que... tipo...erg... - começou ela confusamente, tentando articular algo que talvez nem ela soubesse ao certo o que era.

- Sim? - incentivou ele, da forma irritante. E ele finalmente viu ela explodir.

 - É PORQUE EU TE AMO, SEU IDIOTA! - gritou ela, ofegando e com os olhos úmidos.

- Então era isso que você queria dizer? - perguntou ele gentilmente. Ele pousou mão na cabeça dela e começou a afagar - lá de forma distraída  - Você é boba, pequena.

Ele a puxou para perto de si e apoiou o outro braço nas costas dela.

- Você acha realmente que eu ignoro isso? - perguntou ele, dando-lhe um beijinho na testa - Eu poderia te chamar Imouto-chan e ficar babando em você o dia todo, mas isso não seria nada diferente....

- Palavras são vento, pequena, o que importa são os pensamentos - disse ele, inclinando o rosto para ficar mais perto dela e a encarando de forma curiosa - Agora, qual é a sua real preocupação? Ou você só queria expressar isso?

- É... que... - ela engasgou, enquanto enterrava o rosto do peito dele, deixando marcas úmidas na seda impecável de sua camisa.

- Vejamos, você estava com medo de ser trocada, substituída ou alguma baboseira do gênero? - disse ele rindo, e deu dois beijos estalados nas bochechas dela - Você é boba, pequena, mas é uma pequena fofa, agora...

Suas palavras foram esmagadas por um abraço tão colossal que ele sentiu os circuitos de ligação de suas costas estalando.

- Jereffer-niichan - murmurou ela de forma ronronante, enquanto ele arquejava por ar.

- Ok, ok, lembra quando eu disse, á muito tempo, que não gosto de contato corporal?  - disse ele, conseguindo se libertar e massageando o pescoço quase deslocado - Bem, eu não mudei tanto, e meu saldo de tolerância está esgotado pelos próximos... quarenta e cinco anos, três meses, doze dias, 4 horas, 3 minutos e vinte cinco segundos.

Ela soltou um risinho que obviamente significava “eu não me importo”, enquanto ele levava dois dedos a têmpora.

- Com licença, parece que eu tenho um assunto a cuidar - disse ele com um suspiro exasperado - Agora, eu recomendo você pegar algo para beber e apreciar o desfecho disso tudo. Acho que tudo isso está indo para um final cômico.

- Acha que o Jellal vai vomitar em si mesmo por causa do nervosismo? - perguntou ela animada

- É uma possibilidade - disse ele pensativo. Ele deu apertão na bochecha muito vermelha dela - Até mais tarde, Imouto-tan - disse ele em um tom falsete de fofura.

Ela bufou e revirou os olhos, para esconder o sorriso.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentários?