Fairy Tales - Fairy Love escrita por Jereffer


Capítulo 100
Capítulo 100:Em prol dos amigos (FTFL pt2)


Notas iniciais do capítulo

Yoo leitoras maravilhosas! Eu estou atrasado de novo, eu sei, e vou tentar aumentar a frequência de postagem agora das férias :D
Uma imagem fofa:
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Sem mais, Enjoy



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Jereffer mantinha seus olhos fixos no jornal que ele lia e na tigela de biscoitos na sua frente. Qualquer olhar desviado podia ser interpretado como tristeza e desencadear outro acesso de afeto excessivo. 

 A cada virada de página, ele se afastava um centímetro. Depois de terminar de ler o jornal, a distância entre eles era de três centímetros.

- Pequena - disse ele com um suspiro de exasperação - Você poderia ir ligar a ventilação da sala? Está calor aqui.

Ele queria que ela entendesse e se desgrudasse, mas ela apenas balançou a cabeça enfaticamente e saiu em direção à sala de controles.

Aquilo fez Jellal soltar um riso abafado.

- Você deveria ter a ensinado a ter uma percepção de sarcasmo - sugeriu ele, enquanto jogava fora os biscoitos que Meredy gentilmente fizera... apesar de o sabor não ser muito gentil para a língua.

- E a ter uma maior habilidade de dissimular - disse Ultear divertida - Ela não sabe que você sabia do transmissor, mas eu suponho que até uma pessoa lenta como você teria suspeitado com esse comportamento dela.

- Uma formiga morta já teria sacado - disse ele, enquanto jogava os biscoitos na areia do cacto decorativo, que na verdade era um processador de lixo camuflado - E você não deveria ter ensinado ela a produzir alimentos com sabores que possam ser captados pelo paladar humano?

- Faltas de tentativas relacionadas ao assunto não faltaram - disse ela defensivamente. Jellal rabiscou com uma caneta na sua bandeja e a levantou, com os dizeres: “Boiando!”

- Ah, depois alguém te explica - disse Jereffer com um gesto de “nem se interesse” - Mas voltando à discussão em pauta, acho que chegamos á um veredito: Eu falhei como má influência e você como mãe adotiva.

Ultear bufou e resmungou uma ofensa, enquanto tentava pensar em uma resposta a altura daquele raciocínio. Enquanto a refeição prosseguia, um barulho irritante tomou conta do ambiente, pouco depois da ventilação ser aumentada.

- Acho que está vindo da janela - disse Jellal depois de olhar em baixo da mesa -Parece...

- Bicadas - disse Jereffer reconhecendo o som e indo abrir um dos vidros. Eles estavam planando baixo o suficiente para fazer aquilo sem causar uma rajada destruidora. Ao fazer aquilo, uma grande ave negra saltou para ombro dele. Quando ele voltou para seu lugar a mesa, notou que Meredy já estava novamente de plantão em seu lugar, e soltou um daqueles sons engasgados que uma pessoa faz ao ver animais fofos ou crianças.

- Um corvo! - disse ela com os olhos brilhando. O pássaro saltou do ombro dele para a mesa e se pôs a bicar os biscoitos no prato dela - Posso passar a mão nele?

- Cuidado, essa maldita cria de urubu tem um bico afiado - disse ele, enquanto apanhava a carta que a ave trazia presa na perna. Meredy começou a afagar as penas da ave, que soltou um crocitar estridente - Não diga que eu não avisei. E Roger, para de se esquivar!

Roger, o corvo, soltou um som mal-humorado e levantou a o pé.

- É higiênico comermos a mesa com um na animal? - perguntou Ultear, distanciando ligeiramente o prato do corvo.

- Bem, eu não me incomodo, então não precisa sair da mesa, nós já nos acostumamos com sua presença - disse Jereffer amigavelmente,  e se inclinou para o lado para desviar de um garfo arremessado em sua direção - Você deveria praticar mais sua m... ah car@lh#@!

A frase se transformou em uma torrente de palavrões quando o movimento de esquiva dele desequilibrou a cadeira, o arremessando de costas no chão.

- Justiça divina - disse ela triunfante.

- Cadeiras em liquidação - sugeriu ele, esfregando as costas e levantando a cadeira. Ao ver outro movimento de mão da maga do tempo, ele se sentou em uma posição que colocasse Meredy entre ele e a maga do tempo, para evitar que mais projéteis viessem naquela direção - Agora se você já terminou de me atirar porcarias e de implicar com meu corvo, eu posso ler a carta?

Bastou uma olhada no conteúdo do papel para que ele desse risada.

- Veja, que gentil, a Fairy Tail me mandou um convite para o Baile que estão preparando, que amor - disse ele, com irônica no final da frase - Isso daqui foi escrito com giz-de-cera, e dado o ângulo das letras, por uma criança de cinco anos sentada no chão.

- E porque foi um corvo te trouxe isso? - perguntou Jellal confuso.

- Eles trazem para mim toda as correspondências que vai para Poleiro do Corvo - disse ele enquanto voltava a olhar o bilhete, e o recolocou na mesa - Seria problemático se alguma pessoas soubesse onde eu estou o tempo todo. Para um pássaro abrir o bico, é um pouco mais difícil, por mais irônico que isso seja.

- Está datado para amanhã - comentou Meredy dando uma espiada no conteúdo no papel.

- Magas em toda Crocus vão estar amaldiçoando a Titânia por lhes fornecer tão pouco tempo para escolher roupas - disse Jereffer,  enquanto fazia uma giz surgir entre seus dedos com um floreio - Vou falsificar alguns, quer ir também Ul?

Ultear ficou surpresa com a oferta.

- Bem... o que haveria de interessante para mim em uma ocasião melosa do tipo?

- O mesmo que há para mim, a Bebida Ilimitada  - sugeriu Jereffer- Ou quem sabe você preferia, sei lá, seduzir caras muito mais novos que você, ou dar em cima do Fullbuster...

Aquilo fez com que uma vermelhidão subisse pelo rosto de Ultear, e um brilho demoníaco reluzisse em seus olhos. Jereffer afastou sua cadeira ligeiramente ao pressentir o perigo.

- Pequena, se você quiser dar uma de protetora, esse é um momento propício - sugeriu ele em voz baixa.

- Não me coloque nessa - retrucou ela amigavelmente, fazendo com que uma gota de suor escorresse na parte traseira da cabeça dele. “Traidora” ele resmungou.

Ultear respirou profundamente e respondeu.

- Sim, bebida ilimitada parece uma perspectiva interessante - disse  ela entre os dentes - Obrigado.

Aquilo quase o fez cair de novo da cadeira, dessa vez de surpresa.

- De nada - disse ele ainda abismado, enquanto fazia um papel surgir também. Ninguém resolveu comentar sobre a anormalidade que acabara de acontecer - Pequena, eu suponho que você vai receber um devido a seu pseudônimo na Mermaid Heel, então não vai precisar de falsificação. Jell, eu já preparo o seu, vai usar o clássico Mystogan ou prefere algo mais criativo?

- Err... o que te faz pensar que eu queira ir? - perguntou Jellal desconfortável. Jereffer revirou os olhos.

- Vocês duas, poderia me ajudar com isso? - pediu ele.

- Sua amiga de infância - disse Meredy rapidamente.

- A Titânia da Fairy Tail - sugeriu Ultear logo em seguida, sem nenhum segundo de pausa.

- Erza Scarlet - concluiu o mago, e os três riram do rubor no rosto de Jellal, e começou a balbuciar coisas inteligíveis. Ultear revirou os olhos.

- Nós não nascemos ontem, Jellal - disse ela com um suspiro.

- A Ul obviamente - gracejou Jereffer, levando um murro na cabeça - Ai! Ul, pare de tanta agressividade, apenas pessoas velhas se irritam com piadas sobre idade. Ahn... Jellal, venha comigo dar uma volta, parece que vai sobrar para mim a função de conselheiro óbvio.

Jellal abriu a boca para retrucar, mas Jereffer já tinha se levantado e, com um movimento veloz, começou a arrastar o mago pela gola.

- E não, essa sessão de psicanálise não é opcional - disse ele alegremente.

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Gajeel olhava com incerteza para a porta alfaiataria, seu lado mais másculo e primitivo gritava para que ele se afastasse logo daquele lugar, enquanto o lado mais pensante de sua consciência, que era uma parte consideravelmente menor, dizia que não havia nada de estranho naquilo.

“Vamos lá, um passo atrás do outro, você consegue”  ele se incentivava mentalmente, e sua mão já tinha alcançada a maçaneta quando alguém falando o sobressaltou.

- Gajeel-san? - disse Bisca surpresa. Asuka, em seus ombros, apontou para Fajeel e disse “cabelo engraçado”!  - O que faz por aqui?

Aquilo fez ele se sobressaltar e começar a gaguejar e rosnar.

- Er.. eu estava... procurando... err... a loja de sucata! - disse ele nervosamente.

- Oh, é mesmo, você deve estar querendo comprar algo, afinal, você vai ao baile com a Levy - disse Bisca raciocinando consigo mesmo - Isso foi inteligente da sua parte, isso pode evitar A decepção.

-A decepção? - perguntou Gajeel confuso.

- Sim - afirmou Bisca sombriamente - Uma garota raramente implicará com as roupas de um garoto a não ser que seja muito íntima dele... mas se decepcionar com a falta de esforço de um pode causar graves efeitos colaterais, como olhar com novos olhos para homens mais refinados.

- É-e sério?

- Sim - disse Bisca, antes de voltar a sorrir - Mas não se preocupe demais com isso. Bem, eu tenho que buscar uma encomenda que o Al fez. Até outra hora, Gajeel-san.

Enquanto atravessava a porta, Bisca soltou um risinho e cutucou Asuka.

- Nunca é cedo demais para aprender filha - disse ela em tom sábio - O universo feminino se mantém inalcançável por manter homens, principalmente os teimosos com pulgas atrás da orelha.

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- E então, qual e a valiosa lição de moral que você pretendia me dar? - perguntou Jellal mal-humorado esfregando o pescoço, onde o tecido de sua gola forçou a pele ao ser puxado.

- Ah, considere como uma amigável sessão de conselhos - disse Jereffer, que estava debruçado sobre o parapeito. Eles estavam na cobertura da nave, um último andar antes das placas de metal da blindagem que revestia tudo - Não consensual, mas não faz muita diferença. Diga-me, meu caro e gelatinoso amigo,  porque não ir a esse curioso evento?

- Me diga você, porque eu iria? - rebateu Jellal se esquivando da pergunta.

- Vamos ficar respondendo perguntas com perguntas igual a dois idiotas? - Jereffer suspirou - Vamos colocar os fatos na mesa: Uma oportunidade singular de você passar algum tempo com uma certa pessoa sem que eu tenha que colocar metade de uma cidade para dormir. E você parecia mais que um pouco ansioso para se encontrar com ela até um demorado evento de troca de baba. Se você quer realmente encontrar um motivo, comece por esses.

Aquilo fez com que as bochechas de Jellal queimassem em uma cor rubra.

- Sim, você tem um bom ponto de vista, é que... - a voz de Jellal falhou e ele baixou seu olhar - É... Que...

- É...? - incentivou Jereffer colocando a mão  - Eu poderia ler sua mente, mas creio que você vai se sentir melhor depois de falar. Diga, Jellal.

- Depois daquilo... eu.... eu percebi... que não sou digno dela! - disse Jellal entre os dentes. Jereffer revirou os olhos e riu.

- Se o mundo fosse formado apenas por casais que merecessem uns aos outros, já teríamos ido a extinção por falta de reprodução a muitos séculos - disse Jereffer parando de rir - Quem se importa com isso? Devo cantar para você “O Urso e a Bela Donzela?”

- Ahn? - perguntou Jellal confuso.

- Deixa para lá - disse Jereffer com um suspiro - É uma velha canção de taverna, mas você não entenderia a metáfora. Enfim, vou ser lacônico, pra variar um pouco a figura de conselheiro tagarela. Eu não entendo absolutamente de relacionamentos e os considero um nível de estupidez dupla humana, mas deixando de lado minha filosofia de vida de lado, eu entendo um ou duas coisas sobre dor. Nada que uma pessoa possa dizer para você vai martelar tanto em sua mente e por tanto tempo quanto o arrependimento.

- Então você acha que...?

- Eu tenho certeza! - disse enfaticamente o mago de imaginação - Mesmo que ela te chute, o que seria inteligente dela fazer, você vai se recuperar. Se não fizer, corre o risco de desapontá-la, e isso levar a eventos que vão te tornar uma criatura amarga e bêbada, cheia de arrependimentos.

- Tipo você? - alfinetou Jellal, Apesar de haver palavras do mago, ninguém gostava de ser contrariado.

O mago lhe dirigiu um daqueles sorrisos zombeteiros que ele direcionava para tudo e piscou.

- Exatamente igual a mim - ele riu - Aja como um homem, para variar, não seja covarde, encare isso!

Aquilo fez Jellal bufar.

- Eu não sou nenhum covarde!

- Então você vai? - perguntou o outro mago rapidamente, que recebeu uma resposta igualmente rápida.

- É claro! - enquanto as palavras saíam de sua boca, Jellal percebeu que, como um bagre, ele tinha acabado de morder a isca.

- Magnífico - disse Jereffer em um tom triunfante - Agora veja que legal.

Dando um leve assobio, ele pronunciou “pequena” em um tom suave, e antes que Jellal pudesse piscar, Meredy estava entre eles.

- Sim, Je-niichan? - disse ela solícita. Jellal piscou.

- Como ela faz isso? - perguntou ele perplexo.

- Eu não faço idéia - disse ele alegremente, pousando a mão na cabeça de Meredy - Pequena, eu quero que você supervisione as compras do Jel-chan, não queremos que ele queira seja confundido com um mendigo. E arranje também uma mascara para ele.

- Você não vai precisar de ajuda também? - perguntou ela. Ele transformou suas roupas nas vestes características de Baelfyre.

- Creio que eu não precise de muita ajuda para encontrar algo elegante, eu uso a técnica milenar de ouvir a vendedora - disse ele, fazendo ela soltar um muxoxo de desapontamento, fazendo ele suspirar em sinal de derrota.

- Mas é claro que eu estarei na mesma loja, então você vai ter sua chance de me usar como boneca de viste-e-mude por algum tempo - aquilo fez ela abrir um sorriso de orelha a orelha. Antes que aquilo desencadeasse mais um ataque de afeto excessivo, ele despenteou os cabelos dela com os dedos e disse um “vejo vocês mais tarde”, deixando que ambos resolvessem assuntos tão mundanos como trajes sozinhos.

Na sala de descanso que era anexada á aquela varando,  ele encontrou Ultear folheando uma revista distraidamente.

Ele já tinha atravessado metade da sala quando ela fingiu notar sua presença.

- Você sabe que usar um jogo de palavras para enganar ele foi um truque sujo, certo? - disse ela em um divertido tom de repreensão.

- E você sabe que essa farsa de “eu não estava espiando” se perdeu quando você comentou sobre algo que não teria como você saber, certo? - ele sorriu divertido - As vezes, precisamos ajudar nossos amigos, principalmente quando eles se negam a achar que precisam de ajuda...

- Uau, isso foi tão profundo que não pareceu com você!

-... e o melhor é que você pode se divertir as custas disso - concluiu ele piscando, fazendo com que a maga do tempo risse.

- Agora sim se parece com você!


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Notas finais do capítulo

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