Andei mais um pouco e acho um orelhão. Vou correndo até ele e o tiro do gancho. Minha mão estava trêmula. Eu encarava o número do jornal pensando no que falar quando ele atendesse. Talvez apenas falar a verdade e ver no que vai dar. A cada número que eu discava meu coração batia mais rápido até que finalmente começou a chamar. Só espero que ele atenda mesmo eu ligando a cobrar.

Depois de um tempo, alguém finalmente atendeu.

– Alô? – disse a voz do outro lado da linha.

– Você é Uzumaki Naruto? – perguntei mordendo o meu lábio inferior devido a ansiedade.

– Não. – respondeu.

Fiquei confusa. Como não? O jornal não poderia está errado! Era impossível! Será que eu disquei o número certo?

– Mas eu sou um amigo dele e ele esqueceu o celular na minha casa. – ele explicou interrompendo meus pensamentos.

Ai que idiota esse tal de Naruto! Justo quando eu vou ligar ele inventa de esquecer o celular na casa de outra pessoa?! Eu mato esse garoto quando o conhecer.

– Você ouviu o que eu disse? – disse a voz me tirando dos meus devaneios.

– Desculpe, estava distraída. – suspirei – o que você disse?

– Eu perguntei seu nome. – ele disse impaciente.

– Hyuuga Hinata. – respondi.

Esperei a resposta do tal homem, mas ele nada disse. Parecia está em choque. Esperei pacientemente a resposta que só veio após algum tempo.

– Ele me disse que estava procurando à senhorita. – ele disse com a voz estranha – eu te levo na casa dele, mas onde você está? – perguntou ansioso.

Olhei ao redor tentando procurar uma placa que dissesse o nome da rua e vi uma ao longe. Forcei minha visão e assim que vi, passei o endereço para ele e descrevi o lugar onde eu estava. Coloquei o aparelho no gancho e fiquei encarando o nada.

Era estranho pensar que eu vou morar com uma pessoa que eu nunca vi na minha vida... Talvez eu nunca me acostume, mas tenho certeza de que será melhor do que tudo o que eu já vivi até agora. Quem sabe eu até me torne amiga dele.

Finalmente. Agora falta pouco para eu realmente me sentir livre.

Minhas pernas estavam doídas e eu estava completamente cansada. Me escorei no orelhão, mas essa posição estava incômoda . Decidi que era melhor sentar na calçada até ele chegar. Sentei e fiquei olhando a rua, vendo os carros passarem. O sol já estava me incomodando e eu tentei cobrir meu rosto com a mão.

Esperei o tempo passar, mas ele parecia passar cada vez mais lendo. Os carros passavam apressados, mas nada fora do comum. Até que um carro chamou minha atenção. Mesmo não entendendo nada de carros, eu identifiquei como uma Mercedes preta. Afinal não é sempre que se ver um carro tão bonito assim. Para minha surpresa foi justamente esse carro que parou na minha frente.

A porta se abriu e de dentro do veiculo saiu um homem pálido. Ele tinha um cabelo arrepiado e muito liso e era preto. Seus olhos eram negros e profundos, muito enigmáticos faziam um contraste com a sua pele alva. Ele carregava no seu rosto uma expressão séria e não era possível saber nada do que ele estaria pensando.

Ele foi se aproximando de mim e me lançou um olhar desconfiado.

– Você é Hinata? – perguntei.

Assim que ele falou, reconheci a voz da pessoa com quem falei no telefone. Ele me encarava esperando a resposta e eu apenas afirmei com a cabeça. Ele fez sinal para que eu o seguisse e entrou no carro. Entrei logo após ele e sentei ao lado do banco do motorista.

Assim que ele deu a partida no carro eu abri a boca para falar, mas logo a fechei. Ele parece ser do tipo de que não fala muito. Tanto é que não abriu a boca nem para dizer seu nome então recebi isso como um aviso para ficar calada.

Ficamos em silêncio até que eu notei que o carro parou. Olhei pela janela e vi que estávamos na frente de um prédio. Ele parecia ser muito luxuoso e eu acho que tem por volta de vinte e cinco andares.

Ele saiu do carro e eu apenas o segui.

Passamos pela portaria e esse garoto parece vir muito aqui, pois o porteiro nos deixou passar sem nem perguntar nada. Eu não conseguia prestar atenção em nada durante o caminho. Meu corpo podia está lá, mas minha mente não.

Minha mente estava reservada para o mistério desse tal de Naruto. Como será que ele é? Minha curiosidade é tanta que não consigo me conter. Eu formulava em minha mente milhões de rostos para ele, mas é impossível saber como ele é.

Voltei à realidade sendo arrastada para fora do elevador. Notei que eu estava no sétimo andar e a minha frente havia uma enorme porta cheia de detalhes. Olhei para trás e vi que o elevador já tinha partido e eu estava sozinha.

Com minha mão tremendo estiquei meu braço até a campanhinha e toquei. Não havia mais tempo a perder. Esperei ansiosa que alguém abrisse a porta, mas não houve resposta.

Fiquei confusa. Ele não estava em casa? Por que eu sempre acabo sozinha e sem saber o que fazer?

Me escorei na porta e fiquei encarando a porta do elevador.

Sem querer acabei escorregando e meu cotovelo bateu na maçaneta o que para a minha surpresa, fez a porta abrir. Estava aberto o tempo todo!

Fiquei a aliviada em não ter que ficar esperando alguém chegar para poder entrar. Empurrei a porta e a fechei assim que entrei. Olhei a sala e era ainda mais luxuoso do que eu pensava.

As paredes eram em diferentes tons de bege com alguns detalhes que não entendi direito e tudo era muito aberto e boa parte da parede tinha vidro. Havia uma escada do lado esquerdo e no segundo andar tinha um sofá enorme que com certeza era mais confortável que qualquer cama na qual eu tenha dormido e na parede havia uma enorme televisão. Já o primeiro andar era composto por dois enormes tapetes com um centro em cada um deles e ao redor existiam dois sofás e algumas poltronas. Mais a frente havia uma varanda com uma mesa e dois bancos e para completar haviam algumas plantas.

Meu queixo estava caído. Tudo era muito bonito. Sem exageros... Era tudo perfeito. Não resisti e subi a escada correndo e quase tropecei, mas no momento eu não me importava.

Quando estava lá em cima não resisti e me joguei no sofá. Como eu pensei, era muito confortável. Não resisti e acabei dormindo, pois era irresistível e há dias eu não durmo direito.

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Escutei um barulho, mas não tive coragem de abrir os olhos.

Mas parece que tem alguém que está querendo atrapalhar meu sono, pois um barulho que eu não sabia o que era, estava cada vez mais alto então eu levantei com os olhos um pouco fechados por causa do sono e me virei na direção do barulho. Era a porta. Meu coração começou a bater cada vez mais rápido e eu estava muito ansiosa. Tudo diante dos meus olhos parecia passar em câmera lenta.

Assim que a porta se abriu em vez do meu coração bater ainda mais rápido, ele parou de vez. Eu não tinha coragem de fazer mais nada. Estava completamente paralisada. Apenas me perdi observando aquele estranho que com o tempo deixaria de ser um simples estranho...