Prisioneira Dos Desejos escrita por RafaM


Capítulo 5
Sempre um falso pai...


Notas iniciais do capítulo

gente eu decidi fazer um capítulo com o ponto de vista da Ino... leiam é importante se não no futuro não vão entender nada!
foi mal porque eu não postei antes, mas é que eu tava sem animo pra entrar no pc e meu pai me convenceu a fazer um troço maluco e isso me deixou sem tempo. Enfim leiam :)



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PV INO

Eu tinha acabado de escrever a carta para caso algo de errado contecesse comigo e Hinata tenha que fugir sozinha. Estava fitando a carta. Será que vai dar alguma coisa errada? Acho melhor não pensar mais nisso e parar de ter pensamentos negativos. É só espera o tempo passar, que vai ocorrer tudo perfeitamente bem... Pelo menos é isso que eu espero.

Depois de muito encarar a carta eu a guardei no meu bolso junto com a chave que eu havia conseguido mais cedo com um segurança. Sentei na cadeira da cozinha e fiquei pensando. Agora, é só eu me encontrar novamente com a Hinata e vamos fugir. É uma pena que eu não saiba onde ela fica dentro desse lugar, pois é sempre ela que vem na cozinha conversar comigo.

Fiquei pensando até que noto duas presenças além de mim na cozinha. Meu pai e um cara que trabalhava para ele chamado Kabuto. Mas o que mais me assustou, foi que meu pai estava pelado e eu queria entender o porquê dele está assim. Deve ter acontecido algo muito sério para ele sair tão apressado a ponto de não querer perder tempo nem para se vestir.

– Pai por que você está pelado?! – perguntei.

– Isso não interessa. – ele disse me encarando – temos que ir logo. A polícia está invadindo tudo.

Sorri. Essa é a oportunidade perfeita para sair daqui.

– Porque está tão alegre com isso? – perguntou ele desconfiado.

– Eu não vou com você. Eu vou contar tudo para a polícia. – eu disse dando ênfase no “tudo” e eles me encararam incrédulos.

– Você não faria isso com seu pai. – ele disse com a voz repleta de medo.

– Faria. – eu disse sorrindo – você nunca agiu como se fosse meu pai. Nunca foi um pai para mim. Sempre me maltratou. Infelizmente... Apenas hoje eu fui notar o quanto te odeio. Por isso eu vou te entregar para a polícia. – completei e ele apenas sorriu.

– Kabuto – ele disse olhando para o outro homem que até então estava quieto só escutando – livre-se dela.

Nessa hora eu entrei em choque. Ele faria aquilo comigo? Com a própria filha? Eu sou algo descartável para o meu próprio pai? Provavelmente sim. Cai de joelhos no chão com lágrimas escorrendo pelo meu rosto. Perguntei para ele para poder enfim tirar essa dúvida:

– Você faria isso com sua própria filha? – sussurrei, mas tinha certeza de que eles tinham escutado então esperei a resposta sem encará-lo nos olhos.

– Como você disse, eu nunca fui um pai para você. – disse friamente e eu me virei para encará-lo – você também nunca foi uma filha para mim.

Mesmo já sabendo que nossa relação de pai e filha nunca foi das melhores eu fiquei triste. É terrível saber que por mais que eu acreditasse que ele se importava comigo no fundo eu sempre soube que ele não me amava, mas mesmo assim ainda me sinto mal por ter a verdade sendo esfregada na minha cara. Talvez fosse melhor viver na mentira. É uma pena que seja tarde demais para isso.

Foi o que eu tive tempo de pensar antes de escutar o disparo de uma arma e cair para trás com o impacto. Olhei para os lados e via sangue escorrendo por tudo que é lado olhei para a porta e vi meu pai saindo por ela com seu “amigo” Kabuto.

Como ele pode fazer isso? É um monstro. Eu queria muito ter nascido em uma família melhor. A única pessoa boa dessa maldita família é meu irmão. Como eu queria ter fugido com ele quando tive a oportunidade, mas se bem que se eu tivesse ido com ele eu nunca teria conhecido Hinata que se tornou minha nova irmã. Sorri com esse pensamento, mas não durou muito tempo, pois eu não tinha animo e doía muito sorrir. Na verdade, doía muito fazer qualquer coisa então é melhor eu ficar parada.

Fiquei encarando o teto até que escuto um barulho.

– Ino?! – escutei um grito.

Assim que reconheci a voz eu tentei responder, mas minha voz saiu num sussurro.

– Pegue a carta no meu bolso e a chave. – eu disse e quando senti que ela já havia pegado o que eu pedi, continuei a falar, pois não havia muito tempo – a chave abre a porta no fim do corredo, vá fuja. Quando achar que está longe o bastante leia a carta. – conclui fazendo muito esforço para conseguir falar e eu também não sentia muita facilidade para respirar.

– Eu não vou deixar você aqui! – murmurou ela.

Nessa hora eu fiquei irritada. Será que ela não vê que eu estou morreno e fica aí parada como se houvesse tempo para isso. Perdi a paciência que me restava e tentei gritar, mas a minha voz não saiu tão alta.

– Eu não arrisquei minha vida para no fim você não ir. – depois do que disse vi a expressão surpresa dela e continuei – eu sabia dos riscos que corria. Minha vida já acabou, por favor, vá de uma vez. – fechei os olhos tomando coragem para continuar e depois abri – só peço um favor.

– Qualquer coisa. – me assustei, pois ela concordou quase que na mesma hora em que eu terminei de falar.

– Viva por mim. – eu disse abraçando ela – foi bem legal te conhecer. – eu ri mesmo estando nessa situação horrível. Tossi e notei que saia sangue pela minha boca, mas eu nem liguei, eu já ia morrer mesmo. Depois de um tempo a abraçando comecei a ficar cansada e o meu abraço já estava ficando mais fraco. Ela me deitou no chão e saiu da cozinha ainda chorando.

Suspirei aliviada, pelo menos ela está livre, só espero que ela encontre logo o meu irmão. Fechei os olhos e tentei fazer o tempo passar mais rápido. Quanta dor eu ainda tenho que agüentar para finalmente morrer? Sentia a bala me queimando por dentro. Estava insuportável ter que agüentar ficar nessa situação.

Eu já não aguentava me mover, falar ou qualquer coisa do tipo. A única coisa que eu podia fazer era esperar o tempo passar. Poderiam ter se passado horas, minutos ou até segundos, mas eu só voltei à realidade quando escutei o som de pessoas ao meu redor.

Ainda com os olhos fechados eu as escutava me chamando. Quem me dera eu conseguisse responder e pedir para que me matassem logo, pois não aguentava aquela dor agonizante, mas não. A minha voz não saia, minha boca não se movia. Eu não tinha o comando do meu próprio corpo. Parecia que cada parte do meu corpo pesava toneladas e era impossível me mexer.

– Aguente firme moça – disse uma das vozes - a ambulância já vai chegar. – disse tentando me manter viva. Mal sabia ele que eu queria o contrário.

Eu posso até tentar, mas acho que não vou agüentar muito mais tempo. Pensei nisso até que de repente tudo ficou em silêncio, depois disso mais nada. Então eu desisti de lutar contra a escuridão. Ela era irresistível e não parecia ser tão ruim.

........................................

Fiz esforço para abrir os olhos, mas não me sentia bem. Tentei me lembrar do que aconteceu, mas nada vinha a minha cabeça. Só um espaço em branco. Olhei ao redor tentando ver se reconhecia o local. Era um quarto simples de hospital, havia a cama em que eu estava deitada, um armário, e também havia uma porta a mais que devia ser um banheiro e as paredes eram brancas. Notei que eu respirava com a ajuda de alguns aparelhos, mas não entendia por que.

Estava confusa e perdida em pensamentos que nem notei quando a porta se abriu. Assustei-me quando vi um homem na minha frente com roupa de médico. Ele era muito alto e tinha um corpo atlético que mesmo com essa roupa era impossível esconder, seu cabelo era ruivo como sangue, acima de um dos olhos tinha uma tatuagem com o kanji significando “amor” e falando nos olhos... Tinha olhos verdes num tom tão bonito que chegou a me assustar, era possível notar a confusão que ele estava passando e todo o desespero que sentia. Os olhos dele denunciavam tudo o que ele sentia e por um momento perdi a razão o encarando. Ele era diferente. Tinha uma aparência meio exótica, mas isso só o deixou mais atraente sob o meu ponto de vista.

Ele me olhava confuso e eu notei que estávamos nos encarando em silêncio faz um bom tempo, mesmo assim não me atrevi a falar e ficamos assim até que ele resolveu abrir a boca:

– Esta sentindo alguma dor? – ele perguntou e eu apenas neguei com a cabeça me esforçando para não corar e ficar igual a um tomate.

A voz dele soou macia e um pouco rouca e eu senti uma arrepio assim que a escutei. Ou ele era muito inocente e não notava o efeito que tinha com as mulheres ou fazia isso propósito, mas não nego que gostei.

Depois disso eu apenas abaixei a cabeça e voltamos aquele silêncio constrangedor.

– Senhorita. – disse ele chamando minha atenção e eu o encarei – qual o seu nome? – perguntou.

Fiquei com a expressão confusa. Por que ele me perguntou isso? Se bem que não é nada de mais ele querer saber o meu nome. Então porque eu não consigo responder? Quando eu penso nisso só o que me vem à mente é... Nada.

Então eu disse a única coisa que eu tinha certeza:

– Eu não sei. – conclui e ele me fitou com os olhos arregalados.



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Notas finais do capítulo

espero que tenham gostado XD
PS: a Hinata vai demorar para descobrir que a Ino está viva, ok?